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Programa de rádio da Embrapa destaca tecnologias disponíveis para a pecuária brasileira

Nesta semana, o Prosa Rural divulga estratégias para o pecuarista manejar seu pasto a partir de práticas adequadas, como ocorre com as lavouras, resultando em ganhos de eficiência com o aumento da produtividade animal, ao mesmo tempo em que conserva o solo e evita os efeitos indesejáveis da degradação e dos períodos de seca. A pesquisadora Giovana Maciel, da Embrapa Cerrados, explica quais são os benefícios trazidos ao sistema produtivo com essa prática, capaz de transformar o modelo tradicional da pecuária brasileira, a partir da incorporação de tecnologias mais apropriadas que garantem um melhor custo-benefício. Mais sobre o tema A produtividade da pecuária brasileira, em média, é de 2 a 3 arrobas por hectare por ano, com taxa de lotação de 0,5 a 1 unidade animal (UA = 450 quilos de peso vivo) por hectare. Em trabalhos desenvolvidos pela Embrapa, em pastos bem manejados, foi possível obter produtividades de 16 a 18 arrobas por hectare por ano, com taxas de três UAs por hectare. Isso significa aproveitar melhor a área e ainda garantir melhor desempenho dos animais. Ainda assim, o Brasil tem o maior rebanho do mundo, com mais de 220 milhões de cabeças de gado, e é o maior exportador de carne bovina. A pesquisa tem mostrado que esse resultado pode ser ainda melhor. Isso porque há anos a pesquisa vem desenvolvendo soluções para o setor, desde recomendações para manejo do gado até o desenvolvimento de espécies mais adaptadas e produtivas. O grande gargalo é que historicamente, no Brasil, as áreas de pastagem não recebem os cuidados para que expressem todo seu potencial, como acontece com as lavouras. Os pecuaristas se limitam a colocar o gado para pastar e quando a capacidade de suporte dos pastos já não é suficiente para proporcionar uma engorda adequada dos animais, procura-se uma nova área. E assim ocorre em todas as regiões do País há centenas de anos. “O uso de capins rústicos, aliado às condições climáticas favoráveis e à qualidade do solo de áreas recém-desmatadas, criou para os pecuaristas uma falsa ilusão de que a pastagem não necessita dos mesmos cuidados que as lavouras de grão. Em virtude dessa forma de ‘tocar’ a fazenda, hoje temos no Brasil 60% ou mais de áreas de pastagens degradadas, em menor ou maior escala”, conta a pesquisadora da Embrapa. A degradação ocorre por uma série de fatores. A pesquisadora explica que muitos pecuaristas não pensam na sua pastagem como uma lavoura. Mas ela afirma: “o pasto é sim uma lavoura”, da qual a produção esperada é de quilos de carne ou litros de leite por hectare. E assim como todo agricultor sabe qual foi sua produção naquela safra e quanto foi seu custo de produção, o pecuarista precisa deter essas informações para melhorar sua atividade. “O nosso objetivo é mudar esse modelo ‘tradicional’ da pecuária brasileira para um sistema produtivo moderno, que leva em consideração a adoção de tecnologias e acima de tudo a relação custo e benefício proporcionada por elas”, destaca. Para a região do Cerrado, onde há deficiência de nutrientes essenciais para o desenvolvimento adequado das plantas, a pesquisadora recomenda a adoção de várias tecnologias já disponíveis para melhorar a qualidade do solo, do rebanho e das pastagens. Ela elenca as seguintes como essenciais: correção da acidez e manejo da fertilidade do solo, de acordo com resultados da análise do solo; escolha adequada da forrageira; uso de sementes certificadas e de alta qualidade. A Embrapa já lançou diversas cultivares que atendem a diferentes situações, como, o capim BRS Zuri, que proporciona alto desempenho dos animais e altas taxas de lotação no período chuvoso; a BRS Ypiporã, indicada para regiões que têm problemas com a cigarrinha das pastagens, garantindo ainda ganho elevado de peso dos animais (0,675 kg/animal/dia); e a BRS Paiaguás, com boa tolerância à falta de chuvas. Cabe ao pecuarista escolher a que melhor se adequa à sua região e às suas condições de produção. O Prosa Rural é o programa de rádio da Embrapa. Para ouvir, acesse: embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/51964423/prosa-rural—estrategias-para-cuidar-do-pasto-como-se-fosse-uma-lavoura

Nesta semana, o Prosa Rural divulga estratégias para o pecuarista manejar seu pasto a partir de práticas adequadas, como ocorre com as lavouras, resultando em ganhos de eficiência com o aumento da produtividade animal, ao mesmo tempo em que conserva o solo e evita os efeitos indesejáveis da degradação e dos períodos de seca.

A pesquisadora Giovana Maciel, da Embrapa Cerrados, explica quais são os benefícios trazidos ao sistema produtivo com essa prática, capaz de transformar o modelo tradicional da pecuária brasileira, a partir da incorporação de tecnologias mais apropriadas que garantem um melhor custo-benefício. 

Mais sobre o tema

A produtividade da pecuária brasileira, em média, é de 2 a 3 arrobas por hectare por ano, com taxa de lotação de 0,5 a 1 unidade animal (UA = 450 quilos de peso vivo) por hectare. Em trabalhos desenvolvidos pela Embrapa, em pastos bem manejados, foi possível obter produtividades de 16 a 18 arrobas por hectare por ano, com taxas de três UAs por hectare.

Isso significa aproveitar melhor a área e ainda garantir melhor desempenho dos animais. Ainda assim, o Brasil tem o maior rebanho do mundo, com mais de 220 milhões de cabeças de gado, e é o maior exportador de carne bovina.

A pesquisa tem mostrado que esse resultado pode ser ainda melhor. Isso porque há anos a pesquisa vem desenvolvendo soluções para o setor, desde recomendações para manejo do gado até o desenvolvimento de espécies mais adaptadas e produtivas.

O grande gargalo é que historicamente, no Brasil, as áreas de pastagem não recebem os cuidados para que expressem todo seu potencial, como acontece com as lavouras. Os pecuaristas se limitam a colocar o gado para pastar e quando a capacidade de suporte dos pastos já não é suficiente para proporcionar uma engorda adequada dos animais, procura-se uma nova área. E assim ocorre em todas as regiões do País há centenas de anos. 

“O uso de capins rústicos, aliado às condições climáticas favoráveis e à qualidade do solo de áreas recém-desmatadas, criou para os pecuaristas uma falsa ilusão de que a pastagem não necessita dos mesmos cuidados que as lavouras de grão. Em virtude dessa forma de ‘tocar’ a fazenda, hoje temos no Brasil 60% ou mais de áreas de pastagens degradadas, em menor ou maior escala”, conta a pesquisadora da Embrapa. 

A degradação ocorre por uma série de fatores. A pesquisadora explica que muitos pecuaristas não pensam na sua pastagem como uma lavoura. Mas ela afirma: “o pasto é sim uma lavoura”, da qual a produção esperada é de quilos de carne ou litros de leite por hectare. E assim como todo agricultor sabe qual foi sua produção naquela safra e quanto foi seu custo de produção, o pecuarista precisa deter essas informações para melhorar sua atividade. “O nosso objetivo é mudar esse modelo ‘tradicional’ da pecuária brasileira para um sistema produtivo moderno, que leva em consideração a adoção de tecnologias e acima de tudo a relação custo e benefício proporcionada por elas”, destaca.

Para a região do Cerrado, onde há deficiência de nutrientes essenciais para o desenvolvimento adequado das plantas, a pesquisadora recomenda a adoção de várias tecnologias já disponíveis para melhorar a qualidade do solo, do rebanho e das pastagens. Ela elenca as seguintes como essenciais: correção da acidez e manejo da fertilidade do solo, de acordo com resultados da análise do solo; escolha adequada da forrageira; uso de sementes certificadas e de alta qualidade. 

A Embrapa já lançou diversas cultivares que atendem a diferentes situações, como, o capim BRS Zuri, que proporciona alto desempenho dos animais e altas taxas de lotação no período chuvoso; a BRS Ypiporã, indicada para regiões que têm problemas com a cigarrinha das pastagens, garantindo ainda ganho elevado de peso dos animais (0,675 kg/animal/dia); e a BRS Paiaguás, com boa tolerância à falta de chuvas. Cabe ao pecuarista escolher a que melhor se adequa à sua região e às suas condições de produção.

O Prosa Rural é o programa de rádio da Embrapa. 
Para ouvir, acesse: embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/51964423/prosa-rural—estrategias-para-cuidar-do-pasto-como-se-fosse-uma-lavoura

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