A pedido da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Embrapa desenvolveu um estudo preliminar com dados públicos, abertos e oficiais sobre a repartição espacial da produção de floricultura e plantas ornamentais no Brasil. Em reunião virtual do colegiado, realizada dia 22 de março, os analistas Carlos Alberto de Carvalho e Paulo Martinho e a chefe-adjunta de P&D da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães, apresentaram os resultados preliminares e explicaram a metodologia adotada para revelar a distribuição e a concentração dos estabelecimentos agropecuários e do valor da venda de produtos de floricultura e plantas ornamentais.
Martinho destacou a dificuldade de encontrar dados sistematizados sobre a floricultura para todo o território brasileiro. A equipe utilizou as bases de dados do Censo Agropecuário do IBGE (2017) e, complementarmente, a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP/Pronaf), do Mapa. A partir do geoprocessamento, chegou-se à distribuição territorial, em nível municipal, dos estabelecimentos agropecuários com produção de floricultura e plantas ornamentais declaradas no censo, e ao seu valor de venda correspondente. A análise de concentração, por sua vez, seguiu a metodologia dos quartis, separando os maiores volumes (número de estabelecimento e de valor de venda) no grupo 75 (G75), que representa 75% do volume total da grandeza em análise.
Como apresentou Martinho, o G75, formado pelos 4.425 estabelecimentos agropecuários que representam 75% do valor total de venda de produtos de flores no Brasil, gerou cerca de R$ 1,2 bilhões na comercialização desses itens. Esse grupo está distribuído em 64 municípios, dentre os quais, cerca da metade encontra-se no estado de São Paulo. Martinho ressaltou que três desses municípios paulistas concentram sozinhos 25% do valor de venda: Holambra, Santo Antônio de Posse e Paranapanema.
Por sua vez, a breve análise realizada sobre os dados da Secretaria de Agricultura Familiar indica que as 3.152 famílias rurais com floricultura representam uma quantidade muito reduzida de presença nas DAPs concedidas (0,5%), e estão distribuídas em todo o território brasileiro, com maior concentração nos municípios nordestinos.
Além da equipe da Embrapa Territorial, também participaram da reunião os pesquisadores Jefferson Luís da Costa (Assessoria de Relações Institucionais e Governamentais) e Ana Cecília Ribeiro de Castro (Embrapa Agroindústria Tropical).
A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais é vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária e reúne associações de viveiristas, produtores, exportadores, varejistas, órgãos públicos e outras entidades privadas relacionadas ao segmento.