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Evento em Mato Grosso apresenta biofungicida com tecnologia Embrapa

Em um projeto desenvolvido pela parceria entre Embrapa e Toyobo do Brasil Produtos Biológicos, foi lançado no dia 26 de setembro o fungicida Biotrix, que contém a cepa inédita no mercado BRM-29600, de Trichoderma harzianum. O Biotrix atua na proteção de plantas, controlando doenças fúngicas como mofo branco, podridão aquosa e podridão cinzenta do caule. Este bioinsumo vem colaborar na redução da infestação do solo e das doses de fungicidas, quando aplicado nas diversas culturas atacadas por Sclerotinia sclerotiorum, Macrophomina e Rhizoctonia solani, todos com incidência nas principais áreas produtoras de grãos e fibras no país. O evento aconteceu em Campo Verde, Mato Grosso, com palestras dos pesquisadores Murillo Lobo Jr. (Embrapa Arroz e Feijão) e João Paulo Ascari (Fundação Mato Grosso); e de Larissa Costa de Souza, supervisora dos serviços técnicos da Toyobo. Pela Embrapa, atuaram também no desenvolvimento desse biofungicida, Enderson Ferreira, Márcio Vinícius Cortes e Adriane Wendland, curadora da coleção de microrganismos funcionais do centro de pesquisa. Colaboraram, ainda, Alexandre Cunha (Embrapa Algodão) e Roberto Zito (Embrapa Soja). O lançamento contou com representantes de instituições de pesquisa, produtores, técnicos e consultores da região. João Paulo Ascari falou sobre as ferramentas biológicas aplicadas ao manejo de doenças, no sistema de produção da soja e do algodão, traçando paralelo entre o controle químico e o biológico adotados no momento, focando principalmente em Trichoderma. Larissa Costa falou das características do Biotrix, suas principais doenças alvo, os benefícios do uso do produto, os resultados desse biofungicida em áreas de produtores parceiros nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, e os resultados de eficácia do produto no controle das doenças alvos. Murillo Lobo apresentou a ação e as vantagens do Trichoderma no manejo de doenças causadas por fungos habitantes do solo, que afetam não apenas o feijão, a soja e o algodão, mas também milho, sorgo, girassol, amendoim e diversas hortaliças, entre centenas de outras plantas hospedeiras. Segundo o pesquisador, as doenças provocadas pelos fungos de solo comprometem severamente todo o trabalho do produtor, às vezes matando sementes com prejuízos à formação de estande, noutras reduzindo sua produtividade, por perda de raízes e área foliar, e impedindo seu desenvolvimento. “Atualmente, obter resistência a essas doenças por meio do controle genético é muito difícil, e o controle químico pode ser restrito ao tratamento das sementes ou pulverizações que aumentam os custos de produção”, afirma ele. MANEJO INTEGRADO Assim como o uso de produtos químicos, a rotação de culturas e o Sistema Plantio Direto, consagrados na proteção de lavouras e que deve ser usados no manejo integrado de doenças, não conseguem controlar sozinhos as doenças radiculares, pois os fungos sobrevivem por muito tempo no solo, e têm muitas plantas hospedeiras que os multiplicam. Da mesma forma, o controle biológico não deve ser a única ação que vai trazer resultados na solução dos problemas causados pelos fungos que atacam as raízes. É importante associá-lo a outras práticas conservacionistas, como as plantas de cobertura, por exemplo, aumentando a eficácia do manejo integrado de doenças. Sem o manejo correto, uma área cultivada quando atacada por várias doenças simultaneamente, pode ficar inviável para o cultivo. “Raramente você vai encontrar um campo atacado apenas por um desses fungos, geralmente, encontramos dois deles, pelo menos, mais os nematoides. Esse biofungicida foi desenvolvido com o fim de proteger a planta, desinfestando parcialmente o solo. E nós conseguimos um bom resultado, temos aí um excelente produto para ser disponibilizado no mercado no controle de doenças importantes”, diz o pesquisador. A aplicação do Biotrix deve ser realizada em momentos distintos. Na fase inicial, pode ser realizada no tratamento das sementes. Para o mofo branco, doença que ataca as culturas geralmente a partir do florescimento, a pulverização deve ser preventiva, via barra, quando a planta já tenha três ou quatro trifólios ou 15 ou 20 dias antes do florescimento, e que o produto chegue rapidamente ao solo. É necessário que o solo esteja úmido e evitar tanto frio ou calor extremos, quanto misturas com fungicidas químicos no tanque durante a aplicação. HISTÓRICO A Embrapa Arroz e Feijão, de início, enviou 10 cepas de Trichoderma, da coleção de microrganismos multifuncionais, para a Toyobo, das quais foi selecionada a BRM-29600, que, além de um bom agente controle biológico, é um produtor natural do ácido indol-acético (AIA), um dos compostos mais conhecidos de promoção do crescimento de plantas. Ou seja, mesmo que a planta não seja atacada por doença alguma, o Biotrix traz benefícios, na forma de melhor enraizamento produção de vagens, no caso de feijão comum e soja. A versatilidade genética da BRM-29600 surpreendeu até mesmo os pesquisadores da Embrapa, que já a conheciam por meio de estudos em laboratório e campo. Por questões de registro, para a certeza da espécie de que se trata, foi feito o sequenciamento completo do seu genoma. Em seguida, com estas informações em mãos, aconteceram testes complementares de identificação dos genes que produzissem algum fator antimicrobiano, com um total de 48 grupos de genes identificados. “Nós fomos atrás de um fenótipo, buscando saúde e resistência da planta, e observamos que há muito mais do que imaginávamos. Essa cepa é muito versátil, tanto para proteger a planta, controlando os patógenos, quanto para fazer com que se torne robusta e cresça mais”, revela Murillo. Após os experimentos realizados na Embrapa, a Toyobo produziu a formulação denominada “pó molhável”, passando a realizar novos testes, agora fora da Embrapa Arroz e Feijão, em estações diversas que emitem laudos de eficácia e praticabilidade agronômica. Os testes foram feitos também em soja, na Região dos Campos Gerais, em Ponta Grossa e em Londrina, no Paraná, e em Campo Verde-MT. “Essa foi uma prova de fogo, porque uma coisa é conseguir bons resultados dentro da nossa área de pesquisa, na nossa Fazenda Capivara em Santo Antônio de Goiás. Outra coisa é testar o material em ambientes distintos, que fogem ao nosso controle. Os resultados foram excelentes, sempre igualando ou superando as testemunhas, que já estão no mercado”, revela Murillo Lobo. Foram três anos desde o início do projeto em 2020 até o registro do Biotrix no MAPA, em 2023. Este é também um excelente exemplo de parceria entre a Embrapa e suas instituições parceiras, como a Toyobo. Produtores interessados em obter mais informações ou adquirir o Biotrix, devem procurar a Toyobo, pelos seguintes meios de contato: Endereço: Rua Padre Bento, 858 – Salto/SP – Cep: 13326-400 Telefone: (11) 4602-8100 E-mail: guilherme.micai@toyobo.net.br ou larissa.souza@toyobo.net.br

