Notícias

Especialistas debatem logística do agro em congresso internacional

Especialistas debateram os gargalos e as alternativas para o escoamento dos granéis agrícolas no Brasil em um painel do primeiro dia do 1º Congresso Intermodal South America, evento internacional realizado de 28 de fevereiro a 2 de março, em São Paulo, SP. O engenheiro agrônomo Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, foi um dos debatedores e chamou atenção para a necessidade de investimentos em obras de infraestrutura viária para melhorar o escoamento rumo aos terminais do Arco Norte (região acima do paralelo 16º, linha geográfica que corta o país na altura de Brasília, DF). “A produção brasileira de soja e milho triplicou acima do paralelo 16º, e não estamos conseguindo acompanhar essa evolução em termos de logística”, afirmou. Os grandes responsáveis por esse bom desempenho são o estado do Mato Grosso e a região do Matopiba, fronteira agrícola formada pelas áreas de cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Apesar de estarem mais próximos das zonas de produção, os terminais portuários do Arco Norte ainda não são os mais utilizados para o escoamento das safras colhidas nesta região por problemas na infraestrutura de vias já existentes, pela ausência de ligações intermodais e pelas limitações de acesso aos portos. Gustavo mencionou algumas iniciativas que podem contribuir para atrair o escoamento dos granéis agrícolas para os portos acima do paralelo 16, como o Terminal do Novo Remanso (no Amazonas), já em operação, e o Projeto Grão-Pará Multimodal (no Maranhão), uma solução multimodal envolvendo um porto de águas profundas abastecido por um novo ramal ferroviário saindo da Ferrovia Norte-Sul. Ainda assim, ele ressaltou, são precisos investimentos em novas obras na região para reverter o atual trajeto de deslocamento das cargas agrícolas produzidas acima do Paralelo 16º até os portos da região centro-sul. A Embrapa desenvolveu estudos logísticos que descrevem quais seriam essas obras prioritárias e os congregou no Sistema de Logística Agropecuária Brasileira (SITE-MLog), ferramenta digital que também disponibiliza dados das 12 maiores cadeias produtivas, os destinos das exportações, os principais caminhos percorridos pelas safras brasileiras e as bacias logísticas – territórios delimitados pelos trajetos logísticos dos grãos comercializados pelo Brasil, indo de sua origem aos portos. O SITE-MLog, como destacou Gustavo, foi desenvolvido para prover o poder público e o agronegócio de informações estratégicas com o intuito de auxiliar na tomada de decisão de políticas e ações que possam aumentar a competitividade do agro brasileiro. Outros debatedores trouxeram à luz os desafios e as oportunidades para a logística utilizada pelo agro. Edeon Vaz Ferreira, diretor-executivo do Movimento Pró Logística de Mato Grosso, considera que ainda não foi encontrado um caminho ideal para a armazenagem dos produtos agrícolas e que é necessária uma rápida solução para esse problema, diante de um cenário de constante aumento da produção de grãos. Ele apontou para a oportunidade de uso das hidrovias para o escoamento dos granéis agrícolas. “Só temos uma hidrovia no Brasil: o rio Tietê, com sinalização definida. No mais, temos rios navegáveis”, colocou. Ele acredita no potencial hidroviário da bacia amazônica, opinião corroborada por Flávio Acatauassú, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT). Uma outra alternativa de transporte para os produtos agrícolas seria pela cabotagem. Luís Fernando Resano, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cabotagem (ABAC), disse que o arroz já é a terceira maior carga transportada e afirmou ser possível ampliar a capacidade para outras commodities do agro. O evento O congresso faz parte da 27ª edição do Intermodal South America, evento de infraestrutura de transporte de cargas, logística e comércio internacional. A programação do evento foi formada pela XXVI Conferência Nacional de Logística (CNL), feira de exposição de diversos players do segmento, além do próprio congresso.

