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Jacupiranga começa a receber ações de projeto de inclusão digital da Embrapa

O município está localizado no Vale do Ribeira/SP, região em que predomina a bananicultura e que guarda a porção mais preservada da Mata Atlântica paulista. Ali, onde a rica biodiversidade divide a paisagem socioambiental com o menor índice de desenvolvimento humano do Estado de São Paulo, começa a ser instalado um Distrito Agrotecnológico (DAT) do projeto Semear Digital. Em março deste ano, equipes da Embrapa e parceiros iniciaram diálogo com as comunidades. Jacupiranga é um dos cinco DATs paulistas do projeto de inclusão digital do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/Semear Digital), coordenado pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP) com financiamento da Fapesp. DATs são os ambientes de produção em que as iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação são realizadas de acordo com as necessidades específicas indicadas pelos produtores. A banana produzida no município é comercializada em todo oo Brasil , sendo inclusive exportada. Mas a agregação de valor à produção é uma demanda do setor produtivo, assim como formas mais eficazes de controle da sigatoka negra, principal doença da bananicultura, por meio da conectividade, diz o pesquisador Jayme Barbedo, que integra a equipe do Semear Digital pela Embrapa Agricultura Digital. O município conta com cerca de 16 mil habitantes, em área de mais de 700 mil quilômetros quadrados, segundo censo de 2022. O levantamento apontou 505 estabelecimentos com atividades agropecuárias. Em Jacupiranga, assim como em grande parte do Vale do Ribeira de Iguape, a fruticultura da banana domina a paisagem agrícola, entremeando remanescentes de vegetação nativa, aponta o especialista Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA). “Trata-se de uma produção bastante intensiva, porém custosa, haja visto a quantidade de pulverizações necessárias para o controle fitossanitário do mal de sigatoka. Essa é uma questão muito relevante, pois além de impactar os custos pode trazer riscos à saúde dos bananicultores, já que a adoção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) é muito precária e aquém das exigências de segurança no trabalho”, acrescenta Vegro. Para Vegro, a entrada da pupunha tem se mostrado uma diversificação interessante para o uso do solo. Entre as vantagens apontadas estão o manejo menos exigente que a banana e o estável mercado para o palmito. “Receosos dos impactos do emprego intensivo de agroquímicos na bananicultura, muitos agricultores vêem na pupunha uma forma de manter o bem-estar da família, expandindo áreas com a palmeira”, conclui. Comunidade quilombola Poça é a comunidade quilombola legalmente reconhecida localizada no município de Jacupiranga em que também há pomares de banana. “No contato com esse grupo, com destaque para o trabalho das mulheres, foi possível constatar satisfatória capacidade de extração de renda da terra proveniente da comercialização da fruta”, observa o especialista do IEA. Como não há uma diferenciação na paisagem agrícola, “são bananais cultivados em terrenos ondulados com remanescentes florestais de mata secundária”, o especialista do IEA alerta para o cuidado em não se classificar o quilombo como mais um distrito de agricultores familiares. Um aspecto passível de diferenciação entre a comunidade tradicional e o grupo de agricultores do município talvez seja, no primeiro caso, o grau de fortalecimento da produção de subsistência com criações de galinhas, suínos, hortas e pomares de outras frutas, pondera Vegro. Demandas Comuns – A pesquisadora Kátia de Lima Nechet, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), foi destacada como ponto focal do DAT Jacupiranga. “As demandas apontadas não são exclusivas do município, mas refletem as demandas da região do Vale do Ribeira e portanto, as soluções serão trabalhadas considerando toda a região”, avalia Nechet. “O grande desafio é atender as demandas da região em relação à conectividade, redução de custo, melhoria de produção e preservação ambiental”, completa a pesquisadora. O Vale é composto por 22 municípios paulistas e nove paranaenses com população de 336 mil habitantes. A região conta com significativa área preservada de Mata Atlântica, que pode se tornar fonte de renda para a região através do pagamento de serviços ambientais. Há ainda a possibilidade de investimento no ecoturismo, como já acontece em Eldorado, outro município do Vale. Em dois dias de visita a Jacupiranga a equipe do projeto conversou com mais de cem representantes da comunidade rural. “Somos dependentes de políticas públicas e com o Semear Digital vislumbramos a chegada de novas tecnologias no campo, com o atendimento às normas de controles exigidos pelos órgãos controladores e fixando nosso produtor no campo”, avalia o ponto focal da comunidade, Mauro Trianoski. A expectativa, segundo diz, é ampliar o acesso à informação por meio da conectividade no campo com atendimento de agricultores familiares, de subsistência inclusive, e regiões com cobertura de sinal precária como o bairro Guaraú, com produção anual de 40 mil toneladas de banana. São parceiros do Centro Semear Digital: a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) também integra o consórcio ao lado do Instituto Agronômico (IAC/SP), do Instituto de Economia Agrícola (IEA/SP), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), além do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Para saber mais acesse: Embrapa e parceiros vão desenvolver ações de inclusão digital em dez municípios brasileiros

O município está localizado no Vale do Ribeira/SP, região em que predomina a bananicultura e que guarda a porção mais preservada da Mata Atlântica paulista. Ali, onde a rica biodiversidade divide a paisagem socioambiental com o menor índice de desenvolvimento humano do Estado de São Paulo, começa a ser instalado um Distrito Agrotecnológico (DAT) do projeto Semear Digital. Em março deste ano, equipes da Embrapa e parceiros iniciaram diálogo com as comunidades.

Jacupiranga é um dos cinco DATs paulistas do projeto de inclusão digital do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/Semear Digital), coordenado pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP) com financiamento da Fapesp. DATs são os ambientes de produção em que as iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação são realizadas de acordo com as necessidades específicas indicadas pelos produtores. 

A banana produzida no município é comercializada em todo oo Brasil  , sendo inclusive exportada. Mas a agregação de valor à produção é uma demanda do setor produtivo, assim como formas mais eficazes de controle da sigatoka negra, principal doença da bananicultura, por meio da conectividade, diz o pesquisador Jayme Barbedo, que integra a equipe do Semear Digital pela Embrapa Agricultura Digital.

O município conta com cerca de 16 mil habitantes, em área de mais de 700 mil quilômetros quadrados, segundo censo de 2022. O levantamento apontou 505 estabelecimentos com atividades agropecuárias. Em Jacupiranga, assim como em grande parte do Vale do Ribeira de Iguape, a fruticultura da banana domina a paisagem agrícola, entremeando remanescentes de vegetação nativa, aponta o especialista Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA). 

“Trata-se de uma produção bastante intensiva, porém custosa, haja visto a quantidade de pulverizações necessárias para o controle fitossanitário do mal de sigatoka. Essa é uma questão muito relevante, pois além de impactar os custos pode trazer riscos à saúde dos bananicultores, já que a adoção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) é muito precária e aquém das exigências de segurança no trabalho”, acrescenta Vegro.

Para Vegro, a entrada da pupunha tem se mostrado uma diversificação interessante para o uso do solo. Entre as vantagens apontadas estão o manejo menos exigente que a banana e o estável mercado para o palmito. “Receosos dos impactos do emprego intensivo de agroquímicos na bananicultura, muitos agricultores vêem na pupunha uma forma de manter o bem-estar da família, expandindo áreas com a palmeira”, conclui.

Comunidade quilombola

 

Poça é a comunidade quilombola legalmente reconhecida localizada no município de Jacupiranga em que também há pomares de banana. “No contato com esse grupo, com destaque para o trabalho das mulheres, foi possível constatar satisfatória capacidade de extração de renda da terra proveniente da comercialização da fruta”,  observa o especialista do IEA. 

Como não há uma diferenciação na paisagem agrícola, “são bananais cultivados em terrenos ondulados com remanescentes florestais de mata secundária”, o especialista do IEA alerta para o cuidado em não se classificar o quilombo como mais um distrito de agricultores familiares.

Um aspecto passível de diferenciação entre a comunidade tradicional e o grupo de agricultores do município talvez seja, no primeiro caso, o grau de fortalecimento da produção de subsistência com criações de galinhas, suínos, hortas e pomares de outras frutas, pondera Vegro.

 

 

Demandas Comuns – A pesquisadora Kátia de Lima Nechet, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), foi destacada como ponto focal do DAT Jacupiranga. “As demandas apontadas não são exclusivas do município, mas refletem as demandas da região do Vale do Ribeira e portanto, as soluções serão trabalhadas considerando toda a região”, avalia Nechet.  

“O grande desafio é atender as demandas da região em relação à conectividade, redução de custo, melhoria de produção e preservação ambiental”, completa a pesquisadora. O Vale é composto por 22 municípios paulistas e nove paranaenses com população de  336 mil habitantes.

A região conta com significativa área preservada de Mata Atlântica, que pode se tornar fonte de renda para a região através do pagamento de serviços ambientais. Há ainda a possibilidade de investimento no ecoturismo, como já acontece em Eldorado, outro município do Vale. Em dois dias de visita a Jacupiranga a equipe do projeto conversou com mais de cem representantes da comunidade rural.  

“Somos dependentes de políticas públicas e com o Semear Digital vislumbramos a chegada de novas tecnologias no campo, com o atendimento às normas de controles exigidos pelos órgãos controladores e fixando nosso produtor no campo”, avalia o ponto focal da comunidade, Mauro Trianoski.

A expectativa, segundo diz, é ampliar o acesso à informação por meio da conectividade no campo com atendimento de agricultores familiares, de subsistência inclusive, e regiões com cobertura de sinal precária como o bairro Guaraú, com produção anual de 40 mil toneladas de banana.

São parceiros do Centro Semear Digital: a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq/USP) também integra o consórcio ao lado do Instituto  Agronômico (IAC/SP), do Instituto de Economia Agrícola (IEA/SP), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), além do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). 

Para saber mais acesse: Embrapa e parceiros vão desenvolver ações de inclusão digital em dez municípios brasileiros

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