Oito alunos do último ano ou egressos recentemente de Curso Técnico em Agropecuária ou da Escola Família Agrícola dos municípios de Ouro Preto do Oeste, em Rondônia, e Juína, no Mato Grosso, testaram a ferramenta geodigital, criada pelo projeto Inclusão Geodigital e Gestão Territorial de Unidades de Produção de Base Familiar (IGGTS), para gerar índice de sustentabilidade nas propriedades rurais.
Os testes ocorreram no período de 14 a 18 de outubro, em Ouro Preto do Oeste, e de 28 de outubro a 1 de novembro, em Juína. Participaram da viagem à Juína o pesquisador João Alfredo Mangabeira, líder do projeto IGGTS, o analista Bruno Scarazatti – ambos da Embrapa Territorial – e o analista Luiz Manoel Cunha, da Embrapa Informática Agropecuária.
Os jovens testaram o questionário geodigital e a geração automática do índice de sustentabilidade. Os indicadores levantados de forma participativa e construtivista em oficinas realizadas nos anos de 2018 e 2019 foram hierarquizados em cinco critérios de sustentabilidade: governança, ambiental, social, econômico e agropecuário. Após a equipe do projeto sintetizar os indicadores, foi decidido testar o modelo em quatro locais antes da versão definitiva.
Nos testes foi confirmada pelos aplicadores a facilidade de preenchimento do questionário, com uma linguagem acessível aos usuários, e a apresentação automática do resultado (índice de sustentabilidade). “A devoluta do resultado na hora é a grande inovação da ferramenta. Assim que acaba o preenchimento, o entrevistado já sabe em que situação está de acordo com as métricas”, afirma o pesquisador.
A ferramenta também será testada na Associação dos Pequenos Agrossilvicultores do projeto Reca, em Rondônia, e na Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica, em Marabá (PA). O teste nessas organizações permitirá uma análise de dados coletivos, que influenciam principalmente os indicadores de governança. O índice de governança mais baixo nos testes já aplicados se justifica por terem sido feitos em associação de produtores rurais em fase de estruturação em Ouro Preto do Oeste e com produtores fora do processo de organização coletiva em Juína.
Os resultados obtidos nos testes nortearão as melhorias a serem feitas no aplicativo digital. Está prevista a realização em 2020 de oito cursos de capacitação para treinar os jovens no uso do sistema. A ideia é que eles possam realizar o diagnóstico das propriedades de seus pais, gerar informações sobre o sistema de produção e rastrear os produtos. Para Mangabeira, o aplicativo é mais uma ferramenta para fortalecer a organização social e manter o jovem no campo.
Bom dia, Renato