A Oficina “Indicadores da Vegetação para Monitoramento e Avaliação da Recuperação Ambiental”, realizada na Sede da Embrapa, em Brasília (DF), terminou na sexta-feira (29/11) com um balanço positivo. O evento faz parte de um plano estratégico que reúne diversas instituições e visa promover ações voltadas à restauração ecológica no Brasil. Durante cinco dias – a oficina começou em 25/11 – especialistas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Empresa Recursos Genéticos e Biotecnologia, da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID Brasil) e do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) definiram indicadores para aferir a eficácia de estratégias de recuperação ambiental no Brasil, específicas para cada bioma do País. A iniciativa contou ainda com o apoio do ASL Brasil – Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, do Projeto Mata Atlântica – Biodiversidade e Mudanças Climáticas, e do Projeto GEF Terrestre – Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal. Marco Em sua fala no encerramento do evento, Alexandre Sampaio, analista ambiental do ICMBio, ressaltou que os resultados alcançados nos dias de discussão superaram as expectativas iniciais. “Esse encontro representa um marco na restauração ambiental, promovendo um salto significativo em termos de critérios e padrões a serem seguidos no Brasil”, assinalou. Sampaio ressaltou a importância de estabelecer um padrão de qualidade para a restauração, superando a falta de parâmetros anterior e reconhecendo que as normas atuais foram influenciadas pelo conhecimento acadêmico. “A mensuração de resultados e a fundamentação científica são essenciais para o avanço das políticas de restauração”, afirmou. O analista do ICMBio enfatizou que o documento gerado na oficina será aprimorado com contribuições coletivas e mencionou que o compromisso com a participação e o respeito às discussões realizadas foi reafirmado, destacando a necessidade de considerar as legislações estaduais e a hierarquia das normas. “As opiniões dos participantes serão levadas em conta no processo de implementação das propostas, mesmo que nem todas as opiniões possam ser atendidas. O foco será sempre na melhoria contínua, guiada pelo conhecimento e pela colaboração da comunidade. A construção coletiva é fundamental para alcançar mudanças significativas na restauração ambiental”, disse. Planaveg Mateus Motter Dala Senta, analista ambiental do MMA, também destacou que a oficina superou as expectativas em termos de contribuição para a definição de indicadores comuns para diferentes biomas e formações vegetais brasileiras. Ele mencionou que a discussão faz parte do processo de implementação do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que passou por uma revisão de quase um ano e será lançado em breve por meio de uma resolução, provavelmente até 10 de dezembro, com foco na definição de indicadores que ajudem a monitorar a restauração em áreas públicas. Dala Senta também destacou a colaboração com projetos internacionais para desenvolver protocolos específicos de recuperação para diversos biomas, reforçado a necessidade de informações técnicas mais acessíveis. O analista falou ainda da importância da parceria com instituições como Ibama, Embrapa e ICMBio na atualização do Planaveg e dos desafios que virão nos próximos quatro anos para sua implementação. “Sem dúvida, esta oficina foi um passo inicial crucial para o avanço do processo de restauração ambiental no Brasil.” Colaboração Ana Luiza Violato Espada, especialista em gênero e governança florestal do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), enfatizou a importância da articulação entre diferentes setores, incluindo academia, governo e comunidades locais, para a restauração ambiental. “A oficina foi um resultado dessa colaboração, com o objetivo de desenvolver uma plataforma mais ampla para o monitoramento e a implementação de indicadores de restauração, especialmente em áreas federais e estaduais”, comentou. Ela também enfatizou a importância de fortalecer parcerias e a troca de conhecimentos entre especialistas e comunidades que atuam no dia a dia da restauração. Ana Luíza expressou sua gratidão pelo empenho dos participantes e pelas organizações que tornaram o evento possível, ressaltando a importância de continuar essa articulação nos próximos anos. “A oficina foi um primeiro passo para implementar protocolos e testar práticas em campo, com a expectativa de que as colaborações se intensifiquem e que o aprendizado contínuo seja um pilar fundamental para o sucesso das iniciativas futuras”, finalizou. Aprendizado Daniel Vieira, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, agradeceu pelo rico aprendizado durante o evento, destacando a importância da colaboração entre academia, executores e órgãos do Estado na restauração ambiental. Para ele, o principal resultado foi a troca de conhecimentos e experiências, que enriquecerá futuras discussões sobre restauração, e que todos saíram com novas perspectivas para abordar o tema. O pesquisador sugeriu a criação de uma carta para abordar temas sensíveis discutidos durante o evento, ressaltando a necessidade de coletar dados continuamente para avaliar a eficácia das práticas de restauração. “Embora existam desafios, como a falta de dados em algumas formações vegetacionais, é essencial continuar o monitoramento e a coleta de informações para garantir que os valores de referência sejam adequados”, assinalou. Compromisso Ísis Freitas, analista ambiental do Ibama, refletiu sobre a intensidade do trabalho realizado e a importância das discussões em grupo, especialmente em relação aos valores de referência para a restauração ambiental. “Apesar de o grupo ser pequeno, devido a limitações de recursos e à época do ano, essa reunião foi um primeiro passo significativo e a continuidade do trabalho é essencial para aperfeiçoar as estratégias discutidas.” A analista reafirmou o compromisso de consolidar as referências discutidas e de manter o diálogo com os participantes para refinar as propostas. Ela afirmou que um documento técnico será elaborado, servindo como base para que as instituições envolvidas, como o Ibama e o ICMBio, possam internalizar as informações e avançar nas próximas etapas do trabalho, garantindo a continuidade da colaboração entre todos os envolvidos. A ideia é que a partir das informações levantadas na oficina seja construído um documento, que servirá de insumo para a criação de uma instrução normativa que estabeleça os indicadores de monitoramento e avaliação da recuperação ambiental no Brasil.
A Oficina “Indicadores da Vegetação para Monitoramento e Avaliação da Recuperação Ambiental”, realizada na Sede da Embrapa, em Brasília (DF), terminou na sexta-feira (29/11) com um balanço positivo. O evento faz parte de um plano estratégico que reúne diversas instituições e visa promover ações voltadas à restauração ecológica no Brasil.
Durante cinco dias – a oficina começou em 25/11 – especialistas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Empresa Recursos Genéticos e Biotecnologia, da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID Brasil) e do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) definiram indicadores para aferir a eficácia de estratégias de recuperação ambiental no Brasil, específicas para cada bioma do País.
A iniciativa contou ainda com o apoio do ASL Brasil – Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia, do Projeto Mata Atlântica – Biodiversidade e Mudanças Climáticas, e do Projeto GEF Terrestre – Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal.
Marco
Em sua fala no encerramento do evento, Alexandre Sampaio, analista ambiental do ICMBio, ressaltou que os resultados alcançados nos dias de discussão superaram as expectativas iniciais. “Esse encontro representa um marco na restauração ambiental, promovendo um salto significativo em termos de critérios e padrões a serem seguidos no Brasil”, assinalou.
Sampaio ressaltou a importância de estabelecer um padrão de qualidade para a restauração, superando a falta de parâmetros anterior e reconhecendo que as normas atuais foram influenciadas pelo conhecimento acadêmico. “A mensuração de resultados e a fundamentação científica são essenciais para o avanço das políticas de restauração”, afirmou.
O analista do ICMBio enfatizou que o documento gerado na oficina será aprimorado com contribuições coletivas e mencionou que o compromisso com a participação e o respeito às discussões realizadas foi reafirmado, destacando a necessidade de considerar as legislações estaduais e a hierarquia das normas.
“As opiniões dos participantes serão levadas em conta no processo de implementação das propostas, mesmo que nem todas as opiniões possam ser atendidas. O foco será sempre na melhoria contínua, guiada pelo conhecimento e pela colaboração da comunidade. A construção coletiva é fundamental para alcançar mudanças significativas na restauração ambiental”, disse.
Planaveg
Mateus Motter Dala Senta, analista ambiental do MMA, também destacou que a oficina superou as expectativas em termos de contribuição para a definição de indicadores comuns para diferentes biomas e formações vegetais brasileiras. Ele mencionou que a discussão faz parte do processo de implementação do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que passou por uma revisão de quase um ano e será lançado em breve por meio de uma resolução, provavelmente até 10 de dezembro, com foco na definição de indicadores que ajudem a monitorar a restauração em áreas públicas.
Dala Senta também destacou a colaboração com projetos internacionais para desenvolver protocolos específicos de recuperação para diversos biomas, reforçado a necessidade de informações técnicas mais acessíveis. O analista falou ainda da importância da parceria com instituições como Ibama, Embrapa e ICMBio na atualização do Planaveg e dos desafios que virão nos próximos quatro anos para sua implementação. “Sem dúvida, esta oficina foi um passo inicial crucial para o avanço do processo de restauração ambiental no Brasil.”
Colaboração
Ana Luiza Violato Espada, especialista em gênero e governança florestal do Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), enfatizou a importância da articulação entre diferentes setores, incluindo academia, governo e comunidades locais, para a restauração ambiental. “A oficina foi um resultado dessa colaboração, com o objetivo de desenvolver uma plataforma mais ampla para o monitoramento e a implementação de indicadores de restauração, especialmente em áreas federais e estaduais”, comentou.
Ela também enfatizou a importância de fortalecer parcerias e a troca de conhecimentos entre especialistas e comunidades que atuam no dia a dia da restauração. Ana Luíza expressou sua gratidão pelo empenho dos participantes e pelas organizações que tornaram o evento possível, ressaltando a importância de continuar essa articulação nos próximos anos. “A oficina foi um primeiro passo para implementar protocolos e testar práticas em campo, com a expectativa de que as colaborações se intensifiquem e que o aprendizado contínuo seja um pilar fundamental para o sucesso das iniciativas futuras”, finalizou.
Aprendizado
Daniel Vieira, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, agradeceu pelo rico aprendizado durante o evento, destacando a importância da colaboração entre academia, executores e órgãos do Estado na restauração ambiental. Para ele, o principal resultado foi a troca de conhecimentos e experiências, que enriquecerá futuras discussões sobre restauração, e que todos saíram com novas perspectivas para abordar o tema.
O pesquisador sugeriu a criação de uma carta para abordar temas sensíveis discutidos durante o evento, ressaltando a necessidade de coletar dados continuamente para avaliar a eficácia das práticas de restauração. “Embora existam desafios, como a falta de dados em algumas formações vegetacionais, é essencial continuar o monitoramento e a coleta de informações para garantir que os valores de referência sejam adequados”, assinalou.
Compromisso
Ísis Freitas, analista ambiental do Ibama, refletiu sobre a intensidade do trabalho realizado e a importância das discussões em grupo, especialmente em relação aos valores de referência para a restauração ambiental. “Apesar de o grupo ser pequeno, devido a limitações de recursos e à época do ano, essa reunião foi um primeiro passo significativo e a continuidade do trabalho é essencial para aperfeiçoar as estratégias discutidas.”
A analista reafirmou o compromisso de consolidar as referências discutidas e de manter o diálogo com os participantes para refinar as propostas. Ela afirmou que um documento técnico será elaborado, servindo como base para que as instituições envolvidas, como o Ibama e o ICMBio, possam internalizar as informações e avançar nas próximas etapas do trabalho, garantindo a continuidade da colaboração entre todos os envolvidos.
A ideia é que a partir das informações levantadas na oficina seja construído um documento, que servirá de insumo para a criação de uma instrução normativa que estabeleça os indicadores de monitoramento e avaliação da recuperação ambiental no Brasil.