Duas cultivares de soja de alta precocidade foram lançadas no dia 16 de maio, durante a AgroBrasília 2018, pela Embrapa e a Fundação Cerrados: a BRS 5980IPRO e a BRS 6780, ambas adaptadas a regiões sojícolas do Brasil Central. As variedades aliam alta produtividade e resistência às principais doenças da cultura.
O lançamento contou com a participação do diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cléber Soares; do secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento do Distrito Federal, Argileu Martins; do chefe geral da Embrapa Cerrados, Cláudio Karia; da presidente da Fundação Cerrados, Cristiane Morinaga; e do presidente da Coopa-DF, Leomar Cenci; do coordenador administrativo do Instituto Soja Livre, Eduardo Vaz; e do embaixador do Sudão no Brasil, Abdel Alamin Al Hussein; além de produtores, empresários, técnicos e pesquisadores.
A parceria entre Embrapa e Fundação Cerrados e a participação da Empresa em todas as 11 edições da AgroBrasília foram destacadas por Cléber Soares. “Este é um momento ímpar de estarmos compartilhando nossa experiência e nossos desafios, entregando aos produtores rurais e às cadeias produtivas nossas tecnologias, informações, conhecimento e dados. O principal elemento para o aumento da produtividade nos trópicos se dá sob a adoção de tecnologia. Hoje, mais uma vez, a Embrapa entrega tecnologias de ponta, que são esses dois materiais de soja”, afirmou.
O esforço da Embrapa em pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias para que o produtor tenha sustentabilidade no negócio foi enfatizado por Cláudio Karia. “Nosso programa de melhoramento genético de soja, feito com a iniciativa privada, é diferenciado. Toda a tecnologia embarcada na semente é desenvolvida pensando na sustentabilidade da agricultura brasileira e para que a sociedade seja beneficiada”, explicou.
Leomar Cenci lembrou a importância da Embrapa para a história da Coopa-DF, principalmente na cultura do trigo, com o desenvolvimento de cultivares, mas também em soja. “Sempre há uma expectativa muito grande quando a Embrapa lança uma cultivar, porque sabemos que vem coisa boa por aí. Precocidade e resistência a doenças são muito importantes, principalmente para quem faz irrigação aqui na região”, observou.
Cristiane Morinaga falou sobre a honra de atuar em parceria com a Embrapa há quase duas décadas para o desenvolvimento de cultivares que atendam às demandas dos produtores, apresentando novidades todos os anos. “Contamos muito com essa visão de sustentabilidade e de parceria com o agricultor. Talvez a concorrência não tenha esses materiais que estão sendo lançados. Buscamos precocidade, o que muitas empresas também buscam, mas aliada à resistência a nematoides e à tecnologia Intacta”, disse, agradecendo à equipe da Embrapa.
O secretário Argileu Martins lembrou a relevância da Embrapa para a ciência em agricultura tropical. Ele apontou que o lançamento de cultivares precoces de soja demonstra que a Empresa “se reinventa todos os dias”, atenta aos acontecimentos econômicos, sociais e ambientais. “Essas variedades disponibilizam oportunidades aos produtores, quem sabe até de explorar nichos de mercado, como a soja orgânica. Parabenizo a Embrapa por ter a postura de olhar diferenciado, que faz com que nossa agricultura seja cada vez mais competitiva”, declarou.
Coordenador do programa de melhoramento genético da soja para o Cerrado, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados (DF), Sebastião Pedro, agradeceu à Embrapa Soja (Londrina, PR), à antiga Embrapa Produtos e Mercado (DF) e à Fundação Cerrados pela parceria. “Isso nos dá a capacidade de não só entender o que os agricultores precisam como também desenvolver as soluções tecnológicas”, comentou. Ele e o pesquisador André Pereira apresentaram ao público as cultivares BRS 5980IPRO e BRS 6780.
