A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) participou, na última terça-feira (30), da reunião da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescado. Criada em 2017 junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), trata-se de um fórum composto por entidades representativas dos elos da cadeia produtiva, que tem por finalidade propor, apoiar e acompanhar ações para o desenvolvimento das atividades da cadeia, além de servir como órgão consultivo do governo. Na ocasião, as chefes geral e de P&D, Danielle de Bem e Lícia Lundstedt, respectivamente, puderam ouvir diretamente de representantes do setor produtivo alguns dos grandes desafios pelos quais estão passando. Entre eles, questões ligadas à sanidade animal no transporte de pescado importado e estratégias para cumprir as exigências da União Europeia para a importação do nosso pescado. Segundo o secretário adjunto da Secretaria de Aquicultura e Pesca – SAP/MAPA, Jairo Gund, o Brasil vai apresentar um plano de ação à direção-geral da Saúde e Segurança Alimentar, (DG SANTÉ), que é um serviço da Comissão Europeia responsável pela condução da política da UE em matéria de saúde e segurança alimentar. O documento visa demonstrar que o País já está cumprindo tudo o que estava previsto em 2004 e que a indústria de pescado está à disposição para visitação de representantes da União Europeia (UE). Outro item que preocupa representantes da Câmara Setorial é quanto à qualidade do pescado que é importado e transita no Brasil via área ou terrestre, sem fiscalização para verificar se o produto manteve a qualidade da origem até o destino. “Esse produto viaja milhares de quilômetros e chega à mesa do consumidor final ou do restaurante sem que nenhuma caixa seja aberta para averiguação das condições do produto. Estamos falando de uma mercadoria altamente perecível, que deve ser mantida resfriada a uma determinada temperatura constante, e não raro chegam caixas de pescado até quebradas ao seu destino final. O que é pior é que a maioria desse pescado que é importado fresco ou resfriado será consumido cru. Isso é um risco enorme para a população e para todo o setor”, alerta Thiago De Luca, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados, ABIPESCA. Segundo Eduardo Lobo, presidente da Comissão Setorial, o problema será encaminhado à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e contará com o apoio da Secretaria de Aquicultura e Pesca na interlocução com o órgão. Fundo Agropecuário Para Danielle de Bem, um dos caminhos para a superação dos desafios da cadeia produtiva é a parceria da Embrapa com a iniciativa privada e a criação do Fundo Privado Agropecuário, que visa à promoção, proteção e inovação das cadeias produtivas do agronegócio, com a união voluntária de agentes privados do setor produtivo (produtores e processadores), numa associação juridicamente constituída. “Este Fundo seguiria o exemplo de outros, como o de Biodiesel, que possui uma taxa de recolhimento de 0,41% por litro e arrecada 17 milhões de reais por ano. Um dos objetivos seria justamente prevenir ou solucionar problemas emergenciais do setor produtivo por meio de financiamento de ações de P&D, sem dependência de recursos públicos”, destacou. O Fundo Privado Agropecuário também serviria para financiar atividades que resultem em impacto coletivo, com mais agilidade e sem a dependência de verbas governamentais; assegurar, junto ao setor produtivo, uma fonte de financiamento permanente para promoção, proteção e inovação do setor; fortalecer a posição e ampliação do setor nos mercados interno e externo, entre outras finalidades. Coube à chefe-adjunta de P&D a exposição dos resultados de pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura no desenvolvimento de ativos tecnológicos a Embrapa. “O trabalho é realizado de forma integrada com outras Unidades da Embrapa que também atuam com pesca e aquicultura, direta ou indiretamente, por meio de quatro grandes projetos, entre eles o BRS Aqua, que é um grande projeto da Embrapa com financiamento do BNDES, da Secretaria de Aquicultura e Pesca, do MAPA, da Embrapa com parceria com o CNPq”, destacou. Lícia Lundstedt também destacou a participação da Unidade no Projeto Integrado da Amazônia, com financiamento do Fundo Amazônia e gestão do BNDES; o Aquitech, que traz como parceiro financiador o Sebrae, que vem apoiando a Unidade desde o início, e mais recentemente um projeto com grande integração com outras instituições nacionais e internacionais, o projeto AquaVitae. “Todos esses projetos possuem dezenas de parceiros, formalizados ou em fase de formalização, desde a fase de execução até licenciamento das nossas tecnologias. Procuramos dar foco nas nossas ações, para superar as nossas limitações”, ressalta ela. A pesquisadora também lembrou que a Embrapa Pesca e Aquicultura possui o primeiro Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de peixes nativos do Brasil, direcionado especificamente para dar suporte à aquicultura. O plantel é formado por centenas de peixes vivos, além de um banco genético conservado em nitrogênio líquido e ultrafreezers a 80 graus negativos. “Temos pesquisas em genética, nutrição, sanidade, equipamentos, produtos voltados para a indústria, sistemas integrados de produção, economia e georreferenciamento em aquicultura”, enumerou a chefe de P&D. A apresentação dos trabalhos da Unidade foi enaltecida pelo setor produtivo. “A gente fica encantado e se sente amparado. Pedimos para que os membros da Câmara que tiverem interesse se conectem com a Embrapa”, sugeriu o presidente da Comissão Setorial, Eduardo Lobo. Ao final do evento, a chefe-geral Danielle de Bem, ressaltou a importância da Agenda de Inovação, seja para a aquicultura, seja para a cadeia da pesca. “É muito importante a gente estabelecer essa Agenda da Inovação. Talvez fazendo outra reunião da Câmara Setorial para que vocês definam a pertinência de ter essa Agenda e, quem sabe, verificar os exemplos com outras Câmaras Setoriais sobre qual está sendo o encaminhamento, qual que está sendo o retorno, se está sendo proveitoso para essas câmaras ter essas agendas de inovação para que de fato a Embrapa e outras instituições de pesquisa possam solucionar problemas do setor”, concluiu.
A Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) participou, na última terça-feira (30), da reunião da Câmara Setorial da Produção e Indústria de Pescado. Criada em 2017 junto ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), trata-se de um fórum composto por entidades representativas dos elos da cadeia produtiva, que tem por finalidade propor, apoiar e acompanhar ações para o desenvolvimento das atividades da cadeia, além de servir como órgão consultivo do governo. Na ocasião, as chefes geral e de P&D, Danielle de Bem e Lícia Lundstedt, respectivamente, puderam ouvir diretamente de representantes do setor produtivo alguns dos grandes desafios pelos quais estão passando. Entre eles, questões ligadas à sanidade animal no transporte de pescado importado e estratégias para cumprir as exigências da União Europeia para a importação do nosso pescado.
Segundo o secretário adjunto da Secretaria de Aquicultura e Pesca – SAP/MAPA, Jairo Gund, o Brasil vai apresentar um plano de ação à direção-geral da Saúde e Segurança Alimentar, (DG SANTÉ), que é um serviço da Comissão Europeia responsável pela condução da política da UE em matéria de saúde e segurança alimentar. O documento visa demonstrar que o País já está cumprindo tudo o que estava previsto em 2004 e que a indústria de pescado está à disposição para visitação de representantes da União Europeia (UE).
Outro item que preocupa representantes da Câmara Setorial é quanto à qualidade do pescado que é importado e transita no Brasil via área ou terrestre, sem fiscalização para verificar se o produto manteve a qualidade da origem até o destino. “Esse produto viaja milhares de quilômetros e chega à mesa do consumidor final ou do restaurante sem que nenhuma caixa seja aberta para averiguação das condições do produto. Estamos falando de uma mercadoria altamente perecível, que deve ser mantida resfriada a uma determinada temperatura constante, e não raro chegam caixas de pescado até quebradas ao seu destino final. O que é pior é que a maioria desse pescado que é importado fresco ou resfriado será consumido cru. Isso é um risco enorme para a população e para todo o setor”, alerta Thiago De Luca, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados, ABIPESCA. Segundo Eduardo Lobo, presidente da Comissão Setorial, o problema será encaminhado à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) e contará com o apoio da Secretaria de Aquicultura e Pesca na interlocução com o órgão.
Fundo Agropecuário
Para Danielle de Bem, um dos caminhos para a superação dos desafios da cadeia produtiva é a parceria da Embrapa com a iniciativa privada e a criação do Fundo Privado Agropecuário, que visa à promoção, proteção e inovação das cadeias produtivas do agronegócio, com a união voluntária de agentes privados do setor produtivo (produtores e processadores), numa associação juridicamente constituída. “Este Fundo seguiria o exemplo de outros, como o de Biodiesel, que possui uma taxa de recolhimento de 0,41% por litro e arrecada 17 milhões de reais por ano. Um dos objetivos seria justamente prevenir ou solucionar problemas emergenciais do setor produtivo por meio de financiamento de ações de P&D, sem dependência de recursos públicos”, destacou.
O Fundo Privado Agropecuário também serviria para financiar atividades que resultem em impacto coletivo, com mais agilidade e sem a dependência de verbas governamentais; assegurar, junto ao setor produtivo, uma fonte de financiamento permanente para promoção, proteção e inovação do setor; fortalecer a posição e ampliação do setor nos mercados interno e externo, entre outras finalidades.
Coube à chefe-adjunta de P&D a exposição dos resultados de pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura no desenvolvimento de ativos tecnológicos a Embrapa. “O trabalho é realizado de forma integrada com outras Unidades da Embrapa que também atuam com pesca e aquicultura, direta ou indiretamente, por meio de quatro grandes projetos, entre eles o BRS Aqua, que é um grande projeto da Embrapa com financiamento do BNDES, da Secretaria de Aquicultura e Pesca, do MAPA, da Embrapa com parceria com o CNPq”, destacou.
Lícia Lundstedt também destacou a participação da Unidade no Projeto Integrado da Amazônia, com financiamento do Fundo Amazônia e gestão do BNDES; o Aquitech, que traz como parceiro financiador o Sebrae, que vem apoiando a Unidade desde o início, e mais recentemente um projeto com grande integração com outras instituições nacionais e internacionais, o projeto AquaVitae. “Todos esses projetos possuem dezenas de parceiros, formalizados ou em fase de formalização, desde a fase de execução até licenciamento das nossas tecnologias. Procuramos dar foco nas nossas ações, para superar as nossas limitações”, ressalta ela.
A pesquisadora também lembrou que a Embrapa Pesca e Aquicultura possui o primeiro Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de peixes nativos do Brasil, direcionado especificamente para dar suporte à aquicultura. O plantel é formado por centenas de peixes vivos, além de um banco genético conservado em nitrogênio líquido e ultrafreezers a 80 graus negativos.
“Temos pesquisas em genética, nutrição, sanidade, equipamentos, produtos voltados para a indústria, sistemas integrados de produção, economia e georreferenciamento em aquicultura”, enumerou a chefe de P&D.
A apresentação dos trabalhos da Unidade foi enaltecida pelo setor produtivo. “A gente fica encantado e se sente amparado. Pedimos para que os membros da Câmara que tiverem interesse se conectem com a Embrapa”, sugeriu o presidente da Comissão Setorial, Eduardo Lobo.
Ao final do evento, a chefe-geral Danielle de Bem, ressaltou a importância da Agenda de Inovação, seja para a aquicultura, seja para a cadeia da pesca. “É muito importante a gente estabelecer essa Agenda da Inovação. Talvez fazendo outra reunião da Câmara Setorial para que vocês definam a pertinência de ter essa Agenda e, quem sabe, verificar os exemplos com outras Câmaras Setoriais sobre qual está sendo o encaminhamento, qual que está sendo o retorno, se está sendo proveitoso para essas câmaras ter essas agendas de inovação para que de fato a Embrapa e outras instituições de pesquisa possam solucionar problemas do setor”, concluiu.
Elisângela Santos (MTb 19.500-RJ)
Embrapa Pesca e Aquicultura
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