Com o objetivo de orientar técnicos, produtores rurais, pesquisadores, agências de financiamento e estudantes universitários sobre as áreas mais adequadas para o cultivo de café, banana, seringueira e abacaxi no Estado do Acre, a Embrapa lançou uma série de fôlderes para divulgar o resultado do Zoneamento Pedoclimático, pesquisa realizada em parceria com o Ministério da Agricultura, em Capixaba, Feijó, Plácido de Castro e Tarauacá, para apresentar as áreas preferenciais para o plantio de acordo com o nível tecnológico adotado para cada cultura. Além do resultado do zoneamento de cada município, o documento apresenta dados como localização, extensão territorial, uso atual da terra, porcentagem de área desmatada e os resultados disponíveis em tabelas e mapas. “O zoneamento é um instrumento de uso direto e permite se transformar em política pública municipal. É importante para tomada de decisão sobre o plantio e manejo das culturas de acordo com os níveis de tecnologia utilizados”, afirma o chefe-geral da Embrapa Acre e coordenador da pesquisa, Eufran do Amaral. Metodologia As culturas escolhidas foram apontadas pelos gestores de cada município. Nessa pesquisa foram considerados três níveis tecnológicos ou níveis de manejo: A, B e C. Cada área demanda um nível de tecnologia diferente conforme as condições do solo, clima e da cultura escolhida. Segundo Amaral, o nível A é primitivo, em que o produtor faz o cultivo com uso mínimo de insumos. O nível B é intermediário, com poucas intervenções, que incluem o uso de adubos e corretivos. Por último, o nível C que considera o uso intensivo de tecnologias para melhorar as condições da terra. “Para cada nível, nós fazemos uma estratificação para permitir que o pequeno, médio e grande produtor, dependendo do seu nível de acesso a recursos, possam estabelecer melhores condições para plantar. É uma tecnologia inclusiva, todos os produtores rurais, indígenas e extrativistas podem usar essa ferramenta”, afirma Amaral. Resultados A cidade de Capixaba, localizada na regional do Baixo Acre, apresenta 56,6% do território desmatado, em que a agricultura anual e perene ocupa 2,7% dessa área. O estudo apontou que 76.9% do território desmatado apresenta áreas preferenciais para o cultivo da seringueira, desde que sejam adotadas técnicas de manejo adequadas e clones resistentes ao mal das folhas (nível de manejo C). Para o cultivo do café Canéfora, as áreas preferenciais no nível A, onde deve ser priorizado o cultivo, ocupam 31,3%. Acesse aqui. Em Feijó, 6,1% do território está desmatado, com 8% dessa área voltada para agricultura anual e perene. A grande produção de banana em Feijó decorre pela facilidade e aceitação no mercado, além do solo ter alta aptidão para esse cultivo. No território desmatado, há 93% de áreas preferenciais para o cultivo da bananeira, pois possui boa capacidade de retenção de água, relevo plano e boas condições químicas (nível de manejo A). Para a produção de café, as técnicas de manjo e uso de espécies mais adaptadas são fundamentais (nível de manejo C). Acesse aqui. Plácido de Castro, localizado na regional do Baixo Acre, possui 77% do território desmatado, onde 2,2% dessa área são ocupadas pela agricultura anual e perene. Para as áreas recomendadas para cultivo do café canéfora, o zoneamento mostra solo apto em 73,3% do território desmatado, ainda assim, é necessário o uso intensivo de técnicas de manejo (nível de manejo C). Acesse aqui. Por fim, em Tarauacá, município localizado na regional Tarauacá-Envira, apresenta 7,8% do território desmatado. O uso de 4,5% dessa área é representado pela agriculta anual e perene. Segundo o documento, a produção do abacaxi é uma cultura histórica e tradicional. O solo de Tarauacá é adequado para o cultivo dessa planta, com baixo nível tecnológico devido às condições favoráveis para o plantio (nível de manejo A) e deve ser priorizada como estratégia de desenvolvimento municipal. As áreas recomendadas para o cultivo do café ocupam 15% da área desmatada. Acesse aqui. Zoneamento Pedoclimático Para a realização do estudo, foi firmado o Termo de Execução Descentralizada (TED) entre a Embrapa Acre e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através da superintendência local. A ideia é ampliar as áreas de cultivo e melhorar a produtividade, através de conhecimento técnico e avaliações que deverão ser seguidas para otimizar o uso da terra. “Com o conhecimento sobre o clima, nós temos a informação consistente de como o produtor rural irá fazer o manejo de água ou se a cultura não é adequada para o local que pretende plantar. A importância do clima é crucial para ter sucesso na produção agrícola, e até no caso de áreas atingidas no período seco, o produtor vai inserir um sistema de irrigação para garantir um bom desenvolvimento”, afirma Amaral. Café Canéfora O Acre é o segundo maior produtor de café da região Norte e sexto do país, com uma produção anual de 43.816 sacos. No Norte, perde apenas para Rondônia, que produz 2 milhões e 400 mil sacos, segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal 2018, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Celso Bergo, as altas temperaturas e os elevados níveis de umidade do ar associados a baixas altitudes, características da região, favorecem o desempenho da cultura. Além de bem adaptado às condições climáticas locais, o café canéfora tem ciclo mais longo, com os frutos geralmente colhidos no mês de maio, quando as chuvas começam a cessar no estado. No Acre predomina o cultivo de café canéfora. O livro “Zoneamento Edafoclimático para o cultivo de café canéfora (Coffea canephora) no Acre”, produzido pela Embrapa, em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac), aborda as características gerais da cafeicultura no Acre, o padrão tecnológico e produtividade dos cultivos no estado, condições locais de clima e solo para a cultura e aspectos de mercado. Devolutiva Os resultados foram apresentados em Plácido de Castro e Capixaba em reuniões individuais com os gestores. Em Feijó e Tarauacá, será realizado um seminário com para exibir os resultados do levantamento pedoclimático ainda no primeiro semestre de 2020. Os fôlderes estão disponíveis em formato digital no portal da Embrapa Acre e a versão impressa pode ser ofertada gratuitamente em capacitações, oficinas, palestras, eventos e visitas técnicas realizadas pela Unidade.
Com o objetivo de orientar técnicos, produtores rurais, pesquisadores, agências de financiamento e estudantes universitários sobre as áreas mais adequadas para o cultivo de café, banana, seringueira e abacaxi no Estado do Acre, a Embrapa lançou uma série de fôlderes para divulgar o resultado do Zoneamento Pedoclimático, pesquisa realizada em parceria com o Ministério da Agricultura, em Capixaba, Feijó, Plácido de Castro e Tarauacá, para apresentar as áreas preferenciais para o plantio de acordo com o nível tecnológico adotado para cada cultura.
Além do resultado do zoneamento de cada município, o documento apresenta dados como localização, extensão territorial, uso atual da terra, porcentagem de área desmatada e os resultados disponíveis em tabelas e mapas. “O zoneamento é um instrumento de uso direto e permite se transformar em política pública municipal. É importante para tomada de decisão sobre o plantio e manejo das culturas de acordo com os níveis de tecnologia utilizados”, afirma o chefe-geral da Embrapa Acre e coordenador da pesquisa, Eufran do Amaral.
Metodologia
As culturas escolhidas foram apontadas pelos gestores de cada município. Nessa pesquisa foram considerados três níveis tecnológicos ou níveis de manejo: A, B e C. Cada área demanda um nível de tecnologia diferente conforme as condições do solo, clima e da cultura escolhida. Segundo Amaral, o nível A é primitivo, em que o produtor faz o cultivo com uso mínimo de insumos. O nível B é intermediário, com poucas intervenções, que incluem o uso de adubos e corretivos. Por último, o nível C que considera o uso intensivo de tecnologias para melhorar as condições da terra.
“Para cada nível, nós fazemos uma estratificação para permitir que o pequeno, médio e grande produtor, dependendo do seu nível de acesso a recursos, possam estabelecer melhores condições para plantar. É uma tecnologia inclusiva, todos os produtores rurais, indígenas e extrativistas podem usar essa ferramenta”, afirma Amaral.
Resultados
A cidade de Capixaba, localizada na regional do Baixo Acre, apresenta 56,6% do território desmatado, em que a agricultura anual e perene ocupa 2,7% dessa área. O estudo apontou que 76.9% do território desmatado apresenta áreas preferenciais para o cultivo da seringueira, desde que sejam adotadas técnicas de manejo adequadas e clones resistentes ao mal das folhas (nível de manejo C). Para o cultivo do café Canéfora, as áreas preferenciais no nível A, onde deve ser priorizado o cultivo, ocupam 31,3%. Acesse aqui.
Em Feijó, 6,1% do território está desmatado, com 8% dessa área voltada para agricultura anual e perene. A grande produção de banana em Feijó decorre pela facilidade e aceitação no mercado, além do solo ter alta aptidão para esse cultivo. No território desmatado, há 93% de áreas preferenciais para o cultivo da bananeira, pois possui boa capacidade de retenção de água, relevo plano e boas condições químicas (nível de manejo A). Para a produção de café, as técnicas de manjo e uso de espécies mais adaptadas são fundamentais (nível de manejo C). Acesse aqui.
Plácido de Castro, localizado na regional do Baixo Acre, possui 77% do território desmatado, onde 2,2% dessa área são ocupadas pela agricultura anual e perene. Para as áreas recomendadas para cultivo do café canéfora, o zoneamento mostra solo apto em 73,3% do território desmatado, ainda assim, é necessário o uso intensivo de técnicas de manejo (nível de manejo C). Acesse aqui.
Por fim, em Tarauacá, município localizado na regional Tarauacá-Envira, apresenta 7,8% do território desmatado. O uso de 4,5% dessa área é representado pela agriculta anual e perene. Segundo o documento, a produção do abacaxi é uma cultura histórica e tradicional. O solo de Tarauacá é adequado para o cultivo dessa planta, com baixo nível tecnológico devido às condições favoráveis para o plantio (nível de manejo A) e deve ser priorizada como estratégia de desenvolvimento municipal. As áreas recomendadas para o cultivo do café ocupam 15% da área desmatada. Acesse aqui.
Zoneamento Pedoclimático
Para a realização do estudo, foi firmado o Termo de Execução Descentralizada (TED) entre a Embrapa Acre e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através da superintendência local. A ideia é ampliar as áreas de cultivo e melhorar a produtividade, através de conhecimento técnico e avaliações que deverão ser seguidas para otimizar o uso da terra.
“Com o conhecimento sobre o clima, nós temos a informação consistente de como o produtor rural irá fazer o manejo de água ou se a cultura não é adequada para o local que pretende plantar. A importância do clima é crucial para ter sucesso na produção agrícola, e até no caso de áreas atingidas no período seco, o produtor vai inserir um sistema de irrigação para garantir um bom desenvolvimento”, afirma Amaral.
Café Canéfora
O Acre é o segundo maior produtor de café da região Norte e sexto do país, com uma produção anual de 43.816 sacos. No Norte, perde apenas para Rondônia, que produz 2 milhões e 400 mil sacos, segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal 2018, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Celso Bergo, as altas temperaturas e os elevados níveis de umidade do ar associados a baixas altitudes, características da região, favorecem o desempenho da cultura. Além de bem adaptado às condições climáticas locais, o café canéfora tem ciclo mais longo, com os frutos geralmente colhidos no mês de maio, quando as chuvas começam a cessar no estado. No Acre predomina o cultivo de café canéfora.
O livro “Zoneamento Edafoclimático para o cultivo de café canéfora (Coffea canephora) no Acre”, produzido pela Embrapa, em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac), aborda as características gerais da cafeicultura no Acre, o padrão tecnológico e produtividade dos cultivos no estado, condições locais de clima e solo para a cultura e aspectos de mercado.
Devolutiva
Os resultados foram apresentados em Plácido de Castro e Capixaba em reuniões individuais com os gestores. Em Feijó e Tarauacá, será realizado um seminário com para exibir os resultados do levantamento pedoclimático ainda no primeiro semestre de 2020.
Os fôlderes estão disponíveis em formato digital no portal da Embrapa Acre e a versão impressa pode ser ofertada gratuitamente em capacitações, oficinas, palestras, eventos e visitas técnicas realizadas pela Unidade.