A pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja (Londrina – PR), está entre as seis cientistas agraciadas com o Prêmio Mulheres e Ciência, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Ministério das Mulheres, o British Council e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe. A entrega dessa primeira edição do Prêmio será no dia 12 de março, na sede do CNPq, em Brasília (DF). Mariangela receberá o Prêmio na categoria Trajetória, na área do conhecimento Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. ”Fiquei extremamente feliz e honrada com a notícia. Como o título diz, refere-se à trajetória, toda uma vida dedicada ao uso de biológicos na agricultura, em substituição parcial ou total a fertilizantes químicos. Foi uma carreira que iniciou quando o reconhecimento ao uso de biológicos era ínfimo, mas sempre persisti na mesma linha de pesquisa e hoje estamos colhendo os resultados”, ressalta. De acordo com a pesquisadora, o Brasil é líder mundial no uso desses insumos na agricultura, por isso, o Prêmio é importante não só para ela, mas para todo o grupo de pesquisa que coordena, para os colegas com os quais trabalha, assim como para os orientados e ex-orientados. “Cada um representa um “tijolo” construindo essa trajetória. Fico particularmente sensibilizada, porque sem o CNPq eu jamais teria conseguido fazer ciência. O CNPq sempre me apoiou, mais de 90% de todos os equipamentos do laboratório que construí da estaca zero foram conseguidos via editais. Isso torna o Prêmio muito especial para mim”, comemora. Trajetória premiada – Mariangela possui graduação em Engenharia Agronômica (USP-ESALQ), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas (USP–ESALQ), doutorado em Ciência do Solo (UFRRJ) e pós-doutorado em três universidades: Cornell University, University of California-Davis e Universidade de Sevilla. Pesquisadora da Embrapa desde 1982, na Embrapa Soja desde 1991, Mariangela Hungria conduz pesquisas voltadas para o desenvolvimento de bioinsumos, como inoculantes à base de bactérias que substituem os fertilizantes nitrogenados na soja e possibilitam uma agricultura mais sustentável. Ela é uma das responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias de inoculação e de coinoculação da soja, o que tem promovido grandes saltos de produtividade no campo dispensando fertilizantes nitrogenados. Como resultado, a fixação biológica do nitrogênio, traz uma economia média, por safra, ao Brasil estimada hoje em cerca de 38 bilhões de reais, ao substituir os adubos nitrogenados. Além dos trabalhos com soja, Mariangela também coordena pesquisas que culminaram com o lançamento de outras tecnologias: rizóbios para a cultura do feijoeiro, Azospirillum brasiliense para as culturas do milho e do trigo e de pastagens com braquiárias, coinoculação de rizóbios e Azospirillum para as culturas da soja e do feijoeiro. A pesquisadora é comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica. É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina e no curso de Bioinformática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Atua também na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e na Sociedade Brasileira de Microbiologia. Participou do comitê coordenador do projeto N2Africa, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates para projetos de fixação biológica do nitrogênio na África. É membro do Conselho do Comitê de Nutrição Responsável do International Fertilizer Association e parceira em projetos com praticamente todos os países da América do Sul e Caribe, além de países da Europa, Austrália, EUA e Canadá. É líder do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Microrganismos na Agricultura (CNPq-Fundação Araucária). Em 2020, Mariangela foi classificada entre os 100 mil cientistas mais influentes no mundo, de acordo com o estudo da Universidade de Stanford (EUA). Em 2022, a pesquisadora ocupou a primeira posição brasileira e foi a única da América do Sul no ranking dos 100 principais cientistas em Fitotecnia e Agronomia (Plant Science and Agronomy), publicado pelo Research.com, um site que oferece dados sobre contribuições científicas em nível mundial. Prêmio Mulheres e Ciência O Prêmio Mulheres e Ciência abrange três categorias: Estímulo: voltada para pesquisadoras com até 45 anos; Trajetória: para cientistas com 46 anos ou mais; e Mérito Institucional: foca no reconhecimento a instituições comprometidas com a equidade de gênero na ciência. As categorias Estímulo e Trajetória contemplam três vencedoras, uma em cada grande área do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. O Prêmio Mulheres e Ciência recebeu 1.134 propostas: 697 na categoria Estímulo, 410 na categoria Trajetória e 27 na categoria Mérito Institucional. O objetivo do Prêmio é valorizar e reconhecer a contribuição das mulheres para o avanço da ciência no Brasil, assim como destacar a aplicação do conhecimento e da tecnologia em diferentes áreas. As premiações incluem valores em dinheiro, benefícios e ações de reconhecimento. Na categoria Estímulo cada vencedora receberá R$20 mil, além de passagem aérea e até seis diárias para participação em congresso científico no Brasil ou no exterior. Na categoria Trajetória cada premiada receberá R$40 mil e uma missão ao Reino Unido para discutir políticas de educação superior e ciência. Já na categoria Mérito Institucional as três instituições premiadas receberão R$50 mil destinados ao desenvolvimento das ações previstas em seus planos de ação, além de uma imersão para desenvolvimento de capacidades. Confira as vencedoras: Categoria: Estímulo Ciências da Vida: Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá – Instituto Nacional de Câncer (INCA) Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Patricia Takako Endo – Universidade de Pernambuco (UPE) Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Marina Alves Amorim – Fundação João Pessoa (FJP) Categoria: Trajetória Ciências da Vida: Camila Cherem Ribas – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Mariangela Hungria da Cunha – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Debora Diniz Rodrigues – Universidade de Brasília (UnB) Categoria: Mérito Institucional Universidade Federal Fluminense (UFF) Universidade Federal do Ceará (UFC) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)
”Fiquei extremamente feliz e honrada com a notícia. Como o título diz, refere-se à trajetória, toda uma vida dedicada ao uso de biológicos na agricultura, em substituição parcial ou total a fertilizantes químicos. Foi uma carreira que iniciou quando o reconhecimento ao uso de biológicos era ínfimo, mas sempre persisti na mesma linha de pesquisa e hoje estamos colhendo os resultados”, ressalta.
De acordo com a pesquisadora, o Brasil é líder mundial no uso desses insumos na agricultura, por isso, o Prêmio é importante não só para ela, mas para todo o grupo de pesquisa que coordena, para os colegas com os quais trabalha, assim como para os orientados e ex-orientados. “Cada um representa um “tijolo” construindo essa trajetória. Fico particularmente sensibilizada, porque sem o CNPq eu jamais teria conseguido fazer ciência. O CNPq sempre me apoiou, mais de 90% de todos os equipamentos do laboratório que construí da estaca zero foram conseguidos via editais. Isso torna o Prêmio muito especial para mim”, comemora.
Trajetória premiada – Mariangela possui graduação em Engenharia Agronômica (USP-ESALQ), mestrado em Solos e Nutrição de Plantas (USP–ESALQ), doutorado em Ciência do Solo (UFRRJ) e pós-doutorado em três universidades: Cornell University, University of California-Davis e Universidade de Sevilla. Pesquisadora da Embrapa desde 1982, na Embrapa Soja desde 1991, Mariangela Hungria conduz pesquisas voltadas para o desenvolvimento de bioinsumos, como inoculantes à base de bactérias que substituem os fertilizantes nitrogenados na soja e possibilitam uma agricultura mais sustentável. Ela é uma das responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias de inoculação e de coinoculação da soja, o que tem promovido grandes saltos de produtividade no campo dispensando fertilizantes nitrogenados. Como resultado, a fixação biológica do nitrogênio, traz uma economia média, por safra, ao Brasil estimada hoje em cerca de 38 bilhões de reais, ao substituir os adubos nitrogenados.
Além dos trabalhos com soja, Mariangela também coordena pesquisas que culminaram com o lançamento de outras tecnologias: rizóbios para a cultura do feijoeiro, Azospirillum brasiliense para as culturas do milho e do trigo e de pastagens com braquiárias, coinoculação de rizóbios e Azospirillum para as culturas da soja e do feijoeiro.
A pesquisadora é comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica. É professora e orientadora da pós-graduação em Microbiologia e em Biotecnologia na Universidade Estadual de Londrina e no curso de Bioinformática na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Atua também na Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e na Sociedade Brasileira de Microbiologia. Participou do comitê coordenador do projeto N2Africa, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates para projetos de fixação biológica do nitrogênio na África. É membro do Conselho do Comitê de Nutrição Responsável do International Fertilizer Association e parceira em projetos com praticamente todos os países da América do Sul e Caribe, além de países da Europa, Austrália, EUA e Canadá. É líder do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Microrganismos na Agricultura (CNPq-Fundação Araucária).
Em 2020, Mariangela foi classificada entre os 100 mil cientistas mais influentes no mundo, de acordo com o estudo da Universidade de Stanford (EUA). Em 2022, a pesquisadora ocupou a primeira posição brasileira e foi a única da América do Sul no ranking dos 100 principais cientistas em Fitotecnia e Agronomia (Plant Science and Agronomy), publicado pelo Research.com, um site que oferece dados sobre contribuições científicas em nível mundial.
Prêmio Mulheres e Ciência
O Prêmio Mulheres e Ciência abrange três categorias: Estímulo: voltada para pesquisadoras com até 45 anos; Trajetória: para cientistas com 46 anos ou mais; e Mérito Institucional: foca no reconhecimento a instituições comprometidas com a equidade de gênero na ciência. As categorias Estímulo e Trajetória contemplam três vencedoras, uma em cada grande área do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. O Prêmio Mulheres e Ciência recebeu 1.134 propostas: 697 na categoria Estímulo, 410 na categoria Trajetória e 27 na categoria Mérito Institucional.
O objetivo do Prêmio é valorizar e reconhecer a contribuição das mulheres para o avanço da ciência no Brasil, assim como destacar a aplicação do conhecimento e da tecnologia em diferentes áreas. As premiações incluem valores em dinheiro, benefícios e ações de reconhecimento. Na categoria Estímulo cada vencedora receberá R$20 mil, além de passagem aérea e até seis diárias para participação em congresso científico no Brasil ou no exterior. Na categoria Trajetória cada premiada receberá R$40 mil e uma missão ao Reino Unido para discutir políticas de educação superior e ciência. Já na categoria Mérito Institucional as três instituições premiadas receberão R$50 mil destinados ao desenvolvimento das ações previstas em seus planos de ação, além de uma imersão para desenvolvimento de capacidades.
Confira as vencedoras:
Categoria: Estímulo
Ciências da Vida: Mariana Emerenciano Cavalcanti de Sá – Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Patricia Takako Endo – Universidade de Pernambuco (UPE)
Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Marina Alves Amorim – Fundação João Pessoa (FJP)
Categoria: Trajetória
Ciências da Vida: Camila Cherem Ribas – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Ciências Exatas, da Terra e Engenharias: Mariangela Hungria da Cunha – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes: Debora Diniz Rodrigues – Universidade de Brasília (UnB)
Categoria: Mérito Institucional
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS)