A água é um insumo vital para a atividade agropecuária e esse é um dos grandes desafios enfrentados por pequenos e médios produtores do sertão nordestino, dependentes da água da chuva e que sofrem com a falta dela. Quem produz no semiárido nordestino sabe que a seca é a realidade climática a ser enfrentada nessa parte do país. Uma publicação da Embrapa mostra que o uso de tecnologia de produção adequada à realidade local pode mudar esse cenário. “Agricultura biossalina: desafios e alternativas para o uso de águas salobras e salinas no semiárido brasileiro” apresenta algumas alternativas técnicas para o uso de águas salobras e salinas – um dos recursos naturais abundantes do semiárido brasileiro – por meio da dessalinização ou de práticas culturais que minimizem o efeito da salinidade acumulada nos solos usados na agricultura da região. As orientações da pesquisa é trabalhar em pequenas áreas destinadas à produção de forragem para alimentação animal e até produzir alimento humano de qualidade, como o caso da quinoa, um cereal de origem andina e de alto valor nutricional e com valor comercial agregado, usando águas salinas na irrigação. Para a produção de forrageiras, capaz de suportar pequenos rebanhos, predominantemente de ovinos e caprinos em períodos de seca extrema, a Embrapa testou com eficiência algumas plantas. As variedades recomendadas pela pesquisa para o sistema de agricultura biossalina são as halófitas, ou seja, aquelas que toleram a presenças de sais. Os pesquisadores também testaram plantas costumeiramente cultivadas pelo sertanejo, como a glicerídia e a palma forrageira. Os testes também mostraram bons resultados com sorgo forrageiro, moringa, leucina e melancia forrageira. A erva-sal é um caso especial. Essa variedade necessita naturalmente de sódio para o seu crescimento e contém mais de 20% de proteína, portanto, indicada para ser usada como forrageira. A proteína é o primeiro nutriente considerado e o mais oneroso no processo de formulação de uma dieta animal. Ainda no caso da palma, além da possibilidade de ser usada na alimentação animal é também uma fonte de água para matar a sede do rebanho. Sua composição é de 90% de água e 10% de matéria fibrosa. A pesquisa indica cuidados agrícolas que devem ser observados na implantação desses sistemas. O primeiro deles é pela associação de sistemas de irrigação e o uso de adubação orgânica em um grande arranjo tecnológico. Cada variedade e cada local deve ter suas características avaliadas, como salinidade da água, condição do solo e outras. Com o decorrer do tempo de implantação, os pesquisadores também apontam que os métodos levariam naturalmente à recuperação da saúde do solo, a recomposição da vegetação, diminuição da pressão sobre a vegetação da caatinga, fixação do homem no campo, promoção da recuperação da biodiversidade, da promoção da dignidade humana, dentre outros avanços. Acesse a publicação e saiba mais Assista o vídeo
A água é um insumo vital para a atividade agropecuária e esse é um dos grandes desafios enfrentados por pequenos e médios produtores do sertão nordestino, dependentes da água da chuva e que sofrem com a falta dela. Quem produz no semiárido nordestino sabe que a seca é a realidade climática a ser enfrentada nessa parte do país.
Uma publicação da Embrapa mostra que o uso de tecnologia de produção adequada à realidade local pode mudar esse cenário. “Agricultura biossalina: desafios e alternativas para o uso de águas salobras e salinas no semiárido brasileiro” apresenta algumas alternativas técnicas para o uso de águas salobras e salinas – um dos recursos naturais abundantes do semiárido brasileiro – por meio da dessalinização ou de práticas culturais que minimizem o efeito da salinidade acumulada nos solos usados na agricultura da região.
As orientações da pesquisa é trabalhar em pequenas áreas destinadas à produção de forragem para alimentação animal e até produzir alimento humano de qualidade, como o caso da quinoa, um cereal de origem andina e de alto valor nutricional e com valor comercial agregado, usando águas salinas na irrigação.
Para a produção de forrageiras, capaz de suportar pequenos rebanhos, predominantemente de ovinos e caprinos em períodos de seca extrema, a Embrapa testou com eficiência algumas plantas. As variedades recomendadas pela pesquisa para o sistema de agricultura biossalina são as halófitas, ou seja, aquelas que toleram a presenças de sais.
Os pesquisadores também testaram plantas costumeiramente cultivadas pelo sertanejo, como a glicerídia e a palma forrageira. Os testes também mostraram bons resultados com sorgo forrageiro, moringa, leucina e melancia forrageira.
A erva-sal é um caso especial. Essa variedade necessita naturalmente de sódio para o seu crescimento e contém mais de 20% de proteína, portanto, indicada para ser usada como forrageira. A proteína é o primeiro nutriente considerado e o mais oneroso no processo de formulação de uma dieta animal. Ainda no caso da palma, além da possibilidade de ser usada na alimentação animal é também uma fonte de água para matar a sede do rebanho. Sua composição é de 90% de água e 10% de matéria fibrosa.
A pesquisa indica cuidados agrícolas que devem ser observados na implantação desses sistemas. O primeiro deles é pela associação de sistemas de irrigação e o uso de adubação orgânica em um grande arranjo tecnológico. Cada variedade e cada local deve ter suas características avaliadas, como salinidade da água, condição do solo e outras.
Com o decorrer do tempo de implantação, os pesquisadores também apontam que os métodos levariam naturalmente à recuperação da saúde do solo, a recomposição da vegetação, diminuição da pressão sobre a vegetação da caatinga, fixação do homem no campo, promoção da recuperação da biodiversidade, da promoção da dignidade humana, dentre outros avanços.
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