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Embrapa comemora Dia Nacional da Inovação com debate entre especialistas globais de diferentes áreas

Arena Embrapa de Inovação contou com a participação simultânea de quase 500 pessoas no canal da Empresa no YouTube Para comemorar o Dia Nacional da Inovação, a Embrapa reuniu nesta terça-feira (19/10) cerca de 500 pessoas simultaneamente em seu canal no YouTube no evento “Arena Embrapa de Inovação”. Lideranças de empresas com atuação global como Bayer, Bosch, BRF, Corteva, Embraer, JBS, John Deere e Syngenta, além de representantes do governo, discutiram inovação no agronegócio, sustentabilidade e oportunidades para a economia brasileira. A programação foi dividida em três painéis sobre dois grandes temas: “Estratégias de Inovação” e “Inovação e sustentabilidade no agro”. O presidente da Embrapa, Celso Moretti, diz que o evento busca oferecer uma visão holística da inovação a partir do ponto-de-vista de stakeholders de diferentes áreas de atuação. “O agro é hoje um setor de extrema importância para a economia do País, movimentando mais de R$ 1 trilhão. É provável que ultrapasse 30% do PIB brasileiro ainda em 2021”, destacou Moretti, lembrando que debater e estimular a inovação no setor é prioridade para a agenda brasileira. O Secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Camargo, que participou da abertura do evento, lembrou que o Dia Nacional da Inovação é comemorado todos os anos (Lei nº 12.193/2010) e homenageia o primeiro voo bem-sucedido de Alberto Santos Dumont com um dirigível ao redor da Torre Eiffel, em Paris, em 1901. Segundo ele, a Embrapa vem promovendo inovação na agropecuária há quase cinco décadas e o caminho nem sempre é fácil, especialmente porque o padrão para a Empresa tem que se manter alto. A inovação agropecuária como motor da economia brasileira A palestra inicial do evento “A inovação agropecuária como motor da economia brasileira” foi do presidente Celso Moretti. Para ele, a primeira inovação disruptiva no cenário agrícola brasileiro foi a tropicalização. De importador de alimentos na década de 1970, o Brasil passou a um dos principais players do agro mundial. Moretti afirmou que a inovação no Brasil se deu em três ondas ao longo dessas quase cinco décadas: expansão, competitividade e sustentabilidade. Ele citou a recuperação de 15 milhões de áreas de pastagens degradadas e a intensificação sustentável promovida pelos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que resultou na carne carbono neutro. “Esse foi um passo importante e pioneiro do Brasil no que se refere à agropecuária sustentável. Para comparação, a Austrália projeta essa inovação para 2030, a Inglaterra para 2040 e o Brasil já tem desde 2019”, comemorou. Ele lembra que já estão em desenvolvimento ações de PD&I para geração de leite e soja de baixo carbono. A descarbonização da agricultura é, sem dúvida, uma das principais tendências para o Brasil e o mundo nas próximas décadas. No dia 18 de outubro, o Mapa apresentou a nova etapa do programa ABC+, cujas metas e tecnologias estão voltadas à mitigação de gases de efeito estufa (GEEs) e adaptação às mudanças climáticas. Os novos objetivos do ABC+ são fruto de consulta pública realizada pelo Mapa durante o mês de setembro, que recebeu mais de 500 contribuições. Como perspectivas futuras para 2030, o presidente destacou o desenvolvimento de tecnologias com foco em sustentabilidade em todas as vertentes, agricultura de baixo carbono, ILPF, bioinsumos, defesa agropecuária, edição genômica para adaptação climática e agricultura digital. Inovar para competir A diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, idealizadora do evento, moderou o painel 1 “A inovação e suas oportunidades” que os participantes apresentaram informações sobre políticas, programas e ações de inovação em curso, tanto no setor privado quanto público. Martin ressaltou a relevância da cooperação entre esses setores para o fomento do ecossistema de inovação e provocou os painelistas a refletirem sobre