Na segunda-feira (4), uma comitiva ligada a um projeto mundial para adaptação da agricultura às mudanças climáticas visitou a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) para conhecer o trabalho de resgate de parentes silvestres de batata – um dos braços desse projeto no Brasil. Ao todo, são priorizadas 29 culturas – consideradas pelo estudo como as mais importantes em escala global. O objetivo é identificar, coletar e conservar esses materiais para preservação da variabilidade genética dessas diferentes culturas, bem como prepará-los para uso no futuro desenvolvimento de novas variedades.
Estiveram na Unidade o jornalista da Global Crop Diversity Trust (Crop Trust), organização internacional para preservação e uso da biodiversidade, com sede na Alemanha, que financia o projeto, Luis Salazar; a pesquisadora do Jardim Botânico Real de Kew e do banco de sementes Millenium, na Inglaterra, Oriole Wagstaff; e o jornalista da Revista Science, uma das revistas acadêmicas mais prestigiadas do mundo, Erik Stokstad, que veio ao Brasil para escrever artigo sobre as atividades do projeto. A articulação foi realizada pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado Gustavo Heiden, que coordena o resgate de materiais silvestres na Unidade.
Visita
Pela manhã, o grupo foi recebido pelo chefe-geral da Unidade, Clenio Pillon, e pelo chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, Jair Nachtigal, que apresentaram as principais atividades de pesquisa e a abrangência de atuação da Embrapa Clima Temperado. Na sequência, Oriole Wagstaff apresentou o projeto e seus principais objetivos a um grupo de pesquisadores locais, e o pesquisador Gustavo Heiden complementou explicando a participação da Embrapa no trabalho. À tarde, houve visita a algumas estruturas de pesquisa ligadas ao resgate e conservação de materiais silvestres.
A comitiva ficará na Embrapa até sexta-feira (8), para acompanhar todo o processo de resgate dos materiais silvestres e potencialidades de uso no melhoramento genético. Por isso, também será realizada coleta de germoplasma a campo. Na terça-feira está prevista viagem ao município de São Lourenço do Sul para entrevista com agricultores e prospecção de parentes silvestres de batata. Na quarta, a coleta ocorrerá nos municípios de Chuí, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. E na quinta, haverá coleta e visitação à área de conservação in situ na Fazenda São Miguel, no município de Tapes/RS. Por fim, no último dia, os visitantes conhecerão as estruturas que compõem o programa de melhoramento genético de batata da Embrapa Clima Temperado.
O Projeto
Gerenciado pela Crop Trust com apoio do Jardim Botânico Real de Kew, o projeto “Adapting Agriculture to Climate Change” teve início em 2011 e deve durar dez anos. Com recursos na ordem dos U$ 50 milhões financiados pelo Governo da Noruega, está presente em 24 países por meio de parcerias com bancos genéticos nacionais e internacionais, e com programas de melhoramento ao redor do mundo.
No Brasil, está vinculado à Embrapa para coleta de parentes silvestres de batata, batata-doce, arroz e milheto. No caso específico da batata, a Embrapa é uma dentre seis instituições responsáveis pela coleta de materiais silvestres, que ainda envolve organizações do Peru e do Uruguai. “O Brasil é um dos países prioritários para coleta de materiais silvestres, por sua diversidade”, salienta Oriole Wagstaff.
Dentre as etapas do trabalho estão a priorização das culturas e respectivos locais de coleta; a coleta a campo propriamente dita; a conservação em bancos genéticos para garantir a disponibilidade dos materiais e preservar a diversidade genética das culturas; e, por fim, o pré-melhoramento, que busca isolar previamente algumas características genéticas desejadas para facilitar o cruzamento com as variedades tradicionais e, assim, estimular o interesse dos programas de melhoramento por esses materiais.
De acordo com Oriole, a coleta de materiais silvestres já está concluída em 12 dos países participantes. Os materiais ficam armazenados em bancos genéticos como o Millenium, que abriga hoje cerca de 10% de espécies de plantas existentes no planeta, e não podem ser patenteados, permitindo o livre acesso.
Ainda segundo a pesquisadora, o investimento em variedades silvestres é importante para resgate da variabilidade genética, que em variedades tradicionais chegam a ser 69% menor no caso do trigo, e 35% no milho. Além disso, suas características únicas, como tolerância à seca, por exemplo, podem ajudar na adaptação dos sistemas agrícolas às mudanças climáticas.
