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Parceria público-privada impulsiona o cultivo sustentável de pimenta-do-reino no Pará

O Acordo de Cooperação Técnica entre a Embrapa Amazônia Oriental e a empresa exportadora de pimenta-do-reino Tropoc dá continuidade às ações de pesquisa e transferência de tecnologias relacionadas ao cultivo sustentável da pimenteira-do-reino no estado do Pará. A parceria entre as instituições vai até fevereiro de 2030, como rege o ACT. 

Com valor global de R$ 2 milhões, o acordo prevê a consolidação do sistema de produção com o uso do tutor vivo de gliricídia; ações de transferência de tecnologia para a agricultura familiar; o avanço da pesquisa para adaptação, produtividade e longevidade dos clones e cultivares já desenvolvidos e em uso pelo segmento produtivo; além de estudos sobre a sustentabilidade econômica, social e ambiental do sistema sustentável de produção, com ênfase no sequestro de carbono.

Cultivo sustentável

A gliricídia (Gliricida sepium) é uma árvores leguminosa de rápido crescimento, que serve como tutor vivo (suporte para o crescimento) da pimenteira-do-reino, que é uma espécie trepadeira. O uso desse tutor evita o corte de árvores, contribui no sequestro de carbono, melhora a condição do solo com a fixação de nitrogênio e a incorporação da matéria orgânica. 
Desde os projetos com o uso do tutor vivo iniciados em 2014, o estado do Pará saiu de 74 hectares de pimenta cultivada em gliricídia para aproximadamente 450 hectares. O município de Capitão Poço é o que tem a maior área de pimenta cultivada em tutor vivo. Atualmente são quatro as Unidades de Referência Tecnológica (URT) – vitrines com a demonstração da tecnologia  de produção sustentável de pimenta-do-reino no Pará: municípios de Baião, Mojuí dos Campos, Castanhal e Belém.

A produtividade da cultivar clonada em tutor vivo de gliricídia é um dos pontos avaliados no trabalho em parceria. Foto: Ronaldo Rosa

“Um passo importante da continuidade desse trabalho é a avaliação e quantificação de matéria orgânica e carbono fornecido pela gliricídia no sistema, o que vem melhorando a qualidade do solo a cada ano de cultivo. Além disso, vamos avançar na pesquisa com o uso da fertirrigação, de sistemas de microaspersores e irrigação localizada (gotejamento)”, acrescenta o analista João Paulo Both, um dos membros da equipe de pesquisa e transferência de tecnologias da pimenta-do-reino na Embrapa.

A demanda crescente do segmento produtivo pelo tutor vivo de gliricídia, segundo o analista, também é um vetores que direcionam o trabalho. “Continuamos com as avaliações do jardim clonal no sentido de verificar por quanto tempo e em que quantidade podemos produzir por hectare”, completa. A tecnologia para produção e multiplicação de tutores vivos de gliricídia será lançada ainda esse ano pela Embrapa Amazônia Oriental.

Para o chefe-geral da Embrapa no Pará, Walkymário Lemos, o novo acordo é um dos exemplos mais exitosos de parceria público-privada em vigor na Unidade. “Por meio dessa parceria temos conseguido avançar no conhecimento acerca dos sistemas de base sustentável para a produção de pimenteira-do-reino e permitido que as tecnologias de boas práticas, em particular o uso do tutor vivo de gliricídia, cheguem a diversas regiões do estado do Pará. Outro ponto importante que a parceria promove é a ampliação da adoção da tecnologia na agricultura familiar do estado e a geração de indicadores ambientais que mostrem que a produção da pimenta-do-reino paraense é capaz de reduzir a emissão de gases de efeito estufa”, conclui o chefe-geral.

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