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Meios digitais de comercialização de café produzidos pelo grupo Mulheres do Café possibilitaram manter e ampliar a renda durante a pandemia

Estudo analisou as influências diretas e indiretas dos meios digitais no processo de comercialização dos cafés produzidos pelo grupo “Mulheres do Café” – instituído pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, em 2013, com a participação de 250 mulheres de 12 municípios da região do Norte Pioneiro, Paraná. Trata se de uma iniciativa que reuniu o grupo de mulheres, técnicos da Emater do Paraná e compradores do produto, portanto um coletivo que configura uma rede sociotécnica. As mídias sociais ganharam um espaço maior na divulgação e comercialização do produto, intensificadas no período pandêmico. Estas ferramentas substituíram as feiras e eventos presenciais, principais meios de comercialização. Como novo e principal meio de comercialização, os meios digitais possibilitaram manter e a ampliar a renda das mulheres durante a pandemia, uma vez aumentou o alcance de clientes de outras regiões, vendas online e vendas diretas de cafés especiais torrados. Os produtos agregados como café torrado e especiais também foram mais divulgados. A produção de cafés especiais é um desafio para muitos produtores e produtoras, pois o controle de produção deve ser cada vez mais rigoroso. A maioria da produção do Brasil é exportada, mas o consumo interno aumentou 15% no ano de 2020 em relação ao ano anterior. Arthur Moriconi, autor da dissertação de mestrado, desenvolvida sob orientação da pesquisadora Lucimar Abreu da Embrapa Meio Ambiente e, em coorientação com a Professora da UFSCar Adriana Estela Monte Bello, explica que além da valorização do trabalho e dos produtos das mulheres, a pesquisa trouxe dados atualizados e inéditos sobre as relações das participantes do projeto, com a comercialização dentro dos meios digitais, além de conteúdos enriquecedores sobre a trajetória social e da comercialização dos produtos, bem como as políticas públicas acessadas por elas. De acordo com Abreu, depois da construção do projeto, houve melhorias no modo de produção, pós-colheita, renda, comercialização e na comunicação. Por meio das atividades, cursos, visitas, reuniões e assistências técnicas, foram apresentadas novas formas de se organizar e agregar valor ao café, fato que representou importantes avanços também na autonomia, reconhecimento e visibilidade do trabalho das mulheres. O trabalho das mulheres no meio rural Moriconi explica que as mulheres trabalham e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e no sustento da coletividade ao contribuir para o fornecimento de alimentos para a população. Segundo a ONU (2021), as mulheres começaram a plantar sementes para cultivá-las, dando início à agricultura, hoje representando 40% da força de trabalho em países desenvolvidos, 20% na América do Sul e chegando a 60% em partes da África e da Ásia. “No Norte Pioneiro, as mulheres também conquistaram um papel determinante para a construção e fortalecimento da agricultura local. Em relação à posse da terra, a maioria são agricultoras familiares e proprietárias (89,3%), sendo que mais de 6% trabalhavam em parceria com o proprietário e 2,6% eram trabalhadoras rurais”, explica ele. “Em relação à ocupação, 82,6% dedicam seu trabalho apenas à propriedade. As mulheres estão cada vez mais participativas em movimentos relacionados ao café nas suas regiões, além de sentirem a necessidade de se imporem como agricultoras, e não mais preenchendo documentos como “dona de casa, acredita Moriconi. É necessário enfatizar que todas as mulheres entrevistadas relataram que, mesmo com as melhorias proporcionadas pelo projeto, há carências significativas como o não acesso a políticas municipais, estaduais e federais de fomento voltado ao avanço da comercialização nas mídias sociais – atualmente o principal meio de divulgação, carência latente ao acesso digno à internet, que além de prejudicar o desempenho na comercialização e da comunicação, principalmente na pandemia e, por fim, a falta de manutenção nas estradas rurais, dificultando a locomoção em épocas de colheita e entregas dos produtos, além de elevar o gasto com a manutenção dos veículos. Ainda segundo Moriconi, em síntese, pode se destacar algumas influências diretas e indiretas decorrentes da adoção dos meios digitais no processo de comercialização do café, abordadas na dissertação. As indiretas são o alcance de clientes de outras regiões, o aumento das vendas online, o aumento qualidade do produto e das vendas diretas de cafés especiais torrados, as mulheres aumentaram a divulgação dos seus produtos agregados (café torrado e cafés especiais) e a melhoria dos sistemas de produção com base em princípios agroecológicos. Sobre as influências indiretas, destaca-se a valorização do trabalho e dos produtos das mulheres, principalmente dos cafés especiais produzidos por elas, maior reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas instituições associadas ao projeto Mulheres do Café, a aproximação entre o consumidor e o produtor. O conhecimento gerado subsidia a formulação de políticas públicas e a melhoria das rendas das famílias, bem como o funcionamento das associações, cooperativas e instituições privadas e/ou públicas.

Estudo analisou as influências diretas e indiretas dos meios digitais no processo de comercialização dos cafés produzidos pelo grupo “Mulheres do Café” – instituído pelo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater, em 2013, com a participação de 250 mulheres de 12 municípios da região do Norte Pioneiro, Paraná. Trata se de uma iniciativa que reuniu o grupo de mulheres, técnicos da Emater do Paraná e compradores do produto, portanto um coletivo que configura uma rede sociotécnica. As mídias sociais ganharam um espaço maior na divulgação e comercialização do produto, intensificadas no período pandêmico. Estas ferramentas substituíram as feiras e eventos presenciais, principais meios de comercialização. 

Como novo e principal meio de comercialização, os meios digitais possibilitaram manter e a ampliar a renda das mulheres durante a pandemia, uma vez aumentou o alcance de clientes de outras regiões, vendas online e vendas diretas de cafés especiais torrados. Os produtos agregados como café torrado e especiais também foram mais divulgados. A produção de cafés especiais é um desafio para muitos produtores e produtoras, pois o controle de produção deve ser cada vez mais rigoroso. A maioria da produção do Brasil é exportada, mas o consumo interno aumentou 15% no ano de 2020 em relação ao ano anterior.

Arthur Moriconi,  autor da dissertação de mestrado, desenvolvida sob orientação da pesquisadora Lucimar Abreu da Embrapa Meio Ambiente e, em coorientação com a Professora da UFSCar Adriana Estela Monte Bello,  explica que além da valorização do trabalho e dos produtos das mulheres, a pesquisa trouxe dados atualizados e inéditos sobre as relações das participantes do projeto, com a comercialização dentro dos meios digitais, além de conteúdos enriquecedores sobre a trajetória social e da comercialização dos produtos, bem como as políticas públicas acessadas por elas. 

De acordo com Abreu, depois da construção do projeto, houve melhorias no modo de produção, pós-colheita, renda, comercialização e na comunicação. Por meio das atividades, cursos, visitas, reuniões e assistências técnicas, foram apresentadas novas formas de se organizar e agregar valor ao café, fato que representou importantes avanços também na autonomia, reconhecimento e visibilidade do trabalho das mulheres. 

O trabalho das mulheres no meio rural 
Moriconi explica que as mulheres trabalham e desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e no sustento da coletividade ao contribuir para o fornecimento de alimentos para a população. Segundo a ONU (2021), as mulheres começaram a plantar sementes para cultivá-las, dando início à agricultura, hoje representando 40% da força de trabalho em países desenvolvidos, 20% na América do Sul e chegando a 60% em partes da África e da Ásia. 

“No Norte Pioneiro, as mulheres também conquistaram um papel determinante para a construção e fortalecimento da agricultura local. Em relação à posse da terra, a maioria são agricultoras familiares e proprietárias (89,3%), sendo que mais de 6% trabalhavam em parceria com o proprietário e 2,6% eram trabalhadoras rurais”, explica ele. “Em relação à ocupação, 82,6% dedicam seu trabalho apenas à propriedade. As mulheres estão cada vez mais participativas em movimentos relacionados ao café nas suas regiões, além de sentirem a necessidade de se imporem como agricultoras, e não mais preenchendo documentos como “dona de casa, acredita Moriconi. 

É necessário enfatizar que  todas as mulheres entrevistadas relataram que, mesmo com as melhorias proporcionadas pelo projeto, há carências significativas como o não acesso a políticas municipais, estaduais e federais de fomento voltado ao avanço da comercialização nas mídias sociais – atualmente o principal meio de divulgação, carência latente ao acesso digno à internet, que além de prejudicar o desempenho na comercialização e da comunicação, principalmente na pandemia e, por fim, a falta de manutenção nas estradas rurais, dificultando a locomoção em épocas de colheita e entregas dos produtos, além de elevar o gasto com a manutenção dos veículos.

Ainda segundo Moriconi, em síntese, pode se destacar algumas influências diretas e indiretas decorrentes da adoção dos meios digitais no processo de comercialização do café, abordadas na dissertação. As indiretas são o alcance de clientes de outras regiões, o aumento das vendas online, o aumento qualidade do produto e das vendas diretas de cafés especiais torrados, as mulheres aumentaram a divulgação dos seus produtos agregados (café torrado e cafés especiais) e a melhoria dos sistemas de produção com base em princípios agroecológicos.

Sobre as influências indiretas, destaca-se a valorização do trabalho e dos produtos das mulheres, principalmente dos cafés especiais produzidos por elas, maior reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas instituições associadas ao projeto Mulheres do Café, a aproximação entre o consumidor e o produtor. O conhecimento gerado subsidia a formulação de políticas públicas e a melhoria das rendas das famílias, bem como o funcionamento das associações, cooperativas e instituições privadas e/ou públicas.

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