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Seminário de Agrobiodiversidade realiza oitava edição de forma híbrida e ampla rede de parceiros da Agricultura Ecológica

Nesta semana, a Embrapa Clima Temperado se une a uma grande rede de parceiros do segmento da Agricultura Ecológica para realizar o evento anual Seminário de Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar. Na sua oitava edição, o evento não foi realizado ano passado pelas circunstâncias da pandemia , mas retorna no formato híbrido, tendo toda a sua programação online. O VIII Seminário é transmitido pelo canal da Embrapa, de maneira gratuita, no Youtube  e acontece em quatro módulos. O evento iniciou neste dia 21 e ainda na próxima terça e quinta-feira, dias 28 e 30, ocorrem as atividades programadas. A agenda é sempre no turno da tarde, das 14h às 17h.

O VIII Seminário Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar pretende debater o cenário atual da produção, comercialização, legislação, conservação e uso das variedades crioulas – valor nutricional, organização dos agricultores, potencial gastronômico – no contexto dos guardiões de agro sociobiodiversidade, casas e feiras de sementes, organizações sociais e políticas públicas, relação entre bancos de germoplasmas públicos e alocados em comunidades de agricultores e relações internacionais). Além disso, o evento discutirá o cenário atual e futuro do guardião de sementes, à luz do papel que desempenha na conservação das espécies considerando os processos co-evolutivos e, particularmente, a aceleração das mudanças climáticas.

Os módulos

Os módulos foram divididos em quatro temáticas, com apresentação de assuntos por instituições voltadas à Agroecologia e também por agricultores, quilombolas e indígenas. Os módulos 1 , 2 , 3  4  podem ser assistidos ao vivo, e serão gravados na plataforma, de forma que o interessado poderá assistir a qualquer momento.

As falas tem a participação de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cooperativa Mista dos Fumicultores do Brasil (Cooperfumos) / Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), BioNatur Sementes Agroecológicas,  Cooperativa União, Instituto Brasil Orgânico, UFPEL, Quilombo Vó Marinha de Tavares/RS, Terra Indígena do Guarita, Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap), Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), AS-PTA/PR Talcira Gomes (guarani) Aldeia Pará Rokē de Rio Grande/RS,Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO),Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM),  Sementes da Paixão (Paraíba),  Emater/RS-Ascar e as Escolas Técnica de Canguçu/RS e  E.E.E.F Oziel Alves Pereira também de Canguçu/RS.

Os moderadores para cada módulo, respectivamente, são o professor da UFPel, Lúcio André de Oliveira Fernandes, o extensionista da Emater/RS-Ascar, Fernando Luiz Horn e pela Embrapa Clima Temperado, a analista de Transferência de Tecnologias Andréa Denise Hildebrandt Noronha, a pesquisadora Rosa Lia Barbieri e o pesquisador Irajá Ferreira Antunes. 

O evento é uma realização da Embrapa Clima Temperado, Bionatur Sementes, Emater/RS-Ascar, FAO, Agabio, UFPel, Sul Ecológica, CAPA, Arpa-Sul, Projeto InovaSocial, Instituto Cultural Fundação Padre Josimo, Cooperativa União,  Movimento dos Pequenos Agricultores-MPA, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra- MST, Projeto Roda de Conversa.

Abertura desta edição

Esta edição contou também com uma abertura oficial para acolher os 317 participantes, onde o chefe-geral da Unidade de Pesquisas, Roberto Pedroso de Oliveira, citou a relação extensa de parceiros, exaltando a excelência dessa articulação, que transformaram, segundo ele, o Seminário em uma grande Mesa Redonda. Ele dirigiu suas palavras reconhecendo e valorizando a reunião de tantos interessados em discutir temas relacionados à vida. “Somos uma diversidade e nossa população, tanto urbana quanto rural, demanda segurança alimentar nos dois sentidos, na quantidade, e principalmente, na qualidade dos alimentos”, pontuou. 

O ato contou também com a manifestação do gerente regional da Emater/Rs-Ascar, Ronaldo Clasen Maciel, do reitor eleito da UFPel, Paulo Ferreira, e pelo representante da FAO no Brasil, Roberto Zavala.

Recapitulando a história do evento

O coordenador do evento, o pesquisador Irajá Ferreira Antunes, antes do início da programação do dia, fez uma retrospectiva da origem do evento relacionando-o com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela FAO. “Nosso evento deu início em 2010 e os ODS surgiram em 2015, indicando o quanto a Agrobiodiversidade é importante e é parte dos rumos de uma mudança singular esperada na atualidade para o Planeta. Através de nossa ideia inicial realizamos uma proposta da relação das sementes em si, da extensa realidade da agrobiodiversidade no nosso país e no mundo, e especialmente de quem está por trás dela, o agricultor. O que nós chamamos, depois, de guardião de sementes”, disse.

O pesquisador citou algumas características fortes encontradas nos primórdios desse estudo como a figura do guardião de sementes que enfrentava o envelhecimento de vida, a realização de ações solitárias e a inexistência de um herdeiro que recebesse a herança do conhecimento, da experiência e do material genético para propagar para gerações futuras.

“Nosso trabalho aproximou os guardiões da Ciência, e também os aproxima entre si. Hoje temos uma comunidade de guardiões de sementes que se conhecem e isso propiciou a natureza e a profundidade de nossas pesquisas, pois passamos a compartilhar as demandas e necessidades dos agricultores”, destacou.

Ações a partir do Seminário

Com a realização efetiva das edições do Seminário houve um grande ganho para este segmento rural. Foram planejadas e realizadas ao longo dos anos, em diversos momentos de cada ano, a Feira de Troca de Sementes entre agricultores ecológicos organizados de diversas localidades do Rio Grande do Sul. 

O evento também instituiu durante a sua realização anual, uma forma de homenagear os agricultores, através da entrega oficial a cada edição do Diploma de Reconhecimento do Guardião de Sementes. 

Chamamento à vida do Planeta

O coordenador do evento lembrou ainda que esta oitava edição comemora a existência de uma agenda 2030 da FAO, que trata de buscar uma forma de sobrevida para o Planeta, pois há um consenso de um grupo de cientistas em nível mundial de que “ao prosseguir com a adoção do estilo de vida aplicado nos dias de hoje, a espécie humana irá desaparecer.  “Participamos de uma discussão que ocorre internacionalmente para o despertar de uma melhor forma de vida para todos nós”, assegurou.

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