A Embrapa formalizou uma parceria para estreitar relações institucionais em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação e de transferência de tecnologia com a Federarroz nesta quinta, 20 de fevereiro, com foco no aplicativo PlanejArroz, disponível para dispositivos móveis com os sistemas android e IOS. O ato aconteceu dentro da programação do estande da Empresa, na 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, na Estação Experimental Terras Baixas, no Capão do Leão.
O aplicativo PlanejArroz possui 20 anos de estudos que foram melhorados e renovados para compor a tecnologia. Com a incorporação da Federarroz ao grupo de desenvolvimento do aplicativo será ampliado o seu conhecimento e uso junto aos produtores rurais. A nossa expectativa é que a Federarroz nos ajude a divulgar ainda mais a utilização do PlanejArroz, disse o pesquisador que lidera o grupo de desenvolvimento da tecnologia, Silvio Steinmetz. Conforme ele, nos dias atuais há cerca de três mil acessos/ano de possíveis usuários da tecnologia, que é tomado base pelo tempo que o visitante manuseia o aplicativo. Ele comentou também que a equipe de trabalho da tecnologia foi informada que muitas empresas de assistência técnica estão utilizando a tecnologia. Um dos destaques é uma única empresa privada, que está utilizando na safra atual 2024/25 o PlanejArroz para fazer o planejamento das práticas de manejo da lavoura em 63 mil hectares de arroz no RS, o que daria em torno de 7% da área semeada com arroz no Estado gaúcho, monitorando as três principais aplicações mais importantes como a aplicação da uréia em cobertura, onde é feita com avião, e com a ajuda do aplicativo é possível programar este estádio de desenvolvimento da cultura e assim programar o vôo agrícola com antecedência; a aplicação de fungicidas e uma das novidades é utilizar o aplicativo para estimar a data da colheita e a partir desta estimativa, é possível programar a retirada da água da lavoura para se fazer a colheita no seco, e obter uma economia de 20% de diesel, explicou o pesquisador. Ele ainda completou dizendo que o PlanejArroz atenderia a necessidade de funcionar como um elemento de combate a emissão de gases de efeito estufa e poluição.
Antes da assinatura do protocolo de intenções para formalização da parceria, o pesquisador Steinmetz apresentou algumas conquistas e desafios para o aplicativo. Ele mostrou que o aplicativo possui características de ser um produto inédito (manejo e produtividade), utilizando uma ferramenta moderna (da agricultura digital 4.0), de uso gratuito (disponível na Web e no google Play), feito pelo trabalho conjunto de quatro instituições ( Embrapa, Inmet, Irga e UFSM) e utilidade para produtores, assistência técnica especializada e outros interessados. E também possui desafios como o aperfeiçoamento do aplicativo e atualização de novas cultivares; necessidade de ações de divulgação do seu correto funcionamento através lives e treinamentos, além de realizar o acordo de cooperação com a Federarroz e realizar o planejamento das atividades do grupo gestor anualmente para manter a tecnologia eficiente e ativa para os seus usuários.
O ato da assinatura
Foi feita a assinatura do protocolo de intenções para que a Federarroz integre o grupo gestor de desenvolvimento da tecnologia e sua aplicação. O presidente da Federação, Alexandre Velho, falou da satisfação em poder realizar mais uma parceria para beneficiar os produtores do setor orizícola, já que as duas instituições vêm realizando há sete anos edições da Abertura da Colheita nos campos experimentais da Empresa. Estamos juntos para trazer mais avanços e benefícios para o produtor rural e a Federarroz representa aproximadamente seis mil produtores de 205 municípios do Rio Grande do Sul, o que certamente colaborará para que um grande número de produtores de arroz venham a adotar a tecnologia, disse Alexandre Velho reforçando a capilaridade que o aplicativo terá com a parceria.
O chefe-geral Waldyr Stumpf Junior falou da importância do momento do evento da Abertura da Colheita para renovação de parcerias e de fortificação de ações de pesquisa e desenvolvimento, que fortalecem a cadeia produtiva do arroz, possibilitando maior produção e produtividade para produtores rurais e um produto final de qualidade com menor custo para população.
Um dos parceiros da tecnologia, o IRGA, representado pelo seu presidente, Rodrigo Machado, falou no ato, que é necessário avançar com ferramentas tecnológicas para produção orizícola e que é fundamental que ações sejam sempre institucionalizadas para que o que é valioso, como a tecnologia do PlanejArroz, não deixe de ser desenvolvida.
O professor Alencar Junior Zanon, representou o reitor da UFSM e manifestou que o destaque do momento é que todas as instituições da parceria do aplicativo PlanejArroz tem algo em comum: mostrar o avanço do conhecimento. Há algo importante a ser evidenciado neste ato, algo inédito e que é considerado de difícil alcance que é transformar o conhecimento científico em tecnologia, em um produto palpável ao produtor rural. A parceria está trazendo esse resultado, disse o professor Zanon.
O superintendente do Mapa no RS, e representante do INMET, José Cleber Dias de Sousa, reconheceu a liderança do pesquisador Silvio Steinmetz no trabalho do PlanejArroz e seus resultados econômicos e ambientais e oportunizou a explicação da ligação do INMET com o Mapa, ou seja, o Ministério quer aproximar os dados colhidos pelo INMET a fim de que as questões climáticas façam parte de ações eficientes para o setor agropecuário. Aproveito para desafiar o PlanejArroz a ser um aplicativo modelo para outras culturas agrícolas, pontuou José Cleber.
O ato foi encerrado com a última fala do diretor-executivo de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, onde fez a observação de que o PlanejArroz integra uma série de conhecimentos, que poderia contemplar um setor de forma segmentada, mas que está totalmente integrado às necessidades do produtor de arroz. É uma ferramenta baseada em Ciência, que serve para a assistência técnica rural, uma pesquisa pública de longo prazo, de acesso gratuito para beneficiar a produtividade do arroz e que se propõe aos desafios de inserir novos dados e ser atualizada a cada época, disse Pillon.
Prestigiaram também o ato com suas presenças e manifestações o deputado federal Alexandre Lindenmeyer e o secretário de Agricultura do RS, Clair Kuhn, que se colocaram à disposição para levar as iniciativas da pesquisa agropecuária e suas parcerias a efetivação do conhecimento no setor agropecuário gaúcho.