Em 31 de janeiro a Embrapa Meio Ambiente realizou uma capacitação on-line, das 9 às 17h, para os membros do Projeto NewCast, liderado pela pesquisadora Patrícia da Costa, sobre o uso do AgroTag MFE (Módulo Manejo Florestal e Extrativismo), com o objetivo de transferir aos pesquisadores e técnicos envolvidos no projeto informações sobre o funcionamento e uso do AgroTag MFE, notadamente em relação ao formulário que trata da castanha-da-amazônia. Participaram cerca de 20 pesquisadores, técnicos e analistas e demais interessados no aplicativo lotados em nove Unidades: Amapá, Amazônia Ocidental, Amazônia Oriental, Instrumentação, Maranhão, Meio Ambiente, Pecuária Sudeste, Rondônia e Roraima. Coordenada pelos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente Luciana Spinelli de Araujo e Luiz Eduardo Vicente, com apoio técnico da analista Cláudia Crecci, a capacitação abordou as funcionalidades do aplicativo AgroTag MFE e sua Plataforma WebGis correspondente – ferramentas destinadas a apoiar a identificação, qualificação e compartilhamento de informações técnicas sobre as experiências de manejo e extrativismo no Bioma Amazônia. Particularmente, o AgroTag MFE visa auxiliar a identificação e a qualificação das áreas de produção familiar da castanha-da-amazônia, com o intuito de gerar informações para o manejo dos castanhais, sejam estes nativos ou cultivados, podendo contemplar também outros produtos do extrativismo, como o açaí, a andiroba, o babaçu, o bacuri, o pau-mulato e pracaxi. Atualmente o Sistema, que inclui um aplicativo e uma base de dados WebGis integrados, está disponível para todo usuário, seja produtor, técnico ou outro, que pode utilizar gratuitamente a ferramenta em campo para acompanhamento das atividades no setor rural, acessar uma plataforma on-line para resgatar seus dados coletados ou realizar análises geoespaciais no próprio sistema, e contribuir para a estruturação de uma Rede Colaborativa de Uso e Cobertura das Terras para o país. “A adaptação de um Sistema já existente visou otimizar recursos financeiros e humanos, considerando as experiências já adquiridas desde o desenvolvimento inicial do AgroTag”, disse a pesquisadora Vera Gouveia da Embrapa Maranhão, uma das instrutoras da capacitação. Ela ratificou que o AgroTag contempla o aplicativo (app) para coleta de dados em campo desenvolvido para dispositivos Android e a interface on-line WebGIS, a qual comunica-se diretamente com o aplicativo e permite aos usuários parceiros o acesso de forma rápida aos dados coletados com o app e análises integradas a outras bases de dados. “O sistema conta com ferramenta de apoio para sistematização das informações e banco de dados com identificação e qualificação das estratégias de manejo, além da manutenção da série histórica de dados coletados em campo para monitoramento, e também dados estatísticos para ordenamento e planejamento sobre o tema”, explicou Vera. Segundo a pesquisadora Luciana, também instrutora da capacitação, as informações técnicas coletadas em campo pelo aplicativo, acompanhadas de registros fotográficos e de desenhos georreferenciados das áreas de interesse, são automaticamente enviadas para a Plataforma WebGis, interface on-line onde os usuários parceiros acessam os dados e têm a oportunidade de empregar ferramentas de análises espaciais que permitem a geração de relatórios consolidados e mapas de saída. A capacitação contou com um módulo sobre o WebGIS AgroTag: acesso, estrutura e funcionalidades. “Assim como no aplicativo, explica o pesquisador Luiz Eduardo Vicente, a Plataforma WebGis permite a visualização do conjunto de pontos amostrados, tendo como fundo imagens do Google Padrão, Google Satélite, ou ainda do mosaico gerado a partir de imagens de alta resolução Rapideye adquiridas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para todo o País”, informou ele. O Sistema contém ainda em sua base de dados informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR) disponibilizada pelo Serviço Florestal Brasileiro. Além desta, outras bases de dados e planos de informações estão disponíveis na Plataforma, permitindo que o usuário tenha oportunidade de integrar as informações coletadas em