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Embrapa compõe parceria para inovações em Agricultura Familiar no Vale do São Patrício em Goiás

Em todo o país, a Agricultura Familiar tem importante papel socioeconômico contribuindo para geração de empregos e renda no meio rural e para a garantia de diversificação e distribuição de alimentos de qualidade. Entretanto, ainda que o perfil dos agricultores familiares seja muito heterogêneo, prevalecem algumas características que depõem contra a possibilidade de crescimento e mesmo manutenção da capacidade produtiva desse setor, tais como: renda insuficiente, pouca escolaridade, baixa autoestima, ineficiência nas atividades econômicas desenvolvidas e restrito acesso às informações.

A integração dos atores de diferentes instituições compromissadas com os interesses dos agricultores familiares, traz importantes contribuições positivas nesse aspecto, permitindo melhorias na qualidade de vida, produtividade, ganhos financeiros e meio ambiente, com a adoção de inovações nos trabalhos realizados nas propriedades. É exatamente esse o objetivo do trabalho conjunto, realizado na região do Vale do São Patrício, em Goiás, por Embrapa, Emater-GO, Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Goiás (FETAEG) e IFGoiano: promover ações de apoio e incentivo ao desenvolvimento rural sustentável, com agricultura familiar, na perspectiva da segurança e soberania alimentar, voltadas ao processo de inovação, por meio da transferência de tecnologia, intercâmbio e construção do conhecimento.

O envolvimento conjunto pode promover soluções amplas para os problemas existentes nas propriedades em que as ações são realizadas, tendo por base o conhecimento diverso, inerente a cada instituição e seus objetivos, e as diferentes visões sobre um mesmo tema. Da mesma forma, o fortalecimento das parcerias, por meio da formação de multiplicadores, amplia o acesso à informação e facilita a incorporação de tecnologias aos sistemas produtivos. No caso da Embrapa, as atuações com parceiros são de suma importância, já que não tem em seu escopo as atividades de assistência técnica e extensão rural, sendo esses processos imprescindíveis para que cumpra sua missão de promover o desenvolvimento.

O modelo de trabalho utilizado nessas ações é a Unidade de Construção do Conhecimento (UC), uma metodologia participativa, que respeita as experiências dos produtores e é promovida a partir dos seus interesses. Segundo Glays Matos, analista de transferência de tecnologia (TT) da Embrapa Arroz e Feijão, os atores que trabalham diretamente com as famílias nesse sistema são denominados multiplicadores e a participação dos agricultores se dá também nas fases de planejamento, monitoramento e avaliação do processo produtivo, constituindo-se a UC, assim em espaço de formação e de atualização. “A maneira idealizada para geração ou implantação de inovações não é destiná-las, ‘para’ potenciais beneficiários, mas, sim, efetivá-las ‘com’ os agricultores e demais parceiros, dentro dos seus contextos de trabalho. Assim, compartilhando experiências, a contribuição de cada um é potencializada e os ganhos também, por consequência”, afirma Glays.

A atividade econômica de produção rural no Vale do São Patrício é bem ampla. Do total de 11.477 estabelecimentos rurais, 9.103 (79,3%) são de agricultores familiares, segundo Censo Agropecuário (IBGE, 2006), nos quais se encontram a pecuária de leite e de corte e uma agricultura diversificada, produzindo cana-de-açúcar, soja, seringueira, melancia, banana, abacaxi, maracujá, mandioca, milho, arroz, feijão e hortaliças em geral. A tarefa de buscar as inovações necessárias e adequadas a cada cultivo, bem como sua utilização eficiente, passa pela atuação em sintonia dos atores, observando hábitos culturais, características agronômicas das áreas e encontrando as melhores culturas para, por exemplo, uma rotação saudável e mais produtiva. Existem muitas soluções tecnológicas disponíveis, que podem ser apropriadas pelos agricultores e o papel das instituições é, dentro dos seus materiais de pesquisa, oferecer o que de melhor se encaixe às necessidades.

A parceria visa a promover espaço de diálogo e interação com as instituições, contribuindo para o planejamento e a execução das ações dos agricultores familiares e seus desdobramentos; e apresentar informações e habilidades em temas relacionados diretamente ao seu processo produtivo e de gestão, que permitam o desenvolvimento rural sustentável. As atividades realizadas no Vale do São Patrício têm sido muito proveitosas, impactando de forma progressista nas propriedades do local. A área compreende 23 municípios da região central do Estado, envolvendo, no total, 1.975.633 hectares e 249.768 habitantes. De alguma forma, seja integrando como parte técnica atuante do processo (instituições), seja participando como agente das diversas etapas da cadeia produtiva (agricultores/comerciantes) ou, ainda, recebendo os benefícios dos produtos de melhor qualidade (consumidores), que promovem alimentação mais saudável, toda esta população recebe alguma interferência positiva desses trabalhos.

AS INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

FETAEG

Organiza-se na Região por meio do Polo Sindical do Vale do São Patrício, sediado em Ceres, que abrange 14 Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR), de 30 municípios. Entre outras situações positivas, suas ações permitem o atendimento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), administrado pela CONAB e BIODIESEL, sendo elas incentivo à produção de leite, hortifrúti e soja.

