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Evento discute modernização do zoneamento agrícola e expansão da gestão de risco na agricultura

Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa, Banco Central, além do setor produtivo e do mercado de seguro rural participaram, no dia 3 de março, em Campinas (SP), do painel sobre “Gestão de Riscos Climáticos na Agricultura”, que discutiu perspectivas e estratégias para fomentar a cultura da gestão de riscos dentro e fora da propriedade rural. Realizado na sede da Embrapa Informática Agropecuária, o evento integrou a programação do workshop da rede de especialistas responsável pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), instrumento oficial utilizado para orientar políticas públicas de crédito e seguro rural. Uma das principais bases de informação para o planejamento da produção, o Zarc permite identificar as janelas de plantio em que há menor chance de frustração de safra devido a eventos climáticos adversos para mais de 40 culturas agrícolas e sistemas de produção. O atendimento às recomendações do zoneamento é obrigatório para o agricultor acessar os recursos do Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro) e do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Na abertura do painel, por meio de videoconferência, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, enfatizou que o Zarc, executado pela Embrapa, Mapa e parceiros há mais de 20 anos, é um dos programas mais estratégicos para o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira. “A agricultura é uma das atividades econômicas mais arriscadas, isso porque dependemos de uma série de variáveis que não são controláveis. Se o agricultor não tem informações abalizadas sobre como plantar, onde plantar, o que plantar e quando plantar, o risco da atividade é elevadíssimo”, ressaltou. Moretti destacou ainda o convênio de cooperação técnica com o Banco Central, assinado em dezembro do ano passado, que vai garantir recursos para a ampliação e aprimoramento do Zoaneamento Agrícola de Risco Climático com o repasse, nos próximos três anos, de cerca de R$ 8 milhões. “A Embrapa trabalha com ciência, tecnologia e inovação e acreditamos que cada vez mais deveremos seguir no sentido de prover informações para que o setor produtivo tenha elementos que suportem a tomada de decisão”, completou. Também presente na abertura do evento, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (SPA/Mapa), Eduardo Sampaio, falou sobre o futuro da política agrícola frente a cenários de juros baixos e a perspectiva de crescimento do mercado de seguro rural. Ele ressaltou o caráter técnico do Zarc para lastrear a política de apoio ao agricultor. Segundo ele, o Zoneamento oferece mais segurança na aplicação de recursos. “É uma garantia de que o dinheiro público não está sendo desperdiçado”, disse o secretário que ressaltou ainda a necessidade de fortalecer e valorizar o Zarc como ferramenta para mitigação de riscos. Convênio com Banco Central Para a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá, esta primeira reunião de trabalho realizada no âmbito da cooperação com o Banco Central representa um novo marco para o Zarc. “O apoio proporcionado pela parceria vai possibilitar o aperfeiçoamento de metodologias e a ampliação das atualizações do zoneamento para mais culturas agrícolas”, afirmou. O coordenador geral do Zarc, o pesquisador da Embrapa Eduardo Monteiro explicou que o enfoque está em desenvolver a cultura da gestão de risco, “não apenas ampliando o acesso aos mecanismos de transferência de risco, como o seguro rural, mas também aumentando a adoção de práticas de manejo que reduzem o risco da atividade na propriedade”. Segundo o representante do Banco Central do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro, João Ferrari Neto, a situação atual do Brasil em termos de gestão do risco na agropecuária é incipiente. “Nós temos de 10% a 15% de estimativa da área plantada sendo coberta por algum tipo de seguro, isso é pouco. O que nós queremos no médio e longo prazo é focar o apoio prioritariamente na gestão do risco e consolidar instrumentos de suporte como o Zarc”, completou. Entre as ações previstas no convênio, está o investindo no aumento da capacidade de processamento e nas ferramentas de visualização e análise para acelerar a atualização do zoneamento das culturas abrangidas. Deverão ser realizados estudos para atualização de 11 culturas, em 2020, e de outras 12 culturas, incluindo o zoneamento baseado em produtividade, em 2021. Também está previsto o lançamento da versão para o sistema iOS do aplicativo móvel Zarc – Plantio Certo e a elaboração de proposta para um novo sistema de classificação de solos para estudos de zoneamento, entre outras medidas. “São atualizações e mudanças estruturais no Zarc que poderão ser incorporadas gradualmente nos programas de política agrícola”, afirmou Eduardo Monteiro. Programa Agir As iniciativas do Ministério da Agricultura para modernização do Zoneamento e promoção do seguro rural, também foram abordadas pelo diretor do Departamento de Gestão de Riscos, Pedro Loyola, que apresentou o Programa Agir – Agro Gestão Integrada de Riscos (ProAgir). Ele destacou algumas das ações já em andamento, como a reestruturação do programa Garantia-Safra, voltado aos agricultores familiares de estados do Nordeste e do Norte de Minas Gerais. “A ideia é aprimorar e ampliar o programa, envolvendo assistência técnica e extensão rural e a possibilidade de transferência de renda vinculada à adoção de pacote tecnológico básico com apoio do Zarc”, afirmou Loyola. Ele falou ainda sobre o projeto para expansão da cultura de seguro rural, aumentando a penetração em regiões e atividades hoje desassistidas, o fomento ao mercado para oferta de novos produtos e participação de seguradoras, a proposta de qualificação da rede de peritos e as ações para aprimoramento dos serviços de meteorologia agrícola. O painel que discutiu as perspectivas para o setor nos próximos anos também contou com a participação do diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Carlos Edison Gomes, que apresentou um panorama da atuação da instituição e as iniciativas para aprimorar as bases de dados e os serviços de agrometeorologia, e do representante da Federação Nacional das Seguradoras (FenSeg), Daniel Nascimento, que abordou a amplitude das coberturas e tipos de seguros disponíveis e destacou o aumento da representatividade do rural no mercado de seguros no País – o setor cresceu de menos de 1%, em 2006, para quase 5%, em 2019, sendo o ramo que mais cresce se comparado às modalidades tradicionais, como seguros de automóvel e vida. Na parte da tarde, o evento contou ainda com a participação da assessora técnica do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carolina Nakamura, que tratou sobre as demandas dos produtores rurais e as estratégias para fortalecer o Zoneamento como instrumento de gestão de risco e indutor da adoção de tecnologias, e do presidente da Associação Paranaense de Empresas de Planejamento Agropecuário (Apepa), Daniel Galafassi, que apresentou a experiência e perspectivas por parte da assistência técnica em relação ao Zarc. O Workshop da Rede Zarc segue até o dia 5 de março com representantes de 31 Unidades da Embrapa e instituições parceiras para discussões técnicas sobre as atualizações e revisão de metodologias.

Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa, Banco Central, além do setor produtivo e do mercado de seguro rural participaram, no dia 3 de março, em Campinas (SP), do painel sobre “Gestão de Riscos Climáticos na Agricultura”, que discutiu perspectivas e estratégias para fomentar a cultura da gestão de riscos dentro e fora da propriedade rural. Realizado na sede da Embrapa Informática Agropecuária, o evento integrou a programação do workshop da rede de especialistas responsável pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), instrumento oficial utilizado para orientar políticas públicas de crédito e seguro rural.

Uma das principais bases de informação para o planejamento da produção, o Zarc permite identificar as janelas de plantio em que há menor chance de frustração de safra devido a eventos climáticos adversos para mais de 40 culturas agrícolas e sistemas de produção. O atendimento às recomendações do zoneamento é obrigatório para o agricultor acessar os recursos do Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro) e do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

Na abertura do painel, por meio de videoconferência, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, enfatizou que o Zarc, executado pela Embrapa, Mapa e parceiros há mais de 20 anos, é um dos programas mais estratégicos para o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira. “A agricultura é uma das atividades econômicas mais arriscadas, isso porque dependemos de uma série de variáveis que não são controláveis. Se o agricultor não tem informações abalizadas sobre como plantar, onde plantar, o que plantar e quando plantar, o risco da atividade é elevadíssimo”, ressaltou.

Moretti destacou ainda o convênio de cooperação técnica com o Banco Central, assinado em dezembro do ano passado, que vai garantir recursos para a ampliação e aprimoramento do Zoaneamento Agrícola de Risco Climático com o repasse, nos próximos três anos, de cerca de R$ 8 milhões. “A Embrapa trabalha com ciência, tecnologia e inovação e acreditamos que cada vez mais deveremos seguir no sentido de prover informações para que o setor produtivo tenha elementos que suportem a tomada de decisão”, completou.

Também presente na abertura do evento, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (SPA/Mapa), Eduardo Sampaio, falou sobre o futuro da política agrícola frente a cenários de juros baixos e a perspectiva de crescimento do mercado de seguro rural. Ele ressaltou o caráter técnico do Zarc para lastrear a política de apoio ao agricultor. Segundo ele, o Zoneamento oferece mais segurança na aplicação de recursos. “É uma garantia de que o dinheiro público não está sendo desperdiçado”, disse o secretário que ressaltou ainda a necessidade de fortalecer e valorizar o Zarc como ferramenta para mitigação de riscos.

Convênio com Banco Central

Para a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá, esta primeira reunião de trabalho realizada no âmbito da cooperação com o Banco Central representa um novo marco para o Zarc. “O apoio proporcionado pela parceria vai possibilitar o aperfeiçoamento de metodologias e a ampliação das atualizações do zoneamento para mais culturas agrícolas”, afirmou. O coordenador geral do Zarc, o pesquisador da Embrapa Eduardo Monteiro explicou que o enfoque está em desenvolver a cultura da gestão de risco, “não apenas ampliando o acesso aos mecanismos de transferência de risco, como o seguro rural, mas também aumentando a adoção de práticas de manejo que reduzem o risco da atividade na propriedade”.

Segundo o representante do Banco Central do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro, João Ferrari Neto, a situação atual do Brasil em termos de gestão do risco na agropecuária é incipiente. “Nós temos de 10% a 15% de estimativa da área plantada sendo coberta por algum tipo de seguro, isso é pouco. O que nós queremos no médio e longo prazo é focar o apoio prioritariamente na gestão do risco e consolidar instrumentos de suporte como o Zarc”, completou.

Entre as ações previstas no convênio, está o investindo no aumento da capacidade de processamento e nas ferramentas de visualização e análise para acelerar a atualização do zoneamento das culturas abrangidas. Deverão ser realizados estudos para atualização de 11 culturas, em 2020, e de outras 12 culturas, incluindo o zoneamento baseado em produtividade, em 2021. Também está previsto o lançamento da versão para o sistema iOS do aplicativo móvel Zarc – Plantio Certo e a elaboração de proposta para um novo sistema de classificação de solos para estudos de zoneamento, entre outras medidas. “São atualizações e mudanças estruturais no Zarc que poderão ser incorporadas gradualmente nos programas de política agrícola”, afirmou Eduardo Monteiro.

Programa Agir

As iniciativas do Ministério da Agricultura para modernização do Zoneamento e promoção do seguro rural, também foram abordadas pelo diretor do Departamento de Gestão de Riscos, Pedro Loyola, que apresentou o Programa Agir – Agro Gestão Integrada de Riscos (ProAgir). Ele destacou algumas das ações já em andamento, como a reestruturação do programa Garantia-Safra, voltado aos agricultores familiares de estados do Nordeste e do Norte de Minas Gerais. “A ideia é aprimorar e ampliar o programa, envolvendo assistência técnica e extensão rural e a possibilidade de transferência de renda vinculada à adoção de pacote tecnológico básico com apoio do Zarc”, afirmou Loyola. Ele falou ainda sobre o projeto para expansão da cultura de seguro rural, aumentando a penetração em regiões e atividades hoje desassistidas, o fomento ao mercado para oferta de novos produtos e participação de seguradoras, a proposta de qualificação da rede de peritos e as ações para aprimoramento dos serviços de meteorologia agrícola.

O painel que discutiu as perspectivas para o setor nos próximos anos também contou com a participação do diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Carlos Edison Gomes, que apresentou um panorama da atuação da instituição e as iniciativas para aprimorar as bases de dados e os serviços de agrometeorologia, e do representante da Federação Nacional das Seguradoras (FenSeg), Daniel Nascimento, que abordou a amplitude das coberturas e tipos de seguros disponíveis e destacou o aumento da representatividade do rural no mercado de seguros no País – o setor cresceu de menos de 1%, em 2006, para quase 5%, em 2019, sendo o ramo que mais cresce se comparado às modalidades tradicionais, como seguros de automóvel e vida.

Na parte da tarde, o evento contou ainda com a participação da assessora técnica do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carolina Nakamura, que tratou sobre as demandas dos produtores rurais e as estratégias para fortalecer o Zoneamento como instrumento de gestão de risco e indutor da adoção de tecnologias, e do presidente da Associação Paranaense de Empresas de Planejamento Agropecuário (Apepa), Daniel Galafassi, que apresentou a experiência e perspectivas por parte da assistência técnica em relação ao Zarc.

O Workshop da Rede Zarc segue até o dia 5 de março com representantes de 31 Unidades da Embrapa e instituições parceiras para discussões técnicas sobre as atualizações e revisão de metodologias.

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