Com o intuito de estreitar a cooperação histórica com a Embrapa, o diretor de Relações Corporativas do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (Inia – Uruguai), Miguel Sierra, visitou, na última semana, a Sede e Unidades da Empresa em Brasília e São Paulo (Recursos Genéticos e Biotecnologia, Agricultura Digital, Meio Ambiente e Territorial). Um novo memorando de entendimento e o intercâmbio de profissionais estão no radar das duas instituições. “É o momento de “aprofundar a colaboração em diferentes modalidades”, disse o gestor. Na Sede, em Brasília, Miguel Sierra (à direita na foto ao lado) foi recebido pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, que o atualizou sobre os mais recentes movimentos voltados ao aprimoramento do sistema de gestão da programação de pesquisa da Empresa. Segundo Pillon, desenvolvimento organizacional está entre as prioridades do Inia sinalizadas por Sierra. Por isso sua atenção em conhecer melhor o sistema de planejamento estratégico da instituição de pesquisa brasileira e saber como ela promove o alinhamento e o desdobramento da estratégia organizacional nas agendas das suas unidades descentralizadas. “Há, ainda, uma demanda por parte do Instituto em estruturar uma Unidade Mista em Pesquisa e Inovação voltada a temas de interesse comum”, disse Pillon. A iniciativa, de caráter virtual inicialmente, deverá ser um dos itens discutidos na construção do memorando de entendimento. Áreas como inovação, manejo sanitário, sistemas integrados de produção e avaliação de impacto ambiental foram citadas pelo diretor do Inia entre os temas para intercâmbio de conhecimentos. Inteligência territorial Em visita à Embrapa Territorial, no dia 21 de outubro, Sierra conheceu pesquisas baseadas em inteligência territorial estratégica voltadas à geração de dados e indicadores ambientais. É o caso da análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural, da estimativa de estoques de Carbono na citricultura e a avaliação de serviços ecossistêmicos do solo na região do Matopiba. Esta última é parte de um projeto que envolve instituições de quatro países sulamericanos e da Europa, entre elas o Inia. Foi apresentada também uma solução digital para monitoramento da ocorrência e das condições favoráveis ao avanço de pragas e doenças nos cultivos de soja e algodão no Oeste da Bahia, o Monitora Oeste. O diretor do Inia disse ter visualizado possibilidades de colaborações nas linhas de pesquisa que conheceu. “Creio que temos o desafio, em ambos os países, de dar confiança à nossa produção de alimentos e fazê-la mais sustentável ambiental e socialmente. E isso respaldado por ciência de alta qualidade, que é o que eu vi hoje, que gera indicadores ambientais da nossa produção, seja suco de laranja, seja carne, diferentes produtos que vendemos ao mundo e precisamos certificar que foram produzidos com respeito ao meio ambiente”. Ele também falou da oportunidade de tratar regionalmente o monitoramento de pragas e doenças. Risco climático A gestão de risco climático na agricultura foi outro tema que despertou a atenção do diretor do Inia para oportunidades de colaboração com a Embrapa. Uma das ferramentas que embasam a política agrícola brasileira há mais de 20 anos, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) foi apresentado a ele pelo pesquisador Daniel Victoria durante a passagem pela Embrapa Agricultura Digital, também no dia 21. A Unidade lidera a rede de pesquisa do Zarc, que envolve especialistas de outros 34 centros da Embrapa e instituições parceiras. Miguel Sierra foi recebido pelos chefes-adjuntos de P&D e de Transferência de Tecnologia, Júlio Esquerdo e Thaís Basso Amaral. Além do Zarc, o diretor do Inia conheceu os trabalhos desenvolvidos em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no âmbito da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas. A pesquisadora Fernanda Rausch explicou que a equipe atua com foco na criação de ativos biotecnológicos para adaptação de cultivos utilizando ferramentas de bioinformática, edição gênica e fenotipagem, entre outras. Ainda na Unidade, também foi apresentado o projeto do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (Semear Digital), iniciativa financiada pela Fapesp que visa à inclusão digital de pequenos e médios produtores rurais. O projeto foi apresentado por um dos seus coordenadores, o pesquisador Jayme Barbedo, que destacou os principais eixos de atuação: inteligência artificial e sensoriamento remoto, automação e agricultura de precisão, rastreabilidade e certificação. Insumos biológicos No dia 22, foi a vez do representante do Inia visitar a Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), onde foi recebido pela chefe-geral, Paula Packer, e pelo chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Robson Barizon. Sierra conheceu os laboratórios da Unidade e teve uma visão geral das principais pesquisas conduzidas. Ele também visitou a Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental (CMAA), criada em 1992, dedicada à preservação, caracterização e desenvolvimento de insumos biológicos, além de promover treinamentos para o avanço tecnológico e científico na interface entre agricultura e meio ambiente. Miguel também visitou o Agnest, um empreendimento em parceria com a iniciativa privada que está moldando um ambiente de experimentação e inovação no formato farm lab no País. Outro destaque da visita foi o histórico de pesquisas sobre o bioproduto Auras, uma solução para adaptação de culturas em condições de seca. Impressionado, Sierra afirmou: “Vi cientistas e laboratórios de primeiro nível”, enfatizando a necessidade de ampliar a parceria científica entre Brasil e Uruguai. Sierra ressaltou que os dois países enfrentam o desafio de comprovar a sustentabilidade de sua agropecuária para os mercados internacionais, e enfatizou: “Esse desafio depende quase exclusivamente de ciência de alta qualidade e, nisso, a Embrapa mostra estar no bom caminho.” Fotos: Freepik, Maria Clara Guaraldo, Vivian Chies, Lucas Barros e Marcos Vicente
Com o intuito de estreitar a cooperação histórica com a Embrapa, o diretor de Relações Corporativas do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (Inia – Uruguai), Miguel Sierra, visitou, na última semana, a Sede e Unidades da Empresa em Brasília e São Paulo (Recursos Genéticos e Biotecnologia, Agricultura Digital, Meio Ambiente e Territorial).
