Notícias

Embrapa Solos contribui com debates científicos no Rio+Agro

O Rio+Agro 2024, realizado entre os dias 29 de julho e 2 de agosto, reuniu cerca de 18 mil visitantes no Campo Olímpico de Golfe do Rio de Janeiro. Foram realizadas mais de 180 palestras durante o fórum internacional de sustentabilidade agroambiental das cadeias produtivas do agronegócio, incluindo especialistas da Embrapa Solos discutindo temas como segurança alimentar e hídrica, indicadores agro-socioambientais e ecossistemas de inovação no agronegócio. O chefe geral do centro de pesquisa, Daniel Vidal Pérez, participou de duas mesas durante o evento. No dia 30 de junho, ministrou a palestra “Segurança alimentar e hídrica: o papel da inovação na sustentabilidade da produção de alimentos”, durante o painel Desafios e inovações para a segurança alimentar, hídrica e urbana, que contou ainda com Christiane Amâncio, chefe geral da Embrapa Agrobiologia, Marcello Britto, secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal, e Paulo Renato Marques, presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro). Na sexta (02/08), Pérez moderou o painel Impulsionando o agro, que teve como palestrantes Marcos Antônio Matos, diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e Marcelo Alves, CEO da Rio Dubai Business Connection. “Esse encontro foi uma oportunidade muito grande de mostrar o trabalho da Embrapa no meio rural, incluindo a palestra da presidente da Empresa, Silvia Massruhá, no dia 30 de junho. Ao mesmo tempo, interagimos com diversas empresas, universidades, organismos estaduais de pesquisa e organizações, a exemplo do Cecafé, que exaltou a excelência do trabalho da Embrapa na organização do sistema produtivo do café. São parcerias fortalecidas para a aliança de inovação no Brasil”, ressaltou o gestor da Embrapa Solos. Pérez também salientou a importância do Rio+Agro para prospecção e captação de tendências de mercados. “Havia pessoas de várias áreas do agronegócio. Para nós foi uma oportunidade única”, afirmou. Indicadores agro-socioambientais O pesquisador Pedro Luiz de Freitas explanou sobre indicadores agro-socioambientais do Brasil, no dia 1º de agosto, no painel Métricas para o desenvolvimento agroambiental sustentável, que reuniu também Daniel Vargas, coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV, e Ricardo Ganen, coordenador técnico-científico da Fundação São Francisco de Assis (FSFA). Freitas explicou os objetivos do projeto IS_Agro, liderado pela Embrapa Solos e financiado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que está desenvolvendo soluções digitais para criação, estimativa e divulgação de indicadores agro-socioambientais do Brasil. O objetivo é gerar e organizar dados multifontes, realizar cálculos automáticos e disponibilizar na internet índices e indicadores agro-socioambientais para avaliação da sustentabilidade da agricultura brasileira, utilizando os indicadores propostos e recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ambiente digital dará transparência aos indicadores de sustentabilidade da agricultura brasileira, permitindo a avaliação da eficiência agronômica e ambiental dos sistemas produtivos. “Mostramos durante o painel como os outros países veem a agricultura no Brasil, e como nós utilizamos a mesma metodologia que eles utilizam, e os procedimentos que são recomendados pela OCDE, e simplesmente trabalhamos na adaptação dos parâmetros. Nós estamos tropicalizando os indicadores, para que os países de agricultura temperada, como Estados Unidos, União Europeia e China, comecem a perceber a agricultura brasileira exatamente como ela é. Precisamos mostrar que existe essa diferença e que ela precisa aparecer quando fazemos a avaliação dos indicadores agroambientais”, explicou Freitas. “A ideia do Ministério da Agricultura, que sugeriu esse projeto e nos entregou para executar, é de ter um local na internet no qual qualquer pessoa no mundo possa buscar as informações corretas sobre a agricultura do Brasil, sobre erosão, emissão de amônia, gases de efeito estufa (GEE), comercialização de pesticidas e outros indicadores”, completou. O pesquisador enumerou, ainda, as principais ações que agricultores brasileiros vêm executando nas últimas décadas e que transformaram o Brasil em uma potência agroambiental. “Nós temos nos baseado muito nas tecnologias propostas pelo Plano ABC, a exemplo do Sistema Plantio Direto (SPD), da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), que ainda é pouco reconhecida no mundo todo, da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e dos Sistemas Agroflorestais. Outro ponto importante é a intensificação que temos dado ao uso da terra. Hoje, poucos lugares no Brasil praticam monocultura, seja soja, milho ou algodão. Normalmente são culturas em sucessão, e às vezes culturas em sucessão e mais uma safrinha de boi pastando na palha ou na braquiária que está sendo plantada. É esse tipo de mudança que queremos mostrar nos indicadores, e mostrar o quão sustentáveis essas práticas são”, afirmou Freitas. O pesquisador frisou que existe uma ação no âmbito do projeto IS_Agro que está mapeando as áreas de integração Lavoura-Pecuária e essa sucessão de culturas, com o uso das ferramentas do GeoABC+. Inovação no Agro O desafio de integrar e conectar a demanda do produtor fluminense com quem pode oferecer a solução foi um dos principais pontos da fala de Gizelle Cristina Bedendo, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Solos, no painel Como integrar o ecossistema de inovação ao agronegócio global, que aconteceu na sexta-feira (2/8), último dia da Rio+Agro. “O papel da Embrapa como Estado é contribuir também para que a inovação chegue a todos”, disse Bedendo. Segundo ela, a Embrapa tem mais de 40 mil instrumentos jurídicos envolvendo mais de 8.500 parceiros diferentes, entre públicos e privados, nos últimos 24 anos. “Aqui no Rio de Janeiro, temos procurado atuar na conexão entre os atores do ecossistema de inovação do agro fluminense, e o Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio (PITEC Agro), que está sendo estruturado, é o instrumento para esta integração”, explicou. A gestora explicou ainda que a Embrapa tem procurado estabelecer uma comunicação com o mercado produtivo para entender a demanda do produtor. “Trata-se de uma rede onde cada um atua na sua expertise, e que vai desde a formação de capital humano até a comercialização; é um local onde é possível encontrar a Embrapa, mas também startups”. O painel Como integrar o ecossistema de inovação ao agronegócio global foi mediado por Jaqueline Soares, que é Open Inovation Lead na Yara, e ainda teve a participação de Leonardo Alvarenga, CEO da Snash, e de Jéssica Gimenes, gerente de Inovação e Agronegócio do Agrihub. A Embrapa Solos moderou outros dois painéis da Rio+Agro, ambos na quarta-feira (31/7). Gizelle Bedendo conduziu os trabalhos do painel Modelos emergentes de negócios nas cadeias produtivas, na plenária de inovação, que teve a participação de Hudson Jaber, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Rio de Janeiro (APRO-Rio), Carla Pacheco, pesquisadora de Ciência de Dados na PUC-Rio, e Fernando Borsatto, CEO da Celta Brasil. Já o pesquisador Ronaldo Pereira Oliveira foi o moderador da mesa redonda internacional “Diálogos de líderes de embaixadas, consulados e câmaras de comércio sobre inovação e negócios no setor agroambiental”, que contou com Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China (CCIBC), Jeremy Wierenga, da USDA/FAS, e Alessandra Frisso, diretora estatutária da Câmara de Comércio Árabe-Brasil (CCAB). A segunda edição do Rio+Agro foi confirmada pelos organizadores e deve ser realizada entre os meses de julho e agosto de 2025.

