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Seminário propõe ações para produção de mudas de qualidade na fruticultura

    Durante todo o dia, da última quarta-feira, 6 de junho, a Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) em conjunto com a Emater/RS-Ascar, Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas -Sindocopel, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretarias Municipais da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Pelotas e a Universidade Federal de Pelotas,  ofereceram o I Seminário sobre Atualização em Produção de Mudas Frutíferas para um grupo de cem pessoas entre acadêmicos, agricultores, viveiristas, professores, industriais e profissionais da região. O encontro foi pensado para levantar alternativas que melhorem o processo de multiplicação de mudas frutíferas, já que este é um gargalo na cadeia das frutas. A atividade promoveu a reflexão das práticas utilizadas, conhecimento atualizado sobre benefícios na produção de mudas frutíferas e sobre as normas de produção, necessidade de adoção de procedimentos e hábitos pelo agricultor na propriedade e o despertar para as oportunidades de empreendedorismo, através da produção de mudas. O evento aconteceu nas dependências do auditório Ailton Raseira, na Embrapa Sede, localizada na BR392, Km 78.

    O Brasil, ao ocupar o 3º lugar mundial na produção de frutíferas, ainda tem inúmeras demandas a serem atendidas  junto ao setor produtivo como as normativas que regularizam o atendimento desta prática. Segundo o coordenador do evento e pesquisador Newton Alex Mayer o início da produção de frutas está centrado na utilização de uma muda de qualidade.

Segundo ele, uma das dificuldades na produção de frutas de caroço – pêssego nectarinas e ameixas está na questão da reutilização dos caroços provenientes das indústrias processadoras, pela maioria dos viveiristas e fruticultores, ou seja, eles são retirados das frutas que serão processadas – e todos misturados, independente da variedade – que voltam a ser incorporados no processo de produção de mudas, sendo utilizados para constituir o  sistema radicular de cada planta, o porta-enxerto. “Já começa a estruturação de um pomar de forma inadequada, pois é utilizado este material que seria descarte da indústria na formação de mudas. Para a produção de uma muda enxertada, é preciso ter um sistema radicular adaptado às condições de solo e compatível com as características daquela variedade-copa, pois o melhoramento genético propõe materiais mais resistentes a doenças, ou  mais resistentes as condições de clima, entre outras características. E a muda enxertada é formada por duas partes: a copa, onde se desenvolve a fruta; e o sistema radicular (o porta-enxerto). São partes diferentes da muda, mas que exigem cuidados na sua formação, de maneira, que seja obtido um produto final de qualidade, uma muda com características genéticas e sanitárias desejáveis, mas não é o que acontece, em boa parte dos casos”, explica o pesquisador ao enfatizar o por quê o uso de mudas de qualidade ser um desafio na fruticultura. Mas, existem também aquelas variedades de frutas que utilizam outros tipos de formação de mudas, como por exemplo, através de um sistema de autoenraizamento.Essa tecnologia é adotada em espécies como a oliveira, a goiabeira, a amoreira-preta, o mirtileiro e a figueira.
 

O Seminário

    Mayer diz que a ideia do Seminário surgiu da necessidade de nivelar informações, visto que representantes das instituições promotoras do evento entenderam que os viveiristas, agricultores, técnicos e industriais não tem o mesmo conhecimento quanto aos cuidados e necessidades na formação de mudas de espécies frutícolas e também que a adoção de tecnologias aplicadas pelos agricultores são muito diferentes entre as culturas. “É importante que todos os viveiristas tenham cadastramento no Renasem, pois essa é a primeira condição para se habilitar a propagar as cultivares protegidas da Embrapa”, destacou Mayer.

    E para reforçar esta ideia de que é preciso obedecer algumas normas e procedimentos na condução da formação de mudas de qualidade a comissão organizadora procurou bons exemplos de uso de qualidade de mudas no Estado do Rio Grande do Sul, como é o caso da videira. O engenheiro agronômo Daniel Grohs, da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves,RS) apresentou a experiência da Produção de mudas de videira na Serra Gaúcha: experiências e organização do setor.

    O auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Santos Nogueira da Gama, apresentou como é feita a fiscalização e as normas de produção de mudas de frutíferas no RS e de uma orientação – passo a passo – para que o interessado em produzir mudas, em especial, realize o seu cadastramento no serviço pelo qual o MAPA concede a inscrição e o credenciamento no Registro Nacional de Sementes e Mudas, o Renasem. “Todo o agricultor que queira ser produtor de mudas, precisa ter o seu responsável técnico – engenheiro agronômo ou engenheiro florestal – os quais precisam estar cadastrados neste sistema”, explica Gama. Conforme ele, o cadastro no Renasem tem uma validade de até três anos, mas o viveiro (a propriedade produtora de mudas) precisa se cadastrar anualmente junto ao Mapa, realizando as suas atualizações em termos de estrutura e produção de material da propriedade. “São duas coisas diferentes, mas que o viveirista precisa estar atento em regularizar a sua situação junto ao Ministério por que isto é um serviço de rastreabilidade que confere ao próprio viveirista a origem certificada e de qualidade das suas mudas comercializadas. Toda muda produzida com qualidade é regida pela Instrução Normativa 024/2005, que deve ser o livro-base do produtor de mudas”, destacou Gama. Segundo as informações disponíveis no site do MAPA, existem 353 estabelecimentos cadastrados como Produtor de Mudas no Rio Grande do Sul, assim como, no país o número de cadastros é de 5.395, também, de viveiristas de mudas em geral.