campo com outras já disponíveis. O AgroTag é parte da estratégia de apoio à estruturação da Rede Colaborativa para qualificação do uso e cobertura das terras no Brasil a partir da coleta sistematizada e compartilhamento de dados temáticos de campo. O Sistema, gratuito, contempla o aplicativo para aquisição de dados no campo e a interface WebGis para acesso às informações. À medida que o usuário utiliza o Sistema para identificação e acompanhamento das atividades rurais, contribui para a rede de dados compartilhados. A mesma estrutura é usada nos módulos, como o MFE, e que visa auxiliar no mapeamento das áreas de estudo do Projeto NewCast. Projeto NewCast A partir deste treinamento, será iniciada uma nova etapa de aprimoramento do AgroTag MFE, conforme destaca Patricia da Costa. “Esta capacitação proporcionou um espaço valioso para iniciar discussões sobre os novos formulários que serão implementados no aplicativo. Pretendemos desenvolver novas funcionalidades com o objetivo de gerar e armazenar informações para a rastreabilidade da cadeia da castanha-da-amazônia, desde a coleta até a comercialização do produto. Esperamos que o app garanta um controle mais preciso da qualidade do produto, além de fornecer dados importantes para a certificação e o desenvolvimento de estratégias de valorização da castanha-da-amazônia”, enfatizou a pesquisadora. A Embrapa tem desenvolvido, ao longo dos anos, atividades de pesquisa e desenvolvimento com a Bertholletia excelsa, a castanheira. As pesquisas abrangem tanto aspectos relacionados à biologia da planta, como o desenvolvimento de métodos eficientes do manejo da espécie in-situ (em seus ambientes naturais) e ex-situ (fora de seus habitats naturais). O AgroTag MFE é uma importante ferramenta que auxiliará na condução destes estudos que impactarão diretamente no fortalecimento da cadeia produtiva da castanha. O Projeto NewCast, coordenado pela Embrapa Meio Ambiente, conta com a participação de sete Unidades da Embrapa na Amazônia (Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Agrossilvipastoril, Amazônia Ocidental e Amazônia Oriental) e três no Sudeste (Pecuária Sudeste, Instrumentação e Meio Ambiente). As comunidades parceiras e beneficiárias diretas incluem associações de duas Reservas Extrativistas (Resex) federais: Rio Cajari (Amapá) e Baixo Rio Branco-Jauaperi (Roraima/Amazonas); uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) em nível estadual: Rio Uatumã (Amazonas); além de duas Terras Indígenas (TI): Rio Branco (Rondônia) e WaiWái (Roraima). Iniciado em 2024, o NewCast terá duração de três anos e conta com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Árvore extraordinária A castanheira ocorre em diversos estados da Amazônia brasileira, como Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, além de estar presente em outros países amazônicos, como Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. No Brasil, o Amazonas se destaca como o maior produtor, conforme estatísticas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2023. Brasil e Bolívia produzem volumes bastante similares, mas, desde 1998/1999 a Bolívia superou o Brasil como maior exportador de amêndoas dessa castanha. A produção de castanha-da-amazônia é a principal fonte de renda para as famílias que sobrevivem do extrativismo naquele bioma. É um alimento rico em proteína e minerais, consumido in natura ou desidratada. O produto, muito apreciado no mercado interno e por consumidores de diversos países, representa um dos carro-chefes da bioeconomia da região. A castanheira é uma árvore extraordinária. Além de produzir anualmente frutos que contribuem para a renda dos coletores, a espécie, considerada uma espécie-chave, desempenha um papel crucial na manutenção da saúde e integridade das florestas de terra-firme na Amazônia, na medida em que oferece uma ampla gama de serviços ecossistêmicos, que vão desde o estoque e sequestro de carbono, essenciais para a mitigação das mudanças climáticas, até a conservação da rica biodiversidade associada aos castanhais.
Foto: Lúcia Wadt
A produção de castanha-da-amazônia é a principal fonte de renda para as famílias que sobrevivem do extrativismo naquele bioma.
Em 31 de janeiro a Embrapa Meio Ambiente realizou uma capacitação on-line, das 9 às 17h, para os membros do Projeto NewCast, liderado pela pesquisadora Patrícia da Costa, sobre o uso do AgroTag MFE (Módulo Manejo Florestal e Extrativismo), com o objetivo de transferir aos pesquisadores e técnicos envolvidos no projeto informações sobre o funcionamento e uso do AgroTag MFE, notadamente em relação ao formulário que trata da castanha-da-amazônia.
Participaram cerca de 20 pesquisadores, técnicos e analistas e demais interessados no aplicativo lotados em nove Unidades: Amapá, Amazônia Ocidental, Amazônia Oriental, Instrumentação, Maranhão, Meio Ambiente, Pecuária Sudeste, Rondônia e Roraima.
Coordenada pelos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente Luciana Spinelli de Araujo e Luiz Eduardo Vicente, com apoio técnico da analista Cláudia Crecci, a capacitação abordou as funcionalidades do aplicativo AgroTag MFE e sua Plataforma WebGis correspondente – ferramentas destinadas a apoiar a identificação, qualificação e compartilhamento de informações técnicas sobre as experiências de manejo e extrativismo no Bioma Amazônia. Particularmente, o AgroTag MFE visa auxiliar a identificação e a qualificação das áreas de produção familiar da castanha-da-amazônia, com o intuito de gerar informações para o manejo dos castanhais, sejam estes nativos ou cultivados, podendo contemplar também outros produtos do extrativismo, como o açaí, a andiroba, o babaçu, o bacuri, o pau-mulato e pracaxi.
Atualmente o Sistema, que inclui um aplicativo e uma base de dados WebGis integrados, está disponível para todo usuário, seja produtor, técnico ou outro, que pode utilizar gratuitamente a ferramenta em campo para acompanhamento das atividades no setor rural, acessar uma plataforma on-line para resgatar seus dados coletados ou realizar análises geoespaciais no próprio sistema, e contribuir para a estruturação de uma Rede Colaborativa de Uso e Cobertura das Terras para o país.
“A adaptação de um Sistema já existente visou otimizar recursos financeiros e humanos, considerando as experiências já adquiridas desde o desenvolvimento inicial do AgroTag”, disse a pesquisadora Vera Gouveia da Embrapa Maranhão, uma das instrutoras da capacitação. Ela ratificou que o AgroTag contempla o aplicativo (app) para coleta de dados em campo desenvolvido para dispositivos Android e a interface on-line WebGIS, a qual comunica-se diretamente com o aplicativo e permite aos usuários parceiros o acesso de forma rápida aos dados coletados com o app e análises integradas a outras bases de dados. “O sistema conta com ferramenta de apoio para sistematização das informações e banco de dados com identificação e qualificação das estratégias de manejo, além da manutenção da série histórica de dados coletados em campo para monitoramento, e também dados estatísticos para ordenamento e planejamento sobre o tema”, explicou Vera.
Segundo a pesquisadora Luciana, também instrutora da capacitação, as informações técnicas coletadas em campo pelo aplicativo, acompanhadas de registros fotográficos e de desenhos georreferenciados das áreas de interesse, são automaticamente enviadas para a Plataforma WebGis, interface on-line onde os usuários parceiros acessam os dados e têm a oportunidade de empregar ferramentas de análises espaciais que permitem a geração de relatórios consolidados e mapas de saída.
A capacitação contou com um módulo sobre o WebGIS AgroTag: acesso, estrutura e funcionalidades. “Assim como no aplicativo, explica o pesquisador Luiz Eduardo Vicente, a Plataforma WebGis permite a visualização do conjunto de pontos amostrados, tendo como fundo imagens do Google Padrão, Google Satélite, ou ainda do mosaico gerado a partir de imagens de alta resolução Rapideye adquiridas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para todo o País”, informou ele. O Sistema contém ainda em sua base de dados informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR) disponibilizada pelo Serviço Florestal Brasileiro. Além desta, outras bases de dados e planos de informações estão disponíveis na Plataforma, permitindo que o usuário tenha oportunidade de integrar as informações coletadas em campo com outras já disponíveis.
