Notícias

Pesquisa sobre feijão é tema de Doutorado realizado por aluna da UFG dentro da Embrapa

Com orientação da pesquisadora Priscila Zaczuk Bassinello, da Embrapa Arroz e Feijão, e do professor Manoel Soares Júnior, da Universidade Federal de Goiás (UFG), a doutoranda Juliana Aparecida Correia Bento, do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFG, está terminando desenvolvimento dos estudos sobre feijão comum para sua tese, cuja defesa acontecerá ainda em 2021. O projeto é custeado pelo Sistema Embrapa de Gestão (SEG) e a pesquisa, com o título: “Perfil químico e qualidade culinária/tecnológica de grãos/farinhas de genótipos de Phaseolus vulgaris, em função do armazenamento e/ou cozimento a vapor sob pressão, e aplicação das farinhas pré-gelatinizadas”, tem como uma de suas propostas conhecer as características do feijão para propor novas soluções, desde melhoramento genético, para evitar o escurecimento, até o desenvolvimento de subprodutos, como biscoitos e macarrão, com base nessa cultura. Os estudos avaliaram, também, métodos de cocção para produção de farinhas de feijões coloridos existentes no mercado. Para entender o processo de escurecimento dos grãos, Juliana estudou dois tipos de feijão carioca: um que escurece com o armazenamento e outro que não escurece. A partir daí, avaliou seus perfis químicos, percebendo que aquele que apresenta escurecimento tem perda de compostos fenólicos, principalmente o kaempferol, flavonol natural encontrado em diversos alimentos. Eles e outros elementos se degradam, formando compostos pigmentados que dão a coloração escura ao grão. No grão que não escurece não ocorre esta perda, como nos demais. Sobre aspectos nutricionais, estudos anteriores da equipe, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, mostraram que o feijão carioca envelhecido tem o mesmo aporte nutricional dos grãos novos (recém colhidos), com perdas insignificantes. Feijões coloridos A pesquisa avaliou com estudos químicos quatro tipos de feijão colorido existentes no mercado: vermelho (BRS Embaixador), amarelo (Jalo Precoce), rajado (BRSMG Realce) e branco (BRS Ártico), todas cultivares da Embrapa. Entre os perfis estudados, aqueles com mais compostos bioativos, ou seja, maior atividade antioxidante, foram os grãos de feijão amarelo e vermelho. Detectou-se, também, mais concentração de fenólicos no Jalo Precoce e, no Ártico, maior concentração de saponinas, substâncias que, segundo alguns estudos, podem prevenir o câncer. Algumas saponinas, contudo, destacam a propriedade adstringente no feijão. O cozimento é uma das técnicas de processamento que auxilia nesta questão, promovendo o melhoramento do alimento. Farinha para biscoito e macarrão O estudo também avaliou o aproveitamento das bandinhas de feijões (grãos quebrados no beneficiamento) para produção de farinha pré-gelatinizada, como ingrediente de produtos alimentícios. Foi desenvolvido um biscoito tipo tortilla e um macarrão tipo penne, ambos com excelente aceitação sensorial (mais de 70% dos provadores gostaram). O projeto de utilização das bandinhas surgiu da demanda de uma indústria de empacotamento do Estado de São Paulo — o biscoito já está sendo adaptado pela empresa para produção escalonada. As sobras de grãos quebrados têm valor comercial baixo e costumam ser aproveitadas em rações, ainda que tenham o mesmo valor nutricional dos inteiros. Feijão de molho Durante a pesquisa foi avaliada de duas formas a produção de farinha do feijão. Utilizando os grãos crus, o resultado apresentou gosto amargo, o que dificulta a sua aplicação no desenvolvimento de produtos alimentícios. Em seguida, analisou-se a farinha feita dos grãos cozidos no vapor, por meio de autoclave, e cozida após molho ou remolho. Percebeu-se vantagem nutricional no cozimento a vapor, já que o grão não tem contato direto com a água no processo, reduzindo a perda de nutrientes além de preservar melhor sua estrutura física. Também foi avaliado deixar o feijão de molho antes do cozimento, hábito bastante utilizado pelo consumidor final para acelerar o cozimento e reduzir compostos que podem causar desconforto abdominal (formação de gases provenientes da fermentação de oligossacarídeos pelos microrganismos presentes no trato digestivo). O descarte da água do remolho antes do cozimento auxilia a prevenir esse problema, entretanto, pode provocar a perda de nutrientes como minerais, antocianinas (pigmentos), saponinas, e compostos fenólicos. Juliana destaca que as saponinas são substâncias que, por muito tempo, foram consideradas antinutrientes, afirmações que vêm sendo reconsideradas em pesquisas mais atuais, por possíveis importâncias na proteção para câncer de cólon. Fonte: Comunicação UFG

Foto: Divulgaçãp

Divulgaçãp -

Com orientação da pesquisadora Priscila Zaczuk Bassinello, da Embrapa Arroz e Feijão, e do professor Manoel Soares Júnior, da Universidade Federal de Goiás (UFG), a doutoranda Juliana Aparecida Correia Bento, do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFG, está terminando desenvolvimento dos estudos sobre feijão comum para sua tese, cuja defesa acontecerá ainda em 2021. O projeto é custeado pelo Sistema Embrapa de Gestão (SEG) e a pesquisa, com o título: “Perfil químico e qualidade culinária/tecnológica de grãos/farinhas de genótipos de Phaseolus vulgaris, em função do armazenamento e/ou cozimento a vapor sob pressão, e aplicação das farinhas pré-gelatinizadas”, tem como uma de suas propostas conhecer as características do feijão para propor novas soluções, desde melhoramento genético, para evitar o escurecimento, até o desenvolvimento de subprodutos, como biscoitos e macarrão, com base nessa cultura. Os estudos avaliaram, também, métodos de cocção para produção de farinhas de feijões coloridos existentes no mercado.

Para entender o processo de escurecimento dos grãos, Juliana estudou dois tipos de feijão carioca: um que escurece com o armazenamento e outro que não escurece. A partir daí, avaliou seus perfis químicos, percebendo que aquele que apresenta escurecimento tem perda de compostos fenólicos, principalmente o kaempferol, flavonol natural encontrado em diversos alimentos. Eles e outros elementos se degradam, formando compostos pigmentados que dão a coloração escura ao grão. No grão que não escurece não ocorre esta perda, como nos demais. Sobre aspectos nutricionais, estudos anteriores da equipe, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa, mostraram que o feijão carioca envelhecido tem o mesmo aporte nutricional dos grãos novos (recém colhidos), com perdas insignificantes.

Feijões coloridos
A pesquisa avaliou com estudos químicos quatro tipos de feijão colorido existentes no mercado: vermelho (BRS Embaixador), amarelo (Jalo Precoce), rajado (BRSMG Realce) e branco (BRS Ártico), todas cultivares da Embrapa. Entre os perfis estudados, aqueles com mais compostos bioativos, ou seja, maior atividade antioxidante, foram os grãos de feijão amarelo e vermelho. Detectou-se, também, mais concentração de fenólicos no Jalo Precoce e, no Ártico, maior concentração de saponinas, substâncias que, segundo alguns estudos, podem prevenir o câncer. Algumas saponinas, contudo, destacam a propriedade adstringente no feijão. O cozimento é uma das técnicas de processamento que auxilia nesta questão, promovendo o melhoramento do alimento.

Farinha para biscoito e macarrão
O estudo também avaliou o aproveitamento das bandinhas de feijões (grãos quebrados no beneficiamento) para produção de farinha pré-gelatinizada, como ingrediente de produtos alimentícios. Foi desenvolvido um biscoito tipo tortilla e um macarrão tipo penne, ambos com excelente aceitação sensorial (mais de 70% dos provadores gostaram). O projeto de utilização das bandinhas surgiu da demanda de uma indústria de empacotamento do Estado de São Paulo — o biscoito já está sendo adaptado pela empresa para produção escalonada. As sobras de grãos quebrados têm valor comercial baixo e costumam ser aproveitadas em rações, ainda que tenham o mesmo valor nutricional dos inteiros.

Feijão de molho
Durante a pesquisa foi avaliada de duas formas a produção de farinha do feijão. Utilizando os grãos crus, o resultado apresentou gosto amargo, o que dificulta a sua aplicação no desenvolvimento de produtos alimentícios. Em seguida, analisou-se a farinha feita dos grãos cozidos no vapor, por meio de autoclave, e cozida após molho ou remolho. Percebeu-se vantagem nutricional no cozimento a vapor, já que o grão não tem contato direto com a água no processo, reduzindo a perda de nutrientes além de preservar melhor sua estrutura física. 

Também foi avaliado deixar o feijão de molho antes do cozimento, hábito bastante utilizado pelo consumidor final para acelerar o cozimento e reduzir compostos que podem causar desconforto abdominal (formação de gases provenientes da fermentação de oligossacarídeos pelos microrganismos presentes no trato digestivo). O descarte da água do remolho antes do cozimento auxilia a prevenir esse problema, entretanto, pode provocar a perda de nutrientes como minerais, antocianinas (pigmentos), saponinas, e compostos fenólicos. Juliana destaca que as saponinas são substâncias que, por muito tempo, foram consideradas antinutrientes, afirmações que vêm sendo reconsideradas em pesquisas mais atuais, por possíveis importâncias na proteção para câncer de cólon.

Fonte: Comunicação UFG

Henrique de Oliveira (MTb/GO 1.960)
Embrapa Arroz e Feijão

Contatos para a imprensa

Telefone: (62) 99971-9100

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *