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Seminário reúne especialistas da Embrapa e iniciativa privada

O Seminário: Geração de energia por fermentação de gramíneas em Roraima, realizado, em 18 de março, na Embrapa Territorial, Campinas, SP, reuniu especialistas de oito unidades da empresa para esclarecimentos técnicos sobre a agricultura desenvolvida na região, infraestrutura do estado e alternativas de culturas e gramíneas para geração de energia. O evento teve o objetivo de atender à demanda da Casa dos Ventos Energia Renováveis S.A, empresa habilitada ao leilão para suprimento de energia para Roraima. O leilão ocorrerá no final de maio. 

O chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, destacou o esforço das equipes do centro de pesquisa em montar agenda do evento em curto prazo e agradeceu o envolvimento dos pesquisadores das demais unidades da Embrapa. “A Embrapa é uma só e aqui está a inteligência da Empresa para debater o assunto. Tenho ido com frequência a Brasília e ouço o tema de Roraima, principalmente em relação à linha de transmissão de energia, na pauta de prioridades do governo”, afirmou.

Os diretores da Casa dos Ventos, Mário Araripe (CEO), Clécio Eloy (Desenvolvimento Corporativo) e Lucas Araripe (Projetos e Novos Negócios); o ex-deputado cearense Danilo Forte; o diretor da GEO Energética, Alessandro Gademan; e técnicos das duas empresas participaram do seminário. As unidades da Embrapa representadas no evento foram Agroenergia, Gado de Leite, Informática Agropecuária, Meio Ambiente, Roraima, Suínos e Aves, Tabuleiros Costeiros e Territorial. 

Lucas Araripe e Alessandro Gademan fizeram, respectivamente, apresentação institucional das empresas Casa dos Ventos e GEO Energética. Há 11 anos, a Casa dos Ventos implanta e opera projetos eólicos, sendo detentora de 30% dos projetos eólicos do Brasil. A GEO Energética, criada em 2001, desenvolveu processo biotecnológico para a produção de biogás a partir do reaproveitamento de resíduos da agroindústria.

Agricultura em Roraima

As análises do quadro natural de Roraima foram apresentadas pelos pesquisadores Eduardo Monteiro (Embrapa Informática Agropecuária) e Ramayana Braga (Embrapa Roraima). Monteiro mostrou dados de precipitação pluviométrica de diferentes áreas do estado e destacou os problemas de perdas na produção quando ocorre chuva no período de colheita. Ressaltou que o zoneamento agrícola de risco climático abrange 44 culturas e apresentou a metodologia para elaboração do zoneamento.

A agricultura nos diferentes ecossistemas e as limitações da agricultura de sequeiro e irrigada em Roraima foram apresentadas por Ramayana Braga. Atualmente, segundo ele, a produção agrícola do estado é composta por arroz, soja, milho e algodão, cultivadas em áreas de cerrado (lavrado). 

A logística da agricultura no estado foi tema da apresentação do pesquisador Gustavo Spadotti (Embrapa Territorial). Ele falou, entre outras questões, da dependência da importação de insumos (calcário) do Pará e da Venezuela, das condições das rodovias, das limitações do uso de hidrovias e das dificuldades de escoamento das safras. “A falta de estrutura adequada restringe a produtividade, pois a malha viária é insuficiente para a chegada de insumos e para escoamento da produção de grãos”, afirmou.

Em relação ao fornecimento de energia – Roraima é o único estado sem interligação ao sistema elétrico brasileiro -, Spadotti destacou as dificuldades com a linha de transmissão de Manaus – Boa Vista, pela suspensão da licença em 2016 e resistência dos índios Waimiri Atroari, pois a travessia de 123 km passa pela área indígena.

Culturas e gramíneas alternativas

Cana energia, sorgo e capim-elefante foram apontados como alternativas na produção de biomassa energética. As características das gramíneas nativas de Roraima foram apresentadas pelo pesquisador Aloisio Vilarinho, da Embrapa Roraima, mas consideradas inviáveis para produção de biomassa.

O pesquisador Anderson Marafon (Embrapa Tabuleiros Costeiros) relatou a experiência no cultivo de cultivares de cana energia e de capim-elefante. Ele fez uma projeção de como pode ser o desempenho das gramíneas se cultivadas em Roraima para fins energéticos.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente André May apresentou as vantagens e os cuidados que devem ser observados no cultivo de sorgo para produção de biomassa. Ele considera o sorgo viável para fins energéticos, embora não seja a solução para plantio em 100% da área de cultivo.

A potencialidade da cultivar de capim-elefante BRS Capiaçu, lançada pela Embrapa como alternativa para silagem, foi destacada pelo pesquisador Juarez Machado, da Embrapa Gado de Leite. As cultivares de capim-elefante, de acordo com Machado, ainda precisam ser validadas para a produção de biogás. 

Para o pesquisador da Embrapa Territorial Paulo Barroso, a cana energia, sorgo e capim-elefante são promissores. No entanto, para que o empreendimento de geração de energia entre em operação no tempo determinado será necessário definir sistema de produção e material genético propagativo em quantidade suficiente. 

Biodigestão

A programação do seminário ainda contou com relatos das experiências com biodigestão da Embrapa Suínos e Aves e da Embrapa Agroenergia. O pesquisador Ricardo Steinmetz, da Embrapa Suínos e Aves, abordou o processo de produção de biogás a partir da decomposição de dejetos de animais e mostrou avaliações de uso de culturas energéticas no rendimento de metano por hectare. Já Rossano Gambetta, da Embrapa Agroenergia, falou sobre os processos de biodigestão.