O AgroTag é parte da estratégia de apoio à estruturação da Rede Colaborativa para qualificação do uso e cobertura das terras no Brasil a partir da coleta sistematizada e compartilhamento de dados temáticos de campo. O Sistema, gratuito, contempla o aplicativo para aquisição de dados no campo e a interface WebGis para acesso às informações. À medida que o usuário utiliza o Sistema para identificação e acompanhamento das atividades rurais, contribui para a rede de dados compartilhados. A mesma estrutura é usada nos módulos, como o MFE, e que visa auxiliar no mapeamento das áreas de estudo do Projeto NewCast.
Projeto NewCast
A partir deste treinamento, será iniciada uma nova etapa de aprimoramento do AgroTag MFE, conforme destaca Patricia da Costa. “Esta capacitação proporcionou um espaço valioso para iniciar discussões sobre os novos formulários que serão implementados no aplicativo. Pretendemos desenvolver novas funcionalidades com o objetivo de gerar e armazenar informações para a rastreabilidade da cadeia da castanha-da-amazônia, desde a coleta até a comercialização do produto. Esperamos que o app garanta um controle mais preciso da qualidade do produto, além de fornecer dados importantes para a certificação e o desenvolvimento de estratégias de valorização da castanha-da-amazônia”, enfatizou a pesquisadora.
A Embrapa tem desenvolvido, ao longo dos anos, atividades de pesquisa e desenvolvimento com a Bertholletia excelsa, a castanheira. As pesquisas abrangem tanto aspectos relacionados à biologia da planta, como o desenvolvimento de métodos eficientes do manejo da espécie in-situ (em seus ambientes naturais) e ex-situ (fora de seus habitats naturais). O AgroTag MFE é uma importante ferramenta que auxiliará na condução destes estudos que impactarão diretamente no fortalecimento da cadeia produtiva da castanha.
O Projeto NewCast, coordenado pela Embrapa Meio Ambiente, conta com a participação de sete Unidades da Embrapa na Amazônia (Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Agrossilvipastoril, Amazônia Ocidental e Amazônia Oriental) e três no Sudeste (Pecuária Sudeste, Instrumentação e Meio Ambiente). As comunidades parceiras e beneficiárias diretas incluem associações de duas Reservas Extrativistas (Resex) federais: Rio Cajari (Amapá) e Baixo Rio Branco-Jauaperi (Roraima/Amazonas); uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) em nível estadual: Rio Uatumã (Amazonas); além de duas Terras Indígenas (TI): Rio Branco (Rondônia) e WaiWái (Roraima).
Iniciado em 2024, o NewCast terá duração de três anos e conta com financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Árvore extraordinária
A castanheira ocorre em diversos estados da Amazônia brasileira, como Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, além de estar presente em outros países amazônicos, como Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. No Brasil, o Amazonas se destaca como o maior produtor, conforme estatísticas oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2023. Brasil e Bolívia produzem volumes bastante similares, mas, desde 1998/1999 a Bolívia superou o Brasil como maior exportador de amêndoas dessa castanha.
A produção de castanha-da-amazônia é a principal fonte de renda para as famílias que sobrevivem do extrativismo naquele bioma. É um alimento rico em proteína e minerais, consumido in natura ou desidratada. O produto, muito apreciado no mercado interno e por consumidores de diversos países, representa um dos carro-chefes da bioeconomia da região.
A castanheira é uma árvore extraordinária. Além de produzir anualmente frutos que contribuem para a renda dos coletores, a espécie, considerada uma espécie-chave, desempenha um papel crucial na manutenção da saúde e integridade das florestas de terra-firme na Amazônia, na medida em que oferece uma ampla gama de serviços ecossistêmicos, que vão desde o estoque e sequestro de carbono, essenciais para a mitigação das mudanças climáticas, até a conservação da rica biodiversidade associada aos castanhais.
Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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