Crescimento no número de agtechs, digitalização do campo e investimentos para dinamização de startups estiveram nas falas de representantes brasileiros e indianos que discutiram inovação agrícola e segurança alimentar durante encontro virtual realizado nesta terça-feira, 28, pela Apex-Brasil em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa, entre outras instituições. A Índia é o terceiro país que mais investe em empresas emergentes voltadas ao setor agropecuário no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e China, revelou estudo realizado pelo AgFunder. O Brasil é líder mundial em agricultura tropical, figurando entre os maiores exportadores de proteína animal e grãos. As potencialidades de parte a parte e os desafios comuns foram destacados pelos participantes do painel Rumo a um futuro de segurança alimentar com agtechs, durante o encontro. O coordenador geral de Inovação Aberta do Mapa, Daniel Trento, lembrou o crescimento de startups no Brasil durante a pandemia, em especial aquelas dedicadas à logística, distribuição e rastreabilidade. A situação pandêmica apontou ainda para a urgência do cuidado com a segurança dos alimentos, “não somente como o aumento de produção visando à segurança alimentar”, observou Trento. Para o coordenador, sedimentar o futuro do agro brasileiro dependerá de investimentos em PD&I em áreas como biotecnologia, soluções para agroindústria e ações voltadas à inclusão digital, entre outras demandas a serem atendidas em parceria com agtechs. Já o representante da Embrapa no evento, o assessor da Diretoria Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento, Alexandre Morais do Amaral, foi chamado a contar sobre a relevância da pesquisa agropecuária na trajetória de êxito do agronegócio brasileiro. Ao ser perguntado sobre a forma como a empresa estimula a inovação aberta, Alexandre citou programas como Ideas for Milk, Ideas for Farm e InoveAqua, desenvolvidos por centros de pesquisa da empresa. O principal desafio é a conectividade, disse Amaral, destacando a dimensão continental do Brasil e os cerca de 5 milhões de estabelecimentos rurais, com aproximadamente 80% sendo de pequenos produtores. “O país está desenvolvendo tecnologias relacionadas à conectividade, a plataformas digitais e aplicativos móveis e estes são pontos para ações de cooperação com parceiros indianos para inovação aberta e para a negociação de ativos tecnológicos da Embrapa embarcados”, disse. Assim como no Brasil, a Índia registrou aumento no número de startups em diversos setores nos últimos três anos, indicou o diretor do Instituto Indiano de Pesquisa Agrícola – ICAR (Indian Agricultural Research Institute, da sigla em inglês), Vilas A. Tonapi. Para ele, o cenário aponta para a crescente demanda por tecnologias digitais, e a inclusão digital também será um desafio junto aos indianos. Também a escassez hídrica em propriedades agrícolas indianas foi apontada pelo pesquisador do ICAR, Rabi N. Sahoo, entre as prioridades atuais e futuras para manutenção da atividade agropecuária naquele País. Segundo entende, a conexão entre os ecossistemas e a troca de experiências com tecnologias poupadoras de água será necessária no enfrentamento das mudanças climáticas. Avaliação O coordenador geral de Inovação Aberta do Mapa, Daniel Trento, aprovou a iniciativa de aproximar instituições públicas e privadas para a troca de experiências e impressões sobre realidades locais do agronegócio e tendências mundiais. “É uma primeira rodada e haverá oportunidades de qualificação do debate, com detalhamento das agendas”, avalia. “O Brasil precisa mostrar, cada vez mais, que sua agricultura é baseada em ciência, é uma agricultura sustentável, é um país que atua como grande provedor de alimentos para o mundo”, conclui. Para Alexandre do Amaral, da Embrapa, o formato on-line do Agritalk Índia-Brasil foi capaz de colocar em contato instituições que não possuem tradição de diálogo e percebeu o claro interesse das organizações indianas por temas como agricultura digital. “Este campo tanto pode abrir mercado para o desenvolvimento de soluções conjuntas com a Embrapa para a agricultura no Brasil, por meio de projetos de inovação aberta, como pode também identificar soluções da Embrapa para o Brasil que possam ser aplicadas na Índia, através de tecnologia embarcada”. Agritalk Índia-Brasil inaugurou uma série de webinars com a participação de porta-vozes brasileiros e estrangeiros, Câmaras de Comércio, influenciadores e empresários para discutir o futuro do agronegócio e gerar parcerias bilaterais. Para 2021, estão previstas mais três edições do Agritalk: com Estados Unidos, Reino Unido e China. Entre os objetivos estão ampliar o diálogo internacional com o mercado dos países selecionados e fortalecer a imagem do Brasil como parceiro estratégico. A iniciativa conta com parceria dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Ciência, Tecnologia, Comunicações e Inovações e (MCTI) e das Relações Exteriores (MRE).
