No quarto módulo do seminário Pesquisa e Inovação em Germoplasma e Melhoramento Genético, promovido pela Embrapa Cerrados, o pesquisador José Teodoro de Melo falou sobre a mangaba, espécie brasileira que ocupa toda a região do Cerrado e parte do nordeste. Ele alerta que as mangabeiras têm sido muito exploradas, com intenso extrativismo. No entanto, ela é importante fonte de renda para os pequenos produtores rurais. Em 2017, produção foi de pouco mais de mil toneladas de frutos, o que é um resultado pequeno, na opinião do pesquisador: “A produção, não considero tão expressiva pelo tamanho do Brasil. Mostra que tem muito espaço para aumento do consumo e da produção dessa espécie”. Para garantir a conservação da mangabeira foi implantado o Banco Ativo de Germoplasma na Embrapa Cerrados em 1999, que conserva quinze acessos coletados em Goiás e no Distrito Federal. Essas amostras foram caracterizadas em relação ao diâmetro da copa e do caule, altura da planta, comprimento e largura da folha, diâmetro lateral, transversal e peso dos frutos. Também foram realizadas pesquisas para propagação vegetativa das plantas, pelo pesquisador Ailton Pereira e sua equipe, visando multiplicação e clonagem da espécie, registradas em duas publicações. “São um marco na propagação vegetativa de mangaba”, afirma Melo. O melhoramento genético dos pseudocereais – amaranto e quinoa – foi tema da palestra do pesquisador Walter Quadros, que lembrou que esse trabalho começou em 1980, resultando no lançamento das cultivares BRS Piabiru (quinoa) e BRS Alegria (amaranto). Devido a algumas dificuldades no manejo dessas variedades e em relação à qualidade do grão, em 2010 a pesquisa foi retomada. Foi realizada a caracterização de 980 genótipos selecionados a partir dessas cultivares e a seleção das 20 melhores linhagens, com materiais mais precoces e produtivos. No cultivo de inverno, em plantio comercial, foi alcançada produtividade de 3 a 5 toneladas por hectare. Em cultivo de safrinha, chegou-se a 1,2 tonelada. O pesquisador Marcelo Fidelis apresentou a pesquisa com macaúba, uma palmeira nativa do Cerrado que se destaca na produção de óleo para biodiesel. Um teste amplo com várias espécies não tradicionais – nativas e exóticas – para produção de agroenergia mostrou o potencial da macaúba. “Nós verificamos que a macaúba tinha um potencial para produção de óleo igual ao do dendê e muito superior ao da soja. O óleo vegetal hoje, no mundo, basicamente é produzido com soja ou dendê. Então temos uma espécie nativa perene que tem um potencial equivalente ao do dendê”. A partir desse resultado, foi iniciada a pesquisa para domesticação da macaúba, para transformar a espécie nativa em cultura comercial. O objetivo é lançar cultivares de macaúba no mercado que tenha alto rendimento de óleo, baixa incidência de espinhos, baixa perda de frutos, menor altura das plantas, entre outras características importantes para o cultivo. Estudos realizados apontaram que 55% da polpa e 45% da amêndoa da macaúba é composta por óleo, o que proporciona um rendimento médio de óleo de cerca de 15% por hectare, o que é considerado um rendimento fantástico pelo pesquisador. A produção de 1,7 toneladas de óleo por hectare nas populações naturais avaliadas pode chegar a 6,9 toneladas, quando selecionadas as melhores plantas. “Isso nos dá a certeza de que podemos avançar no melhoramento genético dessa espécie, afirma Fidelis. Outra característica importante, segundo pesquisador, é que o óleo da macaúba é muito mais estável do que o da soja, por ter maior índice de um composto chamado linoleico, importante para manter a qualidade do produto. A expectativa que até 2023 sejam selecionados os dez melhores acessos a partir dos cem que hoje estão em avaliação. A próxima etapa será o desenvolvimento da primeira cultivar de macaúba da Embrapa. O último tema do seminário foi a estévia, planta originária da fronteira entre o Brasil e o Paraguai que é 300 vezes mais doce que a sacarose. Usada para produção de edulcorantes naturais, o objetivo da pesquisa é tornar a planta uma alternativa para os sistemas de produção no Cerrado, em sistemas irrigados ou na safrinha. A pesquisa, iniciada em 2004, realizou coletas e estudos de variabilidade genética, morfológica e seleção dos melhores genótipos para o desenvolvimento de cultivares adaptadas ao Cerrado. O pesquisador Fábio Faleiro explica que, para a estévia, é necessário desenvolver um melhoramento genético como foi feito para a soja, que antes só era cultivada no sul do País, para obtenção de plantas com período juvenil mais longo. A produção no Cerrado depende de ajustes no sistema de produção, melhoramento genético agronômico e de qualidade industrial para produção de edulcorantes com maior qualidade. A pesquisa tem como foco gerar um processo produtivo de alto desempenho agronômico para obtenção de um bom rendimento industrial para região do Cerrado. Assista aqui ao seminário Pesquisa e Inovação em Germoplasma e Melhoramento Genético da Embrapa Cerrados – Módulo IV.
No quarto módulo do seminário Pesquisa e Inovação em Germoplasma e Melhoramento Genético, promovido pela Embrapa Cerrados, o pesquisador José Teodoro de Melo falou sobre a mangaba, espécie brasileira que ocupa toda a região do Cerrado e parte do nordeste.
Ele alerta que as mangabeiras têm sido muito exploradas, com intenso extrativismo. No entanto, ela é importante fonte de renda para os pequenos produtores rurais. Em 2017, produção foi de pouco mais de mil toneladas de frutos, o que é um resultado pequeno, na opinião do pesquisador: “A produção, não considero tão expressiva pelo tamanho do Brasil. Mostra que tem muito espaço para aumento do consumo e da produção dessa espécie”.
Para garantir a conservação da mangabeira foi implantado o Banco Ativo de Germoplasma na Embrapa Cerrados em 1999, que conserva quinze acessos coletados em Goiás e no Distrito Federal. Essas amostras foram caracterizadas em relação ao diâmetro da copa e do caule, altura da planta, comprimento e largura da folha, diâmetro lateral, transversal e peso dos frutos.
Também foram realizadas pesquisas para propagação vegetativa das plantas, pelo pesquisador Ailton Pereira e sua equipe, visando multiplicação e clonagem da espécie, registradas em duas publicações. “São um marco na propagação vegetativa de mangaba”, afirma Melo.
O melhoramento genético dos pseudocereais – amaranto e quinoa – foi tema da palestra do pesquisador Walter Quadros, que lembrou que esse trabalho começou em 1980, resultando no lançamento das cultivares BRS Piabiru (quinoa) e BRS Alegria (amaranto).
Devido a algumas dificuldades no manejo dessas variedades e em relação à qualidade do grão, em 2010 a pesquisa foi retomada. Foi realizada a caracterização de 980 genótipos selecionados a partir dessas cultivares e a seleção das 20 melhores linhagens, com materiais mais precoces e produtivos. No cultivo de inverno, em plantio comercial, foi alcançada produtividade de 3 a 5 toneladas por hectare. Em cultivo de safrinha, chegou-se a 1,2 tonelada.
O pesquisador Marcelo Fidelis apresentou a pesquisa com macaúba, uma palmeira nativa do Cerrado que se destaca na produção de óleo para biodiesel.
Um teste amplo com várias espécies não tradicionais – nativas e exóticas – para produção de agroenergia mostrou o potencial da macaúba. “Nós verificamos que a macaúba tinha um potencial para produção de óleo igual ao do dendê e muito superior ao da soja. O óleo vegetal hoje, no mundo, basicamente é produzido com soja ou dendê. Então temos uma espécie nativa perene que tem um potencial equivalente ao do dendê”.
A partir desse resultado, foi iniciada a pesquisa para domesticação da macaúba, para transformar a espécie nativa em cultura comercial. O objetivo é lançar cultivares de macaúba no mercado que tenha alto rendimento de óleo, baixa incidência de espinhos, baixa perda de frutos, menor altura das plantas, entre outras características importantes para o cultivo.
Estudos realizados apontaram que 55% da polpa e 45% da amêndoa da macaúba é composta por óleo, o que proporciona um rendimento médio de óleo de cerca de 15% por hectare, o que é considerado um rendimento fantástico pelo pesquisador.
A produção de 1,7 toneladas de óleo por hectare nas populações naturais avaliadas pode chegar a 6,9 toneladas, quando selecionadas as melhores plantas. “Isso nos dá a certeza de que podemos avançar no melhoramento genético dessa espécie, afirma Fidelis. Outra característica importante, segundo pesquisador, é que o óleo da macaúba é muito mais estável do que o da soja, por ter maior índice de um composto chamado linoleico, importante para manter a qualidade do produto.
A expectativa que até 2023 sejam selecionados os dez melhores acessos a partir dos cem que hoje estão em avaliação. A próxima etapa será o desenvolvimento da primeira cultivar de macaúba da Embrapa.
O último tema do seminário foi a estévia, planta originária da fronteira entre o Brasil e o Paraguai que é 300 vezes mais doce que a sacarose. Usada para produção de edulcorantes naturais, o objetivo da pesquisa é tornar a planta uma alternativa para os sistemas de produção no Cerrado, em sistemas irrigados ou na safrinha.
A pesquisa, iniciada em 2004, realizou coletas e estudos de variabilidade genética, morfológica e seleção dos melhores genótipos para o desenvolvimento de cultivares adaptadas ao Cerrado. O pesquisador Fábio Faleiro explica que, para a estévia, é necessário desenvolver um melhoramento genético como foi feito para a soja, que antes só era cultivada no sul do País, para obtenção de plantas com período juvenil mais longo.
A produção no Cerrado depende de ajustes no sistema de produção, melhoramento genético agronômico e de qualidade industrial para produção de edulcorantes com maior qualidade. A pesquisa tem como foco gerar um processo produtivo de alto desempenho agronômico para obtenção de um bom rendimento industrial para região do Cerrado.
Assista aqui ao seminário Pesquisa e Inovação em Germoplasma e Melhoramento Genético da Embrapa Cerrados – Módulo IV.