como é possível manter as equipes motivadas para o exercício continuado da inovação. O Secretário Especial Adjunto de Produtividade e Competividade do Ministério da Economia e Conselheiro da Embrapa, Bruno Portela, lembrou os avanços promovidos nos últimos anos pelo Marco Legal de Ciência Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016) e, mais recentemente, pelo Marco Legal das startups e do empreendedorismo inovador (Lei 182/2021). Destacou que o espírito desse arcabouço legal é a criação de ambientes promotores de inovação, via formação de alianças estratégicas e da cooperação, envolvendo o setor público, privado e a comunidade científica, e tendo os pesquisadores como principais protagonistas do processo de inovação. Em atenção à reflexão proposta pela diretora Adriana, Portela ressaltou que, na área pública, o caminho é inovar sempre para poder competir. O sucesso da inovação, de acordo com Bruno Bragazza, Gerente de Inovação, Novos Negócios e Propriedade Intelectual da Bosch, está na união de dois fatores, “olhar para dentro de casa, investindo nas ações de intraempreendedorismo, e também para fora, buscando as grandes oportunidades com parceiros estratégicos e startups que já estão no mercado”, e lembrou que “para motivar as equipes é preciso traçar um propósito”. O executivo também destacou a parceria com a Embrapa, “esse é um exemplo de parceria estratégica da Bosch no setor do Agro, associando o conhecimento agronômico a aplicações de IoT, e que vai gerar produtos inovadores no mercado”, explicou Bragazza. André Gasparotti, responsável pela gestão de portfólio e estratégia de P&D da Embraer e Diretor da ANPEI, deixou como mensagem a todos que trabalham com inovação que “nunca desistam dos seus sonhos” a que “os Desafios com propósito bem definido são o cerne da motivação para todo inovador e empreendedor”. Gasparotti destacou a relevância da manutenção dos incentivos promovidos pela Lei do Bem – para cada R$ 1,00 de incentivo, as empresas investiram R$ 4,80 em P&D –, e destacou “a importância da estabilidade nos investimentos em P&D em ICTs e empresas para promover a competitividade do Brasil, bem como para a retenção de seus talentos”. Gasparotti lembrou ainda que a Embraer atua em todos os horizontes de inovação, e citou como exemplos de disrupção à vista, o advento da eletrificação na aviação e a mobilidade aérea autônoma, destacando o recente 1o voo do demonstrador de tecnologias elétrico utilizando a plataforma da aeronave Ipanema, que desde 2004 é utilizada na pulverização de propriedades agrícolas e foi a primeira aeronave movida à etanol. “Inovabilidade” é a palavra que define a inovação no presente e no futuro O diretor executivo de P&D da Embrapa, Guy de Capdeville, moderou o segundo painel do evento, que teve como tema “Inovação e sustentabilidade na era da agricultura digital”. A inovação aliada à sustentabilidade é, sem dúvida, a tendência que norteia o agro no presente e no futuro, na visão de todos os palestrantes. A Vice-Presidente Global de Relações Institucionais, Reputação e Sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti destacou o novo conceito de “inovabilidade”, que conecta as duas expressões. Há 87 anos no mercado, a BRF tem mudado consideravelmente a sua forma de atuar com base na métrica ESG, que alia meio ambiente, inclusão social e governança. “E essa mudança é baseada nas demandas de consumidores, investidores e de todos os outros atores que influenciam a cadeia produtiva”, afirmou, acrescentando em seguida: “A inovação sustentável é um foguete, que já partiu, com combustível renovável. Não há mais volta”. Augusto Moraes, diretor de Relações Institucionais da Corteva para a América Latina, foi na mesma linha. Segundo ele, a inovação sustentável no agro é a grande bandeira da empresa hoje. Moraes lembrou que a percepção do termo inovação muda ao longo dos séculos e dos contextos. “Se em tempos de guerra, a inovação estava associada a poderio bélico, por exemplo, hoje o termo está diretamente associado à sustentabilidade. A