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Agrotins 2018: Piscicultores discutem gargalos na produção de nativos com Ruraltins e Embrapa

A piscicultura é uma atividade na qual adquirir novos conhecimentos deve ser uma constante e a velha máxima “a união faz a força” vale mais do que nunca, sobretudo para os pequenos produtores. Essas são algumas conclusões da roda de conversa “Desafios técnicos para produção de espécies nativas em tanques rede no reservatório do Lajeado”, ocorrida na tarde de ontem (10) na 18ª Agrotins, em Palmas, Tocantins. O auditório do Portal da Aquicultura e Pesca ficou pequeno para comportar o público, formado em sua maioria por piscicultores, que se aglomeraram para debater os principais desafios da atividade com pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) e técnicos da Ruraltins, com a mediação da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento em Palmas (Seagro).

A pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Flávia Tavares, iniciou o evento apresentando dados zootécnicos e econômicos do levantamento realizado com criadores de tambaqui no sul do estado. Após mapeamento de custos, foi constatado prejuízo na produção. “Apesar da boa relação entre a quantidade de ração oferecida e o ganho de peso do peixe, constatamos que de 12 a 15 meses houve um prejuízo de R$ 2,81 por quilo do pescado. Já a partir dos seis meses constatamos que o produtor não lucra nada. Seu custo de produção é de R$ 4,99,  praticamente o mesmo preço que ele vende na feira”, informou. 

O pesquisador da Embrapa Manoel Xavier Pedroza também apresentou dados de levantamentos realizados no município de Sucupira (Tocantins), no Reservatório de Manso (Mato Grosso) e no Reservatório de Tucuruí (Pará). Os prejuízos apareceram da mesma forma. “Em Sucupira, os produtores perdem até 50 centavos por quilo de peixe. Em Manso, os custos somente com ração e compra de alevinos chegam a R$ 3,80, fora energia e mão de obra”, destacou.

Gargalos apontados – Entre as causas apontadas pelos pesquisadores para justificar o problema estão a ausência de linhagens melhoradas e selecionadas para cultivo em tanque-rede, manejo inadequado dos alevinos nos viveiros de origem, densidade elevada, falta de rações específicas para tambaqui e alimentação inadequada. Andrey Chama da Costa, técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), concorda que a falta de recursos faz com que o manejo seja prejudicado. “Criar peixe é fácil, difícil é fechar as contas. Vimos casos em que, na falta de balsas para fazer a despesca, os produtores levantavam os tanques-rede, diminuindo a vida útil do equipamento”, relatou ele, para quem a falta de financiamento bancário é um dos maiores gargalos para a produção, ao lado da resistência de alguns piscicultores em assimilar novos conhecimentos. “Houve situações em que levamos produtores de Lajeado para Sucupira para promover a troca de informações, mas nem todos estão abertos para isso. Tampouco estão dispostos a se unir para dividir custos. Aí depois reclamam que estão tendo prejuízos”, lamenta Andrey.

O secretário de agricultura de Brejinho de Nazaré, Luciano Domingos de Paula, concorda com o técnico da Ruraltins. Para ele, é fundamental que os piscicultores se unissem para gerar mais volume, conseguir maior poder de barganha no preço do pescado e dividir custos. “Se não se juntar em associações, grupos, não tem jeito”, resume. 

Geânio Lopes Abreu, piscicultor do parque aquícola de Lajeado, sabe bem a importância da união de forças. “Tenho sempre buscado parcerias, porque os custos são altos”, justifica ele. Segundo Geânio, o peixe nativo é muito exigente e seu manejo é caro. A saída é se juntar com outros produtores para dividir despesas. “Sempre chamo os colegas para comprar gelo em Palmas porque juntos conseguimos comprar uma quantidade maior e baratear no preço”, ensina ele, que continua: “os que não se uniram estão quebrando”.

A importância de estar sempre aberto para adquirir novos conhecimentos também foi lembrada pelo grupo. O produtor Enoc Mendes Ferreira, do parque aquícola de Sucupira, elogiou a parceria com a Embrapa. “A gente aprende o que não sabe e passa a nossa experiência. Nunca podemos parar de aprender”, afirma. “Temos participado de eventos para obter mais informações e busco trocar experiências com outros produtores”, concorda Geânio, que além de piscicultor é também pescador. “Não tenho do que reclamar. No meu caso era muito complicado sair 18h para pescar e passar três dias sem voltar para casa por não ter atingido a quantidade necessária que eu precisava alcançar. Com a piscicultura, a qualquer hora que o comerciante me procurar, eu tenho peixe na mão”, comemora.

A piscicultura é uma atividade na qual adquirir novos conhecimentos deve ser uma constante e a velha máxima “a união faz a força” vale mais do que nunca, sobretudo para os pequenos produtores. Essas são algumas conclusões da roda de conversa “Desafios técnicos para produção de espécies nativas em tanques rede no reservatório do Lajeado”, ocorrida na tarde de ontem (10) na 18ª Agrotins, em Palmas, Tocantins. O auditório do Portal da Aquicultura e Pesca ficou pequeno para comportar o público, formado em sua maioria por piscicultores, que se aglomeraram para debater os principais desafios da atividade com pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) e técnicos da Ruraltins, com a mediação da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento em Palmas (Seagro).

A pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Flávia Tavares, iniciou o evento apresentando dados zootécnicos e econômicos do levantamento realizado com criadores de tambaqui no sul do estado. Após mapeamento de custos, foi constatado prejuízo na produção. “Apesar da boa relação entre a quantidade de ração oferecida e o ganho de peso do peixe, constatamos que de 12 a 15 meses houve um prejuízo de R$ 2,81 por quilo do pescado. Já a partir dos seis meses constatamos que o produtor não lucra nada. Seu custo de produção é de R$ 4,99,  praticamente o mesmo preço que ele vende na feira”, informou. 

O pesquisador da Embrapa Manoel Xavier Pedroza também apresentou dados de levantamentos realizados no município de Sucupira (Tocantins), no Reservatório de Manso (Mato Grosso) e no Reservatório de Tucuruí (Pará). Os prejuízos apareceram da mesma forma. “Em Sucupira, os produtores perdem até 50 centavos por quilo de peixe. Em Manso, os custos somente com ração e compra de alevinos chegam a R$ 3,80, fora energia e mão de obra”, destacou.

Gargalos apontados – Entre as causas apontadas pelos pesquisadores para justificar o problema estão a ausência de linhagens melhoradas e selecionadas para cultivo em tanque-rede, manejo inadequado dos alevinos nos viveiros de origem, densidade elevada, falta de rações específicas para tambaqui e alimentação inadequada. Andrey Chama da Costa, técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), concorda que a falta de recursos faz com que o manejo seja prejudicado. “Criar peixe é fácil, difícil é fechar as contas. Vimos casos em que, na falta de balsas para fazer a despesca, os produtores levantavam os tanques-rede, diminuindo a vida útil do equipamento”, relatou ele, para quem a falta de financiamento bancário é um dos maiores gargalos para a produção, ao lado da resistência de alguns piscicultores em assimilar novos conhecimentos. “Houve situações em que levamos produtores de Lajeado para Sucupira para promover a troca de informações, mas nem todos estão abertos para isso. Tampouco estão dispostos a se unir para dividir custos. Aí depois reclamam que estão tendo prejuízos”, lamenta Andrey.

O secretário de agricultura de Brejinho de Nazaré, Luciano Domingos de Paula, concorda com o técnico da Ruraltins. Para ele, é fundamental que os piscicultores se unissem para gerar mais volume, conseguir maior poder de barganha no preço do pescado e dividir custos. “Se não se juntar em associações, grupos, não tem jeito”, resume. 

Geânio Lopes Abreu, piscicultor do parque aquícola de Lajeado, sabe bem a importância da união de forças. “Tenho sempre buscado parcerias, porque os custos são altos”, justifica ele. Segundo Geânio, o peixe nativo é muito exigente e seu manejo é caro. A saída é se juntar com outros produtores para dividir despesas. “Sempre chamo os colegas para comprar gelo em Palmas porque juntos conseguimos comprar uma quantidade maior e baratear no preço”, ensina ele, que continua: “os que não se uniram estão quebrando”.

A importância de estar sempre aberto para adquirir novos conhecimentos também foi lembrada pelo grupo. O produtor Enoc Mendes Ferreira, do parque aquícola de Sucupira, elogiou a parceria com a Embrapa. “A gente aprende o que não sabe e passa a nossa experiência. Nunca podemos parar de aprender”, afirma. “Temos participado de eventos para obter mais informações e busco trocar experiências com outros produtores”, concorda Geânio, que além de piscicultor é também pescador. “Não tenho do que reclamar. No meu caso era muito complicado sair 18h para pescar e passar três dias sem voltar para casa por não ter atingido a quantidade necessária que eu precisava alcançar. Com a piscicultura, a qualquer hora que o comerciante me procurar, eu tenho peixe na mão”, comemora.

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