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Pesquisadores treinam tecnologia de sequenciamento genético por Nanoporos

Pesquisadores e professores de cinco regiões do Brasil participam desde esta quarta-feira, 3, de treinamento promovido pela Embrapa Gado de Corte (MS) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/MS). O laboratório de Imunologia Animal da Embrapa de Campo Grande foi utilizado para treinar técnicas inovadoras de sequenciamento genético a 12 cientistas, evento este que terminou nesta sexta-feira. Os trabalhos com a participação do coordenador do convênio Embrapa/Fiocruz, pesquisador Flábio Araújo, foram conduzidos pelos pesquisadores da Fiocruz; Alberto Dávila- especialista em Biologia Celular e Molecular e pelo especialista em Biologia Computacional e Sistemas, Rodrigo Jardim. O treinamento foi de cientistas para cientistas cujo objetivo foi o de repassar novas técnicas de sequenciamento de DNA. Uma ideia do treinamento é de os alunos oriundos de diferentes universidades públicas de ensino superior multiplicarem o aprendizado em suas regiões a estudantes do ensino médio, além de aprimorarem seus conhecimentos na área cientifica. A nova tecnologia que oferece vantagens sobre as técnicas existentes, como por exemplo, a obtenção de resultados de sequenciamentos em curto espaço de tempo, é chamada de técnica por Nanoporos e é pouco utilizada no Brasil. “É o que existe de mais moderno em termos de sequenciamento genômico, pois com volume pequeno de DNA se consegue sequenciar em poucas horas”, explica Dávila que durante o treinamento falou sobre protocolos técnicos, aspectos teóricos do sequenciamento de DNA por Nanoporos, preparação da biblioteca genômica e ao final revisou toda parte teórica da tecnologia incluindo a interpretação final do resultado. O programa do treinamento incluiu a instalação do sistema MinKNOW (equipamento que realiza sequenciamento de DNA e quando conectado a um computador se obtém a informação em tempo real), injeção da biblioteca genômica no aparelho e análise dos dados brutos no MinKNOW. Aspectos técnicos do ambiente computacional e toda parte de bioinformática ficou a cargo do tecnologista Rodrigo Jardim. A respeito da tecnologia Oxford, Jardim conta que era um startup da universidade de Oxford (Inglaterra) e hoje se chama Nanoporo. “É uma tecnologia inovadora desde a concepção do equipamento à forma de sequenciar”. O equipamento é pequeno, tamanho de um grampeador e pesa 100 gramas. “O aparelho pode ser levado ao campo e o trabalho de extração de DNA se fazer no local mesmo. Depois é só trazer as informações para serem processadas no laboratório que não exige nenhuma sofisticação”. Se comparada à PCR, outra técnica de detecção de DNA, explica Jardim, o sequenciamento por Nanoporos é uma técnica muito mais sensível, pois identifica não apenas um único organismo, mas todos os organismos presentes em uma determinada amostra de uma única vez de forma simultânea e mais assertiva. Pode-se considerar que o treinamento faz parte do projeto Genomic Day – uma iniciativa do Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz RJ), que visa ampliar as ações de divulgação científica junto a escolas do ensino fundamental e médio. Um dos objetivos do treinamento é justamente preparar especialistas para atuarem como multiplicadores dessa nova tecnologia. “É extremamente importante motivar novos alunos seguirem essa área de sequenciamento da biologia”, opina Jardim. Quem também considera importante difundir a tecnologia entre estudantes de ensino médio para a formação de futuras gerações de pesquisadores é Araújo, da Embrapa e muitos dos participantes concordam e acreditam nos resultados positivos do Genomic Day, projeto este coordenado no País pelo pesquisador Dávila. Não basta somente treinar, tem que ter o equipamento para realizar os trabalhos que custa em torno de mil dólares, segundo Dávila, de custo baixo o que permite uma popularização dessa tecnologia. A boa notícia é de que o projeto Nanoporo doou dez equipamentos para fazer sequenciamentos de lagoas e açudes do pantanal, extensivo para outras regiões do País. A utilização de um aparelho que é móvel e que se possa levar a lugares distantes do país, sem a necessidade de um laboratório de biologia montado e conseguir amostras, sequenciar e manter essa diversidade armazenada significa um avanço para o país que poderá ter registros dos organismos que possui. Um dos aparelhos deverá ficar com a Embrapa o que será muito útil poder utilizá-lo em projetos de pesquisa. “Poderemos usar para sequenciamento de bactérias que causam doenças em animais de produção, além de auxiliar no entendimento da transmissão de doenças – como as bactérias e os vírus estão se modificando ao longo do tempo e qual o impacto que isso tem na produção da doença porque às vezes, nessa mudança do DNA do patógeno ele adquire uma capacidade de produzir uma forma mais grave da doença, e isso se consegue avaliar sequenciando o DNA desses organismos”, explica Araújo. O treinamento de três dias exigiu dos participantes, disciplina e muita atenção, pois a técnica é nova e o protocolo é muito diferente dos existentes. A afirmação é do professor Dávila. Para a bióloga Glaucia Marcon, pesquisadora da Fiocruz/MS que atua na área de diagnóstico de doenças infecciosas, participar do treinamento serviu para atualizar seus conhecimentos e poder utilizar as novas técnicas nos projetos de pesquisa em que atua, descobrindo alguma mutação nova nos agentes que trabalha ou uma espécie diferente de microrganismo. Glaucia também destacou a importância de levar o aprendizado a outros colegas de instituições e treinar alunos de escolas públicas para que eles possam adquirir novos conhecimentos e que no futuro queiram seguir a carreira de cientista. Paula Ada, bolsista de doutorado pelo CNPq na Embrapa estava entre os participantes e garante que agregou muito conhecimento, tanto na parte teórica como na prática. Ela acredita que o aprendizado e a possibilidade de transferir conhecimento para outras pessoas são de grande valia para todos, principalmente para o crescimento do Estado de MS.