Na segunda-feira (4), uma comitiva ligada a um projeto mundial para adaptação da agricultura às mudanças climáticas visitou a Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) para conhecer o trabalho de resgate de parentes silvestres de batata – um dos braços desse projeto no Brasil. Ao todo, são priorizadas 29 culturas – consideradas pelo estudo como as mais importantes em escala global. O objetivo é identificar, coletar e conservar esses materiais para preservação da variabilidade genética dessas diferentes culturas, bem como prepará-los para uso no futuro desenvolvimento de novas variedades.
Estiveram na Unidade o jornalista da Global Crop Diversity Trust (Crop Trust), organização internacional para preservação e uso da biodiversidade, com sede na Alemanha, que financia o projeto, Luis Salazar; a pesquisadora do Jardim Botânico Real de Kew e do banco de sementes Millenium, na Inglaterra, Oriole Wagstaff; e o jornalista da Revista Science, uma das revistas acadêmicas mais prestigiadas do mundo, Erik Stokstad, que veio ao Brasil para escrever artigo sobre as atividades do projeto. A articulação foi realizada pelo pesquisador da Embrapa Clima Temperado Gustavo Heiden, que coordena o resgate de materiais silvestres na Unidade.
Visita
Pela manhã, o grupo foi recebido pelo chefe-geral da Unidade, Clenio Pillon, e pelo chefe-adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, Jair Nachtigal, que apresentaram as principais atividades de pesquisa e a abrangência de atuação da Embrapa Clima Temperado. Na sequência, Oriole Wagstaff apresentou o projeto e seus principais objetivos a um grupo de pesquisadores locais, e o pesquisador Gustavo Heiden complementou explicando a participação da Embrapa no trabalho. À tarde, houve visita a algumas estruturas de pesquisa ligadas ao resgate e conservação de materiais silvestres.
A comitiva ficará na Embrapa até sexta-feira (8), para acompanhar todo o processo de resgate dos materiais silvestres e potencialidades de uso no melhoramento genético. Por isso, também será realizada coleta de germoplasma a campo. Na terça-feira está prevista viagem ao município de São Lourenço do Sul para entrevista com agricultores e prospecção de parentes silvestres de batata. Na quarta, a coleta ocorrerá nos municípios de Chuí, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande. E na quinta, haverá coleta e visitação à área de conservação in situ na Fazenda São Miguel, no município de Tapes/RS. Por fim, no último dia, os visitantes conhecerão as estruturas que compõem o programa de melhoramento genético de batata da Embrapa Clima Temperado.
O Projeto
Gerenciado pela Crop Trust com apoio do Jardim Botânico Real de Kew, o projeto “Adapting Agriculture to Climate Change” teve início em 2011 e deve durar dez anos. Com recursos na ordem dos U$ 50 milhões financiados pelo Governo da Noruega, está presente em 24 países por meio de parcerias com bancos genéticos nacionais e internacionais, e com programas de melhoramento ao redor do mundo.
No Brasil, está vinculado à Embrapa para coleta de parentes silvestres de batata, batata-doce, arroz e milheto. No caso específico da batata, a Embrapa é uma dentre seis instituições responsáveis pela coleta de materiais silvestres, que ainda envolve organizações do Peru e do Uruguai. “O Brasil é um dos países prioritários para coleta de materiais silvestres, por sua diversidade”, salienta Oriole Wagstaff.
Dentre as etapas do trabalho estão a priorização das culturas e respectivos locais de coleta; a coleta a campo propriamente dita; a conservação em bancos genéticos para garantir a disponibilidade dos materiais e preservar a diversidade genética das culturas; e, por fim, o pré-melhoramento, que busca isolar previamente algumas características genéticas desejadas para facilitar o cruzamento com as variedades tradicionais e, assim, estimular o interesse dos programas de melhoramento por esses materiais.
De acordo com Oriole, a coleta de materiais silvestres já está concluída em 12 dos países participantes. Os materiais ficam armazenados em bancos genéticos como o Millenium, que abriga hoje cerca de 10% de espécies de plantas existentes no planeta, e não podem ser patenteados, permitindo o livre acesso.
Ainda segundo a pesquisadora, o investimento em variedades silvestres é importante para resgate da variabilidade genética, que em variedades tradicionais chegam a ser 69% menor no caso do trigo, e 35% no milho. Além disso, suas características únicas, como tolerância à seca, por exemplo, podem ajudar na adaptação dos sistemas agrícolas às mudanças climáticas.