Crescimento no número de agtechs, digitalização do campo e investimentos para dinamização de startups estiveram nas falas de representantes brasileiros e indianos que discutiram inovação agrícola e segurança alimentar durante encontro virtual realizado nesta terça-feira, 28, pela Apex-Brasil em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Embrapa, entre outras instituições.
A Índia é o terceiro país que mais investe em empresas emergentes voltadas ao setor agropecuário no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e China, revelou estudo realizado pelo AgFunder. O Brasil é líder mundial em agricultura tropical, figurando entre os maiores exportadores de proteína animal e grãos.
As potencialidades de parte a parte e os desafios comuns foram destacados pelos participantes do painel Rumo a um futuro de segurança alimentar com agtechs, durante o encontro. O coordenador geral de Inovação Aberta do Mapa, Daniel Trento, lembrou o crescimento de startups no Brasil durante a pandemia, em especial aquelas dedicadas à logística, distribuição e rastreabilidade.
A situação pandêmica apontou ainda para a urgência do cuidado com a segurança dos alimentos, “não somente como o aumento de produção visando à segurança alimentar”, observou Trento. Para o coordenador, sedimentar o futuro do agro brasileiro dependerá de investimentos em PD&I em áreas como biotecnologia, soluções para agroindústria e ações voltadas à inclusão digital, entre outras demandas a serem atendidas em parceria com agtechs.
Já o representante da Embrapa no evento, o assessor da Diretoria Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento, Alexandre Morais do Amaral, foi chamado a contar sobre a relevância da pesquisa agropecuária na trajetória de êxito do agronegócio brasileiro. Ao ser perguntado sobre a forma como a empresa estimula a inovação aberta, Alexandre citou programas como Ideas for Milk, Ideas for Farm e InoveAqua, desenvolvidos por centros de pesquisa da empresa.
O principal desafio é a conectividade, disse Amaral, destacando a dimensão continental do Brasil e os cerca de 5 milhões de estabelecimentos rurais, com aproximadamente 80% sendo de pequenos produtores. “O país está desenvolvendo tecnologias relacionadas à conectividade, a plataformas digitais e aplicativos móveis e estes são pontos para ações de cooperação com parceiros indianos para inovação aberta e para a negociação de ativos tecnológicos da Embrapa embarcados”, disse.
Assim como no Brasil, a Índia registrou aumento no número de startups em diversos setores nos últimos três anos, indicou o diretor do Instituto Indiano de Pesquisa Agrícola – ICAR (Indian Agricultural Research Institute, da sigla em inglês), Vilas A. Tonapi. Para ele, o cenário aponta para a crescente demanda por tecnologias digitais, e a inclusão digital também será um desafio junto aos indianos.
Também a escassez hídrica em propriedades agrícolas indianas foi apontada pelo pesquisador do ICAR, Rabi N. Sahoo, entre as prioridades atuais e futuras para manutenção da atividade agropecuária naquele País. Segundo entende, a conexão entre os ecossistemas e a troca de experiências com tecnologias poupadoras de água será necessária no enfrentamento das mudanças climáticas.
Avaliação
O coordenador geral de Inovação Aberta do Mapa, Daniel Trento, aprovou a iniciativa de aproximar instituições públicas e privadas para a troca de experiências e impressões sobre realidades locais do agronegócio e tendências mundiais. “É uma primeira rodada e haverá oportunidades de qualificação do debate, com detalhamento das agendas”, avalia.
“O Brasil precisa mostrar, cada vez mais, que sua agricultura é baseada em ciência, é uma agricultura sustentável, é um país que atua como grande provedor de alimentos para o mundo”, conclui.
Para Alexandre do Amaral, da Embrapa, o formato on-line do Agritalk Índia-Brasil foi capaz de colocar em contato instituições que não possuem tradição de diálogo e percebeu o claro interesse das organizações indianas por temas como agricultura digital.
“Este campo tanto pode abrir mercado para o desenvolvimento de soluções conjuntas com a Embrapa para a agricultura no Brasil, por meio de projetos de inovação aberta, como pode também identificar soluções da Embrapa para o Brasil que possam ser aplicadas na Índia, através de tecnologia embarcada”.
Agritalk
Índia-Brasil inaugurou uma série de webinars com a participação de porta-vozes brasileiros e estrangeiros, Câmaras de Comércio, influenciadores e empresários para discutir o futuro do agronegócio e gerar parcerias bilaterais.
Para 2021, estão previstas mais três edições do Agritalk: com Estados Unidos, Reino Unido e China. Entre os objetivos estão ampliar o diálogo internacional com o mercado dos países selecionados e fortalecer a imagem do Brasil como parceiro estratégico. A iniciativa conta com parceria dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Ciência, Tecnologia, Comunicações e Inovações e (MCTI) e das Relações Exteriores (MRE).