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Trocas de experiências estimulam turismo com foco na produção de alimentos em AL, PE e SE

Na semana em que é comemorado o Dia Nacional do Turismo, entre 6 e 10 de maio, cerca de 40 lideranças de cinco territórios dos estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe participaram de um intercâmbio para conhecer experiências de sucesso em turismo rural e de base comunitária, no município de Areia (PB). “A produção de alimentos da agricultura familiar aliada ao turismo pode promover o desenvolvimento sustentável de comunidades, assim como aconteceu aqui em Chã de Jardim. Isso tem potencial de ser realizado em outras regiões do país”, conta Luciana Balbino, líder comunitária. Os participantes conheceram as rotas turísticas das flores, dos engenhos e gastronômica do município. Além da produção de alimentos e da liderança feminina, o que conecta a origem dessas experiências é a necessidade. “Antes, nós acreditávamos que para ter uma vida melhor, tínhamos que ir embora para o Sul e Sudeste. A gente tem que enxergar que tudo que temos na nossa propriedade pode virar dinheiro. Com isso, a gente consegue permanecer na zona rural”, confidencia Luciana. Mas nem sempre foi assim. A transformação ocorrida em Chã de Jardim foi possível a partir da valorização de um novo olhar para a produção de alimentos, da cultura, das tradições e do local de vivência. Isso possibilitou a geração de senso de pertencimento e de comunidade, elementos chave para ações como essa. “A história deles é inspiração pra gente continuar e ter a certeza que vai dar certo. Vimos que temos muita coisa em comum. Nossa ideia em trabalhar com turismo veio da necessidade em criar oportunidades para as mulheres e jovens de nossa comunidade”, diz Betânia Souza, vice-presidente da Associação Pegadas na Caatinga e representante do Assentamento Nova Esperança, em Olho d’Água do Casado (AL). A visita na comunidade Chã de Jardim, que é referência internacional em turismo de base comunitária, foi uma das que mais chamou a atenção dos participantes. Longe das rotas turísticas convencionais, essa pequena vila rural tem conquistado viajantes em busca de experiências autênticas, com mergulho na cultura local e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico da região. O grupo fez uma imersão na vida cotidiana da comunidade, com a oportunidade de interagir com os moradores locais, conhecer suas tradições, participar de atividades agrícolas e artesanais. Além disso, a gastronomia também desempenha um papel fundamental no turismo comunitário de Chã de Jardim. Os participantes provaram pratos típicos da culinária paraibana, preparados com ingredientes frescos e cultivados localmente, no restaurante Casa de Vó. A visita terminou com uma trilha noturna de 6 quilômetros, no Parque Estadual Mata do Pau-Ferro, para apreciar a rica biodiversidade da localidade e encerrar com um jantar ao som do tradicional forró, no Sítio Casa de Vó. A cidade de Areia possui mais de 400 prédios tombados pelo patrimônio histórico, riquezas culturais, naturais e é referência em turismo rural e de base comunitária que tem promovido o desenvolvimento sustentável de comunidades e da região. “Escolhemos essa localidade porque conecta a produção de alimentos tradicionais, o turismo e a gastronomia. São ações que podem inspirar essas lideranças, com um novo olhar para as potencialidades de suas comunidades”, explica o coordenador do projeto Aluísio Goulart. Este intercâmbio de experiências faz parte do projeto Paisagens Alimentares, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios (AL) e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O valor do que é genuíno Areia é uma cidade que respira tradição, história e cultura. Suas ruas de paralelepípedos e casarões coloniais preservados remontam ao período áureo do Brasil Império, proporcionando aos visitantes uma viagem no tempo. Conhecida como a “Capital da Cachaça e das Flores”, também é um destino turístico que conecta os visitantes ao meio rural. O cultivo de flores, além de contribuir para a beleza e o charme da cidade, é uma importante fonte de renda para muitos moradores locais, que se dedicam ao plantio e à comercialização de uma grande variedade de espécies ornamentais, comestíveis e medicinais. “Nosso sonho começou por meio de uma necessidade em ter uma fonte de renda sem sair da comunidade. A gente investiu na produção orgânica de flores que envolve o trabalho de muitas famílias”, conta Maria Flores, da Floricultura Vila Real e presidente da Associação para Desenvolvimento Sustentável de Macacos e Furnas (Adesmaf). Quando se fala em Areia, é impossível não mencionar sua produção de cachaça de alta qualidade. A cidade abriga diversas destilarias artesanais que produzem a famosa “água que passarinho não bebe” com maestria e tradição. Como o engenho Triunfo, que além da cachaça, também produz mel, cacau e café. Os participantes do intercâmbio, além de conhecerem a estrutura e degustarem os produtos, conheceram a história inspiradora da sócia-proprietária do engenho, Maria Júlia Baracho. “No turismo não tem concorrentes, mas parceiros. Quanto mais produtos turísticos tivermos na região, mais todos ganham”, afirmou Maria Júlia, que recomendou a todos conhecer e provar os produtos artesanais da Casa Doce. Para Moacir Correia, da Associação da Comunidade Quilombola Engenho Siqueira de Rio Formoso (PE), o intercâmbio contribuiu para estimular os participantes a continuar na luta em valorizar suas histórias, tradições e territórios por meio da estruturação de um turismo de base comunitária. “Vimos que temos potencial e que todo processo leva um tempo. Conhecer essas ações inspiraram e mostraram que precisamos nos unir como comunidade com objetivos comuns. E que isso dá resultado e pode transformar nossa localidade”. Capacitações O intercâmbio também contou com oficinas para a capacitação dos participantes sobre fortalecimento de lideranças locais, turismo e hospitalidade, conduzida pelos consultores da LabTurismo, Ana Gabriela Galante e Lucas Diniz. A prática sobre planejamento foi aplicada ao grupo pelos professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Carlos da Costa e Lívia Santos. “Eu vim para o intercâmbio bem tímida. Saio daqui outra pessoa. Minha autoestima se fortaleceu, agora me vejo como uma empreendedora rural”, confessou Andreia Arcanjo, Associação Praia de Santo Antônio, comunidade da Preguiça, Indiaroba (SE). Os participantes também tiveram um bate-papo com o presidente da Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia PB (Atura), Leonaldo Andrade, que contou a experiência da entidade para a estruturação do turismo rural da cidade de Areia, com a participação ativa da comunidade, a promoção do desenvolvimento socioeconômico da região tornando-se referência para outros municípios. “Temos um olhar diferenciado para nossa história, as pessoas e o lugar. Não concorremos uns com os outros, pelo contrário, fazemos questão de mostrar tudo de bom que temos na cidade”, destaca Leonaldo. Para José Hélio da Silva, presidente da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Estado de Alagoas (Coopcam), de Palmeira dos Índios (AL), as visitas e trocas de conhecimento irão servir para que eles retornem em suas comunidades para realizar uma avaliação do que já estão fazendo e melhorar. “Agora, é o momento de voltar, sentar com todos e fazer um planejamento em cima do que aprendemos. Analisar o que já temos e o que ainda podemos ampliar. Avaliar nossa receptividade, hospitalidade e qualidade dos produtos”.