Pesquisadores e professores de cinco regiões do Brasil participam desde esta quarta-feira, 3, de treinamento promovido pela Embrapa Gado de Corte (MS) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/MS). O laboratório de Imunologia Animal da Embrapa de Campo Grande foi utilizado para treinar técnicas inovadoras de sequenciamento genético a 12 cientistas, evento este que terminou nesta sexta-feira. 

Os trabalhos com a participação do coordenador do convênio Embrapa/Fiocruz, pesquisador Flábio Araújo, foram conduzidos pelos pesquisadores da Fiocruz; Alberto Dávila- especialista em Biologia Celular e Molecular e pelo especialista em Biologia Computacional e Sistemas, Rodrigo Jardim. 

O treinamento foi de cientistas para cientistas cujo objetivo foi o de repassar novas técnicas de sequenciamento de DNA. Uma ideia do treinamento é de os alunos oriundos de diferentes universidades públicas de ensino superior multiplicarem o aprendizado em suas regiões a estudantes do ensino médio, além de aprimorarem seus conhecimentos na área cientifica. 

A nova tecnologia que oferece vantagens sobre as técnicas existentes, como por exemplo, a obtenção de resultados de sequenciamentos em curto espaço de tempo, é chamada de  técnica por Nanoporos e é pouco utilizada no Brasil. “É o que existe de mais moderno em termos de sequenciamento genômico, pois com volume pequeno de DNA se consegue sequenciar em poucas horas”, explica Dávila que durante o treinamento falou sobre protocolos técnicos, aspectos teóricos do sequenciamento de DNA por Nanoporos, preparação da biblioteca genômica e ao final revisou toda parte teórica da tecnologia incluindo a interpretação final do resultado. 

O programa do treinamento incluiu a instalação do sistema MinKNOW (equipamento que realiza sequenciamento de DNA e quando conectado a um computador se obtém a informação em tempo real), injeção da biblioteca genômica no aparelho e análise dos dados brutos no MinKNOW. Aspectos técnicos do ambiente computacional e toda parte de bioinformática ficou a cargo do tecnologista Rodrigo Jardim. 

A respeito da tecnologia Oxford, Jardim conta que era um startup da universidade de Oxford (Inglaterra) e hoje se chama Nanoporo. “É uma tecnologia inovadora desde a concepção do equipamento à forma de sequenciar”. O equipamento é pequeno, tamanho de um grampeador e pesa 100 gramas. “O aparelho pode ser levado ao campo e o trabalho de extração de DNA se fazer no local mesmo. Depois é só trazer as informações para serem processadas no laboratório que não exige nenhuma sofisticação”. Se comparada à PCR, outra técnica de detecção de DNA, explica Jardim, o sequenciamento por Nanoporos é uma técnica muito mais sensível, pois identifica não apenas um único organismo, mas todos os organismos presentes em uma determinada amostra de uma única vez de forma simultânea e mais assertiva. 

Pode-se considerar que o treinamento faz parte do projeto Genomic Day – uma iniciativa do Laboratório de Biologia Computacional e Sistemas, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz RJ), que visa ampliar as ações de divulgação científica junto a escolas do ensino fundamental e médio. Um dos objetivos do treinamento é justamente preparar especialistas para atuarem como multiplicadores dessa nova tecnologia. “É extremamente importante motivar novos alunos seguirem essa área de sequenciamento da biologia”, opina Jardim. Quem também considera importante difundir a tecnologia entre estudantes de ensino médio para a formação de futuras gerações de pesquisadores é Araújo, da Embrapa e muitos dos participantes concordam e acreditam nos resultados positivos do Genomic Day, projeto este coordenado no País pelo pesquisador Dávila. 

Não basta somente treinar, tem que ter o equipamento para realizar os trabalhos que custa em torno de mil dólares, segundo Dávila, de custo baixo o que permite uma popularização dessa tecnologia. A boa notícia é de que o projeto Nanoporo doou dez equipamentos para fazer sequenciamentos de lagoas e açudes do pantanal, extensivo para outras regiões do País. A utilização de um aparelho que é móvel e que se possa levar a lugares distantes do país, sem a necessidade de um laboratório de biologia montado e conseguir amostras, sequenciar e manter essa diversidade armazenada significa um avanço para o país que poderá ter registros dos organismos que possui.  

Um dos aparelhos deverá ficar com a Embrapa o que será muito útil poder utilizá-lo em projetos de pesquisa. “Poderemos usar para sequenciamento de bactérias que causam doenças em animais de produção, além de auxiliar no entendimento da transmissão de doenças – como as bactérias e os vírus estão se modificando ao longo do tempo e qual o impacto que isso tem na produção da doença porque às vezes, nessa mudança do DNA do patógeno ele adquire uma capacidade de produzir uma forma mais grave da doença, e isso se consegue avaliar sequenciando o DNA desses organismos”, explica Araújo.

O treinamento de três dias exigiu dos participantes, disciplina e muita atenção, pois a técnica é nova e o protocolo é muito diferente dos existentes. A afirmação é do professor Dávila. Para a bióloga Glaucia Marcon, pesquisadora da Fiocruz/MS que atua na área de diagnóstico de doenças infecciosas, participar do treinamento serviu para atualizar seus conhecimentos e poder utilizar as novas técnicas nos projetos de pesquisa em que atua, descobrindo alguma mutação nova nos agentes que trabalha ou uma espécie diferente de microrganismo. Glaucia também destacou a importância de levar o aprendizado a outros colegas de instituições e treinar alunos de escolas públicas para que eles possam adquirir novos conhecimentos e que no futuro queiram seguir a carreira de cientista.
Paula Ada, bolsista de doutorado pelo CNPq na Embrapa estava entre os participantes e garante que agregou muito conhecimento, tanto na parte teórica como na prática. Ela acredita que o aprendizado e a possibilidade de transferir conhecimento para outras pessoas são de grande valia para todos, principalmente para o crescimento do Estado de MS. 

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