O Rio+Agro 2024, realizado entre os dias 29 de julho e 2 de agosto, reuniu cerca de 18 mil visitantes no Campo Olímpico de Golfe do Rio de Janeiro. Foram realizadas mais de 180 palestras durante o fórum internacional de sustentabilidade agroambiental das cadeias produtivas do agronegócio, incluindo especialistas da Embrapa Solos discutindo temas como segurança alimentar e hídrica, indicadores agro-socioambientais e ecossistemas de inovação no agronegócio.

O chefe geral do centro de pesquisa, Daniel Vidal Pérez, participou de duas mesas durante o evento. No dia 30 de junho, ministrou a palestra “Segurança alimentar e hídrica: o papel da inovação na sustentabilidade da produção de alimentos”, durante o painel Desafios e inovações para a segurança alimentar, hídrica e urbana, que contou ainda com Christiane Amâncio, chefe geral da Embrapa Agrobiologia, Marcello Britto, secretário executivo do Consórcio Amazônia Legal, e Paulo Renato Marques, presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro).

Na sexta (02/08), Pérez moderou o painel Impulsionando o agro, que teve como palestrantes Marcos Antônio Matos, diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e Marcelo Alves, CEO da Rio Dubai Business Connection.  

“Esse encontro foi uma oportunidade muito grande de mostrar o trabalho da Embrapa no meio rural, incluindo a palestra da presidente da Empresa, Silvia Massruhá, no dia 30 de junho. Ao mesmo tempo, interagimos com diversas empresas, universidades, organismos estaduais de pesquisa e organizações, a exemplo do Cecafé, que exaltou a excelência do trabalho da Embrapa na organização do sistema produtivo do café. São parcerias fortalecidas para a aliança de inovação no Brasil”, ressaltou o gestor da Embrapa Solos.

Pérez também salientou a importância do Rio+Agro para prospecção e captação de tendências de mercados. “Havia pessoas de várias áreas do agronegócio. Para nós foi uma oportunidade única”, afirmou.

Indicadores agro-socioambientais

O pesquisador Pedro Luiz de Freitas explanou sobre indicadores agro-socioambientais do Brasil, no dia 1º de agosto, no painel Métricas para o desenvolvimento agroambiental sustentável, que reuniu também Daniel Vargas, coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV, e Ricardo Ganen, coordenador técnico-científico da Fundação São Francisco de Assis (FSFA).   

Freitas explicou os objetivos do projeto IS_Agro, liderado pela Embrapa Solos e financiado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que está desenvolvendo soluções digitais para criação, estimativa e divulgação de indicadores agro-socioambientais do Brasil.