    Outra possibilidade mostrada pelo Seminário foi o tema do empreendedorismo nas propriedades, enfatizando a necessidade de manter os filhos de fruticultores no campo. À tarde, o evento focou na cultura do pessegueiro, onde foi apresentado o trabalho de pesquisa na busca de cultivares de porta-enxertos tolerantes a morte precoce do pessegueiro. “Temos cinco materiais que estão com resultados positivos, e a Unidade de pesquisas poderá vir a lançar em breve, pelo menos um porta-enxerto clonal que se adapte as nossas condições”, observou Mayer.
 

Encaminhamentos

O encerramento do evento, se deu através do levantamento de encaminhamentos pelos participantes, discutidos em mesa redonda. Segundo o coordenador do evento, Newton Alex Mayer entre os temas a serem encaminhados ficaram registrados: dar continuidade ao estudo que viabiliza  – entre cinco materiais de destaque em área experimental da Embrapa Clima Temperado  – ao lançamento de uma futura cultivar de porta-enxerto tolerante à morte-precoce do pessegueiro e adpatado às condições da região sul do Brasil; destacar a importância de se reduzir a mortalidade de plantas, fator que contribui para a baixa produtividade nos pomares; lançar novas variedades de pessegueiro, reforçando a importância do setor da fruticultura ter acesso a tecnologias, através de várias cultivares-copa;  promover a realização de um curso exclusivo para viveiristas; capacitar e expandir o número de viveiristas licenciados da Embrapa; promover a valorização do pêssego e seus produtos, bem como a melhor remuneração e valorização do fruticultor; realizar dias de campo, demonstrando a importância do uso  de mudas de qualidade; realizar encontros técnicos de rotina, visando aglutinar as diferentes entidades e instituições ligadas à fruticultura para atender as demandas prioritárias.
 

    Durante todo o dia, da última quarta-feira, 6 de junho, a Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) em conjunto com a Emater/RS-Ascar, Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas -Sindocopel, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Secretarias Municipais da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Pelotas e a Universidade Federal de Pelotas,  ofereceram o I Seminário sobre Atualização em Produção de Mudas Frutíferas para um grupo de cem pessoas entre acadêmicos, agricultores, viveiristas, professores, industriais e profissionais da região. O encontro foi pensado para levantar alternativas que melhorem o processo de multiplicação de mudas frutíferas, já que este é um gargalo na cadeia das frutas. A atividade promoveu a reflexão das práticas utilizadas, conhecimento atualizado sobre benefícios na produção de mudas frutíferas e sobre as normas de produção, necessidade de adoção de procedimentos e hábitos pelo agricultor na propriedade e o despertar para as oportunidades de empreendedorismo, através da produção de mudas. O evento aconteceu nas dependências do auditório Ailton Raseira, na Embrapa Sede, localizada na BR392, Km 78.

    O Brasil, ao ocupar o 3º lugar mundial na produção de frutíferas, ainda tem inúmeras demandas a serem atendidas  junto ao setor produtivo como as normativas que regularizam o atendimento desta prática. Segundo o coordenador do evento e pesquisador Newton Alex Mayer o início da produção de frutas está centrado na utilização de uma muda de qualidade.

Segundo ele, uma das dificuldades na produção de frutas de caroço – pêssego nectarinas e ameixas está na questão da reutilização dos caroços provenientes das indústrias processadoras, pela maioria dos viveiristas e fruticultores, ou seja, eles são retirados das frutas que serão processadas – e todos misturados, independente da variedade – que voltam a ser incorporados no processo de produção de mudas, sendo utilizados para constituir o  sistema radicular de cada planta, o porta-enxerto. “Já começa a estruturação de um pomar de forma inadequada, pois é utilizado este material que seria descarte da indústria na formação de mudas. Para a produção de uma muda enxertada, é preciso ter um sistema radicular adaptado às condições de solo e compatível com as características daquela variedade-copa, pois o melhoramento genético propõe materiais mais resistentes a doenças, ou  mais resistentes as condições de clima, entre outras características. E a muda enxertada é formada por duas partes: a copa, onde se desenvolve a fruta; e o sistema radicular (o porta-enxerto). São partes diferentes da muda, mas que exigem cuidados na sua formação, de maneira, que seja obtido um produto final de qualidade, uma muda com características genéticas e sanitárias desejáveis, mas não é o que acontece, em boa parte dos casos”, explica o pesquisador ao enfatizar o por quê o uso de mudas de qualidade ser um desafio na fruticultura. Mas, existem também aquelas variedades de frutas que utilizam outros tipos de formação de mudas, como por exemplo, através de um sistema de autoenraizamento.Essa tecnologia é adotada em espécies como a oliveira, a goiabeira, a amoreira-preta, o mirtileiro e a figueira.
 

