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Embrapa e Centro de Comércio Internacional (ITC) firmam parceria para estimular o comércio de produtos da bioeconomia

Pequenas empresas, povos indígenas, comunidades tradicionais, associações extrativistas em todo o Brasil poderão ter mais oportunidades de produzir e comercializar produtos de base natural, da sociobiodiversidade, em resposta ao aumento da demanda global por alimentos sustentavelmente produzidos, a partir de uma nova parceria firmada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Centro de Comércio Internacional (ITC). Assinaram a carta de intenções, pela Embrapa, a presidente Silvia Massruhá e a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia (DINT), Ana Euler. E pelo ITC, a diretora-executiva, Pamela Coke-Hamilton. O evento foi realizado no dia 22 de outubro, em Brasília, na sede da Embrapa, no contexto da Reunião Ministerial de Comércio e Investimento do G20. A colaboração apoia a Iniciativa de Bioeconomia do G20, lançada este ano pelo Brasil. A nova parceria incentivará o uso sustentável, a gestão e o comércio de cadeias de valor de base natural, que se diferenciam dos métodos industriais ou agrícolas tradicionais, pois colocam a natureza como o principal ativo, sendo preservada ao longo de todo o processo. Exemplos de produtos de base natural incluem a castanha-do-brasil, o açaí e artesanatos indígenas, enquanto serviços incluem o ecoturismo e a observação de pássaros. Utilizando modelos de produção e comércio sociobioeconômicos, o ITC e a Embrapa também irão capacitar produtores e pequenas empresas para agregar valor aos produtos de forma sustentável, em vez de vender somente as matérias-primas ou exportá-las na modalidade commodities. A parceria chega em um momento crucial, já que pesquisadores alertam sobre o risco de “pontos de não retorno” da Amazônia devido ao desmatamento e às mudanças climáticas. Segundo o ITC, a seca de 2024, uma das piores da história recente, afetou mais de 500 mil pessoas em mais de 100 municípios. Os povos indígenas, cujas terras representam mais de 20% da Amazônia, desempenham um papel fundamental na sua proteção. Ao promover uma sociobioeconomia sustentável, a colaboração impulsionará o crescimento econômico para as comunidades extrativistas e povos originários, ao mesmo tempo em que apoia a meta do Brasil de alcançar o desmatamento zero até 2030, em alinhamento com a Estratégia e Plano de Bioeconomia do país. As principais áreas de cooperação incluem o desenvolvimento de modelos de negócios sociobioeconômicos para promover a inclusão social, a conservação da biodiversidade, a segurança alimentar e soberania e o desenvolvimento sustentável por meio do comércio para pequenas empresas, produtores, povos indígenas e comunidades tradicionais no Brasil. A cooperação também prevê o fortalecimento de parcerias com cooperativas e instituições financeiras visando desenvolver modelos com foco em assistência técnica, capacitação e conexão com mercados internacionais e financiadores. A parceria apoiará pequenas empresas no desenvolvimento de habilidades em áreas financeiras e digitais, qualidade e design de produtos, marketing e branding, fornecimento e processamento sustentáveis, conformidade com padrões de sustentabilidade voluntários, adoção de medidas relacionadas à eficiência de recursos e agricultura inteligente para o clima, bem como a inclusão de jovens e questões de gênero. A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá destacou que a organização investe significativamente em pesquisas para a melhoria da produção de produtos da bioeconomia, especialmente na Amazônia. “Nossas pesquisas buscam o desenvolvimento de tecnologias que aumentem o valor agregado dos produtos, com foco na sustentabilidade, beneficiando diretamente as populações locais. Ao todo, dez centros de pesquisa participam do projeto Bioeconomia Inclusiva na Amazônia, com grupos prioritários que envolvem agricultores familiares, povos originários, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e pescadores artesanais”, explica a presidente. Para a diretora Ana Euler, que está elaborando um diagnóstico com o Ministério do Meio Ambiente para propor uma estratégia nacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a bioeconomia inclusiva para na Amazônia, chamada de sóciobioeconomia, esta é uma oportunidade para o ITC. Segundo Euler, a Amazônia tem 800 mil estabelecimentos rurais, incluindo pequenas propriedades, com um sistema cooperativo que reúne entre 200 e 300 cooperativas, porém com nível de estruturação baixa se comparado com outras regiões do Brasil. Por exemplo, a região sul que apresenta um sistema mais organizado, com boa parte das exportações brasileiras de produtos importantes como soja, carne, suínos, aves vindas das cooperativas de pequenos e médios produtores. “A Embrapa e parceiros anunciam anualmente os resultados do Radar Agtech, com o mapeamento das startups do agro. Atualmente, são cerca de 2 mil startups no Brasil. Porém, a Amazônia tem somente 5% das startups, mas vem crescendo rapidamente. Com o advento da COP30, existe todo um movimento para induzir ecossistemas de inovação nessa região”, explicou a diretora. A diretora-executiva do ITC, Pafmela Coke-Hamilton, afirmou: “o desenvolvimento das comunidades locais e dos povos indígenas está no centro da parceria. Ao apoiar seus conhecimentos e práticas sustentáveis, podemos ajudá-los a desbloquear todo o potencial de seus produtos— há muito conhecidos e valorizados por suas comunidades— no cenário global. Por meio do comércio, buscamos abrir novos mercados para essa rica diversidade de produtos de base natural, possibilitando maiores rendas, geração de empregos e promovendo o desenvolvimento socioeconômico dessas comunidades e do país como um todo”. Sobre o ITC O Centro de Comércio Internacional é a agência conjunta da Organização Mundial do Comércio e das Nações Unidas. O ITC auxilia pequenas e médias empresas em economias em desenvolvimento e em transição a tornarem-se mais competitivas nos mercados globais, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico sustentável no contexto da agenda de Ajuda para o Comércio e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Pequenas empresas, povos indígenas, comunidades tradicionais, associações extrativistas em todo o Brasil poderão ter mais oportunidades de produzir e comercializar produtos de base natural, da sociobiodiversidade, em resposta ao aumento da demanda global por alimentos sustentavelmente produzidos, a partir de uma nova parceria firmada entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Centro de Comércio Internacional (ITC).  

Assinaram a carta de intenções, pela Embrapa, a presidente Silvia Massruhá e a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologia (DINT), Ana Euler. E pelo ITC, a diretora-executiva, Pamela Coke-Hamilton. O evento foi realizado no dia 22 de outubro, em Brasília, na sede da Embrapa, no contexto da Reunião Ministerial de Comércio e Investimento do G20. A colaboração apoia a Iniciativa de Bioeconomia do G20, lançada este ano pelo Brasil. 

A nova parceria incentivará o uso sustentável, a gestão e o comércio de cadeias de valor de base natural, que se diferenciam dos métodos industriais ou agrícolas tradicionais, pois colocam a natureza como o principal ativo, sendo preservada ao longo de todo o processo. Exemplos de produtos de base natural incluem a castanha-do-brasil, o açaí e artesanatos indígenas, enquanto serviços incluem o ecoturismo e a observação de pássaros.
Utilizando modelos de produção e comércio sociobioeconômicos, o ITC e a Embrapa também irão capacitar produtores e pequenas empresas para agregar valor aos produtos de forma sustentável, em vez de vender somente as matérias-primas ou exportá-las na modalidade commodities.

A parceria chega em um momento crucial, já que pesquisadores alertam sobre o risco de “pontos de não retorno” da Amazônia devido ao desmatamento e às mudanças climáticas. Segundo o ITC, a seca de 2024, uma das piores da história recente, afetou mais de 500 mil pessoas em mais de 100 municípios. Os povos indígenas, cujas terras representam mais de 20% da Amazônia, desempenham um papel fundamental na sua proteção. Ao promover uma sociobioeconomia sustentável, a colaboração impulsionará o crescimento econômico para as comunidades extrativistas e povos originários, ao mesmo tempo em que apoia a meta do Brasil de alcançar o desmatamento zero até 2030, em alinhamento com a Estratégia e Plano de Bioeconomia do país. 