O objetivo é gerar e organizar dados multifontes, realizar cálculos automáticos e disponibilizar na internet índices e indicadores agro-socioambientais para avaliação da sustentabilidade da agricultura brasileira, utilizando os indicadores propostos e recomendados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ambiente digital dará transparência aos indicadores de sustentabilidade da agricultura brasileira, permitindo a avaliação da eficiência agronômica e ambiental dos sistemas produtivos.

“Mostramos durante o painel como os outros países veem a agricultura no Brasil, e como nós utilizamos a mesma metodologia que eles utilizam, e os procedimentos que são recomendados pela OCDE, e simplesmente trabalhamos na adaptação dos parâmetros. Nós estamos tropicalizando os indicadores, para que os países de agricultura temperada, como Estados Unidos, União Europeia e China, comecem a perceber a agricultura brasileira exatamente como ela é. Precisamos mostrar que existe essa diferença e que ela precisa aparecer quando fazemos a avaliação dos indicadores agroambientais”, explicou Freitas.

“A ideia do Ministério da Agricultura, que sugeriu esse projeto e nos entregou para executar, é de ter um local na internet no qual qualquer pessoa no mundo possa buscar as informações corretas sobre a agricultura do Brasil, sobre erosão, emissão de amônia, gases de efeito estufa (GEE), comercialização de pesticidas e outros indicadores”, completou.

O pesquisador enumerou, ainda, as principais ações que agricultores brasileiros vêm executando nas últimas décadas e que transformaram o Brasil em uma potência agroambiental. “Nós temos nos baseado muito nas tecnologias propostas pelo Plano ABC, a exemplo do Sistema Plantio Direto (SPD), da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), que ainda é pouco reconhecida no mundo todo, da integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e dos Sistemas Agroflorestais. Outro ponto importante é a intensificação que temos dado ao uso da terra. Hoje, poucos lugares no Brasil praticam monocultura, seja soja, milho ou algodão. Normalmente são culturas em sucessão, e às vezes culturas em sucessão e mais uma safrinha de boi pastando na palha ou na braquiária que está sendo plantada. É esse tipo de mudança que queremos mostrar nos indicadores, e mostrar o quão sustentáveis essas práticas são”, afirmou Freitas.

O pesquisador frisou que existe uma ação no âmbito do projeto IS_Agro que está mapeando as áreas de integração Lavoura-Pecuária e essa sucessão de culturas, com o uso das ferramentas do GeoABC+.

Inovação no Agro

O desafio de integrar e conectar a demanda do produtor fluminense com quem pode oferecer a solução foi um dos principais pontos da fala de Gizelle Cristina Bedendo, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Solos, no painel Como integrar o ecossistema de inovação ao agronegócio global, que aconteceu na sexta-feira (2/8), último dia da Rio+Agro. “O papel da Embrapa como Estado é contribuir também para que a inovação chegue a todos”, disse Bedendo.

Segundo ela, a Embrapa tem mais de 40 mil instrumentos jurídicos envolvendo mais de 8.500 parceiros diferentes, entre públicos e privados, nos últimos 24 anos. “Aqui no Rio de Janeiro, temos procurado atuar na conexão entre os atores do ecossistema de inovação do agro fluminense, e o Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio (PITEC Agro), que está sendo estruturado, é o instrumento para esta integração”, explicou.

A gestora explicou ainda que a Embrapa tem procurado estabelecer uma comunicação com o mercado produtivo para entender a demanda do produtor. “Trata-se de uma rede onde cada um atua na sua expertise, e que vai desde a formação de capital humano até a comercialização; é um local onde é possível encontrar a Embrapa, mas também startups”.  

O painel Como integrar o ecossistema de inovação ao agronegócio global foi mediado por Jaqueline Soares, que é Open Inovation Lead na Yara, e ainda teve a participação de Leonardo Alvarenga, CEO da Snash, e de Jéssica Gimenes, gerente de Inovação e Agronegócio do Agrihub.

A Embrapa Solos moderou outros dois painéis da Rio+Agro, ambos na quarta-feira (31/7). Gizelle Bedendo conduziu os trabalhos do painel Modelos emergentes de negócios nas cadeias produtivas, na plenária de inovação, que teve a participação de Hudson Jaber, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Rio de Janeiro (APRO-Rio), Carla Pacheco, pesquisadora de Ciência de Dados na PUC-Rio, e Fernando Borsatto, CEO da Celta Brasil.  

Já o pesquisador Ronaldo Pereira Oliveira foi o moderador da mesa redonda internacional “Diálogos de líderes de embaixadas, consulados e câmaras de comércio sobre inovação e negócios no setor agroambiental”, que contou com Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China (CCIBC), Jeremy Wierenga, da USDA/FAS, e Alessandra Frisso, diretora estatutária da Câmara de Comércio Árabe-Brasil (CCAB).

A segunda edição do Rio+Agro foi confirmada pelos organizadores e deve ser realizada entre os meses de julho e agosto de 2025.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *