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Embrapa Hortaliças sente a perda de Flávio Couto, primeiro chefe-geral da Unidade

O pesquisador Flávio Augusto D’Araújo Couto, chefe-geral da Embrapa Hortaliças entre os anos de 1981 e 1985, faleceu na noite do último sábado, 21 de março de 2020, por volta de 23h, aos 94 anos de idade. Ele estava internado no Hospital Santa Helena em virtude de problemas na vesícula e o sepultamento aconteceu nesse domingo (22), no cemitério Campo da Esperança, em Brasília/DF. Agrônomo da turma de 1947 da Universidade Federal de Viçosa (UFV), até então Universidade Rural de Minas Gerais (UREMG), Flávio Couto foi um dos principais expoentes da pesquisa agrícola com hortaliças no Brasil. Após uma longa carreira consolidada como docente e pesquisador, em meados da década de 1970, ele aceita o convite da diretoria da Embrapa para liderar os esforços que resultaram na criação do Centro Nacional de Pesquisas com Hortaliças da Empresa. O professor Flávio, como é carinhosamente lembrado pelos amigos e colegas de trabalho, foi responsável pela escolha do local da estrutura física da Unidade, bem como pelo recrutamento e treinamento dos pesquisadores. Ele foi o primeiro chefe-geral da Embrapa Hortaliças, exercendo essa função no período de 1981 a 1985. Segundo o chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, o professor Flávio deixa um grande legado. “À época de sua gestão, nós, ainda jovens pesquisadores da Embrapa, estávamos sempre motivados não só pelo seu fascínio com as hortaliças, mas também pelo seu jeito simples de ser e pela forma como conduzia a gestão da Unidade”, relembra. Trajetória Nascido na cidade do Porto, em Portugal, em 27 de setembro de 1925, Flávio Couto mudou-se com sua família para o Brasil quando ainda tinha poucos meses de vida. Naturalizou-se brasileiro em 1949, dois anos após sua graduação em Agronomia, quando atuava em seu primeiro emprego, como pesquisador do Instituto Agronômico da Secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gerais. Em 1951, tornou-se instrutor no Departamento de Horticultura da UFV, sendo promovido a professor assistente (1953) e a professor catedrático (1958), após aprovação em concursos públicos. Nesse intervalo, também obteve os títulos de mestre pela Universidade da California (1955) e de doutor em Olericultura pela UFV (1958). Além de contribuir ativamente com o desenvolvimento dos programas de pós-graduação da UFV, exerceu o cargo de Chefe do Departamento de Fitotecnia, no período de 1961 a 1965, e foi o primeiro Diretor do Instituto de Fitotecnia da universidade, entre os anos de 1965 e 1968. Seu papel como incentivador da pesquisa agronômica destaca-se na orientação da primeira tese em Ciências Agrárias defendida no Brasil, em 1961. Ao longo de sua trajetória acadêmica, orienta dezenas de teses e publica quase uma centena de artigos científicos. O professor Flávio também foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Sociedade de Olericultura do Brasil, criada em 1972, e hoje denominada de Associação Brasileira de Horticultura (ABH). Ele ainda atuou como consultor de instituições como o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Após concluir seu mandato à frente da Chefia Geral da Embrapa Hortaliças, de 1981 a 1985, foi designado presidente da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), de 1985 a 1988, e também ocupou o cargo de Diretor do Núcleo de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal (Seagri/DF), de 1992 a 1995. Homenagens O professor Flávio Couto foi agraciado com inúmeros prêmios e menções honrosas em reconhecimento à sua contribuição ímpar para o desenvolvimento da pesquisa e da produção de hortaliças no Brasil. Ressalta-se aqui algumas das principais distinções recebidas como o Diploma de Reconhecimento (1976), concedido pela Associação de Professores da Universidade Federal de Viçosa, em reconhecimento aos serviços prestados aos docentes da instituição; a Comenda de Mérito Alvorada (1979), outorgada pelo governo do Distrito Federal; a Placa “Professor Marcílio de Souza Dias” (1980), concedida pela Sociedade de Olericultura do Brasil; o Prêmio “Frederico de Menezes Veiga” (1981), entregue pela Embrapa; a Comenda do Sol Nascente “Raios de Ouro com Roseta” (1988), recebida das mãos do embaixador japonês Koichi Komura, em reconhecimento aos trabalhos prestados aos agricultores de origem japonesa no Brasil. Em 2011, durante seção solene em comemoração aos 30 anos de criação da Embrapa Hortaliças, Flávio Couto recebeu uma placa de homenagem e também presenciou o lançamento da cultivar de tomate BRS Couto, batizada em sua deferência. Também nesse ano, durante cerimônia de comemoração dos 50 anos da pós-graduação da UFV, ele recebeu o título de professor emérito da instituição “por tantas contribuições ao desenvolvimento da ciência que pesquisa as hortaliças”. Confira aqui a entrevista que o professor Flávio concedeu para a jornalista Cristiane Vasconcelos, na ocasião do aniversário de 40 anos da Embrapa, em abril de 2013.

O pesquisador Flávio Augusto D’Araújo Couto, chefe-geral da Embrapa Hortaliças entre os anos de 1981 e 1985, faleceu na noite do último sábado, 21 de março de 2020, por volta de 23h, aos 94 anos de idade. Ele estava internado no Hospital Santa Helena em virtude de problemas na vesícula e o sepultamento aconteceu nesse domingo (22), no cemitério Campo da Esperança, em Brasília/DF.

Agrônomo da turma de 1947 da Universidade Federal de Viçosa (UFV), até então Universidade Rural de Minas Gerais (UREMG), Flávio Couto foi um dos principais expoentes da pesquisa agrícola com hortaliças no Brasil. Após uma longa carreira consolidada como docente e pesquisador, em meados da década de 1970, ele aceita o convite da diretoria da Embrapa para liderar os esforços que resultaram na criação do Centro Nacional de Pesquisas com Hortaliças da Empresa.

O professor Flávio, como é carinhosamente lembrado pelos amigos e colegas de trabalho, foi responsável pela escolha do local da estrutura física da Unidade, bem como pelo recrutamento e treinamento dos pesquisadores. Ele foi o primeiro chefe-geral da Embrapa Hortaliças, exercendo essa função no período de 1981 a 1985.

Segundo o chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, o professor Flávio deixa um grande legado. “À época de sua gestão, nós, ainda jovens pesquisadores da Embrapa, estávamos sempre motivados não só pelo seu fascínio com as hortaliças, mas também pelo seu jeito simples de ser e pela forma como conduzia a gestão da Unidade”, relembra.

Trajetória

Nascido na cidade do Porto, em Portugal, em 27 de setembro de 1925, Flávio Couto mudou-se com sua família para o Brasil quando ainda tinha poucos meses de vida. Naturalizou-se brasileiro em 1949, dois anos após sua graduação em Agronomia, quando atuava em seu primeiro emprego, como pesquisador do Instituto Agronômico da Secretaria da Agricultura do Estado de Minas Gerais.

Em 1951, tornou-se instrutor no Departamento de Horticultura da UFV, sendo promovido a professor assistente (1953) e a professor catedrático (1958), após aprovação em concursos públicos. Nesse intervalo, também obteve os títulos de mestre pela Universidade da California (1955) e de doutor em Olericultura pela UFV (1958).

Além de contribuir ativamente com o desenvolvimento dos programas de pós-graduação da UFV, exerceu o cargo de Chefe do Departamento de Fitotecnia, no período de 1961 a 1965, e foi o primeiro Diretor do Instituto de Fitotecnia da universidade, entre os anos de 1965 e 1968. Seu papel como incentivador da pesquisa agronômica destaca-se na orientação da primeira tese em Ciências Agrárias defendida no Brasil, em 1961. Ao longo de sua trajetória acadêmica, orienta dezenas de teses e publica quase uma centena de artigos científicos.

O professor Flávio também foi um dos fundadores e o primeiro presidente da Sociedade de Olericultura do Brasil, criada em 1972, e hoje denominada de Associação Brasileira de Horticultura (ABH). Ele ainda atuou como consultor de instituições como o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Após concluir seu mandato à frente da Chefia Geral da Embrapa Hortaliças, de 1981 a 1985, foi designado presidente da Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), de 1985 a 1988, e também ocupou o cargo de Diretor do Núcleo de Desenvolvimento Agropecuário da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal (Seagri/DF), de 1992 a 1995.

Homenagens

O professor Flávio Couto foi agraciado com inúmeros prêmios e menções honrosas em reconhecimento à sua contribuição ímpar para o desenvolvimento da pesquisa e da produção de hortaliças no Brasil.

Ressalta-se aqui algumas das principais distinções recebidas como o Diploma de Reconhecimento (1976), concedido pela Associação de Professores da Universidade Federal de Viçosa, em reconhecimento aos serviços prestados aos docentes da instituição; a Comenda de Mérito Alvorada (1979), outorgada pelo governo do Distrito Federal; a Placa “Professor Marcílio de Souza Dias” (1980), concedida pela Sociedade de Olericultura do Brasil; o Prêmio “Frederico de Menezes Veiga” (1981), entregue pela Embrapa; a Comenda do Sol Nascente “Raios de Ouro com Roseta” (1988), recebida das mãos do embaixador japonês Koichi Komura, em reconhecimento aos trabalhos prestados aos agricultores de origem japonesa no Brasil.

Em 2011, durante seção solene em comemoração aos 30 anos de criação da Embrapa Hortaliças, Flávio Couto recebeu uma placa de homenagem e também presenciou o lançamento da cultivar de tomate BRS Couto, batizada em sua deferência. Também nesse ano, durante cerimônia de comemoração dos 50 anos da pós-graduação da UFV, ele recebeu o título de professor emérito da instituição “por tantas contribuições ao desenvolvimento da ciência que pesquisa as hortaliças”.

Confira aqui a entrevista que o professor Flávio concedeu para a jornalista Cristiane Vasconcelos, na ocasião do aniversário de 40 anos da Embrapa, em abril de 2013.

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