O seminário “Intensificação e diversificação de sistemas produtivos para o desenvolvimento regional” foi realizado dia 10 de setembro, na Fazenda Nossa Senhora das Graças, em Três Marias-MG. Na oportunidade, foram compartilhadas informações sobre o mercado futuro de commodities, cultura do açaí e recuperação e manejo de pastagens. Participaram mais de 70 pessoas, entre produtores rurais e profissionais de empresas públicas e privadas, que atuam na pesquisa agropecuária, na transferência de tecnologia, na extensão rural, no fornecimento de produtos, de créditos e de seguros para o agronegócio. De acordo com Sinval Resende Lopes, engenheiro-agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, o evento teve como proposta de valor as operações de negócios, a sustentabilidade dos empreendimentos agrícolas e as alternativas para diversificação de renda, com maior valor agregado ao produto final. Ele destacou a importância da Emater, das entidades financeiras e dos consultores para a transferência de tecnologia. “O processo de transferência de tecnologia tem início com a identificação da tecnologia no centro de pesquisa e com a internalização desse conhecimento pelos técnicos. Em seguida, a presença das instituições financeiras, com suas linhas de crédito agrícola, permite que o produtor possa acessar a tecnologia ofertada, e a técnica é transferida para o contexto social do produtor”, pontuou Lopes. Na ocasião, foram proferidas quatro palestras. O consultor Leonardo Freitas Maciel, da Canindé Investimentos, abordou “Mercado futuro de commodities na prática: de produtor para produtor”. Segundo ele, no mercado futuro, é importante utilizar o hedge/proteção, que é o seguro de preço a ser contratado pelo produtor rural. “Se o produtor rural sabe qual é o seu custo de produção, ele pode contratar o seguro para manter o preço e garantir uma margem de lucro. A proteção de preço depende de uma possível queda futura no mercado. Se o valor subir, o cliente continua participando da alta de preço. Mas, se o valor cair, o seguro garante o investimento”, disse Maciel. Em seguida, entrou em pauta a “Recuperação de pastagens degradadas com sistema Integração Lavoura-Pecuária”. O pesquisador Ramon Costa Alvarenga, da Embrapa Milho e Sorgo considerou que para fazer um diagnóstico sobre as condições agronômicas da propriedade é preciso conhecer o clima e as características do solo da região em que ela está situada. “Esse sistema funciona em rotação de culturas (graníferas ou forrageiras) e pastagens. A lavoura deixa nutrientes residuais que serão aproveitados pelos capins. Os capins, por meio de suas raízes, melhoram as condições físicas e biológicas do solo. Um solo bem estruturado favorece a lavoura que virá na sequência. O grande desafio é selecionar as lavouras e o tempo das pastagens que vão ocupar cada gleba”, disse Alvarenga. Para explicar como fazer o manejo das pastagens para uma produção sustentável, a convidada foi pesquisadora Márcia Cristina Teixeira da Silveira. “Uma vez recuperada, a pastagem precisa ser manejada de forma a se manter produtiva ao longo do tempo. E, para isso, existem tecnologias para o manejo. As práticas disponíveis para o manejo de pastagens, se implementadas corretamente, permitirão saltos de produção, além de atenderem as exigências do mercado atual quanto a uma produção sustentável”, disse Silveira. “A Embrapa, por meio da adoção dessas práticas conservacionistas, tem trabalhado com a implementação de marcas-conceito, como CCN (Carne Carbono Neutro) e a CBC (Carne Baixo Carbono). O intuito é valorizar, não só os produtos carne e leite, mas também o ambiente de produção. As estratégias para o manejo sustentável envolvem o manejo dos componentes do sistema, sendo eles solo-planta-animal, e é neste contexto de monitoramento e certificação que foram pensadas as marcas-conceito”, completou a pesquisadora. Para conhecer o protocolo CCN, clique aqui. Para o protocolo CBC, clique aqui. Produção de açaizeiro e recuperação de solos O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental João Tomé de Farias Neto ministrou a palestra “Sistema de produção de açaizeiro em terra firme”. Ele iniciou relatando os benefícios do fruto para a saúde humana e como esse alimento faz parte da cultura do estado do Pará. O açaizeiro também promove a recuperação de solos degradados, por meio dos nutrientes liberados por folhas, cachos e caroços. “Depois da mandioca, o açaí é a espécie socioeconômica mais importante no Pará. A cadeia produtiva dessa cultura gera aproximadamente 150 mil empregos diretos, e cada emprego direto gera mais outros 4 ou 5 postos de trabalho. A produtividade anual é de 1,6 milhão de toneladas de fruto. Dessa quantidade, 20% são consumidos na própria fazenda e 60% vão para o mercado local. O restante vai para outras regiões do País e para o mercado externo”, relatou João Tomé. Para o cultivo do açaí, é necessário ter disponibilidade para investir em irrigação. “As análises econômicas realizadas demonstram que o cultivo do açaizeiro irrigado apresentou retorno econômico, gerando um posto de trabalho durante o ano para cada 7 hectares. É uma alternativa de renda, mesmo com alto investimento na aquisição do sistema de irrigação”, explicou João Tomé. O proprietário de fazenda Nossa Senhora das Graças, Nilo Coutinho, de Três Marias, tem interesse em cultivar o açaí. “O açaí é uma cultura forte. É uma oportunidade para diversificar as atividades e impulsionar a geração de empregos”, disse.
O seminário “Intensificação e diversificação de sistemas produtivos para o desenvolvimento regional” foi realizado dia 10 de setembro, na Fazenda Nossa Senhora das Graças, em Três Marias-MG. Na oportunidade, foram compartilhadas informações sobre o mercado futuro de commodities, cultura do açaí e recuperação e manejo de pastagens.
Participaram mais de 70 pessoas, entre produtores rurais e profissionais de empresas públicas e privadas, que atuam na pesquisa agropecuária, na transferência de tecnologia, na extensão rural, no fornecimento de produtos, de créditos e de seguros para o agronegócio.
De acordo com Sinval Resende Lopes, engenheiro-agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, o evento teve como proposta de valor as operações de negócios, a sustentabilidade dos empreendimentos agrícolas e as alternativas para diversificação de renda, com maior valor agregado ao produto final. Ele destacou a importância da Emater, das entidades financeiras e dos consultores para a transferência de tecnologia.
“O processo de transferência de tecnologia tem início com a identificação da tecnologia no centro de pesquisa e com a internalização desse conhecimento pelos técnicos. Em seguida, a presença das instituições financeiras, com suas linhas de crédito agrícola, permite que o produtor possa acessar a tecnologia ofertada, e a técnica é transferida para o contexto social do produtor”, pontuou Lopes.
Na ocasião, foram proferidas quatro palestras. O consultor Leonardo Freitas Maciel, da Canindé Investimentos, abordou “Mercado futuro de commodities na prática: de produtor para produtor”. Segundo ele, no mercado futuro, é importante utilizar o hedge/proteção, que é o seguro de preço a ser contratado pelo produtor rural.
“Se o produtor rural sabe qual é o seu custo de produção, ele pode contratar o seguro para manter o preço e garantir uma margem de lucro. A proteção de preço depende de uma possível queda futura no mercado. Se o valor subir, o cliente continua participando da alta de preço. Mas, se o valor cair, o seguro garante o investimento”, disse Maciel.
Em seguida, entrou em pauta a “Recuperação de pastagens degradadas com sistema Integração Lavoura-Pecuária”. O pesquisador Ramon Costa Alvarenga, da Embrapa Milho e Sorgo considerou que para fazer um diagnóstico sobre as condições agronômicas da propriedade é preciso conhecer o clima e as características do solo da região em que ela está situada.
“Esse sistema funciona em rotação de culturas (graníferas ou forrageiras) e pastagens. A lavoura deixa nutrientes residuais que serão aproveitados pelos capins. Os capins, por meio de suas raízes, melhoram as condições físicas e biológicas do solo. Um solo bem estruturado favorece a lavoura que virá na sequência. O grande desafio é selecionar as lavouras e o tempo das pastagens que vão ocupar cada gleba”, disse Alvarenga.
Para explicar como fazer o manejo das pastagens para uma produção sustentável, a convidada foi pesquisadora Márcia Cristina Teixeira da Silveira. “Uma vez recuperada, a pastagem precisa ser manejada de forma a se manter produtiva ao longo do tempo. E, para isso, existem tecnologias para o manejo. As práticas disponíveis para o manejo de pastagens, se implementadas corretamente, permitirão saltos de produção, além de atenderem as exigências do mercado atual quanto a uma produção sustentável”, disse Silveira.
“A Embrapa, por meio da adoção dessas práticas conservacionistas, tem trabalhado com a implementação de marcas-conceito, como CCN (Carne Carbono Neutro) e a CBC (Carne Baixo Carbono). O intuito é valorizar, não só os produtos carne e leite, mas também o ambiente de produção. As estratégias para o manejo sustentável envolvem o manejo dos componentes do sistema, sendo eles solo-planta-animal, e é neste contexto de monitoramento e certificação que foram pensadas as marcas-conceito”, completou a pesquisadora.
Para conhecer o protocolo CCN, clique aqui. Para o protocolo CBC, clique aqui.
Produção de açaizeiro e recuperação de solos
O pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental João Tomé de Farias Neto ministrou a palestra “Sistema de produção de açaizeiro em terra firme”. Ele iniciou relatando os benefícios do fruto para a saúde humana e como esse alimento faz parte da cultura do estado do Pará. O açaizeiro também promove a recuperação de solos degradados, por meio dos nutrientes liberados por folhas, cachos e caroços.
“Depois da mandioca, o açaí é a espécie socioeconômica mais importante no Pará. A cadeia produtiva dessa cultura gera aproximadamente 150 mil empregos diretos, e cada emprego direto gera mais outros 4 ou 5 postos de trabalho. A produtividade anual é de 1,6 milhão de toneladas de fruto. Dessa quantidade, 20% são consumidos na própria fazenda e 60% vão para o mercado local. O restante vai para outras regiões do País e para o mercado externo”, relatou João Tomé.
Para o cultivo do açaí, é necessário ter disponibilidade para investir em irrigação. “As análises econômicas realizadas demonstram que o cultivo do açaizeiro irrigado apresentou retorno econômico, gerando um posto de trabalho durante o ano para cada 7 hectares. É uma alternativa de renda, mesmo com alto investimento na aquisição do sistema de irrigação”, explicou João Tomé.
O proprietário de fazenda Nossa Senhora das Graças, Nilo Coutinho, de Três Marias, tem interesse em cultivar o açaí. “O açaí é uma cultura forte. É uma oportunidade para diversificar as atividades e impulsionar a geração de empregos”, disse.