Cultivares
A cultivar BRS 5980IPRO tem como principal diferencial a resistência a quatro raças (3, 4, 5 e 14) do nematoide de cisto (Heterodera glycines) e ao nematoide de galha (Meloidogyne javanica), problemas que causam sérias perdas na cultura da soja, aliada à alta produtividade. “É muito difícil um material reunir resistência a várias raças de nematoide de cisto junto com resistência a nematoide de galha. Essa talvez seja a ferramenta de manejo mais eficiente e barata para o principal problema dos nossos solos”, observou Sebastião Pedro.
A variedade tem ciclo superprecoce (100 dias), o que favorece o plantio de segunda safra. O pesquisador destacou o cuidado com o posicionamento da cultivar em virtude dessa característica e mencionou o trabalho de três anos realizado com o pesquisador Fernando Macena (Embrapa Cerrados). “Enquanto a linhagem estava sendo selecionada, ele estudou toda a fenologia e o sistema radicular e calculou, para as diversas regiões edafoclimáticas e altitudes, as datas ideais de plantio e de colheita. Isso traz uma segurança muito grande para o agricultor, pois a cultivar já nasceu dentro do zoneamento agrícola de risco climático para a soja”.
André Pereira explicou que a cultivar foi desenvolvida em função das demandas do setor produtivo da região. “Pela precocidade, vai viabilizar a segunda safra de milho. É um material com alto teto produtivo, que é o primeiro fator de decisão do produtor na escolha da variedade. Nos ensaios da Embrapa, obtivemos acima de 100 sc/ha de produtividade”, disse. Ele explicou que, por engalhar pouco, a BRS 5980IPRO pode ser cultivada com população de 380 mil a 400 mil plantas/ha, dependendo da região.
Já a BRS 6780 é a cultivar convencional mais precoce do mercado e foi selecionada no Distrito Federal, a partir de discussões do Grupo Agricultura Sustentável da Aprosoja Brasil. A variedade convencional é livre de transgênicos e, consequentemente, do pagamento de royalties.
O ciclo hiperprecoce permite a colheita em até 90 dias nas condições do Distrito Federal, o que possibilita a utilização da sucessão de culturas, aumentando a sustentabilidade do sistema produtivo. “É um material que vai permitir que o agricultor faça com grande segurança o cultivo da safra de milho, que é muito importante para a região”, disse Pereira, acrescentando que o uso da cultivar convencional será uma alternativa para o manejo de plantas daninhas nas áreas de cultivo em pivôs de irrigação.
Sebastião Pedro destacou a qualidade do sistema radicular da cultivar e a produção sem uso dos principais defensivos químicos, durante a fase de testes, devido ao rápido desenvolvimento. “Com a BRS 6780, podemos aproveitar a estratégia do escape das doenças e dos insetos”, indicou.
“O agricultor certamente vai escalonar as operações e ter a oportunidade de economizar com insumos e agregar valor em prêmios (no preço de comercialização) tanto nos mercados de ‘Soja Livre’ como no de orgânicos, que tem consumidores de elevado poder aquisitivo”, apontou o pesquisador, informando que a cultivar foi selecionada em solo condicionado por rochagem, o que revela a capacidade de produção com a suplementação de adubo não solúvel.
Representante do Instituto Soja Livre, Eduardo Vaz informou que no Mato Grosso, principal produtor de soja convencional do País, 13% dos 9,4 milhões de hectares de lavouras da oleaginosa do Estado já são de materiais livres de transgenia. “Registramos produtores da região do Alto Araguaia fechando a venda da saca de soja convencional a R$ 80 para a próxima safra”, informou, anunciando que a BRS 6780 fará parte dos lançamentos do instituto para a safra 2018/19.
No final do evento, Sebastião Pedro enfatizou o potencial produtivo e o caráter sustentável das novas cultivares. “O produtor que consegue fazer as contas sabe que as tecnologias colocadas pela Embrapa fazem sobrar dinheiro no bolso. Isso é importante do ponto de vista econômico, ambiental e social”, disse.
As sementes já estão sendo comercializadas pelas empresas que fazem parte da Fundação Cerrados. Os contatos podem ser encontrados na página de cultivares da Embrapa: www.embrapa.br/cultivares.
