O chefe de pesquisa e desenvolvimento, Vinicius Benites, e o pesquisador Enio Fraga da Silva, ambos da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), estiveram na Etiópia – o segundo país mais populoso da África, com cem milhões de habitantes -, entre os dias 03 e 09 de junho, a convite da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), para levar àquele país africano a expertise brasileira em manejo de solos ácidos em projeto com duração de dois anos. A parceira da Embrapa na empreitada será o Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR, da sigla em inglês). Em reunião com o ministro da agricultura etíope, Ato Shiferaw Shigute, a dupla brasileira ouviu que “a Embrapa é uma referência para nós”.
“O impacto social e econômico desta parceria vai ser muito alto em relação ao pouco que será investido nela, não é um conhecimento novo para o Brasil, dominamos o assunto. Transferiremos para os etíopes na forma de capacitação e treinamento”, conta Benites. Na Etiópia, 85% da população está no campo, geralmente em propriedades pequenas, com dois a três hectares.
Quase 50% dos solos etíopes são ácidos, terra pobre, com pH baixo. O Brasil possui tecnologia de ponta nesse tipo de cultivo, basta lembrar a expansão da fronteira agrícola liderada pela Embrapa a partir dos anos 70. “Porém, nossa proposta não é transferir nosso pacote tecnológico agrícola pra eles. A estrutura fundiária na Etiópia é totalmente diferente da brasileira. São pequenas propriedades, com cultivo basicamente manual, pouco mecanizado, agricultura de subsistência. Pretendemos sim usar a experiência que tivemos no Brasil, de utilização de calcário para corrigir a acidez do solo, porém a forma de aplicação e distribuição do insumo tem que ser adaptada às condições deles”, ressalta Vinicius.
Vale lembrar que na Etiópia os solos são ácidos, porém, não são Latossolos, como os do Brasil, são, de acordo com a classificação brasileira, Nitossolos.
Calcário
Prática comum no Brasil, a calagem, não é usada na Etiópia. “Pretendemos incentivar o uso de boas práticas na calagem e no uso de fertilizantes”, diz Enio.
Serão testadas fontes de calcário do país africano; de acordo com os resultados serão preparados experimentos a fim de checar a curva de resposta de culturas populares por lá, como cevada e trigo, ao insumo. Experimentos já realizados apontaram um aumento de 3 a 10 vezes na produtividade com o uso do calcário.
Como não existe produção comercial de calcário no país africano, uma política de governo incentiva a instalação de fábricas do insumo por lá.
Também está programada uma vista de uma semana de pesquisadores do EIAR à Embrapa Solos.
O chefe de pesquisa e desenvolvimento, Vinicius Benites, e o pesquisador Enio Fraga da Silva, ambos da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), estiveram na Etiópia – o segundo país mais populoso da África, com cem milhões de habitantes -, entre os dias 03 e 09 de junho, a convite da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), para levar àquele país africano a expertise brasileira em manejo de solos ácidos em projeto com duração de dois anos. A parceira da Embrapa na empreitada será o Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR, da sigla em inglês). Em reunião com o ministro da agricultura etíope, Ato Shiferaw Shigute, a dupla brasileira ouviu que “a Embrapa é uma referência para nós”.
“O impacto social e econômico desta parceria vai ser muito alto em relação ao pouco que será investido nela, não é um conhecimento novo para o Brasil, dominamos o assunto. Transferiremos para os etíopes na forma de capacitação e treinamento”, conta Benites. Na Etiópia, 85% da população está no campo, geralmente em propriedades pequenas, com dois a três hectares.
Quase 50% dos solos etíopes são ácidos, terra pobre, com pH baixo. O Brasil possui tecnologia de ponta nesse tipo de cultivo, basta lembrar a expansão da fronteira agrícola liderada pela Embrapa a partir dos anos 70. “Porém, nossa proposta não é transferir nosso pacote tecnológico agrícola pra eles. A estrutura fundiária na Etiópia é totalmente diferente da brasileira. São pequenas propriedades, com cultivo basicamente manual, pouco mecanizado, agricultura de subsistência. Pretendemos sim usar a experiência que tivemos no Brasil, de utilização de calcário para corrigir a acidez do solo, porém a forma de aplicação e distribuição do insumo tem que ser adaptada às condições deles”, ressalta Vinicius.
Vale lembrar que na Etiópia os solos são ácidos, porém, não são Latossolos, como os do Brasil, são, de acordo com a classificação brasileira, Nitossolos.
Calcário
Prática comum no Brasil, a calagem, não é usada na Etiópia. “Pretendemos incentivar o uso de boas práticas na calagem e no uso de fertilizantes”, diz Enio.
Serão testadas fontes de calcário do país africano; de acordo com os resultados serão preparados experimentos a fim de checar a curva de resposta de culturas populares por lá, como cevada e trigo, ao insumo. Experimentos já realizados apontaram um aumento de 3 a 10 vezes na produtividade com o uso do calcário.
Como não existe produção comercial de calcário no país africano, uma política de governo incentiva a instalação de fábricas do insumo por lá.
Também está programada uma vista de uma semana de pesquisadores do EIAR à Embrapa Solos.