Foto: Divulgação

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Em um projeto desenvolvido pela parceria entre Embrapa e Toyobo do Brasil Produtos Biológicos, foi lançado no dia 26 de setembro o fungicida Biotrix, que contém a cepa inédita no mercado BRM-29600, de Trichoderma harzianum. O Biotrix atua na proteção de plantas, controlando doenças fúngicas como mofo branco, podridão aquosa e podridão cinzenta do caule. Este bioinsumo vem colaborar na redução da infestação do solo e das doses de fungicidas, quando aplicado nas diversas culturas atacadas por Sclerotinia sclerotiorumMacrophomina e Rhizoctonia solani, todos com incidência nas principais áreas produtoras de grãos e fibras no país.

O evento aconteceu em Campo Verde, Mato Grosso, com palestras dos pesquisadores Murillo Lobo Jr. (Embrapa Arroz e Feijão) e João Paulo Ascari (Fundação Mato Grosso); e de Larissa Costa de Souza, supervisora dos serviços técnicos da Toyobo. Pela Embrapa, atuaram também no desenvolvimento desse biofungicida, Enderson Ferreira, Márcio Vinícius Cortes e Adriane Wendland, curadora da coleção de microrganismos funcionais do centro de pesquisa. Colaboraram, ainda, Alexandre Cunha (Embrapa Algodão) e Roberto Zito (Embrapa Soja). O lançamento contou com representantes de instituições de pesquisa, produtores, técnicos e consultores da região.

João Paulo Ascari falou sobre as ferramentas biológicas aplicadas ao manejo de doenças, no sistema de produção da soja e do algodão, traçando paralelo entre o controle químico e o biológico adotados no momento, focando principalmente em Trichoderma. Larissa Costa falou das características do Biotrix, suas principais doenças alvo, os benefícios do uso do produto, os resultados desse biofungicida em áreas de produtores parceiros nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, e os resultados de eficácia do produto no controle das doenças alvos.

Murillo Lobo apresentou a ação e as vantagens do Trichoderma no manejo de doenças causadas por fungos habitantes do solo, que afetam não apenas o feijão, a soja e o algodão, mas também milho, sorgo, girassol, amendoim e diversas hortaliças, entre centenas de outras plantas hospedeiras. Segundo o pesquisador, as doenças provocadas pelos fungos de solo comprometem severamente todo o trabalho do produtor, às vezes matando sementes com prejuízos à formação de estande, noutras reduzindo sua produtividade, por perda de raízes e área foliar, e impedindo seu desenvolvimento. “Atualmente, obter resistência a essas doenças por meio do controle genético é muito difícil, e o controle químico pode ser restrito ao tratamento das sementes ou pulverizações que aumentam os custos de produção”, afirma ele. 

MANEJO INTEGRADO
Assim como o uso de produtos químicos, a rotação de culturas e o Sistema Plantio Direto, consagrados na proteção de lavouras e que deve ser usados no manejo integrado de doenças, não conseguem controlar sozinhos as doenças radiculares, pois os fungos sobrevivem por muito tempo no solo, e têm muitas plantas hospedeiras que os multiplicam. Da mesma forma, o controle biológico não deve ser a única ação que vai trazer resultados na solução dos problemas causados pelos fungos que atacam as raízes. É importante associá-lo a outras práticas conservacionistas, como as plantas de cobertura, por exemplo, aumentando a eficácia do manejo integrado de doenças. Sem o manejo correto, uma área cultivada quando atacada por várias doenças simultaneamente, pode ficar inviável para o cultivo. “Raramente você vai encontrar um campo atacado apenas por um desses fungos, geralmente, encontramos dois deles, pelo menos, mais os nematoides. Esse biofungicida foi desenvolvido com o fim de proteger a planta, desinfestando parcialmente o solo. E nós conseguimos um bom resultado, temos aí um excelente produto para ser disponibilizado no mercado no controle de doenças importantes”, diz o pesquisador.

A aplicação do Biotrix deve ser realizada em momentos distintos. Na fase inicial, pode ser realizada no tratamento das sementes. Para o mofo branco, doença que ataca as culturas geralmente a partir do florescimento, a pulverização deve ser preventiva, via barra, quando a planta já tenha três ou quatro trifólios ou 15 ou 20 dias antes do florescimento, e que o produto chegue rapidamente ao solo. É necessário que o solo esteja úmido e evitar tanto frio ou calor extremos, quanto misturas com fungicidas químicos no tanque durante a aplicação.

HISTÓRICO
A Embrapa Arroz e Feijão, de início, enviou 10 cepas de Trichoderma, da coleção de microrganismos multifuncionais, para a Toyobo, das quais foi selecionada a BRM-29600, que, além de um bom agente controle biológico, é um produtor natural do ácido indol-acético (AIA), um dos compostos mais conhecidos de promoção do crescimento de plantas. Ou seja, mesmo que a planta não seja atacada por doença alguma, o Biotrix traz benefícios, na forma de melhor enraizamento produção de vagens, no caso de feijão comum e soja.

A versatilidade genética da BRM-29600 surpreendeu até mesmo os pesquisadores da Embrapa, que já a conheciam por meio de estudos em laboratório e campo. Por questões de registro, para a certeza da espécie de que se trata, foi feito o sequenciamento completo do seu genoma. Em seguida, com estas informações em mãos, aconteceram testes complementares de identificação dos genes que produzissem algum fator antimicrobiano, com um total de 48 grupos de genes identificados. “Nós fomos atrás de um fenótipo, buscando saúde e resistência da planta, e observamos que há muito mais do que imaginávamos. Essa cepa é muito versátil, tanto para proteger a planta, controlando os patógenos, quanto para fazer com que se torne robusta e cresça mais”, revela Murillo.

Após os experimentos realizados na Embrapa, a Toyobo produziu a formulação denominada “pó molhável”, passando a realizar novos testes, agora fora da Embrapa Arroz e Feijão, em estações diversas que emitem laudos de eficácia e praticabilidade agronômica.

Os testes foram feitos também em soja, na Região dos Campos Gerais, em Ponta Grossa e em Londrina, no Paraná, e em Campo Verde-MT. “Essa foi uma prova de fogo, porque uma coisa é conseguir bons resultados dentro da nossa área de pesquisa, na nossa Fazenda Capivara em Santo Antônio de Goiás. Outra coisa é testar o material em ambientes distintos, que fogem ao nosso controle. Os resultados foram excelentes, sempre igualando ou superando as testemunhas, que já estão no mercado”, revela Murillo Lobo. Foram três anos desde o início do projeto em 2020 até o registro do Biotrix no MAPA, em 2023. Este é também um excelente exemplo de parceria entre a Embrapa e suas instituições parceiras, como a Toyobo.

Produtores interessados em obter mais informações ou adquirir o Biotrix, devem procurar a Toyobo, pelos seguintes meios de contato:
Endereço: Rua Padre Bento, 858 – Salto/SP – Cep: 13326-400
Telefone: (11) 4602-8100
E-mailguilherme.micai@toyobo.net.br ou larissa.souza@toyobo.net.br 

Henrique de Oliveira (MTb/GO 1.960)
Embrapa Arroz e Feijão

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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