A 13ª edição da Jornada Científica dos dois centros de pesquisa da Embrapa em São Carlos (SP), Pecuária Sudeste e Instrumentação, começa nesta quarta-feira, 25 de agosto. Serão apresentados 41 trabalhos no formato virtual, promovendo o intercâmbio de conhecimentos entre estudantes e pesquisadores de diversas áreas de pesquisa. São 26 apresentações orais e 15 vídeo-pôsteres. A palestra de abertura será com a cofundadora do Movimento Põe no Rótulo, a advogada Maria Cecília Cury Chaddad, que vai falar sobre segurança alimentar e o direito dos consumidores à informação. Para ela, participar da Jornada Científica é uma oportunidade de apresentar um olhar jurídico ao papel dos alimentos e, em especial, sobre a rotulagem como veículo para garantir o acesso a informações que permitam escolhas conscientes. “Acredito muito na importância do diálogo e da construção coletiva de caminhos para a garantia da proteção e promoção dos direitos à alimentação e à saúde e, por isso, creio que será um dia de muita troca e aprendizado”, destaca Maria Cecília. De acordo com o presidente da Comissão Organizadora da Jornada, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste, o evento é importante tanto para a educação de jovens como o despertar da ciência para futuros cientistas. “Um país sem educação, sem ciência e tecnologia é um país atrasado. Mesmo que ele não dê continuidade à carreira científica, a iniciação científica proporciona experiência de ciência, isso enriquece sua formação e o estudante vai se tornar um profissional mais completo. Se você perguntar para professores, pesquisadores, a grande maioria vai lembrar da iniciação científica como o momento em que teve contato com a ciência e que despertou aquela faísca da curiosidade, do interesse científico e da vontade de seguir nessa carreira”, conta Berndt.A programação é composta de trabalhos de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Nesta edição do evento, um alimento bastante popular na mesa do consumidor brasileiro é destaque entre os trabalhos que serão apresentados. A estudante de graduação do Centro Universitário Central Paulista (Unicep) de São Carlos, Flávia Petroni, vai mostrar os “Hábitos de consumo e aceitação da aparência de feijão guandu”. Bolsista da pesquisadora Renata Nassu, da Embrapa Pecuária Sudeste, a estudante fala do caminho percorrido para o lançamento de um produto do mercado, que começa bem antes estar nas prateleiras dos supermercados. O primeiro passo é uma análise da aceitação do produto pelo público para saber quais são seus hábitos de consumo. Para isso, a estudante conta que foi elaborado um questionário com perguntas relacionadas a dados sociodemográficos, hábitos de consumo gerais e em relação ao feijão. O questionário ainda apresentou duas imagens, uma de feijão guandu cru e outra de feijão guandu cozido, que foram avaliadas pelos participantes conforme sua aparência por meio de uma escala de pontos. “Os resultados demonstram que há um potencial mercado para consumo deste produto, tendo em vista a preliminar aceitação da aparência sob as imagens de feijão guandu, sendo necessários estudos adicionais para avaliar outros atributos como aroma, sabor e textura”, conclui a bolsista. Reforço com nanofibras Um dos trabalhos que serão apresentados na área de engenharia é o do estudante Enzo Maringolo Buzatto. Aluno de graduação do curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Enzo vai mostrar o potencial das nanofibrilas de celulose (NFC) para reforçar filmes de alginato (ALG) contendo o antibiótico sulfadiazina de prata (SDZ). O ALG é um polissacarídeo atóxico, abundante, biodegradável, biocompatível, capaz de induzir regeneração em diferentes tecidos lesionados, uma propriedade exibida apenas por um número restrito de carboidratos. Para aplicações como curativos, inclusive de uso veterinário, o ALG pode ser incorporado com agentes antimicrobianos, como a sulfadiazina de prata (SDZ), antibiótico de amplo espectro de ação que é tradicionalmente empregado no tratamento de lesões cutâneas. Mas é necessário manter ou até mesmo estender as propriedades físicas de filmes de ALG incorporados com antibióticos. Para isso, o estudante explica que podem ser utilizados reforços nanoestruturados, como as nanofibrilas de celulose, que vêm sendo utilizadas como agente de reforço para vários polímeros. O estudo buscou investigar as propriedades mecânicas, ópticas e de barreira de filmes ALG/SDZ incorporados com NFC. Enzo Buzatto é orientado pelos pesquisadores da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini, além do professor da UFSCar, Francys Kley Vieira Moreira e do pesquisador da Universidade de Copenhague (Dinamarca), Anand Rameshi Sanadi, Buzatto explicou que os filmes nanocompósitos ALG/SDZ/NFC, produzidos técnica de casting contínuo apresentaram um aumento gradativo na viscosidade e uma redução no índice de pseudoplasticidade das soluções ALG/SDZ com o aumento do teor de NFC até 10%. “Estes resultados denotam boas interações ALG-NFC e, possivelmente, NFC-NFC nas soluções mesmo na presença de SDZ. A caracterização dos filmes ALG/SDZ/NFC revelou uma redução na transparência luminosa e um aumento de 50% na barreira ao vapor de água para teores de NFC acima de 5,0%”, avaliou o estudante. Quanto às propriedades mecânicas, o estudante observou um aumento significativo no módulo de elasticidade e na resistência à tração dos filmes com o aumento da concentração de NFC. Para o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, José Marconcini “a Jornada Científica é uma oportunidade de integração e de apresentação de atividades científicas em ambiente virtual, mostrando os trabalhos dos bolsistas PIBIC da Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste. É uma etapa muito importante da formação dos estudantes da Iniciação Científica”. A programação começa a partir das 8h com a abertura do evento com os chefes-gerais da Embrapa Pecuária Sudeste, Rui Machado, e da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime. Logo após, às 9 horas, a palestra com Maria Cecília, sobre segurança alimentar. Os painéis têm início às 10 horas. Este ano, o evento terá todo seu conteúdo disponível no Padlet, ambiente onde todas as informações e interações poderão acontecer no Mural Virtual da Jornada. Acesse em https://padlet.com/pecuariasudeste/xmtbdw3sk58wa90f
A 13ª edição da Jornada Científica dos dois centros de pesquisa da Embrapa em São Carlos (SP), Pecuária Sudeste e Instrumentação, começa nesta quarta-feira, 25 de agosto. Serão apresentados 41 trabalhos no formato virtual, promovendo o intercâmbio de conhecimentos entre estudantes e pesquisadores de diversas áreas de pesquisa. São 26 apresentações orais e 15 vídeo-pôsteres.
A palestra de abertura será com a cofundadora do Movimento Põe no Rótulo, a advogada Maria Cecília Cury Chaddad, que vai falar sobre segurança alimentar e o direito dos consumidores à informação.
Para ela, participar da Jornada Científica é uma oportunidade de apresentar um olhar jurídico ao papel dos alimentos e, em especial, sobre a rotulagem como veículo para garantir o acesso a informações que permitam escolhas conscientes. “Acredito muito na importância do diálogo e da construção coletiva de caminhos para a garantia da proteção e promoção dos direitos à alimentação e à saúde e, por isso, creio que será um dia de muita troca e aprendizado”, destaca Maria Cecília.
De acordo com o presidente da Comissão Organizadora da Jornada, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento Alexandre Berndt, da Embrapa Pecuária Sudeste, o evento é importante tanto para a educação de jovens como o despertar da ciência para futuros cientistas. “Um país sem educação, sem ciência e tecnologia é um país atrasado. Mesmo que ele não dê continuidade à carreira científica, a iniciação científica proporciona experiência de ciência, isso enriquece sua formação e o estudante vai se tornar um profissional mais completo. Se você perguntar para professores, pesquisadores, a grande maioria vai lembrar da iniciação científica como o momento em que teve contato com a ciência e que despertou aquela faísca da curiosidade, do interesse científico e da vontade de seguir nessa carreira”, conta Berndt.A programação é composta de trabalhos de bolsistas do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nesta edição do evento, um alimento bastante popular na mesa do consumidor brasileiro é destaque entre os trabalhos que serão apresentados. A estudante de graduação do Centro Universitário Central Paulista (Unicep) de São Carlos, Flávia Petroni, vai mostrar os “Hábitos de consumo e aceitação da aparência de feijão guandu”.
Bolsista da pesquisadora Renata Nassu, da Embrapa Pecuária Sudeste, a estudante fala do caminho percorrido para o lançamento de um produto do mercado, que começa bem antes estar nas prateleiras dos supermercados.
O primeiro passo é uma análise da aceitação do produto pelo público para saber quais são seus hábitos de consumo. Para isso, a estudante conta que foi elaborado um questionário com perguntas relacionadas a dados sociodemográficos, hábitos de consumo gerais e em relação ao feijão. O questionário ainda apresentou duas imagens, uma de feijão guandu cru e outra de feijão guandu cozido, que foram avaliadas pelos participantes conforme sua aparência por meio de uma escala de pontos.
“Os resultados demonstram que há um potencial mercado para consumo deste produto, tendo em vista a preliminar aceitação da aparência sob as imagens de feijão guandu, sendo necessários estudos adicionais para avaliar outros atributos como aroma, sabor e textura”, conclui a bolsista.
Reforço com nanofibras
Um dos trabalhos que serão apresentados na área de engenharia é o do estudante Enzo Maringolo Buzatto. Aluno de graduação do curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Enzo vai mostrar o potencial das nanofibrilas de celulose (NFC) para reforçar filmes de alginato (ALG) contendo o antibiótico sulfadiazina de prata (SDZ).
O ALG é um polissacarídeo atóxico, abundante, biodegradável, biocompatível, capaz de induzir regeneração em diferentes tecidos lesionados, uma propriedade exibida apenas por um número restrito de carboidratos. Para aplicações como curativos, inclusive de uso veterinário, o ALG pode ser incorporado com agentes antimicrobianos, como a sulfadiazina de prata (SDZ), antibiótico de amplo espectro de ação que é tradicionalmente empregado no tratamento de lesões cutâneas.
Mas é necessário manter ou até mesmo estender as propriedades físicas de filmes de ALG incorporados com antibióticos. Para isso, o estudante explica que podem ser utilizados reforços nanoestruturados, como as nanofibrilas de celulose, que vêm sendo utilizadas como agente de reforço para vários polímeros. O estudo buscou investigar as propriedades mecânicas, ópticas e de barreira de filmes ALG/SDZ incorporados com NFC.
Enzo Buzatto é orientado pelos pesquisadores da Embrapa Instrumentação, Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini, além do professor da UFSCar, Francys Kley Vieira Moreira e do pesquisador da Universidade de Copenhague (Dinamarca), Anand Rameshi Sanadi,
Buzatto explicou que os filmes nanocompósitos ALG/SDZ/NFC, produzidos técnica de casting contínuo apresentaram um aumento gradativo na viscosidade e uma redução no índice de pseudoplasticidade das soluções ALG/SDZ com o aumento do teor de NFC até 10%.
“Estes resultados denotam boas interações ALG-NFC e, possivelmente, NFC-NFC nas soluções mesmo na presença de SDZ. A caracterização dos filmes ALG/SDZ/NFC revelou uma redução na transparência luminosa e um aumento de 50% na barreira ao vapor de água para teores de NFC acima de 5,0%”, avaliou o estudante.
Quanto às propriedades mecânicas, o estudante observou um aumento significativo no módulo de elasticidade e na resistência à tração dos filmes com o aumento da concentração de NFC.
Para o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento, José Marconcini “a Jornada Científica é uma oportunidade de integração e de apresentação de atividades científicas em ambiente virtual, mostrando os trabalhos dos bolsistas PIBIC da Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste. É uma etapa muito importante da formação dos estudantes da Iniciação Científica”.
A programação começa a partir das 8h com a abertura do evento com os chefes-gerais da Embrapa Pecuária Sudeste, Rui Machado, e da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime.
Logo após, às 9 horas, a palestra com Maria Cecília, sobre segurança alimentar. Os painéis têm início às 10 horas.
Este ano, o evento terá todo seu conteúdo disponível no Padlet, ambiente onde todas as informações e interações poderão acontecer no Mural Virtual da Jornada.
Acesse em https://padlet.com/pecuariasudeste/xmtbdw3sk58wa90f