Petiscos salgados ou doces, apimentados ou exóticos à base de polpa de frutas ou legumes estão saindo do forno, por enquanto em escala de laboratório, mas com expectativa de, em curto prazo, a produção se tornar industrial. A inovação percorreu um longo caminho, entre a bancada e as primeiras fornadas com sabor de ingredientes tropicais e especiarias originárias de vários continentes.
O trabalho é um exemplo de pesquisa entre as mais de 850 apresentadas em 10 anos de realização da Jornada Científica, evento promovido pelas duas unidades da Embrapa, em São Carlos (SP) – Instrumentação e Pecuária Sudeste – e que vem se consolidando como geradora de conhecimento, de estímulo à formação científica e de inovações.
Há uma década, a pesquisa integrou a primeira edição da Jornada Científica, no final de outubro de 2009, com a proposta de aplicar a nanotecnologia para melhoria das propriedades de filmes comestíveis de polpa de fruta. De lá para cá, a pesquisa evoluiu, mudou de mão e de rumo.
Mas a base de conhecimento gerada inicialmente foi fundamental para que o projeto ganhasse novo enfoque, a fim de atender um perfil de mercado com mais potencial de consumo. Conduzida pelo, então, estudante de graduação em Licenciatura em Ciências Exatas, da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Vinicius Lorevice, que conclui o doutorado na Embrapa Instrumentação, a pesquisa avança na fase atual em parceria com uma empresa privada da área de alimentos, seguindo o modelo de inovação aberta.
“Esta pesquisa é fruto de um intenso trabalho em equipe, que conta com a participação importante dos pesquisadores Maria Alice Martins e José Manoel Marconcini, além de técnicos da Embrapa, que contribuem com a sua larga experiência no desenvolvimento de várias tecnologias, fundamental para que os desafios de pesquisa aplicada e aumento de escala sejam vencidos e a inovação efetivamente aconteça”, afirma Luiz Henrique Caparelli Mattoso, pesquisador à frente das pesquisas desde a primeira fase.
Simulações ajudam no planejamento da propriedade
Para a pecuária, a ferramenta online “Cenários agrícolas futuros para forrageiras tropicais”, por exemplo, permite que produtores e técnicos façam simulações do cultivo de pastagens no Brasil. A solução tecnológica é um suporte para a tomada de decisões no campo.
Desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, as simulações, baseadas em informações climáticas e de produção, servem como subsídio para o planejamento estratégico da propriedade, adoção de alternativas de adaptação a eventuais efeitos das mudanças ambientais e fonte de informação para programas governamentais. Com a tecnologia, o usuário pode projetar o cultivo de pastagens em diferentes regiões do país na atualidade e em médio e longo prazo. A ferramenta é gratuita e está disponível em: http://tecnologias.cppse.embrapa.br/scafforragem/
Conhecimento que gera oportunidade
Em 10 anos, mais de três mil estudantes tiveram a oportunidade de apresentar suas experiências com pesquisa na Jornada Científica, um evento que cumpre uma exigência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para concessão de bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Embora seja promovido para estudantes de iniciação científica, para fomentar a pesquisa e o intercâmbio de conhecimento, a jornada tem atraído à atenção de estagiários, alunos de mestrado, doutorado, pós-doutorado, que estão aproveitando a oportunidade para também expor projetos. Os ensaios realizados em laboratórios e apresentados há dez anos ajudaram a sedimentar o caminho que muitos percorreram ao longo de uma década.
É o caso da química Márcia Regina de Moura Aouada, também orientada por Mattoso, que integrou a equipe no desenvolvimento e apresentação do trabalho sobre os filmes comestíveis na primeira edição da Jornada Científica, em 2009.
Márcia seguiu a carreira acadêmica. Com dois pós-doutorados, sendo um deles realizado na Embrapa Instrumentação, a pesquisadora é professora da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Departamento de Física e Química, da Universidade Estadual Paulista (UNESP).