Um novo memorando de entendimento e o intercâmbio de profissionais estão no radar das duas instituições. “É o momento de “aprofundar a colaboração em diferentes modalidades”, disse o gestor.
Na Sede, em Brasília, Miguel Sierra (à direita na foto ao lado) foi recebido pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clenio Pillon, que o atualizou sobre os mais recentes movimentos voltados ao aprimoramento do sistema de gestão da programação de pesquisa da Empresa. Segundo Pillon, desenvolvimento organizacional está entre as prioridades do Inia sinalizadas por Sierra. Por isso sua atenção em conhecer melhor o sistema de planejamento estratégico da instituição de pesquisa brasileira e saber como ela promove o alinhamento e o desdobramento da estratégia organizacional nas agendas das suas unidades descentralizadas.
“Há, ainda, uma demanda por parte do Instituto em estruturar uma Unidade Mista em Pesquisa e Inovação voltada a temas de interesse comum”, disse Pillon. A iniciativa, de caráter virtual inicialmente, deverá ser um dos itens discutidos na construção do memorando de entendimento.
Áreas como inovação, manejo sanitário, sistemas integrados de produção e avaliação de impacto ambiental foram citadas pelo diretor do Inia entre os temas para intercâmbio de conhecimentos.
Inteligência territorial
Em visita à Embrapa Territorial, no dia 21 de outubro, Sierra conheceu pesquisas baseadas em inteligência territorial estratégica voltadas à geração de dados e indicadores ambientais. É o caso da análise dos dados do Cadastro Ambiental Rural, da estimativa de estoques de Carbono na citricultura e a avaliação de serviços ecossistêmicos do solo na região do Matopiba. Esta última é parte de um projeto que envolve instituições de quatro países sulamericanos e da Europa, entre elas o Inia. Foi apresentada também uma solução digital para monitoramento da ocorrência e das condições favoráveis ao avanço de pragas e doenças nos cultivos de soja e algodão no Oeste da Bahia, o Monitora Oeste.
O diretor do Inia disse ter visualizado possibilidades de colaborações nas linhas de pesquisa que conheceu. “Creio que temos o desafio, em ambos os países, de dar confiança à nossa produção de alimentos e fazê-la mais sustentável ambiental e socialmente. E isso respaldado por ciência de alta qualidade, que é o que eu vi hoje, que gera indicadores ambientais da nossa produção, seja suco de laranja, seja carne, diferentes produtos que vendemos ao mundo e precisamos certificar que foram produzidos com respeito ao meio ambiente”. Ele também falou da oportunidade de tratar regionalmente o monitoramento de pragas e doenças.
A gestão de risco climático na agricultura foi outro tema que despertou a atenção do diretor do Inia para oportunidades de colaboração com a Embrapa. Uma das ferramentas que embasam a política agrícola brasileira há mais de 20 anos, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) foi apresentado a ele pelo pesquisador Daniel Victoria durante a passagem pela Embrapa Agricultura Digital, também no dia 21. A Unidade lidera a rede de pesquisa do Zarc, que envolve especialistas de outros 34 centros da Embrapa e instituições parceiras.
Miguel Sierra foi recebido pelos chefes-adjuntos de P&D e de Transferência de Tecnologia, Júlio Esquerdo e Thaís Basso Amaral. Além do Zarc, o diretor do Inia conheceu os trabalhos desenvolvidos em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no âmbito da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas. A pesquisadora Fernanda Rausch explicou que a equipe atua com foco na criação de ativos biotecnológicos para adaptação de cultivos utilizando ferramentas de bioinformática, edição gênica e fenotipagem, entre outras.
Ainda na Unidade, também foi apresentado o projeto do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (Semear Digital), iniciativa financiada pela Fapesp que visa à inclusão digital de pequenos e médios produtores rurais. O projeto foi apresentado por um dos seus coordenadores, o pesquisador Jayme Barbedo, que destacou os principais eixos de atuação: inteligência artificial e sensoriamento remoto, automação e agricultura de precisão, rastreabilidade e certificação.
Insumos biológicos
No dia 22, foi a vez do representante do Inia visitar a Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), onde foi recebido pela chefe-geral, Paula Packer, e pelo chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Robson Barizon. Sierra conheceu os laboratórios da Unidade e teve uma visão geral das principais pesquisas conduzidas. Ele também visitou a Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental (CMAA), criada em 1992, dedicada à preservação, caracterização e desenvolvimento de insumos biológicos, além de promover treinamentos para o avanço tecnológico e científico na interface entre agricultura e meio ambiente. Miguel também visitou o Agnest, um empreendimento em parceria com a iniciativa privada que está moldando um ambiente de experimentação e inovação no formato farm lab no País.
Outro destaque da visita foi o histórico de pesquisas sobre o bioproduto Auras, uma solução para adaptação de culturas em condições de seca. Impressionado, Sierra afirmou: “Vi cientistas e laboratórios de primeiro nível”, enfatizando a necessidade de ampliar a parceria científica entre Brasil e Uruguai.
Sierra ressaltou que os dois países enfrentam o desafio de comprovar a sustentabilidade de sua agropecuária para os mercados internacionais, e enfatizou: “Esse desafio depende quase exclusivamente de ciência de alta qualidade e, nisso, a Embrapa mostra estar no bom caminho.”
Fotos: Freepik, Maria Clara Guaraldo, Vivian Chies, Lucas Barros e Marcos Vicente