A avicultura é uma das mais importantes fontes de renda das pequenas propriedades brasileiras. Em sistemas agroecológicos, ela está relacionada à agricultura familiar, assentamentos e comunidades tradicionais. Nessa escala, a avicultura produz alimentos a baixo custo e de alto valor nutritivo, tornando-se base para a segurança alimentar. Essa foi a linha da oficina de “Criação de aves e segurança alimentar”, ministrada pelas pesquisadoras da Embrapa (Corumbá-MS) Raquel Juliano e Adriana Mello de Araújo, durante o Agroecol 2024, em Campo Grande (MS). “As aves de terreiro (quintal) são facilmente criadas em pequenas propriedades, têm diversidade e são adaptáveis. Elas são importante fonte de proteína animal (carne e ovo) para garantir a alimentação da família a baixo custo de produção”, explica Araújo. Entretanto, a biosseguridade da criação é uma preocupação, pois a vulnerabilidade a diferentes patógenos coloca em risco a saúde de outras espécies animais, incluindo humanos, completa a zootecnista. A biosseguridade foi o tema central da oficina, as participantes, todas agricultoras familiares, aprenderam sobre a identificação da qualidade dos ovos para consumo, a diversidade na utilização das penas para o artesanato e trocaram experiências e conhecimento entre elas. Vinda da Aldeia Córrego Seco do município de Aquidauana, Glauciele, revela que muitas dessas práticas eram desconhecidas para ela e não praticadas em suas terras, como o manejo, as formas de higienização e os tipos de roupa para trato com os animais. Do acampamento Esperança, em Dourados (MS), Almerinda foi surpreendida pelo tratamento dado ao solo durante a criação animal. Apesar de ainda não ter lucro com as aves, ela aguarda ter sua propriedade para começar. Já Vanda, terena também do Córrego Seco, se impressionou com os cuidados com a água na avicultura e a dinâmica das galinhas ao pastar para não deixá-las sofrer com o manejo inadequado. A médica-veterinária Raquel Juliano reforça que a criação de aves de quintal é uma atividade tradicional em agricultura familiar, comunidades tradicionais e indígenas, que não guarda similaridade (características distintas) com a avicultura comercial e esse fato não pode ser menosprezado. Pesquisa em andamento Alguns tópicos da oficina estiveram em estudos finalizados pela Embrapa Pantanal, que avaliou uso de alimentos alternativos e estratégias de saúde para galinhas de quintal. O projeto em andamento, financiado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), coordenado por Araújo e equipe, vai focar em estratégias de biosseguridade aplicada à produção de aves de quintal com a finalidade de melhorar a segurança alimentar. As pesquisadoras pretendem realizar um projeto de extensão para difusão e adoção de medidas de biosseguridade, produção de ovos de qualidade e uso das penas para artesanato. “Dessa forma esperamos, inclusive, diminuir o risco da introdução e disseminação de doenças, como, por exemplo, a influenza, impedindo que cheguem a essas comunidades”, afirmam. Ao final, a pesquisa deseja garantir maior segurança, qualidade e diversidade na produção em sistemas agroecológicos em comunidades tradicionais, indígenas e agricultores familiares. Sobre o evento: O Agroecol 2024 acontece de quarta (4) a sexta-feira (6) na UFMS. O evento que está na sua sétima edição traz este ano o tema “Água e Clima: direito à vida” para reforçar a importância da agroecologia como uma alternativa para a sustentabilidade e o fortalecimento das comunidades rurais. A programação contará com conferências, mesas-redondas, oficinas e minicursos, além de integrar uma lista de atividades para o público imergir no universo da agroecologia. Durante esses três dias, a Agroecol 2024 será um espaço de aprendizado e fortalecimento de laços em prol de um futuro mais sustentável e equilibrado para todos. Realização – O evento é uma realização da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade da Grande Dourados (UFGD), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Embrapa e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio da Agraer. É uma promoção da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e conta com apoio do MDA, MPI, Ministério da Educação (MEC), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS), Cooperativa de Trabalho em Desenvolvimento Rural e Agronegócio (Coopaer), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), Instituto Pantanal Sul, Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários, Programa Nacional dos Comitês de Cultura de Mato Grosso do Sul (PNCC) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
A avicultura é uma das mais importantes fontes de renda das pequenas propriedades brasileiras. Em sistemas agroecológicos, ela está relacionada à agricultura familiar, assentamentos e comunidades tradicionais. Nessa escala, a avicultura produz alimentos a baixo custo e de alto valor nutritivo, tornando-se base para a segurança alimentar. Essa foi a linha da oficina de “Criação de aves e segurança alimentar”, ministrada pelas pesquisadoras da Embrapa (Corumbá-MS) Raquel Juliano e Adriana Mello de Araújo, durante o Agroecol 2024, em Campo Grande (MS).
“As aves de terreiro (quintal) são facilmente criadas em pequenas propriedades, têm diversidade e são adaptáveis. Elas são importante fonte de proteína animal (carne e ovo) para garantir a alimentação da família a baixo custo de produção”, explica Araújo. Entretanto, a biosseguridade da criação é uma preocupação, pois a vulnerabilidade a diferentes patógenos coloca em risco a saúde de outras espécies animais, incluindo humanos, completa a zootecnista.
A biosseguridade foi o tema central da oficina, as participantes, todas agricultoras familiares, aprenderam sobre a identificação da qualidade dos ovos para consumo, a diversidade na utilização das penas para o artesanato e trocaram experiências e conhecimento entre elas. Vinda da Aldeia Córrego Seco do município de Aquidauana, Glauciele, revela que muitas dessas práticas eram desconhecidas para ela e não praticadas em suas terras, como o manejo, as formas de higienização e os tipos de roupa para trato com os animais.
Do acampamento Esperança, em Dourados (MS), Almerinda foi surpreendida pelo tratamento dado ao solo durante a criação animal. Apesar de ainda não ter lucro com as aves, ela aguarda ter sua propriedade para começar. Já Vanda, terena também do Córrego Seco, se impressionou com os cuidados com a água na avicultura e a dinâmica das galinhas ao pastar para não deixá-las sofrer com o manejo inadequado.
A médica-veterinária Raquel Juliano reforça que a criação de aves de quintal é uma atividade tradicional em agricultura familiar, comunidades tradicionais e indígenas, que não guarda similaridade (características distintas) com a avicultura comercial e esse fato não pode ser menosprezado.
Pesquisa em andamento
Alguns tópicos da oficina estiveram em estudos finalizados pela Embrapa Pantanal, que avaliou uso de alimentos alternativos e estratégias de saúde para galinhas de quintal. O projeto em andamento, financiado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect), coordenado por Araújo e equipe, vai focar em estratégias de biosseguridade aplicada à produção de aves de quintal com a finalidade de melhorar a segurança alimentar.
As pesquisadoras pretendem realizar um projeto de extensão para difusão e adoção de medidas de biosseguridade, produção de ovos de qualidade e uso das penas para artesanato. “Dessa forma esperamos, inclusive, diminuir o risco da introdução e disseminação de doenças, como, por exemplo, a influenza, impedindo que cheguem a essas comunidades”, afirmam. Ao final, a pesquisa deseja garantir maior segurança, qualidade e diversidade na produção em sistemas agroecológicos em comunidades tradicionais, indígenas e agricultores familiares.
Sobre o evento:
O Agroecol 2024 acontece de quarta (4) a sexta-feira (6) na UFMS. O evento que está na sua sétima edição traz este ano o tema “Água e Clima: direito à vida” para reforçar a importância da agroecologia como uma alternativa para a sustentabilidade e o fortalecimento das comunidades rurais.
A programação contará com conferências, mesas-redondas, oficinas e minicursos, além de integrar uma lista de atividades para o público imergir no universo da agroecologia. Durante esses três dias, a Agroecol 2024 será um espaço de aprendizado e fortalecimento de laços em prol de um futuro mais sustentável e equilibrado para todos.
Realização – O evento é uma realização da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade da Grande Dourados (UFGD), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Embrapa e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio da Agraer. É uma promoção da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e conta com apoio do MDA, MPI, Ministério da Educação (MEC), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa/MS), Cooperativa de Trabalho em Desenvolvimento Rural e Agronegócio (Coopaer), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), Instituto Pantanal Sul, Subsecretaria de Políticas Públicas para Povos Originários, Programa Nacional dos Comitês de Cultura de Mato Grosso do Sul (PNCC) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).