Na semana em que é comemorado o Dia Nacional do Turismo, entre 6 e 10 de maio, cerca de 40 lideranças de cinco territórios dos estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe participaram de um intercâmbio para conhecer experiências de sucesso em turismo rural e de base comunitária, no município de Areia (PB). “A produção de alimentos da agricultura familiar aliada ao turismo pode promover o desenvolvimento sustentável de comunidades, assim como aconteceu aqui em Chã de Jardim. Isso tem potencial de ser realizado em outras regiões do país”, conta Luciana Balbino, líder comunitária.

 

Os participantes conheceram as rotas turísticas das flores, dos engenhos e gastronômica do município. Além da produção de alimentos e da liderança feminina, o que conecta a origem dessas experiências é a necessidade. “Antes, nós acreditávamos que para ter uma vida melhor, tínhamos que ir embora para o Sul e Sudeste. A gente tem que enxergar que tudo que temos na nossa propriedade pode virar dinheiro. Com isso, a gente consegue permanecer na zona rural”, confidencia Luciana. 

 

Mas nem sempre foi assim. A transformação ocorrida em Chã de Jardim foi possível a partir da valorização de um novo olhar para a produção de alimentos, da cultura, das tradições e do local de vivência. Isso possibilitou a geração de senso de pertencimento e de comunidade, elementos chave para ações como essa. “A história deles é inspiração pra gente continuar e ter a certeza que vai dar certo. Vimos que temos muita coisa em comum. Nossa ideia em trabalhar com turismo veio da necessidade em criar oportunidades para as mulheres e jovens de nossa comunidade”, diz Betânia Souza, vice-presidente da Associação Pegadas na Caatinga e representante do Assentamento Nova Esperança, em Olho d’Água do Casado (AL). 

 

A visita na comunidade Chã de Jardim, que é referência internacional em turismo de base comunitária, foi uma das que mais chamou a atenção dos participantes. Longe das rotas turísticas convencionais, essa pequena vila rural tem conquistado viajantes em busca de experiências autênticas, com mergulho na cultura local e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico da região.

 

 

O grupo fez uma imersão na vida cotidiana da comunidade, com a oportunidade de interagir com os moradores locais, conhecer suas tradições, participar de atividades agrícolas e artesanais. Além disso, a gastronomia também desempenha um papel fundamental no turismo comunitário de Chã de Jardim. Os participantes provaram pratos típicos da culinária paraibana, preparados com ingredientes frescos e cultivados localmente, no restaurante Casa de Vó. A visita terminou com uma trilha noturna de 6 quilômetros, no Parque Estadual Mata do Pau-Ferro, para apreciar a rica biodiversidade da localidade e encerrar com um jantar ao som do tradicional forró, no Sítio Casa de Vó.

 

A cidade de Areia possui mais de 400 prédios tombados pelo patrimônio histórico, riquezas culturais, naturais e é referência em turismo rural e de base comunitária que tem promovido o desenvolvimento sustentável de comunidades e da região. “Escolhemos essa localidade porque conecta a produção de alimentos tradicionais, o turismo e a gastronomia. São ações que podem inspirar essas lideranças, com um novo olhar para as potencialidades de suas comunidades”, explica o coordenador do projeto Aluísio Goulart.

 

Este intercâmbio de experiências faz parte do projeto Paisagens Alimentares, coordenado pela Embrapa Alimentos e Territórios (AL) e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

 

 

O valor do que é genuíno

 

Areia é uma cidade que respira tradição, história e cultura. Suas ruas de paralelepípedos e casarões coloniais preservados remontam ao período áureo do Brasil Império, proporcionando aos visitantes uma viagem no tempo. Conhecida como a “Capital da Cachaça e das Flores”, também é um destino turístico que conecta os visitantes ao meio rural.

 

O cultivo de flores, além de contribuir para a beleza e o charme da cidade, é uma importante fonte de renda para muitos moradores locais, que se dedicam ao plantio e à comercialização de uma grande variedade de espécies ornamentais, comestíveis e medicinais. 

 

“Nosso sonho começou por meio de uma necessidade em ter uma fonte de renda sem sair da comunidade. A gente investiu na produção orgânica de flores que envolve o trabalho de muitas famílias”, conta Maria Flores, da Floricultura Vila Real e presidente da Associação para Desenvolvimento Sustentável de Macacos e Furnas (Adesmaf).

 

 

Quando se fala em Areia, é impossível não mencionar sua produção de cachaça de alta qualidade. A cidade abriga diversas destilarias artesanais que produzem a famosa “água que passarinho não bebe” com maestria e tradição. Como o engenho Triunfo, que além da cachaça, também produz mel, cacau e café. Os participantes do intercâmbio, além de conhecerem a estrutura e degustarem os produtos, conheceram a história inspiradora da  sócia-proprietária do engenho, Maria Júlia Baracho. “No turismo não tem concorrentes, mas parceiros. Quanto mais produtos turísticos tivermos na região, mais todos ganham”, afirmou Maria Júlia, que recomendou a todos conhecer e provar os produtos artesanais da Casa Doce.

 

 

Para Moacir Correia, da Associação da Comunidade Quilombola Engenho Siqueira de Rio Formoso (PE), o intercâmbio contribuiu para estimular os participantes a continuar na luta em valorizar suas histórias, tradições e territórios por meio da estruturação de um turismo de base comunitária. “Vimos que temos potencial e que todo processo leva um tempo. Conhecer essas ações inspiraram e mostraram que precisamos nos unir como comunidade com objetivos comuns. E que isso dá resultado e pode transformar nossa localidade”.

 

Capacitações

 

O intercâmbio também contou com oficinas para a capacitação dos participantes sobre fortalecimento de lideranças locais, turismo  e hospitalidade, conduzida pelos consultores da LabTurismo, Ana Gabriela Galante e Lucas Diniz. A prática sobre planejamento foi aplicada ao grupo pelos professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Carlos da Costa e Lívia Santos.

 

“Eu vim para o intercâmbio bem tímida. Saio daqui outra pessoa. Minha autoestima se fortaleceu, agora me vejo como uma empreendedora rural”, confessou Andreia Arcanjo, Associação Praia de Santo Antônio, comunidade da Preguiça, Indiaroba (SE).

 

Os participantes também tiveram um bate-papo com o presidente da Associação de Turismo Rural e Cultural de Areia PB (Atura), Leonaldo Andrade, que contou a experiência da entidade para a estruturação do turismo rural da cidade de Areia, com a participação ativa da comunidade, a promoção do desenvolvimento socioeconômico da região tornando-se referência para outros municípios. “Temos um olhar diferenciado para nossa história, as pessoas e o lugar. Não concorremos uns com os outros, pelo contrário, fazemos questão de mostrar tudo de bom que temos na cidade”, destaca Leonaldo.

 

 

Para José Hélio da Silva, presidente da Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa do Estado de Alagoas (Coopcam), de Palmeira dos Índios (AL), as visitas e trocas de conhecimento irão servir para que eles retornem em suas comunidades para realizar uma avaliação do que já estão fazendo e melhorar. “Agora, é o momento de voltar, sentar com todos e fazer um planejamento em cima do que aprendemos. Analisar o que já temos e o que ainda podemos ampliar. Avaliar nossa receptividade, hospitalidade e qualidade dos produtos”.

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