Especialistas debateram os gargalos e as alternativas para o escoamento dos granéis agrícolas no Brasil em um painel do primeiro dia do 1º Congresso Intermodal South America, evento internacional realizado de 28 de fevereiro a 2 de março, em São Paulo, SP. O engenheiro agrônomo Gustavo Spadotti, chefe-geral da Embrapa Territorial, foi um dos debatedores e chamou atenção para a necessidade de investimentos em obras de infraestrutura viária para melhorar o escoamento rumo aos terminais do Arco Norte (região acima do paralelo 16º, linha geográfica que corta o país na altura de Brasília, DF). 

“A produção brasileira de soja e milho triplicou acima do paralelo 16º, e não estamos conseguindo acompanhar essa evolução em termos de logística”, afirmou. Os grandes responsáveis por esse bom desempenho são o estado do Mato Grosso e a região do Matopiba, fronteira agrícola formada pelas áreas de cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Apesar de estarem mais próximos das zonas de produção, os terminais portuários do Arco Norte ainda não são os mais utilizados para o escoamento das safras colhidas nesta região por problemas na infraestrutura de vias já existentes, pela ausência de ligações intermodais e pelas limitações de acesso aos portos. 

Gustavo mencionou algumas iniciativas que podem contribuir para atrair o escoamento dos granéis agrícolas para os portos acima do paralelo 16, como o Terminal do Novo Remanso (no Amazonas), já em operação, e o Projeto Grão-Pará Multimodal (no Maranhão), uma solução multimodal envolvendo um porto de águas profundas abastecido por um novo ramal ferroviário saindo da Ferrovia Norte-Sul. Ainda assim, ele ressaltou, são precisos investimentos em novas obras na região para reverter o atual trajeto de deslocamento das cargas agrícolas produzidas acima do Paralelo 16º até os portos da região centro-sul. 

A Embrapa desenvolveu estudos logísticos que descrevem quais seriam essas obras prioritárias e os congregou no Sistema de Logística Agropecuária Brasileira (SITE-MLog), ferramenta digital que também disponibiliza dados das 12 maiores cadeias produtivas, os destinos das exportações, os principais caminhos percorridos pelas safras brasileiras e as bacias logísticas – territórios delimitados pelos trajetos logísticos dos grãos comercializados pelo Brasil, indo de sua origem aos portos. O SITE-MLog, como destacou Gustavo, foi desenvolvido para prover o poder público e o agronegócio de informações estratégicas com o intuito de auxiliar na tomada de decisão de políticas e ações que possam aumentar a competitividade do agro brasileiro.

Outros debatedores trouxeram à luz os desafios e as oportunidades para a logística utilizada pelo agro. Edeon Vaz Ferreira, diretor-executivo do Movimento Pró Logística de Mato Grosso, considera que ainda não foi encontrado um caminho ideal para a armazenagem dos produtos agrícolas e que é necessária uma rápida solução para esse problema, diante de um cenário de constante aumento da produção de grãos. 

Ele apontou para a oportunidade de uso das hidrovias para o escoamento dos granéis agrícolas. “Só temos uma hidrovia no Brasil: o rio Tietê, com sinalização definida. No mais, temos rios navegáveis”, colocou. Ele acredita no potencial hidroviário da bacia amazônica, opinião corroborada por Flávio Acatauassú, presidente da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (AMPORT).

Uma outra alternativa de transporte para os produtos agrícolas seria pela cabotagem. Luís Fernando Resano, diretor-executivo da Associação Brasileira de Cabotagem (ABAC), disse que o arroz já é a terceira maior carga transportada e afirmou ser possível ampliar a capacidade para outras commodities do agro.

 

O evento

O congresso faz parte da 27ª edição do Intermodal South America, evento de infraestrutura de transporte de cargas, logística e comércio internacional. A programação do evento foi formada pela XXVI Conferência Nacional de Logística (CNL), feira de exposição de diversos players do segmento, além do próprio congresso.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *