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Embrapa promove curso sobre bioinsumos microbianos em ação que celebra centenário de Johanna Döbereiner

A Embrapa promoveu, neste mês de outubro, mais uma homenagem ao centenário da pesquisadora Johanna Döbereiner: a realização do curso Abordagens metodológicas modernas para bioinsumos microbianos, ao longo das últimas duas semanas, com a participação de estudantes de todo o Brasil e também de outros países. A iniciativa perpetua o legado da cientista, que, para além das descobertas revolucionárias no campo da agricultura, estimulava a troca de conhecimentos e a capacitação constante do corpo técnico. “Algo que é claro na trajetória de Johanna como cientista é a formação de recursos humanos na pesquisa, tanto que temos ex-alunos espalhados por todo o País e também no exterior”, aponta o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) Ederson Jesus, que esteve à frente da comissão organizadora do curso. “Foi uma satisfação poder reviver uma iniciativa importante, criada pela dra. Johanna, justamente no ano de seu centenário”, afirma. “O que Johanna trouxe para nós, que convivemos com ela, não foi só a contribuição acadêmica, mas também a capacidade de articulação e o reconhecimento de que o conhecimento não é importante só para o cientista, mas para toda sociedade”, acrescenta a chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio. Tradicionalmente realizada em julho – daí o nome que levava antes, “Curso de Julho” –, a atividade marcou época e ainda é lembrada por boa parte de pesquisadores de renome hoje espalhados em todo o Brasil. “Pode ter sido em outubro, mas jamais deixarei de chamar de Curso de Julho”, brinca o vice-reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminse, Fábio Olivares. Ele foi um dos últimos orientados por Johanna Döbereiner, na década de 1990, e um dos professores convidados para a edição comemorativa deste ano. “Foi muito simbólico para mim participar dessa iniciativa, pois o Curso de Julho está na minha memória afetiva muito fortemente”, diz. Cenário de consolidação do uso de inoculantes O ano era 1990 quando a primeira edição do Curso de Julho foi realizada. A agricultura brasileira estava em expansão, com a conquista de novas fronteiras agrícolas e a expansão da soja, aumento de exportações e consolidação do País como um dos principais produtores exportadores de alimentos do mundo. A fixação biológica de nitrogênio já era conhecida e aplicada, e as pesquisas a respeito de biotecnologia e diversidade microbiana intensificavam-se. “O papel que Johanna teve no desenvolvimento e na utilização massiva dos inoculantes no País foi extremamente importante”, argumenta Avílio Franco, pesquisador aposentado da Embrapa e membro da Academia Brasileira de Ciências. “O fato de nós passarmos a desenvolver os inoculantes foi uma virada de chave. Vocês não imaginam o que tem de conhecimento de várias gerações dentro de um pacote de inoculante”, acrescenta Solon Araújo, pesquisador e consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII). Esse era o cenário quando os primeiros estudantes participaram da iniciativa capitaneada pela pesquisadora Johanna Döbereiner como forma de transmitir e atualizar conhecimentos. “Nós tínhamos aqui pesquisadores internacionais, ficávamos praticamente três semanas e meia estudando, tendo aulas e fazendo trabalhos práticos, que é o que inspira esse modelo de curso”, lembra a pesquisadora Verônica Massena Reis. De 1990 a 2008, vários “cursos de julho” foram promovidos por Johanna e continuados por sua equipe após seu falecimento, em 2000. A finalidade sempre foi a atualização da comunidade acadêmica – inicialmente na temática de microbiologia do solo e, posteriormente, abrangendo também áreas como agricultura orgânica e agroecologia, ciclagem de nutrientes e recuperação de áreas degradadas. A ideia de revisitar a experiência bem-sucedida do passado foi encarada com esmero pela comissão organizadora. “Foi uma experiência desafiadora, porque tínhamos um prazo curto para planejar e convidar os palestrantes. Não pudemos trazer todos os que tínhamos em mente, mas ainda assim conseguimos trazer pessoas relevantes no cenário nacional e internacional, muitas das quais estão inclusive nas listas de mais citadas em suas áreas de pesquisa”, conta Emerson. As atividades reuniram estudantes de pós-graduação, recém-doutores e profissionais com afinidade ao tema dos bioinsumos microbianos. Além de aulas práticas realizadas todas as tardes, restritas aos estudantes inscritos, a programação contou também com palestras de especialistas brasileiros e estrangeiros, sobre temas como metodologias emergentes para insumos microbianos, fixação biológica de nitrogênio, rizobactérias promotoras do crescimento de plantas e biodiversidade molecular de microrganismos, entre outros. Entre os palestrantes, destacaram-se nomes como Fabrício Cassan, da Universidad Nacional de Río Cuarto, da Argentina; Elisa Korenblum, do Volcani Center, de Israel; e Eiko Kuramae, do Netherlands Institute of Ecology, dos Países Baixos. Outros cientistas de renome do cenário nacional também se destacaram, como como Eduardo Balsanelli, da GoGenetic; Fernando Melo, da OnSite Genomics; e Fátima Moreira, da Universidade Federal de Lavras, MG; além de Fábio Olivares, Avílio Franco e Solon Cordeiro de Araújo. Isso sem falar nos pesquisadores da própria Embrapa. O curso contou com financiamento e apoio do Programa de Apoio a Eventos da Capes, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro e da Fundação Agrisus, com apoio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, da Universidade Federal de Lavras, da Academia Brasileira de Ciências, da ANPII e das empresas OnSite Genomics e GoGenetic.