As principais áreas de cooperação incluem o desenvolvimento de modelos de negócios sociobioeconômicos para promover a inclusão social, a conservação da biodiversidade, a segurança alimentar e soberania e o desenvolvimento sustentável por meio do comércio para pequenas empresas, produtores, povos indígenas e comunidades tradicionais no Brasil. 

A cooperação também prevê o fortalecimento de parcerias com cooperativas e instituições financeiras visando desenvolver modelos com foco em assistência técnica, capacitação e conexão com mercados internacionais e financiadores. A parceria apoiará pequenas empresas no desenvolvimento de habilidades em áreas financeiras e digitais, qualidade e design de produtos, marketing e branding, fornecimento e processamento sustentáveis, conformidade com padrões de sustentabilidade voluntários, adoção de medidas relacionadas à eficiência de recursos e agricultura inteligente para o clima, bem como a inclusão de jovens e questões de gênero.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá destacou que a organização investe significativamente em pesquisas para a melhoria da produção de produtos da bioeconomia, especialmente na Amazônia. “Nossas pesquisas buscam o desenvolvimento de tecnologias que aumentem o valor agregado dos produtos, com foco na sustentabilidade, beneficiando diretamente as populações locais. Ao todo, dez centros de pesquisa participam do projeto Bioeconomia Inclusiva na Amazônia, com grupos prioritários que envolvem agricultores familiares, povos originários, comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e pescadores artesanais”, explica a presidente. 

Para a diretora Ana Euler, que está elaborando um diagnóstico com o Ministério do Meio Ambiente para propor uma estratégia nacional de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a bioeconomia inclusiva para na Amazônia, chamada de sóciobioeconomia, esta é uma oportunidade para o ITC.

Segundo Euler, a Amazônia tem 800 mil estabelecimentos rurais, incluindo pequenas propriedades, com um sistema cooperativo que reúne entre 200 e 300 cooperativas, porém com nível de estruturação baixa se comparado com outras regiões do Brasil. Por exemplo, a região sul que apresenta um sistema mais organizado, com boa parte das exportações brasileiras de produtos importantes como soja, carne, suínos, aves vindas das cooperativas de pequenos e médios produtores.

“A Embrapa e parceiros anunciam anualmente os resultados do Radar Agtech, com o mapeamento das startups do agro. Atualmente, são cerca de 2 mil startups no Brasil. Porém, a Amazônia tem somente 5% das startups, mas vem crescendo rapidamente. Com o advento da COP30, existe todo um movimento para induzir ecossistemas de inovação nessa região”, explicou a diretora. 

A diretora-executiva do ITC, Pafmela Coke-Hamilton, afirmou: “o desenvolvimento das comunidades locais e dos povos indígenas está no centro da parceria. Ao apoiar seus conhecimentos e práticas sustentáveis, podemos ajudá-los a desbloquear todo o potencial de seus produtos— há muito conhecidos e valorizados por suas comunidades— no cenário global. Por meio do comércio, buscamos abrir novos mercados para essa rica diversidade de produtos de base natural, possibilitando maiores rendas, geração de empregos e promovendo o desenvolvimento socioeconômico dessas comunidades e do país como um todo”.

Sobre o ITC

O Centro de Comércio Internacional é a agência conjunta da Organização Mundial do Comércio e das Nações Unidas. O ITC auxilia pequenas e médias empresas em economias em desenvolvimento e em transição a tornarem-se mais competitivas nos mercados globais, contribuindo assim para o desenvolvimento econômico sustentável no contexto da agenda de Ajuda para o Comércio e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

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