inovação, o agro e a sustentabilidade são conceitos que se conectam”, enfatizou. O diretor de Operações da Syngenta Digital Brasil, Gustavo Schaper, pontuou que uma das melhores formas de se mensurar a inovação é a partir da mudança no comportamento das pessoas. “E é isso que conseguimos observar no comportamento dos produtores brasileiros que, graças ao uso das tecnologias de agricultura digital, como georreferenciamento e ferramentas de IoT, conseguem conhecer e administrar cada pedaço de suas propriedades”, destacou. Segundo ele, o grande desafio da Syngenta Digital, que é o braço da empresa em agricultura 5.0, é transformar tecnologias de ponta em aplicativos simples para uso no campo de forma a ajudar os produtores na gestão de suas propriedades. O diretor de P&D, Guy de Capdeville, falou ainda sobre as tecnologias poupa-terra, capazes de aumentar a produtividade sem a necessidade de expansão de áreas agricultáveis. Como exemplo, ele citou a pecuária de corte que teve um aumento de produção de 80% sem aumentar um hectare de área sequer. Conexões entre inovação e sustentabilidade No Painel 3 do Arena Embrapa de Inovação, o Secretário de Inovação e Negócios da Embrapa e mediador do painel, Raul Rosinha, debateu com os painelistas sobre inovação aberta e alinhamento entre o negócio das empresas e as expectativas dos consumidores, e como isso reflete na inovação e nas práticas de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, do inglês) das empresas. Para Dirceu Ferreira Junior, Head de Inovação Aberta da Bayer Crop Science para América Latina, a Bayer é uma empresa centenária (fundada em 1863), mas que está sempre mirando as boas práticas. Nesse sentido a empresa, que já tinha parcerias com a Embrapa e as universidades, buscou aproximação com o ecossistema de inovação aberta – startups e hubs de inovação -, e assim nasceu o Life Hub São Paulo. “Queremos com isso prover mentes brilhantes e capazes de desenvolver cada vez mais soluções que atendam aos problemas dos agricultores e da sociedade brasileira”, explica Dirceu. O gestor também lembrou que o tripé que norteia as ações da Bayer – inovação, transformação digital e sustentabilidade – exige que a empresa se reinvente para atender às práticas de ESG, e às expectativas dos novos consumidores, e que um exemplo disso é projeto Pro Carbono Bayer. Rodrigo Bonato, Diretor do Grupo de Soluções Inteligentes da John Deere, ressaltou os investimentos da empresa em conectividade para o campo, equipando suas máquinas com câmeras, sensores, micro gerenciadores e destacou que o investimento em rastreabilidade é o melhor caminho para mostrar que a cadeia de produção de alimentos no País é sustentável. “A sustentabilidade deve ser a grande estratégia das empresas e, assim como as práticas de ESG, precisa ser pensada e tratada pensando na perenização das organizações”, afirma Joanita Maestri Karoleski, Presidente do Fundo JBS pela Amazônia. A executiva reforçou também a necessidade das parcerias estratégicas, entre setor público e privado, e que resultem no desenvolvimento de tecnologias que contribuam para melhoria da qualidade de vida da população e que tragam soluções para o meio ambiente. Evento reuniu a tripla hélice: ICT, governo e empresas privadas Ao final do evento, o diretor de P&D afirmou que a inclusão social aliada à sustentabilidade e governança, com base na métrica ESG, é uma das prioridades da Embrapa para fazer com que a tecnologia chegue às mais de cinco milhões de pequenas propriedades no Brasil. A diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, coordenadora do Arena Embrapa de Inovação, encerrou o evento lembrando que no Dia Nacional da Inovação a Embrapa reuniu a chamada tripla hélice – ICT, governo e empresas privadas. Citou uma frase, de um autor desconhecido, escrita pelo chefe-geral da Embrapa Trigo no chat do evento: “ Mentes, sombrinhas e livros só servem quando abertos. Que esse evento remeta a muitos insights e esperamos colher bons resultados nessa jornada da inovação”, desejou Martin.

Foto: Captura de tela

Captura de tela - A Arena Embrapa de Inovação reuniu ICT, governo e setor privado

A Arena Embrapa de Inovação reuniu ICT, governo e setor privado

 Arena Embrapa de Inovação contou com a participação simultânea de quase 500 pessoas no canal da Empresa no YouTube

Para comemorar o Dia Nacional da Inovação, a Embrapa reuniu nesta terça-feira (19/10) cerca de 500 pessoas simultaneamente em seu canal no YouTube no evento “Arena Embrapa de Inovação”. Lideranças de empresas com atuação global como Bayer, Bosch, BRF, Corteva, Embraer, JBS, John Deere e Syngenta, além de representantes do governo, discutiram inovação no agronegócio, sustentabilidade e oportunidades para a economia brasileira. A programação foi dividida em três painéis sobre dois grandes temas: “Estratégias de Inovação” e “Inovação e sustentabilidade no agro”.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, diz que o evento busca oferecer uma visão holística da inovação a partir do ponto-de-vista de stakeholders de diferentes áreas de atuação. “O agro é hoje um setor de extrema importância para a economia do País, movimentando mais de R$ 1 trilhão. É provável que ultrapasse 30% do PIB brasileiro ainda em 2021”, destacou Moretti, lembrando que debater e estimular a inovação no setor é prioridade para a agenda brasileira.

O Secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Camargo, que participou da abertura do evento, lembrou que o Dia Nacional da Inovação é comemorado todos os anos (Lei nº 12.193/2010) e homenageia o primeiro voo bem-sucedido de Alberto Santos Dumont com um dirigível ao redor da Torre Eiffel, em Paris, em 1901.

Segundo ele, a Embrapa vem promovendo inovação na agropecuária há quase cinco décadas e o caminho nem sempre é fácil, especialmente porque o padrão para a Empresa tem que se manter alto.

A inovação agropecuária como motor da economia brasileira

A palestra inicial do evento “A inovação agropecuária como motor da economia brasileira” foi do presidente Celso Moretti. Para ele, a primeira inovação disruptiva no cenário agrícola brasileiro foi a tropicalização. De importador de alimentos na década de 1970, o Brasil passou a um dos principais players do agro mundial.

Moretti afirmou que a inovação no Brasil se deu em três ondas ao longo dessas quase cinco décadas: expansão, competitividade e sustentabilidade. Ele citou a recuperação de 15 milhões de áreas de pastagens degradadas e a intensificação sustentável promovida pelos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que resultou na carne carbono neutro. “Esse foi um passo importante e pioneiro do Brasil no que se refere à agropecuária sustentável. Para comparação, a Austrália projeta essa inovação para 2030, a Inglaterra para 2040 e o Brasil já tem desde 2019”, comemorou. Ele lembra que já estão em desenvolvimento ações de PD&I para geração de leite e soja de baixo carbono.

A descarbonização da agricultura é, sem dúvida, uma das principais tendências para o Brasil e o mundo nas próximas décadas. No dia 18 de outubro, o Mapa apresentou a nova etapa do programa ABC+, cujas metas e tecnologias estão voltadas à mitigação de gases de efeito estufa (GEEs) e adaptação às mudanças climáticas. Os novos objetivos do ABC+ são fruto de consulta pública realizada pelo Mapa durante o mês de setembro, que recebeu mais de 500 contribuições.

Como perspectivas futuras para 2030, o presidente destacou o desenvolvimento de tecnologias com foco em sustentabilidade em todas as vertentes, agricultura de baixo carbono, ILPF, bioinsumos, defesa agropecuária, edição genômica para adaptação climática e agricultura digital.

 

Inovar para competir

A diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, idealizadora do evento, moderou o painel 1 “A inovação e suas oportunidades” que os participantes apresentaram informações sobre políticas, programas e ações de inovação em curso, tanto no setor privado quanto público. Martin ressaltou a relevância da cooperação entre esses setores para o fomento do ecossistema de inovação e provocou os painelistas a refletirem sobre como é possível manter as equipes motivadas para o exercício continuado da inovação.