O Seminário: Geração de energia por fermentação de gramíneas em Roraima, realizado, em 18 de março, na Embrapa Territorial, Campinas, SP, reuniu especialistas de oito unidades da empresa para esclarecimentos técnicos sobre a agricultura desenvolvida na região, infraestrutura do estado e alternativas de culturas e gramíneas para geração de energia. O evento teve o objetivo de atender à demanda da Casa dos Ventos Energia Renováveis S.A, empresa habilitada ao leilão para suprimento de energia para Roraima. O leilão ocorrerá no final de maio. 

O chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, destacou o esforço das equipes do centro de pesquisa em montar agenda do evento em curto prazo e agradeceu o envolvimento dos pesquisadores das demais unidades da Embrapa. “A Embrapa é uma só e aqui está a inteligência da Empresa para debater o assunto. Tenho ido com frequência a Brasília e ouço o tema de Roraima, principalmente em relação à linha de transmissão de energia, na pauta de prioridades do governo”, afirmou.

Os diretores da Casa dos Ventos, Mário Araripe (CEO), Clécio Eloy (Desenvolvimento Corporativo) e Lucas Araripe (Projetos e Novos Negócios); o ex-deputado cearense Danilo Forte; o diretor da GEO Energética, Alessandro Gademan; e técnicos das duas empresas participaram do seminário. As unidades da Embrapa representadas no evento foram Agroenergia, Gado de Leite, Informática Agropecuária, Meio Ambiente, Roraima, Suínos e Aves, Tabuleiros Costeiros e Territorial. 

Lucas Araripe e Alessandro Gademan fizeram, respectivamente, apresentação institucional das empresas Casa dos Ventos e GEO Energética. Há 11 anos, a Casa dos Ventos implanta e opera projetos eólicos, sendo detentora de 30% dos projetos eólicos do Brasil. A GEO Energética, criada em 2001, desenvolveu processo biotecnológico para a produção de biogás a partir do reaproveitamento de resíduos da agroindústria.

Agricultura em Roraima

As análises do quadro natural de Roraima foram apresentadas pelos pesquisadores Eduardo Monteiro (Embrapa Informática Agropecuária) e Ramayana Braga (Embrapa Roraima). Monteiro mostrou dados de precipitação pluviométrica de diferentes áreas do estado e destacou os problemas de perdas na produção quando ocorre chuva no período de colheita. Ressaltou que o zoneamento agrícola de risco climático abrange 44 culturas e apresentou a metodologia para elaboração do zoneamento.

A agricultura nos diferentes ecossistemas e as limitações da agricultura de sequeiro e irrigada em Roraima foram apresentadas por Ramayana Braga. Atualmente, segundo ele, a produção agrícola do estado é composta por arroz, soja, milho e algodão, cultivadas em áreas de cerrado (lavrado). 

A logística da agricultura no estado foi tema da apresentação do pesquisador Gustavo Spadotti (Embrapa Territorial). Ele falou, entre outras questões, da dependência da importação de insumos (calcário) do Pará e da Venezuela, das condições das rodovias, das limitações do uso de hidrovias e das dificuldades de escoamento das safras. “A falta de estrutura adequada restringe a produtividade, pois a malha viária é insuficiente para a chegada de insumos e para escoamento da produção de grãos”, afirmou.

Em relação ao fornecimento de energia – Roraima é o único estado sem interligação ao sistema elétrico brasileiro -, Spadotti destacou as dificuldades com a linha de transmissão de Manaus – Boa Vista, pela suspensão da licença em 2016 e resistência dos índios Waimiri Atroari, pois a travessia de 123 km passa pela área indígena.

Culturas e gramíneas alternativas

Cana energia, sorgo e capim-elefante foram apontados como alternativas na produção de biomassa energética. As características das gramíneas nativas de Roraima foram apresentadas pelo pesquisador Aloisio Vilarinho, da Embrapa Roraima, mas consideradas inviáveis para produção de biomassa.

O pesquisador Anderson Marafon (Embrapa Tabuleiros Costeiros) relatou a experiência no cultivo de cultivares de cana energia e de capim-elefante. Ele fez uma projeção de como pode ser o desempenho das gramíneas se cultivadas em Roraima para fins energéticos.

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente André May apresentou as vantagens e os cuidados que devem ser observados no cultivo de sorgo para produção de biomassa. Ele considera o sorgo viável para fins energéticos, embora não seja a solução para plantio em 100% da área de cultivo.

A potencialidade da cultivar de capim-elefante BRS Capiaçu, lançada pela Embrapa como alternativa para silagem, foi destacada pelo pesquisador Juarez Machado, da Embrapa Gado de Leite. As cultivares de capim-elefante, de acordo com Machado, ainda precisam ser validadas para a produção de biogás. 

Para o pesquisador da Embrapa Territorial Paulo Barroso, a cana energia, sorgo e capim-elefante são promissores. No entanto, para que o empreendimento de geração de energia entre em operação no tempo determinado será necessário definir sistema de produção e material genético propagativo em quantidade suficiente. 

Biodigestão

A programação do seminário ainda contou com relatos das experiências com biodigestão da Embrapa Suínos e Aves e da Embrapa Agroenergia. O pesquisador Ricardo Steinmetz, da Embrapa Suínos e Aves, abordou o processo de produção de biogás a partir da decomposição de dejetos de animais e mostrou avaliações de uso de culturas energéticas no rendimento de metano por hectare. Já Rossano Gambetta, da Embrapa Agroenergia, falou sobre os processos de biodigestão.

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