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Povos, solo e água se misturam no rico balaio da caatinga

Em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril, a Embrapa realizou, em seu canal no YouTube, uma série de quatro lives sobre o uso e o manejo sustentável do solo e da água desse bioma. Batizado de “Balaio dos Saberes da Caatinga – povos, solos e água”, o ciclo de rodas de conversa virtuais, voltado a agricultores, técnicos de desenvolvimento rural e demais interessados, teve sua terceira edição no dia 04 de maio com o tema Reúso da água e saneamento rural. Já no último dia o tema foi “Uso e manejo sustentável do solo”. A primeira contribuição para o balaio veio do IFPB, com o pesquisador Salomão de Sousa Medeiros, com o tema saneamento ambiental e reúso de água. Atualmente, no semiárido, há 1.100.000 cisternas para consumo humano (16 mil litros) e 202 mil cisternas para produção (52 mil litros). “Temos que avançar bastante no aproveitamento da água de chuva para produção agrícola” Já Roseli Freire de Melo, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), falou sobre o reúso da água cinza para fins agrícolas. Os principais motivos para reutilizar a água são a baixa precipitação, alta evaporação, precipitação pluviométrica irregular, água acumulada insuficiente. Mas afinal, o que é essa tal de água cinza? É o nome dado às águas residuais que são geradas nas atividades cotidianas em nossas casas, tais como as águas das lavagens de roupas, louças, pias de banheiro e banhos. “Os problemas gerados pelas águas cinzas sem tratamento são poluição das fontes de água, contaminação e alteração dos solos, proliferação de mosquitos e cheiro desagradável”, conta Roseli. E porque usar essas águas cinzas? Saneamento básico na zona rural, aumento da disponibilidade hídrica, fortalecimento de sistemas de produção familiar e manter homem no campo. “Transforma-se um problema em oportunidade”, frisa Roseli. A água cinza passa por um tratamento ates de ser utilizada no qual é usado raspas de madeira, areia lavada, brita e seixo. Existem onze sistemas instalados um Uauá (BA). Gherman Leal, também da Embrapa Semiárido, foi o palestrante seguinte, falando sobre as águas salobras e a biossalinidade como uma alternativa para a agricultura camponesa. “Existem cerca de 594 milhões de hectares de solos salinos na superfície da terra, em todos os continentes”, informou o cientista. “A salinidade é uma condição intrínseca ao nosso semiárido”. Já o convidado seguinte veio de São Carlos (SP), mais especificamente da Embrapa Instrumentação, Wilson Tadeu Lopes da Silva. “Mais de 40% da população rural brasileira adota o sistema de cavar um buraco/fossa onde os dejetos sanitários são depositados, com grande risco de contaminação dos lençóis freáticos. Isso não pode acontecer, mas infelizmente é muito fácil de ser feito.” A Embrapa Instrumentação adota duas principais tecnologias de saneamento de esgoto: a fossa séptica biodigestora e o jardim filtrante. A jovem camponesa, aniversariante, Sara Constâncio, agricultora experimentadora do Assentamento São Domingos, no Seridó Oriental Paraibano foi a última convidada do dia. “Ver essas tecnologias maravilhosas alegrou ainda mais meu aniversário”, até porque sou beneficiária de algumas dessas práticas” Neste terceiro dia a moderação ficou a cargo de Daniel Weber, da Embrapa Solos UEP Recife. Assista o terceiroBalaio na íntegra aqui. No último dia No quarto e último dia do “Balaio dos Saberes da Caatinga – povos, solos e água” o tema foi o uso e o manejo sustentável do solo. Quem deu o pontapé inicial foi a chefe geral da Embrapa Solos Petula Ponciano. “Acredito que o objetivo de promover essa ampla troca de conhecimento e experiências sobre o manejo sustentável da caatinga foi atingido”. Os Zoneamentos da pequena propriedade foi o assunto abordado por José Coelho de Araújo Filho, da Embrapa Solos UEP Recife. “Os zoneamentos individualizam os ambientes distintos que ocorrem numa região voltados para o uso racional das terras”. Os solos vermelhos, profundos e bem drenados geralmente, são os melhores, e não poderia ser diferente no semiárido. A saúde da terra foi destrinchada por Simão Lindoso de Souza, da UFPB. “Precisamos fazer uma reavaliação da nossa ideia de fertilidade do solo. Procuro uma abordagem mais biológica para entender a fertilidade do solo. Tento não usar o termo “fertilidade”, mas sim “saúde” da terra”. Para isso é imprescindível o aprendizado com os agricultores porque trabalhando com a terra eles sabem avaliar quais os melhores locais para se plantar, por exemplo, milho, macaxeira ou o coco. Já construção coletiva do conhecimento foi assunto para João Roberto Correia, da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió-AL). “Essa construção é o conhecimento compartilhado entre pessoas em um processo colaborativo, baseado na experiência pessoal de cada um. O aprendizado é uma atividade social e coletiva, e não solitária. É um processo no qual as pessoas criam novos conhecimentos e conteúdos de forma colaborativa.” O saber local foi representado pela agricultora/exprimentadora Gerusa da Silva Marques, do Sítio Pedra d’Água, município de Massaranduba (PB). “Fui criada fazendo a agricultura convencional, agora estou em transição para uma agricultura agroecológica. Graças a isso tenho o prazer de alimentar não só minha família como também vender um pouco e fazer uma pequena renda extra” A moderação deste quarto dia ficou sob a batuta de Luís de França, da Embrapa Solos UEP Recife. Assista ao quarto dia da troca de saberes aqui. Instituições envolvidas Embrapa Solos – UEP Recife Embrapa Caprinos e Ovinos (CE) Embrapa Semiárido (PE) Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE) Embrapa Instrumentação (SP) Embrapa Agrobiologia (RJ) Embrapa Alimentos e Território (AL) Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Instituto Federal da Paraíba (IFPB) Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do RN (SEDRAF)

Em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga, celebrado em 28 de abril, a Embrapa realizou, em seu canal no YouTube, uma série de quatro lives sobre o uso e o manejo sustentável do solo e da água desse bioma. Batizado de “Balaio dos Saberes da Caatinga – povos, solos e água”, o ciclo de rodas de conversa virtuais, voltado a agricultores, técnicos de desenvolvimento rural e demais interessados, teve sua terceira edição no dia 04 de maio com o tema Reúso da água e saneamento rural. Já no último dia o tema foi “Uso e manejo sustentável do solo”.

A primeira contribuição para o balaio veio do IFPB, com o pesquisador Salomão de Sousa Medeiros, com o tema saneamento ambiental e reúso de  água. Atualmente, no semiárido, há 1.100.000 cisternas para consumo humano (16 mil litros) e 202 mil cisternas para produção (52 mil litros). “Temos que avançar bastante no aproveitamento da água de chuva para produção agrícola”

Já Roseli Freire de Melo, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), falou sobre o reúso da água cinza para fins agrícolas. Os principais motivos para reutilizar a água são a baixa precipitação, alta evaporação, precipitação pluviométrica irregular, água acumulada insuficiente. 

Mas afinal, o que é essa tal de água cinza? É o nome dado às águas residuais que são geradas nas atividades cotidianas em nossas casas, tais como as águas das lavagens de roupas, louças, pias de banheiro e banhos. “Os problemas gerados pelas águas cinzas sem tratamento são poluição das fontes de água, contaminação e alteração dos solos, proliferação de mosquitos e cheiro desagradável”, conta Roseli.

E porque usar essas águas cinzas? Saneamento básico na zona rural, aumento da disponibilidade hídrica, fortalecimento de sistemas de produção familiar e manter homem no campo. “Transforma-se um problema em oportunidade”, frisa Roseli.

A água cinza passa por um tratamento ates de ser utilizada no qual é usado raspas de madeira, areia lavada, brita e seixo.

Existem onze sistemas instalados um Uauá (BA).

Gherman Leal, também da Embrapa Semiárido, foi o palestrante seguinte, falando sobre as águas salobras e a biossalinidade como uma alternativa para a agricultura camponesa. “Existem cerca de 594 milhões de hectares de solos salinos na superfície da terra, em todos os continentes”, informou o cientista. “A salinidade é uma condição intrínseca ao nosso semiárido”.

Já o convidado seguinte veio de São Carlos (SP), mais especificamente da Embrapa Instrumentação, Wilson Tadeu Lopes da Silva. “Mais de 40% da população rural brasileira adota o sistema de cavar um buraco/fossa onde os dejetos sanitários são depositados, com grande risco de contaminação dos lençóis freáticos. Isso não pode acontecer, mas infelizmente é muito fácil de ser feito.” A Embrapa Instrumentação adota duas principais tecnologias de saneamento de esgoto: a fossa séptica biodigestora e o jardim filtrante.

A jovem camponesa, aniversariante, Sara Constâncio, agricultora experimentadora do Assentamento São Domingos, no Seridó Oriental Paraibano foi a última convidada do dia. “Ver essas tecnologias maravilhosas alegrou ainda mais meu aniversário”, até porque sou beneficiária de algumas dessas práticas”

Neste terceiro dia a moderação ficou a cargo de Daniel Weber, da Embrapa Solos UEP Recife.

Assista o terceiroBalaio na íntegra aqui

No último dia

No quarto e último dia do “Balaio dos Saberes da Caatinga – povos, solos e água” o tema foi o uso e o manejo sustentável do solo.

Quem deu o pontapé inicial foi a chefe geral da Embrapa Solos Petula Ponciano. “Acredito que o objetivo de promover essa ampla troca de conhecimento e experiências sobre o manejo sustentável da caatinga foi atingido”.

Os Zoneamentos da pequena propriedade foi o assunto abordado por José Coelho de Araújo Filho, da Embrapa Solos UEP Recife. “Os zoneamentos individualizam os ambientes distintos que ocorrem numa região voltados para o uso racional das terras”. Os solos vermelhos, profundos e bem drenados geralmente, são os melhores, e não poderia ser diferente no semiárido.

A saúde da terra foi destrinchada por Simão Lindoso de Souza, da UFPB. “Precisamos fazer uma reavaliação da nossa ideia de fertilidade do solo. Procuro uma abordagem mais biológica para entender a fertilidade do solo. Tento não usar o termo “fertilidade”, mas sim “saúde” da terra”. Para isso é imprescindível o aprendizado com os agricultores porque trabalhando com a terra eles sabem avaliar quais os melhores locais para se plantar, por exemplo, milho, macaxeira ou o coco.  

Já construção coletiva do conhecimento foi assunto para João Roberto Correia, da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió-AL). “Essa construção é o conhecimento compartilhado entre pessoas em um processo colaborativo, baseado na experiência pessoal de cada um. O aprendizado é uma atividade social e coletiva, e não solitária. É um processo no qual as pessoas criam novos conhecimentos e conteúdos de forma colaborativa.”

O saber local foi representado pela agricultora/exprimentadora Gerusa da Silva Marques, do Sítio Pedra d’Água, município de Massaranduba (PB). “Fui criada fazendo a agricultura convencional, agora estou em transição para uma agricultura agroecológica. Graças a isso tenho o prazer de alimentar não só minha família como também vender um pouco e fazer uma pequena renda extra”

A moderação deste quarto dia ficou sob a batuta de Luís de França, da Embrapa Solos UEP Recife.

Assista ao quarto dia da troca de saberes aqui

Instituições envolvidas

  • Embrapa Solos – UEP Recife
  • Embrapa Caprinos e Ovinos (CE)
  • Embrapa Semiárido (PE)
  • Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE)
  • Embrapa Instrumentação (SP)
  • Embrapa Agrobiologia (RJ)
  • Embrapa Alimentos e Território (AL)
  • Articulação Semiárido Brasileiro (ASA)
  • Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa)
  • Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
  • Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
  • Instituto Federal da Paraíba (IFPB)
  • Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do RN (SEDRAF)

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