O Seminário

    Mayer diz que a ideia do Seminário surgiu da necessidade de nivelar informações, visto que representantes das instituições promotoras do evento entenderam que os viveiristas, agricultores, técnicos e industriais não tem o mesmo conhecimento quanto aos cuidados e necessidades na formação de mudas de espécies frutícolas e também que a adoção de tecnologias aplicadas pelos agricultores são muito diferentes entre as culturas. “É importante que todos os viveiristas tenham cadastramento no Renasem, pois essa é a primeira condição para se habilitar a propagar as cultivares protegidas da Embrapa”, destacou Mayer.

    E para reforçar esta ideia de que é preciso obedecer algumas normas e procedimentos na condução da formação de mudas de qualidade a comissão organizadora procurou bons exemplos de uso de qualidade de mudas no Estado do Rio Grande do Sul, como é o caso da videira. O engenheiro agronômo Daniel Grohs, da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves,RS) apresentou a experiência da Produção de mudas de videira na Serra Gaúcha: experiências e organização do setor.

    O auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Francisco Santos Nogueira da Gama, apresentou como é feita a fiscalização e as normas de produção de mudas de frutíferas no RS e de uma orientação – passo a passo – para que o interessado em produzir mudas, em especial, realize o seu cadastramento no serviço pelo qual o MAPA concede a inscrição e o credenciamento no Registro Nacional de Sementes e Mudas, o Renasem. “Todo o agricultor que queira ser produtor de mudas, precisa ter o seu responsável técnico – engenheiro agronômo ou engenheiro florestal – os quais precisam estar cadastrados neste sistema”, explica Gama. Conforme ele, o cadastro no Renasem tem uma validade de até três anos, mas o viveiro (a propriedade produtora de mudas) precisa se cadastrar anualmente junto ao Mapa, realizando as suas atualizações em termos de estrutura e produção de material da propriedade. “São duas coisas diferentes, mas que o viveirista precisa estar atento em regularizar a sua situação junto ao Ministério por que isto é um serviço de rastreabilidade que confere ao próprio viveirista a origem certificada e de qualidade das suas mudas comercializadas. Toda muda produzida com qualidade é regida pela Instrução Normativa 024/2005, que deve ser o livro-base do produtor de mudas”, destacou Gama. Segundo as informações disponíveis no site do MAPA, existem 353 estabelecimentos cadastrados como Produtor de Mudas no Rio Grande do Sul, assim como, no país o número de cadastros é de 5.395, também, de viveiristas de mudas em geral.

    Outra possibilidade mostrada pelo Seminário foi o tema do empreendedorismo nas propriedades, enfatizando a necessidade de manter os filhos de fruticultores no campo. À tarde, o evento focou na cultura do pessegueiro, onde foi apresentado o trabalho de pesquisa na busca de cultivares de porta-enxertos tolerantes a morte precoce do pessegueiro. “Temos cinco materiais que estão com resultados positivos, e a Unidade de pesquisas poderá vir a lançar em breve, pelo menos um porta-enxerto clonal que se adapte as nossas condições”, observou Mayer.
 

Encaminhamentos

O encerramento do evento, se deu através do levantamento de encaminhamentos pelos participantes, discutidos em mesa redonda. Segundo o coordenador do evento, Newton Alex Mayer entre os temas a serem encaminhados ficaram registrados: dar continuidade ao estudo que viabiliza  – entre cinco materiais de destaque em área experimental da Embrapa Clima Temperado  – ao lançamento de uma futura cultivar de porta-enxerto tolerante à morte-precoce do pessegueiro e adpatado às condições da região sul do Brasil; destacar a importância de se reduzir a mortalidade de plantas, fator que contribui para a baixa produtividade nos pomares; lançar novas variedades de pessegueiro, reforçando a importância do setor da fruticultura ter acesso a tecnologias, através de várias cultivares-copa;  promover a realização de um curso exclusivo para viveiristas; capacitar e expandir o número de viveiristas licenciados da Embrapa; promover a valorização do pêssego e seus produtos, bem como a melhor remuneração e valorização do fruticultor; realizar dias de campo, demonstrando a importância do uso  de mudas de qualidade; realizar encontros técnicos de rotina, visando aglutinar as diferentes entidades e instituições ligadas à fruticultura para atender as demandas prioritárias.
 

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