“Para mim foi um prazer participar da jornada durante meu doutorado, pois tenho orgulho em ter compartilhado conhecimento com profissionais tão capacitados e dedicados como os encontrados na Embrapa”, afirma a professora.
Ela acredita que as discussões realizadas na jornada ajudaram na disseminação dos resultados e do trabalho que realizou e também na interação com outras pessoas. “Outra questão que considero importante e que contribuiu para o meu crescimento profissional foi o aprendizado em relação ao profissionalismo, disposição e dedicação, que ficou como algo que considero essencial para o futuro brilhante de muito profissionais que lá conheci”, avalia.
Trabalho apresenta adoção de sistemas integrados
A décima edição, que ocorre nesta quinta e sexta-feira (14 e 15), vai apresentar 65 trabalhos, sendo 39 da Embrapa Instrumentação, que sedia o evento este ano, e 26 da Embrapa Pecuária Sudeste. São cerca de 260 autores, com pesquisas apresentadas, de acordo com áreas do CNPq – Ciências agrárias, Ciências biológicas, Ciências exatas e da terra, Engenharias, entre outras, como Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; Ciências da Saúde; Linguística, Letras e Artes.
Um dos trabalhos que serão apresentados pela Embrapa Pecuária Sudeste identificou as características do empreendedor rural associadas à adoção de sistemas de integração agropecuária no estado de São Paulo. Para o trabalho foram entrevistados 175 produtores. Com o estudo foi possível ter um perfil dos pecuaristas que adotam integração lavoura-pecuária (ILP) e pecuária-floresta (IPF) em propriedades no estado.
Do total, 66 trabalham com ILP, 24 produtores têm na fazenda integração de pecuária com floresta (IPF) e 85 não adotam sistemas integrados. De acordo com o bolsista Geovani Caetano, orientado pela pesquisadora Marcela Vinholis, os resultados indicaram que, dentre os produtores rurais associados à adoção de sistemas de integração, os adotantes de ILP apresentaram maior grau de empreendedorismo.
Petiscos salgados ou doces, apimentados ou exóticos à base de polpa de frutas ou legumes estão saindo do forno, por enquanto em escala de laboratório, mas com expectativa de, em curto prazo, a produção se tornar industrial. A inovação percorreu um longo caminho, entre a bancada e as primeiras fornadas com sabor de ingredientes tropicais e especiarias originárias de vários continentes.
O trabalho é um exemplo de pesquisa entre as mais de 850 apresentadas em 10 anos de realização da Jornada Científica, evento promovido pelas duas unidades da Embrapa, em São Carlos (SP) – Instrumentação e Pecuária Sudeste – e que vem se consolidando como geradora de conhecimento, de estímulo à formação científica e de inovações.
Há uma década, a pesquisa integrou a primeira edição da Jornada Científica, no final de outubro de 2009, com a proposta de aplicar a nanotecnologia para melhoria das propriedades de filmes comestíveis de polpa de fruta. De lá para cá, a pesquisa evoluiu, mudou de mão e de rumo.
Mas a base de conhecimento gerada inicialmente foi fundamental para que o projeto ganhasse novo enfoque, a fim de atender um perfil de mercado com mais potencial de consumo. Conduzida pelo, então, estudante de graduação em Licenciatura em Ciências Exatas, da Universidade de São Paulo (USP), Marcos Vinicius Lorevice, que conclui o doutorado na Embrapa Instrumentação, a pesquisa avança na fase atual em parceria com uma empresa privada da área de alimentos, seguindo o modelo de inovação aberta.
“Esta pesquisa é fruto de um intenso trabalho em equipe, que conta com a participação importante dos pesquisadores Maria Alice Martins e José Manoel Marconcini, além de técnicos da Embrapa, que contribuem com a sua larga experiência no desenvolvimento de várias tecnologias, fundamental para que os desafios de pesquisa aplicada e aumento de escala sejam vencidos e a inovação efetivamente aconteça”, afirma Luiz Henrique Caparelli Mattoso, pesquisador à frente das pesquisas desde a primeira fase.
Simulações ajudam no planejamento da propriedade
Para a pecuária, a ferramenta online “Cenários agrícolas futuros para forrageiras tropicais”, por exemplo, permite que produtores e técnicos façam simulações do cultivo de pastagens no Brasil. A solução tecnológica é um suporte para a tomada de decisões no campo.
Desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sudeste, as simulações, baseadas em informações climáticas e de produção, servem como subsídio para o planejamento estratégico da propriedade, adoção de alternativas de adaptação a eventuais efeitos das mudanças ambientais e fonte de informação para programas governamentais. Com a tecnologia, o usuário pode projetar o cultivo de pastagens em diferentes regiões do país na atualidade e em médio e longo prazo. A ferramenta é gratuita e está disponível em: http://tecnologias.cppse.embrapa.br/scafforragem/
Conhecimento que gera oportunidade
Em 10 anos, mais de três mil estudantes tiveram a oportunidade de apresentar suas experiências com pesquisa na Jornada Científica, um evento que cumpre uma exigência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para concessão de bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
Embora seja promovido para estudantes de iniciação científica, para fomentar a pesquisa e o intercâmbio de conhecimento, a jornada tem atraído à atenção de estagiários, alunos de mestrado, doutorado, pós-doutorado, que estão aproveitando a oportunidade para também expor projetos. Os ensaios realizados em laboratórios e apresentados há dez anos ajudaram a sedimentar o caminho que muitos percorreram ao longo de uma década.
É o caso da química Márcia Regina de Moura Aouada, também orientada por Mattoso, que integrou a equipe no desenvolvimento e apresentação do trabalho sobre os filmes comestíveis na primeira edição da Jornada Científica, em 2009.
Márcia seguiu a carreira acadêmica. Com dois pós-doutorados, sendo um deles realizado na Embrapa Instrumentação, a pesquisadora é professora da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Departamento de Física e Química, da Universidade Estadual Paulista (UNESP).
“Para mim foi um prazer participar da jornada durante meu doutorado, pois tenho orgulho em ter compartilhado conhecimento com profissionais tão capacitados e dedicados como os encontrados na Embrapa”, afirma a professora.
Ela acredita que as discussões realizadas na jornada ajudaram na disseminação dos resultados e do trabalho que realizou e também na interação com outras pessoas. “Outra questão que considero importante e que contribuiu para o meu crescimento profissional foi o aprendizado em relação ao profissionalismo, disposição e dedicação, que ficou como algo que considero essencial para o futuro brilhante de muito profissionais que lá conheci”, avalia.
Trabalho apresenta adoção de sistemas integrados
A décima edição, que ocorre nesta quinta e sexta-feira (14 e 15), vai apresentar 65 trabalhos, sendo 39 da Embrapa Instrumentação, que sedia o evento este ano, e 26 da Embrapa Pecuária Sudeste. São cerca de 260 autores, com pesquisas apresentadas, de acordo com áreas do CNPq – Ciências agrárias, Ciências biológicas, Ciências exatas e da terra, Engenharias, entre outras, como Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; Ciências da Saúde; Linguística, Letras e Artes.
Um dos trabalhos que serão apresentados pela Embrapa Pecuária Sudeste identificou as características do empreendedor rural associadas à adoção de sistemas de integração agropecuária no estado de São Paulo. Para o trabalho foram entrevistados 175 produtores. Com o estudo foi possível ter um perfil dos pecuaristas que adotam integração lavoura-pecuária (ILP) e pecuária-floresta (IPF) em propriedades no estado.
Do total, 66 trabalham com ILP, 24 produtores têm na fazenda integração de pecuária com floresta (IPF) e 85 não adotam sistemas integrados. De acordo com o bolsista Geovani Caetano, orientado pela pesquisadora Marcela Vinholis, os resultados indicaram que, dentre os produtores rurais associados à adoção de sistemas de integração, os adotantes de ILP apresentaram maior grau de empreendedorismo.