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Colheita do trigo no RS

De acordo com a Emater/RS-Ascar (Informativo Conjuntural de 07/11), observa-se grande variação de produtividade entre as diferentes regiões produtoras de trigo no RS. De modo geral, apresentam melhor potencial os cultivos no Alto Botucaraí, no Planalto e Campos de Cima da Serra. Porém, mesmo dentro da mesma região, há variações por uma combinação de fatores, como condições climáticas, cultivares, rotação de culturas, época de semeadura e tecnologia aplicada. Os rendimentos apresentam média entre 50 e 62 sacos por hectare (sc/ha). De acordo com o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo, Marcelo Klein, a dúvida ainda é quanto à qualidade final do trigo produzido: “Ouvimos o produtor e a indústria em diferentes pontos do Estado e, na mesma região, existem parceiros comemorando a qualidade, assim como gente reclamando dos grãos que saem da lavoura. Precisamos esperar a safra acabar para fazer uma leitura mais assertiva, sem sofrer com a especulação do mercado”. No distrito de Cruzaltinha, município de Ciríaco, no Planalto do RS, o produtor Ademar Leite da Silva, aproveitou o sol para movimentar a lavoura. Na área de 60 hectares, a colhedora de trigo dividia espaço com a semeadora da soja. “Na agricultura vale o ditado ‘tempo é dinheiro’. Temos que aproveitar o tempo bom para colocar as máquinas no campo”, diz o produtor. A expectativa do produtor é fechar a colheita do trigo com média de 70 sc/ha, estimando um custo de 60 sc/ha nesta safra. Ele compara o preço recebido na alta do trigo há dois anos: “Em 2022, vendi trigo a R$ 105 a saca. Hoje vou vender a R$ 80”, diz o produtor, que procura sempre manter o trigo no sistema de rotação com a soja e o milho. A região dos Campos de Cima da Serra, sempre atingiu os maiores tetos produtivos do trigo de sequeiro no Brasil, geralmente apresentando estabilidade na qualidade. O ambiente de maior altitude combina radiação solar e temperaturas amenas que favorecem o cultivo de cereais de inverno. Na região, a Sementes Com Vigor conduziu mais de 2 mil hectares com trigo nesta safra. Com as primeiras colheitas em Muitos Capões, a média de rendimentos ficou próxima aos 80 sc/ha. “Não foi uma safra fácil. As geadas foram intercaladas com períodos quentes, com aumento do calor especialmente no mês de agosto. O clima ajudou tanto fungos, como o oídio, como as bactérias, que tem sido cada vez mais frequentes nos últimos anos. Mas no resultado final, teremos uma boa safra de trigo, já que o clima favoreceu no período de colheita, trazendo bons rendimentos com excelente qualidade industrial”, avalia o produtor Pedro Basso. Nesta safra, conforme o produtor, o calor no final do inverno acelerou o desenvolvimento das plantas, antecipando a colheita em quase duas semanas. Assista o depoimento do produtor Pedro Basso. Grãos começam a chegar na indústria O trigo daregião está chegando aos poucos no Moinho Vacaria, que compra grãos para suprir a produção de farinha de trigo e misturas para panificação profissional, com mais de 40 produtos destinados a mercados das regiões Sul e Sudeste.Na administração do moinho, pai e filho – Frank e Henry Kim Ting – mantém o negócio da família, que iniciou as atividades em Vacaria, RS, ainda em 1956. “O objetivo era ficar próximo da produção de trigo, reduzindo custos com logística e garantindo o contato direto com o produtor”, conta Henry, destacando que a localização estratégica do moinho permite acesso rápido aos melhores trigos produzidos no Brasil: “Raramente precisamos fazer mesclas para melhorar a qualidade do trigo para panificação. O trigo produzido aqui é de qualidade comparada às melhores regiões tritícolas do mundo”. Ele ressalta que a região conta com produtores tecnificados, proximidade com os centros de pesquisa e uso intenso de tecnologia nas diferentes etapas da lavoura à mesa do consumidor, fatores que destacam os Campos de Cima da Serra no mercado de panificação brasileiro. “Lançamos um programa chamado ‘Caminhos do Trigo’, justamente com o objetivo de unir a ciência, o campo e a indústria. O maior beneficiado com esse trabalho certamente será o consumidor”, conclui Henry.

