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Embrapa, UFRRJ e Udelar subsidiam com ciência a nova política nacional de rotulagem de alimentos

Os alertas nutricionais frontais nos alimentos industrializados vão entrar no dia a dia dos brasileiros. Em 7 de outubro de 2020, a Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou por unanimidade a nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos, a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 429/2020 e a Instrução Normativa (IN) 75/2020. As medidas que melhoram a clareza e a legibilidade das informações nutricionais presentes nos rótulos dos alimentos industrializados, e auxiliam o consumidor a realizar escolhas alimentares mais conscientes, contaram com o apoio de uma equipe de cientistas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidad de la República (Udelar) do Uruguai, sob coordenação da pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Rosires Deliza.

A pesquisa ganhou destaque como caso de sucesso na última edição do Balanço Social da Embrapa, divulgado anualmente no mês de abril, durante as comemorações do aniversário da Empresa. “Essa pesquisa conduzida com recursos públicos, sem conflitos de interesse, trouxe grande contribuição para o avanço do processo regulatório de rotulagem nutricional no Brasil, o que certamente irá ajudar os consumidores a fazerem escolhas alimentares mais saudáveis, de forma a reduzir os índices de doenças crônicas não-transmissíveis”, afirma Ana Paula Bortoletto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Foram analisados modelos de rotulagem frontal empregados em diversos países, a fim de avaliar a melhor forma de se comunicar com o consumidor brasileiro. A crítica principal do sistema anterior é que os rótulos de alimentos no Brasil são muito técnicos, complicados e pouco transparentes para o consumidor por exigirem conhecimentos nutricionais avançados para seu entendimento. Além disso, a maioria das informações relevantes, como a lista de ingredientes, são apresentadas com letras muito pequenas e pouco legíveis. Por isso, o consumidor brasileiro tem dificuldade de entender as informações dos rótulos de alimentos e não sabe fazer diferenciações entre os produtos alimentícios, dificultando a escolha de produtos mais saudáveis. O resultado desse comportamento pode ser observado no número crescente de doenças crônicas decorrentes de má alimentação, como hipertensão e diabetes.

A nova regra deve estar nas gôndolas dos supermercados do país dentro de dois anos. Estabelece mudanças na tabela de informação nutricional e nas alegações nutricionais, e inova ao adotar a rotulagem nutricional frontal. Esta rotulagem estimula a indústria alimentícia do Brasil, a entregar alimentos mais saudáveis, uma vez que os consumidores estarão mais atentos para produtos com alto teor de sódio, açúcar e gordura, por exemplo.

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