O Secretário Especial Adjunto de Produtividade e Competividade do Ministério da Economia e Conselheiro da Embrapa, Bruno Portela, lembrou os avanços promovidos nos últimos anos pelo Marco Legal de Ciência Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016) e, mais recentemente, pelo Marco Legal das startups e do empreendedorismo inovador (Lei 182/2021). Destacou que o espírito desse arcabouço legal é a criação de ambientes promotores de inovação, via formação de alianças estratégicas e da cooperação, envolvendo o setor público, privado e a comunidade científica, e tendo os pesquisadores como principais protagonistas do processo de inovação. Em atenção à reflexão proposta pela diretora Adriana, Portela ressaltou que, na área pública, o caminho é inovar sempre para poder competir.

O sucesso da inovação, de acordo com Bruno Bragazza, Gerente de Inovação, Novos Negócios e Propriedade Intelectual da Bosch, está na união de dois fatores, “olhar para dentro de casa, investindo nas ações de intraempreendedorismo, e também para fora, buscando as grandes oportunidades com parceiros estratégicos e startups que já estão no mercado”, e lembrou que “para motivar as equipes é preciso traçar um propósito”. 

O executivo também destacou a parceria com a Embrapa, “esse é um exemplo de parceria estratégica da Bosch no setor do Agro, associando o conhecimento agronômico a aplicações de IoT, e que vai gerar produtos inovadores no mercado”, explicou Bragazza.

André Gasparotti, responsável pela gestão de portfólio e estratégia de P&D da Embraer e Diretor da ANPEI, deixou como mensagem a todos que trabalham com inovação que “nunca desistam dos seus sonhos” a que “os Desafios com propósito bem definido são o cerne da motivação para todo inovador e empreendedor”. Gasparotti destacou a relevância da manutenção dos incentivos promovidos pela Lei do Bem – para cada R$ 1,00 de incentivo, as empresas investiram R$ 4,80 em P&D –, e destacou “a importância da estabilidade nos investimentos em P&D em ICTs e empresas para promover a competitividade do Brasil, bem como para a retenção de seus talentos”.

Gasparotti lembrou ainda que a Embraer atua em todos os horizontes de inovação, e citou como exemplos de disrupção à vista, o advento da eletrificação na aviação e a mobilidade aérea autônoma, destacando o recente 1o voo do demonstrador de tecnologias elétrico utilizando a plataforma da aeronave Ipanema, que desde 2004 é utilizada na pulverização de propriedades agrícolas e foi a primeira aeronave movida à etanol.

“Inovabilidade” é a palavra que define a inovação no presente e no futuro

O diretor executivo de P&D da Embrapa, Guy de Capdeville, moderou o segundo painel do evento, que teve como tema “Inovação e sustentabilidade na era da agricultura digital”.

A inovação aliada à sustentabilidade é, sem dúvida, a tendência que norteia o agro no presente e no futuro, na visão de todos os palestrantes. A Vice-Presidente Global de Relações Institucionais, Reputação e Sustentabilidade da BRF, Grazielle Parenti destacou o novo conceito de “inovabilidade”, que conecta as duas expressões. Há 87 anos no mercado, a BRF tem mudado consideravelmente a sua forma de atuar com base na métrica ESG, que alia meio ambiente, inclusão social e governança. “E essa mudança é baseada nas demandas de consumidores, investidores e de todos os outros atores que influenciam a cadeia produtiva”, afirmou, acrescentando em seguida: “A inovação sustentável é um foguete, que já partiu, com combustível renovável. Não há mais volta”.

Augusto Moraes, diretor de Relações Institucionais da Corteva para a América Latina, foi na mesma linha. Segundo ele, a inovação sustentável no agro é a grande bandeira da empresa hoje. Moraes lembrou que a percepção do termo inovação muda ao longo dos séculos e dos contextos. “Se em tempos de guerra, a inovação estava associada a poderio bélico, por exemplo, hoje o termo está diretamente associado à sustentabilidade. A inovação, o agro e a sustentabilidade são conceitos que se conectam”, enfatizou.

O diretor de Operações da Syngenta Digital Brasil, Gustavo Schaper, pontuou que uma das melhores formas de se mensurar a inovação é a partir da mudança no comportamento das pessoas. “E é isso que conseguimos observar no comportamento dos produtores brasileiros que, graças ao uso das tecnologias de agricultura digital, como georreferenciamento e ferramentas de IoT, conseguem conhecer e administrar cada pedaço de suas propriedades”, destacou.

Segundo ele, o grande desafio da Syngenta Digital, que é o braço da empresa em agricultura 5.0, é transformar tecnologias de ponta em aplicativos simples para uso no campo de forma a ajudar os produtores na gestão de suas propriedades.

O diretor de P&D, Guy de Capdeville, falou ainda sobre as tecnologias poupa-terra, capazes de aumentar a produtividade sem a necessidade de expansão de áreas agricultáveis. Como exemplo, ele citou a pecuária de corte que teve um aumento de produção de 80% sem aumentar um hectare de área sequer.

 

Conexões entre inovação e sustentabilidade

No Painel 3 do Arena Embrapa de Inovação, o Secretário de Inovação e Negócios da Embrapa e mediador do painel, Raul Rosinha, debateu com os painelistas sobre inovação aberta e alinhamento entre o negócio das empresas e as expectativas dos consumidores, e como isso reflete na inovação e nas práticas de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, do inglês) das empresas. 

Para Dirceu Ferreira Junior, Head de Inovação Aberta da Bayer Crop Science para América Latina, a Bayer é uma empresa centenária (fundada em 1863), mas que está sempre mirando as boas práticas. Nesse sentido a empresa, que já tinha parcerias com a Embrapa e as universidades, buscou aproximação com o ecossistema de inovação aberta – startups e hubs de inovação -, e assim nasceu o Life Hub São Paulo. “Queremos com isso prover mentes brilhantes e capazes de desenvolver cada vez mais soluções que atendam aos problemas dos agricultores e da sociedade brasileira”, explica Dirceu.

O gestor também lembrou que o tripé que norteia as ações da Bayer – inovação, transformação digital e sustentabilidade – exige que a empresa se reinvente para atender às práticas de ESG, e às expectativas dos novos consumidores, e que um exemplo disso é projeto Pro Carbono Bayer.

Rodrigo Bonato, Diretor do Grupo de Soluções Inteligentes da John Deere, ressaltou os investimentos da empresa em conectividade para o campo, equipando suas máquinas com câmeras, sensores, micro gerenciadores e destacou que o investimento em rastreabilidade é o melhor caminho para mostrar que a cadeia de produção de alimentos no País é sustentável.

“A sustentabilidade deve ser a grande estratégia das empresas e, assim como as práticas de ESG, precisa ser pensada e tratada pensando na perenização  das organizações”, afirma Joanita Maestri Karoleski, Presidente do Fundo JBS pela Amazônia. A executiva reforçou também a necessidade das parcerias estratégicas, entre setor público e privado, e que resultem no desenvolvimento de tecnologias que contribuam para melhoria da qualidade de vida da população e que tragam soluções para o meio ambiente.

Evento reuniu a tripla hélice: ICT, governo e empresas privadas

Ao final do evento, o diretor de P&D afirmou que a inclusão social aliada à sustentabilidade e governança, com base na métrica ESG, é uma das prioridades da Embrapa para fazer com que a tecnologia chegue às mais de cinco milhões de pequenas propriedades no Brasil.

A diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, coordenadora do Arena Embrapa de Inovação, encerrou o evento lembrando que no Dia Nacional da Inovação a Embrapa reuniu a chamada tripla hélice – ICT, governo e empresas privadas. Citou uma frase, de um autor desconhecido, escrita pelo chefe-geral da Embrapa Trigo no chat do evento: “​Mentes, sombrinhas e livros só servem quando abertos. Que esse evento remeta a muitos insights e esperamos colher bons resultados nessa jornada da inovação”, desejou Martin.

Fernanda Diniz (MtB/DF 4685/89)
Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento (SPD)

Contatos para a imprensa

Selma Lúcia Lira Beltrão
Secretaria de Inovação e Negócios (SIN)

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