A Embrapa promoveu, neste mês de outubro, mais uma homenagem ao centenário da pesquisadora Johanna Döbereiner: a realização do curso Abordagens metodológicas modernas para bioinsumos microbianos, ao longo das últimas duas semanas, com a participação de estudantes de todo o Brasil e também de outros países.

A iniciativa perpetua o legado da cientista, que, para além das descobertas revolucionárias no campo da agricultura, estimulava a troca de conhecimentos e a capacitação constante do corpo técnico. “Algo que é claro na trajetória de Johanna como cientista é a formação de recursos humanos na pesquisa, tanto que temos ex-alunos espalhados por todo o País e também no exterior”, aponta o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) Ederson Jesus, que esteve à frente da comissão organizadora do curso. “Foi uma satisfação poder reviver uma iniciativa importante, criada pela dra. Johanna, justamente no ano de seu centenário”, afirma.

“O que Johanna trouxe para nós, que convivemos com ela, não foi só a contribuição acadêmica, mas também a capacidade de articulação e o reconhecimento de que o conhecimento não é importante só para o cientista, mas para toda sociedade”, acrescenta a chefe-geral da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio.

Tradicionalmente realizada em julho – daí o nome que levava antes, “Curso de Julho” –, a atividade marcou época e ainda é lembrada por boa parte de pesquisadores de renome hoje espalhados em todo o Brasil. “Pode ter sido em outubro, mas jamais deixarei de chamar de Curso de Julho”, brinca o vice-reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminse, Fábio Olivares. Ele foi um dos últimos orientados por Johanna Döbereiner, na década de 1990, e um dos professores convidados para a edição comemorativa deste ano. “Foi muito simbólico para mim participar dessa iniciativa, pois o Curso de Julho está na minha memória afetiva muito fortemente”, diz.

Cenário de consolidação do uso de inoculantes

O ano era 1990 quando a primeira edição do Curso de Julho foi realizada. A agricultura brasileira estava em expansão, com a conquista de novas fronteiras agrícolas e a expansão da soja, aumento de exportações e consolidação do País como um dos principais produtores exportadores de alimentos do mundo. A fixação biológica de nitrogênio já era conhecida e aplicada, e as pesquisas a respeito de biotecnologia e diversidade microbiana intensificavam-se. “O papel que Johanna teve no desenvolvimento e na utilização massiva dos inoculantes no País foi extremamente importante”, argumenta Avílio Franco, pesquisador aposentado da Embrapa e membro da Academia Brasileira de Ciências.

“O fato de nós passarmos a desenvolver os inoculantes foi uma virada de chave. Vocês não imaginam o que tem de conhecimento de várias gerações dentro de um pacote de inoculante”, acrescenta Solon Araújo, pesquisador e consultor da Associação Nacional dos Produtores e Importadores de Inoculantes (ANPII).

Esse era o cenário quando os primeiros estudantes participaram da iniciativa capitaneada pela pesquisadora Johanna Döbereiner como forma de transmitir e atualizar conhecimentos. “Nós tínhamos aqui pesquisadores internacionais, ficávamos praticamente três semanas e meia estudando, tendo aulas e fazendo trabalhos práticos, que é o que inspira esse modelo de curso”, lembra a pesquisadora Verônica Massena Reis.

De 1990 a 2008, vários “cursos de julho” foram promovidos por Johanna e continuados por sua equipe após seu falecimento, em 2000. A finalidade sempre foi a atualização da comunidade acadêmica – inicialmente na temática de microbiologia do solo e, posteriormente, abrangendo também áreas como agricultura orgânica e agroecologia, ciclagem de nutrientes e recuperação de áreas degradadas.

A ideia de revisitar a experiência bem-sucedida do passado foi encarada com esmero pela comissão organizadora. “Foi uma experiência desafiadora, porque tínhamos um prazo curto para planejar e  convidar os palestrantes. Não pudemos trazer todos os que tínhamos em mente, mas ainda assim conseguimos trazer pessoas relevantes no cenário nacional e internacional, muitas das quais estão inclusive nas listas de mais citadas em suas áreas de pesquisa”, conta Emerson. 

As atividades reuniram estudantes de pós-graduação, recém-doutores e profissionais com afinidade ao tema dos bioinsumos microbianos. Além de aulas práticas realizadas todas as tardes, restritas aos estudantes inscritos, a programação contou também com palestras de especialistas brasileiros e estrangeiros, sobre temas como metodologias emergentes para insumos microbianos, fixação biológica de nitrogênio, rizobactérias promotoras do crescimento de plantas e biodiversidade molecular de microrganismos, entre outros.

Entre os palestrantes, destacaram-se nomes como Fabrício Cassan, da Universidad Nacional de Río Cuarto, da Argentina; Elisa Korenblum, do Volcani Center, de Israel; e Eiko Kuramae, do Netherlands Institute of Ecology, dos Países Baixos. Outros cientistas de renome do cenário nacional também se destacaram, como como Eduardo Balsanelli, da GoGenetic; Fernando Melo, da OnSite Genomics; e Fátima Moreira, da Universidade Federal de Lavras, MG; além de Fábio Olivares, Avílio Franco e Solon Cordeiro de Araújo. Isso sem falar nos pesquisadores da própria Embrapa.

O curso contou com financiamento e apoio do Programa de Apoio a Eventos da Capes, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro e da Fundação Agrisus, com apoio da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, da Universidade Federal de Lavras, da Academia Brasileira de Ciências, da ANPII e das empresas OnSite Genomics e GoGenetic.

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