EMATER

Está organizada em 12 Regionais. A que se localiza em Ceres compreende 23 municípios, 21 deles, com técnicos presentes. O serviço de assistência técnica e extensão rural é essencial aos agricultores familiares e esses agentes necessitam de contínua capacitação, visando aperfeiçoar o atendimento prestado ao agricultor.

IFGOIANO

O Instituto possui 12 Campi distribuídos no estado, nos quais forma profissionais técnicos, de graduação e pós-graduação. De boa qualidade na formação e boa estrutura física, o Câmpus Ceres oferece cursos Técnico nível médio, Graduação e Mestrado em Irrigação, com atividades de ensino, pesquisa e extensão. A Unidade tem grande histórico de ações com Território Rural e, em 2018, recebeu mais de duas mil matrículas.

EMBRAPA

Com o pensamento de a que busca e a disponibilização de soluções tecnológicas devem ser contínuas, a Empresa integra diversas redes e compartilha experiências efetivas de construção coletiva do conhecimento, em especial, aquele produzido dentro do contexto de sua aplicação, observando processos, nos quais, de forma prática, potencializam-se ciclos virtuosos de aprendizagem mútua e também de inovação.

A Embrapa participa oferecendo, de forma abrangente, todo o conhecimento originado em suas pesquisas, desde técnicas, como análise de solo e o controle biológico de pragas, até o fornecimento de sementes que apresentem características favoráveis à região em questão. Da produção obtida com o material fornecido (2016), os agricultores já conseguiram disponibilizar sementes para outros pequenos produtores na região, guardando, também, para novo plantio próprio. O excedente dos grãos foi comercializado. Na safra 2017, os resultados de produtividade foram superiores à anterior, atingindo 4.560 kg de feijão, destaque para as cultivares BRS Pitanga e BRS Esteio.

No município de Ipiranga, a parceria entre Embrapa, Emater e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ceres criou, em 2018, a “UC Feijão e Milho Verde Irrigado”, em uma propriedade com área de 19 hectares, onde se produz, também, melancia e sementes de capim mombaça. O agricultor recebe recomendação de adubação e rotação de cultura, orientações de plantio e sobre o uso dos herbicidas, além do monitoramento para detecção de pragas, por meio do controle biológico, com a adoção da microvespa Trichograma, no combate da lagarta do cartucho do milho, outra inovação importante. As atividades no Vale do São Patrício são realizadas por meio do projeto “Rede de transferência e comunicação para a inserção de tecnologias na cadeia produtiva de feijão comum”.

Em todo o país, a Agricultura Familiar tem importante papel socioeconômico contribuindo para geração de empregos e renda no meio rural e para a garantia de diversificação e distribuição de alimentos de qualidade. Entretanto, ainda que o perfil dos agricultores familiares seja muito heterogêneo, prevalecem algumas características que depõem contra a possibilidade de crescimento e mesmo manutenção da capacidade produtiva desse setor, tais como: renda insuficiente, pouca escolaridade, baixa autoestima, ineficiência nas atividades econômicas desenvolvidas e restrito acesso às informações.

A integração dos atores de diferentes instituições compromissadas com os interesses dos agricultores familiares, traz importantes contribuições positivas nesse aspecto, permitindo melhorias na qualidade de vida, produtividade, ganhos financeiros e meio ambiente, com a adoção de inovações nos trabalhos realizados nas propriedades. É exatamente esse o objetivo do trabalho conjunto, realizado na região do Vale do São Patrício, em Goiás, por Embrapa, Emater-GO, Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Goiás (FETAEG) e IFGoiano: promover ações de apoio e incentivo ao desenvolvimento rural sustentável, com agricultura familiar, na perspectiva da segurança e soberania alimentar, voltadas ao processo de inovação, por meio da transferência de tecnologia, intercâmbio e construção do conhecimento.

O envolvimento conjunto pode promover soluções amplas para os problemas existentes nas propriedades em que as ações são realizadas, tendo por base o conhecimento diverso, inerente a cada instituição e seus objetivos, e as diferentes visões sobre um mesmo tema. Da mesma forma, o fortalecimento das parcerias, por meio da formação de multiplicadores, amplia o acesso à informação e facilita a incorporação de tecnologias aos sistemas produtivos. No caso da Embrapa, as atuações com parceiros são de suma importância, já que não tem em seu escopo as atividades de assistência técnica e extensão rural, sendo esses processos imprescindíveis para que cumpra sua missão de promover o desenvolvimento.

O modelo de trabalho utilizado nessas ações é a Unidade de Construção do Conhecimento (UC), uma metodologia participativa, que respeita as experiências dos produtores e é promovida a partir dos seus interesses. Segundo Glays Matos, analista de transferência de tecnologia (TT) da Embrapa Arroz e Feijão, os atores que trabalham diretamente com as famílias nesse sistema são denominados multiplicadores e a participação dos agricultores se dá também nas fases de planejamento, monitoramento e avaliação do processo produtivo, constituindo-se a UC, assim em espaço de formação e de atualização. “A maneira idealizada para geração ou implantação de inovações não é destiná-las, ‘para’ potenciais beneficiários, mas, sim, efetivá-las ‘com’ os agricultores e demais parceiros, dentro dos seus contextos de trabalho. Assim, compartilhando experiências, a contribuição de cada um é potencializada e os ganhos também, por consequência”, afirma Glays.

A atividade econômica de produção rural no Vale do São Patrício é bem ampla. Do total de 11.477 estabelecimentos rurais, 9.103 (79,3%) são de agricultores familiares, segundo Censo Agropecuário (IBGE, 2006), nos quais se encontram a pecuária de leite e de corte e uma agricultura diversificada, produzindo cana-de-açúcar, soja, seringueira, melancia, banana, abacaxi, maracujá, mandioca, milho, arroz, feijão e hortaliças em geral. A tarefa de buscar as inovações necessárias e adequadas a cada cultivo, bem como sua utilização eficiente, passa pela atuação em sintonia dos atores, observando hábitos culturais, características agronômicas das áreas e encontrando as melhores culturas para, por exemplo, uma rotação saudável e mais produtiva. Existem muitas soluções tecnológicas disponíveis, que podem ser apropriadas pelos agricultores e o papel das instituições é, dentro dos seus materiais de pesquisa, oferecer o que de melhor se encaixe às necessidades.

A parceria visa a promover espaço de diálogo e interação com as instituições, contribuindo para o planejamento e a execução das ações dos agricultores familiares e seus desdobramentos; e apresentar informações e habilidades em temas relacionados diretamente ao seu processo produtivo e de gestão, que permitam o desenvolvimento rural sustentável. As atividades realizadas no Vale do São Patrício têm sido muito proveitosas, impactando de forma progressista nas propriedades do local. A área compreende 23 municípios da região central do Estado, envolvendo, no total, 1.975.633 hectares e 249.768 habitantes. De alguma forma, seja integrando como parte técnica atuante do processo (instituições), seja participando como agente das diversas etapas da cadeia produtiva (agricultores/comerciantes) ou, ainda, recebendo os benefícios dos produtos de melhor qualidade (consumidores), que promovem alimentação mais saudável, toda esta população recebe alguma interferência positiva desses trabalhos.

AS INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

FETAEG

Organiza-se na Região por meio do Polo Sindical do Vale do São Patrício, sediado em Ceres, que abrange 14 Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR), de 30 municípios. Entre outras situações positivas, suas ações permitem o atendimento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA), administrado pela CONAB e BIODIESEL, sendo elas incentivo à produção de leite, hortifrúti e soja.

EMATER

Está organizada em 12 Regionais. A que se localiza em Ceres compreende 23 municípios, 21 deles, com técnicos presentes. O serviço de assistência técnica e extensão rural é essencial aos agricultores familiares e esses agentes necessitam de contínua capacitação, visando aperfeiçoar o atendimento prestado ao agricultor.

IFGOIANO

O Instituto possui 12 Campi distribuídos no estado, nos quais forma profissionais técnicos, de graduação e pós-graduação. De boa qualidade na formação e boa estrutura física, o Câmpus Ceres oferece cursos Técnico nível médio, Graduação e Mestrado em Irrigação, com atividades de ensino, pesquisa e extensão. A Unidade tem grande histórico de ações com Território Rural e, em 2018, recebeu mais de duas mil matrículas.

EMBRAPA

Com o pensamento de a que busca e a disponibilização de soluções tecnológicas devem ser contínuas, a Empresa integra diversas redes e compartilha experiências efetivas de construção coletiva do conhecimento, em especial, aquele produzido dentro do contexto de sua aplicação, observando processos, nos quais, de forma prática, potencializam-se ciclos virtuosos de aprendizagem mútua e também de inovação.

A Embrapa participa oferecendo, de forma abrangente, todo o conhecimento originado em suas pesquisas, desde técnicas, como análise de solo e o controle biológico de pragas, até o fornecimento de sementes que apresentem características favoráveis à região em questão. Da produção obtida com o material fornecido (2016), os agricultores já conseguiram disponibilizar sementes para outros pequenos produtores na região, guardando, também, para novo plantio próprio. O excedente dos grãos foi comercializado. Na safra 2017, os resultados de produtividade foram superiores à anterior, atingindo 4.560 kg de feijão, destaque para as cultivares BRS Pitanga e BRS Esteio.

No município de Ipiranga, a parceria entre Embrapa, Emater e Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ceres criou, em 2018, a “UC Feijão e Milho Verde Irrigado”, em uma propriedade com área de 19 hectares, onde se produz, também, melancia e sementes de capim mombaça. O agricultor recebe recomendação de adubação e rotação de cultura, orientações de plantio e sobre o uso dos herbicidas, além do monitoramento para detecção de pragas, por meio do controle biológico, com a adoção da microvespa Trichograma, no combate da lagarta do cartucho do milho, outra inovação importante. As atividades no Vale do São Patrício são realizadas por meio do projeto “Rede de transferência e comunicação para a inserção de tecnologias na cadeia produtiva de feijão comum”.

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