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Safra de trigo entra na reta final no RS

Cuidados com a giberela devem ser intensificados nas lavouras A colheita do trigo está começando no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal no Brasil. A expectativa é de aumento de produtividade e grãos de qualidade favorecidos pelo clima estável, com previsão de chuvas regulares até a conclusão da safra de inverno. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, as lavouras de trigo estão em 53% na fase de enchimento de grãos (10/10/24). O momento é decisivo para a conclusão de uma safra que tem mostrado potencial comparado aos resultados de 2022, reconhecida como a melhor safra de trigo da história do Rio Grande do Sul, onde os rendimentos chegaram a média de 65 sacos por hectare (sc/ha). Em 2024, a área de cultivo reduziu em 10,6% (Conab), contabilizando 1,3 milhão de hectares, mas com previsão de produtividade 60% superior em relação ao ano passado. “A redução de área foi pequena, considerando a frustração com a safra de 2023, quando a média das lavouras foi de 32 sc/ha. Neste ano, a estimativa é superar 50 sc/ha, com muitos produtores ultrapassando 100 sc/ha”, avalia o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo Marcelo Klein. A expectativa de bons resultados na safra está embasada nas previsões climáticas. Conforme o boletim do INMET, a previsão é de neutralidade para o início da La Niña no trimestre outubro-novembro-dezembro no Rio Grande do Sul. Na prática, a previsão indica condições favoráveis para chuvas acima e em torno da média, o que garante níveis de umidade no solo elevados com chuvas regulares, mas a aproximação do La Niña permite espaçamento entre umidade e tempo seco, reduzindo riscos de perdas por doenças fúngicas e germinação na espiga. Fundamental neste momento, é o manejo da giberela. Segundo a fitopatologista da Embrapa Trigo Cheila Sbalcheiro, para o melhor controle da doença é preciso fazer a proteção antecipada da espiga. Assim, por exemplo, com previsão de chuva nas próximas 24h a 72h, a orientação é aplicar o fungicida antes da chuva e repetir a operação após 7 a 10 dias se houver nova previsão de chuva. “A recomendação é monitorar as previsões climáticas para fazer o controle preventivo e evitar que o fungo chegue à espiga”, explica ela. Acompanhamento da safra A equipe de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo percorreu as principais regiões tritícolas do RS na última semana para avaliar a evolução das lavouras, especialmente junto a parceiros na multiplicação de genética BRS. “Podemos dividir o estado em duas partes. Na metade norte (Planalto, Noroeste/Missões), onde está concentrada a produção tritícola do estado, foram registradas chuvas abaixo da média, colaborando com a sanidade das lavouras no começo do espigamento. Já na metade sul (campanha), o excesso de chuvas causou dificuldades para o controle das doenças fúngicas, mas como o trigo ainda está em fase de elongação e emborrachamento, acreditamos que o potencial produtivo ainda não foi comprometido”, conta Marcelo Klein. Para o consultor técnico Mauro Deon, do Grupo Vaccaro, empresa que acompanha a produção de grãos em 160 municípios nas regiões centro e norte do RS, os produtores estão esperançosos por bons resultados no trigo, depois de sofrer com perdas na soja e no milho. “Acredito que teremos diferentes impactos do clima na safra de trigo deste ano, com resultados desuniformes dentro de uma mesma região, flutuando de altas produtividades até baixos rendimentos. O diferencial, certamente, vai estar no tipo de manejo da lavoura adotado pelo produtor. Quem for mais eficiente, vai garantir a melhor colheita”, ressalta Mauro.

Cuidados com a giberela devem ser intensificados nas lavouras

A colheita do trigo está começando no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal no Brasil. A expectativa é de aumento de produtividade e grãos de qualidade favorecidos pelo clima estável, com previsão de chuvas regulares até a conclusão da safra de inverno.

De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, as lavouras de trigo estão em 53% na fase de enchimento de grãos (10/10/24). O momento é decisivo para a conclusão de uma safra que tem mostrado potencial comparado aos resultados de 2022, reconhecida como a melhor safra de trigo da história do Rio Grande do Sul, onde os rendimentos chegaram a média de 65 sacos por hectare (sc/ha). Em 2024, a área de cultivo reduziu em 10,6% (Conab), contabilizando 1,3 milhão de hectares, mas com previsão de produtividade 60% superior em relação ao ano passado. “A redução de área foi pequena, considerando a frustração com a safra de 2023, quando a média das lavouras foi de 32 sc/ha. Neste ano, a estimativa é superar 50 sc/ha, com muitos produtores ultrapassando 100 sc/ha”, avalia o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo Marcelo Klein.

A expectativa de bons resultados na safra está embasada nas previsões climáticas. Conforme o boletim do INMET, a previsão é de neutralidade para o início da La Niña no trimestre outubro-novembro-dezembro no Rio Grande do Sul. Na prática, a previsão indica condições favoráveis para chuvas acima e em torno da média, o que garante níveis de umidade no solo elevados com chuvas regulares, mas a aproximação do La Niña permite espaçamento entre umidade e tempo seco, reduzindo riscos de perdas por doenças fúngicas e germinação na espiga.

Fundamental neste momento, é o manejo da giberela. Segundo a fitopatologista da Embrapa Trigo Cheila Sbalcheiro, para o melhor controle da doença é preciso fazer a proteção antecipada da espiga. Assim, por exemplo, com previsão de chuva nas próximas 24h a 72h, a orientação é aplicar o fungicida antes da chuva e repetir a operação após 7 a 10 dias se houver nova previsão de chuva. “A recomendação é monitorar as previsões climáticas para fazer o controle preventivo e evitar que o fungo chegue à espiga”, explica ela.

Acompanhamento da safra

A equipe de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo percorreu as principais regiões tritícolas do RS na última semana para avaliar a evolução das lavouras, especialmente junto a parceiros na multiplicação de genética BRS. “Podemos dividir o estado em duas partes. Na metade norte (Planalto, Noroeste/Missões), onde está concentrada a produção tritícola do estado, foram registradas chuvas abaixo da média, colaborando com a sanidade das lavouras no começo do espigamento. Já na metade sul (campanha), o excesso de chuvas causou dificuldades para o controle das doenças fúngicas, mas como o trigo ainda está em fase de elongação e emborrachamento, acreditamos que o potencial produtivo ainda não foi comprometido”, conta Marcelo Klein.

Para o consultor técnico Mauro Deon, do Grupo Vaccaro, empresa que acompanha a produção de grãos em 160 municípios nas regiões centro e norte do RS, os produtores estão esperançosos por bons resultados no trigo, depois de sofrer com perdas na soja e no milho. “Acredito que teremos diferentes impactos do clima na safra de trigo deste ano, com resultados desuniformes dentro de uma mesma região, flutuando de altas produtividades até baixos rendimentos. O diferencial, certamente, vai estar no tipo de manejo da lavoura adotado pelo produtor. Quem for mais eficiente, vai garantir a melhor colheita”, ressalta Mauro.

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