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Dia de Campo mostra vantagens e benefícios da agricultura conservacionista

Resultados de pesquisas realizadas na região do Juruá (AC) comprovam que as técnicas de conservação do solo permitem recuperar e manter a fertilidade desse recurso natural. Para divulgar os benefícios e vantagens da tecnologia, a Embrapa Acre realiza o Dia de Campo sobre agricultura conservacionista, com a participação de produtores, estudantes, técnicos e gestores de instituições de apoio à produção. O evento acontece na quarta-feira (30/11), a partir das 8h, na propriedade do agricultor familiar, Sebastião Oliveira, localizada no Ramal Pentecostes, em Mâncio Lima (AC). Três estações tecnológicas compõem o evento. Na primeira, o pesquisador Falberni de Souza Costa fala sobre o contexto atual da agricultura conservacionista, estratégias e tecnologias recomendadas nas etapas de implantação do sistema, incluindo o manejo adequado do solo, adubação controlada, plantio direto, cultivo de gramíneas e leguminosas para a proteção do solo e fixação biológica de nitrogênio e a rotação e consórcio de cultivos agrícolas. Na segunda estação, a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Carvalho Mendes, e a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Deborah Pinheiro Dick, destacam aspectos relacionados à capacidade produtiva do solo, ou seja, como o produtor pode manter a saúde da área de produção agrícola. Na última estação, o agricultor Sebastião Oliveira, parceiro nas pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Acre, conta a sua experiência com as práticas conservacionistas do solo e destaca os ganhos alcançados com o uso da tecnologia, ao longo de 16 anos. “Antes de adotar o sistema conservacionista, a produtividade de mandioca na minha propriedade era de dez toneladas por hectare. Com o uso dessas práticas, na safra 2020/2021 produzimos 25 toneladas de raízes por hectare, um aumento de 150% no desempenho produtivo da lavoura, em relação à agricultura tradicional”, afirma o produtor rural. O Dia de Campo “Agricultura Conservacionista no Vale do Juruá” conta com apoio de recursos financeiros da Fundação Agrissus, instituição que fomenta a agricultura sustentável em diferentes localidades do Brasil. Manutenção da saúde do solo De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa, o manejo conservacionista envolve um conjunto de práticas sustentáveis, incluindo o plantio direto, cobertura permanente do solo e o cultivo de uma diversidade de plantas de cobertura, entre outros aspectos que funcionam como base para a manutenção da saúde do solo. Esse modelo de produção favorece o aumento da matéria orgânica, fator que contribui para a retenção e disponibilidade de nutrientes para as plantas, favorece o desenvolvimento de microrganismos no solo, essenciais para a produção, e assegura mais água em situações de seca, além de possibilitar o acúmulo de carbono no solo, tema de importância global. “A agricultura conservacionista proporciona ganhos econômicos e benefícios ambientais, entretanto, nessa alternativa de produção, a mudança não é restrita às práticas de manejo do solo, mas inclui a forma como o produtor rural enxerga o seu meio de vida. A adoção de práticas conservacionistas requer força de vontade e paciência, uma vez que os resultados são gradativos. Além disso, o agricultor deve buscar apoio junto a instituições de fomento à produção e organizações sociais”, enfatiza o pesquisador. Alternativa ao uso do fogo Segundo Daniel Lambertucci, analista da Embrapa, a agricultura conservacionista é uma alternativa ao uso do fogo, evita a abertura de novas áreas e contribui para reduzir a pressão sobre a floresta. “Por viabilizar a recuperação de solos degradados e permitir o uso de uma mesma área por longos períodos, com aumento da produtividade agrícola, a tecnologia é recomendada para a produção sustentável em solos arenosos de propriedades rurais do Vale do Juruá e de outras regiões com essa característica”, afirma. A agricultura conservacionista possibilita conciliar aumento da produção e conservação do solo. Para ampliar o uso dessa tecnologia no Acre e outros estados da Amazônia é necessário que os resultados gerados pela pesquisa científica se transformem em políticas públicas, voltadas para produtores rurais com diferentes perfis econômicos.

Resultados de pesquisas realizadas na região do Juruá (AC) comprovam que as técnicas de conservação do solo permitem recuperar e manter a fertilidade desse recurso natural.  Para divulgar os benefícios  e vantagens da tecnologia, a Embrapa Acre realiza o Dia de Campo sobre agricultura conservacionista, com a participação de produtores, estudantes, técnicos e gestores de instituições de apoio à produção. O evento acontece na  quarta-feira (30/11), a partir das 8h, na propriedade do agricultor familiar, Sebastião Oliveira, localizada no Ramal Pentecostes, em Mâncio Lima (AC).

Três estações tecnológicas compõem o evento. Na primeira, o pesquisador Falberni de Souza Costa fala sobre o contexto atual da agricultura conservacionista,  estratégias e tecnologias recomendadas nas etapas de implantação do sistema, incluindo  o manejo adequado do solo, adubação controlada, plantio direto, cultivo de gramíneas e leguminosas para a proteção do solo e fixação biológica de nitrogênio e a rotação e consórcio de cultivos agrícolas.  

Na segunda estação, a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Carvalho Mendes, e a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Deborah Pinheiro Dick, destacam aspectos relacionados à capacidade produtiva do solo, ou seja, como o produtor pode manter a saúde da área de produção agrícola.

Na última estação, o agricultor Sebastião Oliveira, parceiro nas pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Acre, conta a sua experiência com as práticas conservacionistas do solo e destaca os ganhos alcançados com o uso da tecnologia, ao longo de 16 anos.

“Antes de adotar o sistema conservacionista, a produtividade de mandioca na minha propriedade era de dez toneladas por hectare. Com o uso dessas práticas, na safra 2020/2021 produzimos 25 toneladas de raízes por hectare, um aumento de 150% no desempenho produtivo da lavoura, em relação à agricultura tradicional”, afirma o produtor rural. 

O Dia de Campo “Agricultura Conservacionista no Vale do Juruá” conta com apoio de recursos financeiros da Fundação Agrissus, instituição que fomenta a agricultura sustentável em diferentes localidades do Brasil.

Manutenção da saúde do solo

De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa, o manejo conservacionista envolve um conjunto de práticas sustentáveis, incluindo o  plantio direto, cobertura permanente do solo e o cultivo de uma diversidade de plantas de cobertura, entre outros aspectos que funcionam como base para a manutenção da saúde do solo. Esse modelo de produção favorece o aumento da matéria orgânica, fator que contribui para a retenção e disponibilidade de nutrientes para as plantas, favorece o desenvolvimento de microrganismos no solo, essenciais para a produção, e assegura mais água em situações de seca, além de possibilitar o acúmulo de carbono no solo, tema de importância global.

“A agricultura conservacionista proporciona ganhos econômicos e benefícios ambientais, entretanto, nessa alternativa de produção, a mudança não é restrita às práticas de manejo do solo, mas inclui a forma como o produtor rural enxerga o seu meio de vida. A adoção de práticas conservacionistas requer força de vontade e paciência, uma vez que os resultados são gradativos. Além disso, o agricultor deve buscar apoio junto a instituições de fomento à produção e organizações sociais”, enfatiza o pesquisador.

Alternativa ao uso do fogo

Segundo Daniel Lambertucci, analista da Embrapa, a agricultura conservacionista é uma alternativa ao uso do fogo, evita a abertura de novas áreas  e contribui para reduzir a  pressão sobre a floresta. “Por viabilizar a recuperação de solos degradados e permitir o uso de uma mesma área por longos períodos, com aumento da  produtividade agrícola, a tecnologia é recomendada para a produção sustentável em solos arenosos de propriedades rurais do Vale do Juruá e de outras regiões com essa característica”, afirma.

A agricultura conservacionista possibilita conciliar aumento da produção e conservação do solo. Para ampliar o uso dessa tecnologia no Acre e outros estados da Amazônia é necessário que os resultados gerados pela pesquisa científica se transformem em políticas públicas, voltadas para produtores rurais com diferentes perfis econômicos.

 

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