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Atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a canola pode dar um novo impulso ao cultivo da oleaginosa no Brasil

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no Diário Oficial da União de 14 de janeiro as portarias para atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da cultura da canola. Os estudos foram coordenados pela Embrapa Trigo (RS) no âmbito da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento do Zarc, com o apoio do ministério e do Banco Central do Brasil. A canola é uma cultura em expansão no Brasil. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (ABRASCANOLA), em 2024, cultivou-se no País cerca de 186 mil hectares, sendo a principal zona de produção o Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal. “Inequivocamente, o movimento dessa cultura rumo à região tropical pode ser feito com melhor embasamento técnico se levado em consideração o novo Zarc da canola no Brasil”, destaca Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo, que coordenou a equipe responsável pela elaboração do trabalho. O primeiro Zarc para a canola foi publicado em 2008, com indicação de cultivo no Rio Grande do Sul, exclusivamente para o sistema sequeiro. Depois, foram estendidos os resultados para outros estados e, em 2021, incluído o sistema irrigado como alternativa para os estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, caso do Oeste da Bahia. A atualização do Zarc da canola, sistemas sequeiro e irrigado, foi elaborada dentro dos padrões da nova sistemática de avaliação da disponibilidade de água nos solos (6 classes), em vez da tipificação genérica dos solos 1, 2 e 3. Além dos riscos de geada, no estabelecimento e na floração, o novo Zarc para a cultura contemplou o risco de seca em função de cada solo que a lavoura será cultivada. Foram identificados municípios e épocas de semeadura preferenciais para o cultivo de canola, com probabilidades de perdas de rendimento de grãos devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos inferiores a 20%, 30% e 40%. “As informações disponibilizadas consolidam o Zarc como poderosa ferramenta de gestão de risco climático, para a expansão da área cultivada, redução das perdas de produtividade e estabilidade da produção dessa oleaginosa no Brasil”, destaca Cunha. Produção de óleo, ração e biocombustível A totalidade da produção de grãos de canola no Brasil é direcionada para a produção de óleo comestível, que é o seu subproduto mais nobre. O óleo de canola apresenta propriedades de elevado valor nutricional, considerado entre os melhores óleos vegetais para o consumo humano. Ele também pode ser utilizado para a produção de biocombustível, semelhante ao que é praticado em vários países da Europa, ou ainda, ser utilizado para diversos outros fins na indústria. No esmagamento do grão de canola sobra o subproduto que é utilizado como farelo para a composição de rações usadas na produção animal. Na escala mundial, a canola é a terceira maior oleaginosa, perdendo, em produção, apenas para as palmáceas e para a soja, seu concorrente direto em termos de grãos produtores de óleo. Em relação à soja, a canola tem a vantagem de produzir o dobro de óleo por hectare, já que o grão é composto de, aproximadamente, 40% de óleo, enquanto no grão de soja o teor de óleo oscila ao redor de 20%. A canola se diferencia das principais espécies produtoras de grãos, que, em geral, são gramíneas ou leguminosas, por ser uma brássica. Além de ter sistema radicular pivotante, contribuindo no condicionamento físico do solo, a sua inserção em sistemas de produção de grãos auxilia na quebra do ciclo de doenças, especialmente aquelas que possuem fases associadas aos restos culturais ou ao solo. “Assim, a canola constitui-se em uma excelente alternativa para compor sistemas de rotação de culturas, necessários para estabilidade e/ou aumento da produtividade de grãos nos cultivos de inverno no Brasil. E, por ser uma espécie de inverno, não compete pela mesma estação de crescimento da soja, a nossa cultura produtora de grãos mais importante”, ressalta Cunha. Aplicativo Zarc Plantio Certo O Zoneamento de Risco Climático (Zarc) da cultura da canola poderá ser acessado no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (SP) e disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos para os sistemas iOS e Android. Os resultados do Zarc também podem ser consultados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”, no site do Ministério da Agricultura e Pecuária.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no Diário Oficial da União de 14 de janeiro as portarias para atualização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) da cultura da canola. Os estudos foram coordenados pela Embrapa Trigo (RS) no âmbito da Rede de Pesquisa e Desenvolvimento do Zarc, com o apoio do ministério e do Banco Central do Brasil.

A canola é uma cultura em expansão no Brasil. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (ABRASCANOLA), em 2024, cultivou-se no País cerca de 186 mil hectares, sendo a principal zona de produção o Rio Grande do Sul, seguido pelo Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Distrito Federal. “Inequivocamente, o movimento dessa cultura rumo à região tropical pode ser feito com melhor embasamento técnico se levado em consideração o novo Zarc da canola no Brasil”, destaca Gilberto Cunha, agrometeorologista da Embrapa Trigo, que coordenou a equipe responsável pela elaboração do trabalho.

O primeiro Zarc para a canola foi publicado em 2008, com indicação de cultivo no Rio Grande do Sul, exclusivamente para o sistema sequeiro. Depois, foram estendidos os resultados para outros estados e, em 2021, incluído o sistema irrigado como alternativa para os estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, caso do Oeste da Bahia. A atualização do Zarc da canola, sistemas sequeiro e irrigado, foi elaborada dentro dos padrões da nova sistemática de avaliação da disponibilidade de água nos solos (6 classes), em vez da tipificação genérica dos solos 1, 2 e 3.

Além dos riscos de geada, no estabelecimento e na floração, o novo Zarc para a cultura contemplou o risco de seca em função de cada solo que a lavoura será cultivada. Foram identificados municípios e épocas de semeadura preferenciais para o cultivo de canola, com probabilidades de perdas de rendimento de grãos devido à ocorrência de eventos meteorológicos adversos inferiores a 20%, 30% e 40%. “As informações disponibilizadas consolidam o Zarc como poderosa ferramenta de gestão de risco climático, para a expansão da área cultivada, redução das perdas de produtividade e estabilidade da produção dessa oleaginosa no Brasil”, destaca Cunha.

Produção de óleo, ração e biocombustível

A totalidade da produção de grãos de canola no Brasil é direcionada para a produção de óleo comestível, que é o seu subproduto mais nobre. O óleo de canola apresenta propriedades de elevado valor nutricional, considerado entre os melhores óleos vegetais para o consumo humano. Ele também pode ser utilizado para a produção de biocombustível, semelhante ao que é praticado em vários países da Europa, ou ainda, ser utilizado para diversos outros fins na indústria.

No esmagamento do grão de canola sobra o subproduto que é utilizado como farelo para a composição de rações usadas na produção animal. Na escala mundial, a canola é a terceira maior oleaginosa, perdendo, em produção, apenas para as palmáceas e para a soja, seu concorrente direto em termos de grãos produtores de óleo. Em relação à soja, a canola tem a vantagem de produzir o dobro de óleo por hectare, já que o grão é composto de, aproximadamente, 40% de óleo, enquanto no grão de soja o teor de óleo oscila ao redor de 20%.

A canola se diferencia das principais espécies produtoras de grãos, que, em geral, são gramíneas ou leguminosas, por ser uma brássica. Além de ter sistema radicular pivotante, contribuindo no condicionamento físico do solo, a sua inserção em sistemas de produção de grãos auxilia na quebra do ciclo de doenças, especialmente aquelas que possuem fases associadas aos restos culturais ou ao solo. “Assim, a canola constitui-se em uma excelente alternativa para compor sistemas de rotação de culturas, necessários para estabilidade e/ou aumento da produtividade de grãos nos cultivos de inverno no Brasil. E, por ser uma espécie de inverno, não compete pela mesma estação de crescimento da soja, a nossa cultura produtora de grãos mais importante”, ressalta Cunha.

Aplicativo Zarc Plantio Certo

O Zoneamento de Risco Climático (Zarc) da cultura da canola poderá ser acessado no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (SP) e disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos para os sistemas iOS e Android. Os resultados do Zarc também podem ser consultados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos”, no site do Ministério da Agricultura e Pecuária.

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