Foto: Joseani Antunes

Joseani Antunes - Rendimentos variados nas lavouras gaúchas

Rendimentos variados nas lavouras gaúchas

De acordo com a Emater/RS-Ascar (Informativo Conjuntural de 07/11), observa-se grande variação de produtividade entre as diferentes regiões produtoras de trigo no RS. De modo geral, apresentam melhor potencial os cultivos no Alto Botucaraí, no Planalto e Campos de Cima da Serra. Porém, mesmo dentro da mesma região, há variações por uma combinação de fatores, como condições climáticas, cultivares, rotação de culturas, época de semeadura e tecnologia aplicada. Os rendimentos apresentam média entre 50 e 62 sacos por hectare (sc/ha).

De acordo com o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo, Marcelo Klein, a dúvida ainda é quanto à qualidade final do trigo produzido: “Ouvimos o produtor e a indústria em diferentes pontos do Estado e, na mesma região, existem parceiros comemorando a qualidade, assim como gente reclamando dos grãos que saem da lavoura. Precisamos esperar a safra acabar para  fazer uma leitura mais assertiva, sem sofrer com a especulação do mercado”.

No distrito de Cruzaltinha, município de Ciríaco, no Planalto do RS, o produtor Ademar Leite da Silva, aproveitou o sol para movimentar a lavoura. Na área de 60 hectares, a colhedora de trigo dividia espaço com a semeadora da soja. “Na agricultura vale o ditado ‘tempo é dinheiro’. Temos que aproveitar o tempo bom para colocar as máquinas no campo”, diz o produtor. A expectativa do produtor é fechar a colheita do trigo com média de 70 sc/ha, estimando um custo de 60 sc/ha nesta safra. Ele compara o preço recebido na alta do trigo há dois anos: “Em 2022, vendi trigo a R$ 105 a saca. Hoje vou vender a R$ 80”, diz o produtor, que procura sempre manter o trigo no sistema de rotação com a soja e o milho.

A região dos Campos de Cima da Serra, sempre atingiu os maiores tetos produtivos do trigo de sequeiro no Brasil, geralmente apresentando estabilidade na qualidade. O ambiente de maior altitude combina radiação solar e temperaturas amenas que favorecem o cultivo de cereais de inverno. Na região, a Sementes Com Vigor conduziu mais de 2 mil hectares com trigo nesta safra. Com as primeiras colheitas em Muitos Capões, a média de rendimentos ficou próxima aos 80 sc/ha. “Não foi uma safra fácil. As geadas foram intercaladas com períodos quentes, com aumento do calor especialmente no mês de agosto. O clima ajudou tanto fungos, como o oídio, como as bactérias, que tem sido cada vez mais frequentes nos últimos anos. Mas no resultado final, teremos uma boa safra de trigo, já que o clima favoreceu no período de colheita, trazendo bons rendimentos com excelente qualidade industrial”, avalia o produtor Pedro Basso. Nesta safra, conforme o produtor, o calor no final do inverno acelerou o desenvolvimento das plantas, antecipando a colheita em quase duas semanas.

Assista o depoimento do produtor Pedro Basso.

Grãos começam a chegar na indústria

O trigo daregião está chegando aos poucos no Moinho Vacaria, que compra grãos para suprir a produção de farinha de trigo e misturas para panificação profissional, com mais de 40 produtos destinados a mercados das regiões Sul e Sudeste.Na administração do moinho, pai e filho – Frank e Henry Kim Ting – mantém o negócio da família, que iniciou as atividades em Vacaria, RS, ainda em 1956. “O objetivo era ficar próximo da produção de trigo, reduzindo custos com logística e garantindo o contato direto com o produtor”, conta Henry, destacando que a localização estratégica do moinho permite acesso rápido aos melhores trigos produzidos no Brasil: “Raramente precisamos fazer mesclas para melhorar a qualidade do trigo para panificação. O trigo produzido aqui é de qualidade comparada às melhores regiões tritícolas do mundo”.

Ele ressalta que a região conta com produtores tecnificados, proximidade com os centros de pesquisa e uso intenso de tecnologia nas diferentes etapas da lavoura à mesa do consumidor, fatores que destacam os Campos de Cima da Serra no mercado de panificação brasileiro. “Lançamos um programa chamado ‘Caminhos do Trigo’, justamente com o objetivo de unir a ciência, o campo e a indústria. O maior beneficiado com esse trabalho certamente será o consumidor”, conclui Henry.

Joseani M. Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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