Os engenheiros agrônomos Liana Jank e Valdemir Laura foram homenageados por suas trajetórias profissionais e científicas. Pesquisadores da Embrapa em Campo Grande (MS), Jank é melhorista vegetal e Laura, fisiologista de plantas, juntos somam mais de seis décadas dedicadas às pesquisas relacionadas às forrageiras tropicais.
Em Sessão Solene alusiva aos 45 anos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (Crea-MS) na Assembleia Legislativa de MS (Alems), Laura recebeu a medalha e diploma de honra ao Mérito Legislativo José Francisco de Lima por indicação do Crea-MS. No Plenário Deputado Júlio Maia, o agrônomo recordou sua chegada ao Estado após os estudos em São Paulo e Minas Gerais, e destaca a honra por estar entre os 45 homenageados, em um universo de 14 mil filiados.
“No dia da formatura você faz um juramento e realmente meu foco foi na na produção, mas conservando, preservando e respeitando o meio ambiente”, afirma o cientista, que percebeu a busca pela sustentabilidade uma característica marcante entre os homenageados deste ano. Além de engenheiros agrônomos, a diplomação contemplou engenheiros civis, mecânicos, eletricistas, agrimensores, cartógrafos, dentre outros especialistas inscritos no Conselho.
Uma grata surpresa para o fisiologista foi estar ao lado de um ex-aluno de graduação durante a cerimônia. No ofício de professor por dez anos, ele orgulha-se por ser parte da formação de muitos agrônomos, biólogos e zootecnistas, e um deles ser homenageado também. Laura não fala em orgulho, mas reconhecimento pela trajetória desses profissionais.
A melhorista de capins
Durante a solenidade do Prêmio Fundect Pesquisador Sul-mato-grossense 2024 da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de MS (Fundect), no auditório do Sebrae-MS, a melhorista Jank foi o destaque na categoria Inovação para o Setor Empresarial. O prêmio é o maior reconhecimento do Estado a pesquisadores, que transformam o cenário de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) de MS.
Inovar já é marca de Jank quando na década de 70 optou por Agronomia e construiu sua carreira no melhoramento genético de pastagem, em especial, do gênero Panicum maximum. Inovar quando ela se depara, em 1990, com uma reportagem de um pequeno produtor do Rio de Janeiro que teve a vida mudada a partir do plantio do capim-tanzânia; ou, em 2015, quando o presidente de um sindicato rural tornou-se usuário do híbrido BRS Tamani. Inovar enquanto isso tudo acontece, ela forma e cuida de sua família sendo mãe e avó.
“E assim, quantos milhões de produtores não são e foram afetados com essas cultivares no mercado? Nossos materiais atendem pequenos, médios e grandes produtores e isso é emocionante!”, alegra-se a pesquisadora, que generosamente partilha esse primeiro lugar com os colegas do programa de melhoramento, e tem sua marca nos milhões de hectares do Brasil ocupados pelas cultivares de panicum Tanzânia, Mombaça, Massai, Zuri, Tamani e Quênia.