Duas cultivares de soja de alta precocidade foram lançadas no dia 16 de maio, durante a AgroBrasília 2018, pela Embrapa e a Fundação Cerrados: a BRS 5980IPRO e a BRS 6780, ambas adaptadas a regiões sojícolas do Brasil Central. As variedades aliam alta produtividade e resistência às principais doenças da cultura.
O lançamento contou com a participação do diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cléber Soares; do secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento do Distrito Federal, Argileu Martins; do chefe geral da Embrapa Cerrados, Cláudio Karia; da presidente da Fundação Cerrados, Cristiane Morinaga; e do presidente da Coopa-DF, Leomar Cenci; do coordenador administrativo do Instituto Soja Livre, Eduardo Vaz; e do embaixador do Sudão no Brasil, Abdel Alamin Al Hussein; além de produtores, empresários, técnicos e pesquisadores.
A parceria entre Embrapa e Fundação Cerrados e a participação da Empresa em todas as 11 edições da AgroBrasília foram destacadas por Cléber Soares. “Este é um momento ímpar de estarmos compartilhando nossa experiência e nossos desafios, entregando aos produtores rurais e às cadeias produtivas nossas tecnologias, informações, conhecimento e dados. O principal elemento para o aumento da produtividade nos trópicos se dá sob a adoção de tecnologia. Hoje, mais uma vez, a Embrapa entrega tecnologias de ponta, que são esses dois materiais de soja”, afirmou.
O esforço da Embrapa em pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias para que o produtor tenha sustentabilidade no negócio foi enfatizado por Cláudio Karia. “Nosso programa de melhoramento genético de soja, feito com a iniciativa privada, é diferenciado. Toda a tecnologia embarcada na semente é desenvolvida pensando na sustentabilidade da agricultura brasileira e para que a sociedade seja beneficiada”, explicou.
Leomar Cenci lembrou a importância da Embrapa para a história da Coopa-DF, principalmente na cultura do trigo, com o desenvolvimento de cultivares, mas também em soja. “Sempre há uma expectativa muito grande quando a Embrapa lança uma cultivar, porque sabemos que vem coisa boa por aí. Precocidade e resistência a doenças são muito importantes, principalmente para quem faz irrigação aqui na região”, observou.
Cristiane Morinaga falou sobre a honra de atuar em parceria com a Embrapa há quase duas décadas para o desenvolvimento de cultivares que atendam às demandas dos produtores, apresentando novidades todos os anos. “Contamos muito com essa visão de sustentabilidade e de parceria com o agricultor. Talvez a concorrência não tenha esses materiais que estão sendo lançados. Buscamos precocidade, o que muitas empresas também buscam, mas aliada à resistência a nematoides e à tecnologia Intacta”, disse, agradecendo à equipe da Embrapa.
O secretário Argileu Martins lembrou a relevância da Embrapa para a ciência em agricultura tropical. Ele apontou que o lançamento de cultivares precoces de soja demonstra que a Empresa “se reinventa todos os dias”, atenta aos acontecimentos econômicos, sociais e ambientais. “Essas variedades disponibilizam oportunidades aos produtores, quem sabe até de explorar nichos de mercado, como a soja orgânica. Parabenizo a Embrapa por ter a postura de olhar diferenciado, que faz com que nossa agricultura seja cada vez mais competitiva”, declarou.
Coordenador do programa de melhoramento genético da soja para o Cerrado, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados (DF), Sebastião Pedro, agradeceu à Embrapa Soja (Londrina, PR), à antiga Embrapa Produtos e Mercado (DF) e à Fundação Cerrados pela parceria. “Isso nos dá a capacidade de não só entender o que os agricultores precisam como também desenvolver as soluções tecnológicas”, comentou. Ele e o pesquisador André Pereira apresentaram ao público as cultivares BRS 5980IPRO e BRS 6780.
Cultivares
A cultivar BRS 5980IPRO tem como principal diferencial a resistência a quatro raças (3, 4, 5 e 14) do nematoide de cisto (Heterodera glycines) e ao nematoide de galha (Meloidogyne javanica), problemas que causam sérias perdas na cultura da soja, aliada à alta produtividade. “É muito difícil um material reunir resistência a várias raças de nematoide de cisto junto com resistência a nematoide de galha. Essa talvez seja a ferramenta de manejo mais eficiente e barata para o principal problema dos nossos solos”, observou Sebastião Pedro.
A variedade tem ciclo superprecoce (100 dias), o que favorece o plantio de segunda safra. O pesquisador destacou o cuidado com o posicionamento da cultivar em virtude dessa característica e mencionou o trabalho de três anos realizado com o pesquisador Fernando Macena (Embrapa Cerrados). “Enquanto a linhagem estava sendo selecionada, ele estudou toda a fenologia e o sistema radicular e calculou, para as diversas regiões edafoclimáticas e altitudes, as datas ideais de plantio e de colheita. Isso traz uma segurança muito grande para o agricultor, pois a cultivar já nasceu dentro do zoneamento agrícola de risco climático para a soja”.
André Pereira explicou que a cultivar foi desenvolvida em função das demandas do setor produtivo da região. “Pela precocidade, vai viabilizar a segunda safra de milho. É um material com alto teto produtivo, que é o primeiro fator de decisão do produtor na escolha da variedade. Nos ensaios da Embrapa, obtivemos acima de 100 sc/ha de produtividade”, disse. Ele explicou que, por engalhar pouco, a BRS 5980IPRO pode ser cultivada com população de 380 mil a 400 mil plantas/ha, dependendo da região.
Já a BRS 6780 é a cultivar convencional mais precoce do mercado e foi selecionada no Distrito Federal, a partir de discussões do Grupo Agricultura Sustentável da Aprosoja Brasil. A variedade convencional é livre de transgênicos e, consequentemente, do pagamento de royalties.
O ciclo hiperprecoce permite a colheita em até 90 dias nas condições do Distrito Federal, o que possibilita a utilização da sucessão de culturas, aumentando a sustentabilidade do sistema produtivo. “É um material que vai permitir que o agricultor faça com grande segurança o cultivo da safra de milho, que é muito importante para a região”, disse Pereira, acrescentando que o uso da cultivar convencional será uma alternativa para o manejo de plantas daninhas nas áreas de cultivo em pivôs de irrigação.
Sebastião Pedro destacou a qualidade do sistema radicular da cultivar e a produção sem uso dos principais defensivos químicos, durante a fase de testes, devido ao rápido desenvolvimento. “Com a BRS 6780, podemos aproveitar a estratégia do escape das doenças e dos insetos”, indicou.
“O agricultor certamente vai escalonar as operações e ter a oportunidade de economizar com insumos e agregar valor em prêmios (no preço de comercialização) tanto nos mercados de ‘Soja Livre’ como no de orgânicos, que tem consumidores de elevado poder aquisitivo”, apontou o pesquisador, informando que a cultivar foi selecionada em solo condicionado por rochagem, o que revela a capacidade de produção com a suplementação de adubo não solúvel.
Representante do Instituto Soja Livre, Eduardo Vaz informou que no Mato Grosso, principal produtor de soja convencional do País, 13% dos 9,4 milhões de hectares de lavouras da oleaginosa do Estado já são de materiais livres de transgenia. “Registramos produtores da região do Alto Araguaia fechando a venda da saca de soja convencional a R$ 80 para a próxima safra”, informou, anunciando que a BRS 6780 fará parte dos lançamentos do instituto para a safra 2018/19.
No final do evento, Sebastião Pedro enfatizou o potencial produtivo e o caráter sustentável das novas cultivares. “O produtor que consegue fazer as contas sabe que as tecnologias colocadas pela Embrapa fazem sobrar dinheiro no bolso. Isso é importante do ponto de vista econômico, ambiental e social”, disse.
As sementes já estão sendo comercializadas pelas empresas que fazem parte da Fundação Cerrados. Os contatos podem ser encontrados na página de cultivares da Embrapa: www.embrapa.br/cultivares.