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Embrapa e Cooperativa Grande Sertão atuam pela agregação de valor à biodiversidade no norte mineiro

Agregar valor aos produtos da sociobiodiversidade do norte de Minas Gerais é o objetivo do mais novo projeto de inovação aberta da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o Agregabio, conduzido em parceria com a Cooperativa Grande Sertão, de Montes Claros (MG). Durante três anos, ambas instituições dividirão responsabilidades para o desenvolvimento conjunto de novos ativos tecnológicos provenientes de matérias-primas da biodiversidade brasileira, com a finalidade de promover o desenvolvimento social e econômico das famílias de agricultores, agroextrativistas e populações tradicionais com conservação ambiental. A Cooperativa Grande Sertão localiza-se em uma região de transição entre dois biomas: caatinga e cerrado. Com mais de 2000 famílias atendidas, atua principalmente na conservação e manejo sustentável de espécies nativas dos biomas e na operação de duas agroindústrias: a Unidade de Processamento de Multióleos Agroextrativista e a Unidade de Processamento de Polpas e Sucos de Frutas. Também administra um restaurante e um empório para comércio de produtos locais. O Agregabio surgiu de demandas locais levantadas no âmbito do projeto Bem Diverso, liderado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que buscou integrar conhecimento científico às práticas tradicionais para o desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade em seis territórios brasileiros. Em 2019, a equipe de analistas e pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos realizou um curso de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos (BPF) em Montes Claros para lideranças comunitárias, técnicos e gestores de agroindústrias, a fim de formar multiplicadores nos princípios básicos para o processamento de alimentos seguros. “A partir deste contato, a equipe da Embrapa Agroindústria de Alimentos constatou que havia um excelente parceiro para o desenvolvimento de iniciativas no campo da agroindústria familiar sustentável. A troca de informações entre Embrapa e Cooperativa foram aumentando até que surgiu a oportunidade da elaboração de um projeto conjunto, o Agregabio, centrado em demandas concretas da entidade ligadas ao processamento de alimentos, conta Rodrigo Paranhos, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e líder do projeto. Buriti, pequi e outros produtos da biodiversidade local Recentemente, os pesquisadores da Embrapa realizaram uma visita técnica à Cooperativa Grande Sertão para diagnóstico das agroindústrias e coleta de amostras de alimentos processados e matérias-primas. No caso do buriti – um fruto nativo brasileiro de uma palmeira, encontrada em uma larga extensão territorial e que no Cerrado está presente junto aos corpos de água– foi visitada uma região produtora e verificado o pré-beneficiamento dos frutos com obtenção de raspas desidratadas. “Orientações sobre o manejo sustentável das veredas fazem parte dos princípios da cooperativa. Dessa forma, as sementes dos frutos são deixadas no campo permitindo a manutenção dos buritizais”, afirma Rodrigo Paranhos, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Segundo ele, na comunidade visitada no município de Brasília de Minas, as atividades são conduzidas por um grupo de mulheres. A renda obtida com a venda da raspa desidratada da polpa do fruto, pronto para ser prensado e gerar óleo pela cooperativa, vem contribuindo para o aumento da renda de muitas famílias na região. O óleo de buriti é considerado uma fonte natural rica em beta caroteno, um importante antioxidante, conhecido como pró vitamina A, por sua capacidade dese converter em vitamina A no organismo. Atualmente, a maior parte do óleo de buriti produzido pela Cooperativa Grande Sertão é comercializado para indústrias de cosméticos. Mas, a equipe do projeto quer mais. “Já iniciamos as análises químicas das amostras de óleos para avaliar sua qualidade e estabilidade, a fim de propor a diversificação de seu uso”, afirma Renata Borguini, pesquisadora do Laboratório de Cromatografia, da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Também será avaliado o coproduto (resíduo agroindustrial) da produção de óleo de buriti, com vistas ao seu reaproveitamento e, consequentemente, incremento de renda para as comunidades locais. Além disso, a equipe do Agregabio irá trabalhar com óleo de pequi, polpas e sucos de frutas, produzidos pela Cooperativa Grande Sertão, dentro de uma perspectiva de inovação social, gerando valor e riqueza através da agricultura familiar e extrativismo sustentável, desenvolvendo capacidades locais para enfrentamento da condição de vulnerabilidade social, com a finalidade de promover melhoria na qualidade de vida da população que reside no meio rural.

Agregar valor aos produtos da sociobiodiversidade do norte de Minas Gerais é o objetivo do mais novo projeto de inovação aberta da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o Agregabio, conduzido em parceria com a Cooperativa Grande Sertão, de Montes Claros (MG). Durante três anos, ambas instituições dividirão responsabilidades para o desenvolvimento conjunto de novos ativos tecnológicos provenientes de matérias-primas da biodiversidade brasileira, com a finalidade de promover o desenvolvimento social e econômico das famílias de agricultores, agroextrativistas e populações tradicionais com conservação ambiental.

A Cooperativa Grande Sertão localiza-se em uma região de transição entre dois biomas: caatinga e cerrado. Com mais de 2000 famílias atendidas, atua principalmente na conservação e manejo sustentável de espécies nativas dos biomas e na operação de duas agroindústrias: a Unidade de Processamento de Multióleos Agroextrativista e a Unidade de Processamento de Polpas e Sucos de Frutas. Também administra um restaurante e um empório para comércio de produtos locais.

O Agregabio surgiu de demandas locais levantadas no âmbito do projeto Bem Diverso, liderado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que buscou integrar conhecimento científico às práticas tradicionais para o desenvolvimento de cadeias produtivas da biodiversidade em seis territórios brasileiros. Em 2019, a equipe de analistas e pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos realizou um curso de Boas Práticas de Fabricação de Alimentos (BPF) em Montes Claros para lideranças comunitárias, técnicos e gestores de agroindústrias, a fim de formar multiplicadores nos princípios básicos para o processamento de alimentos seguros. “A partir deste contato, a equipe da Embrapa Agroindústria de Alimentos constatou que havia um excelente parceiro para o desenvolvimento de iniciativas no campo da agroindústria familiar sustentável. A troca de informações entre Embrapa e Cooperativa foram aumentando até que surgiu a oportunidade da elaboração de um projeto conjunto, o Agregabio, centrado em demandas concretas da entidade ligadas ao processamento de alimentos, conta Rodrigo Paranhos, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos e líder do projeto.

Buriti, pequi e outros produtos da biodiversidade local

Recentemente, os pesquisadores da Embrapa realizaram uma visita técnica à Cooperativa Grande Sertão para diagnóstico das agroindústrias e coleta de amostras de alimentos processados e matérias-primas. No caso do buriti – um fruto nativo brasileiro de uma palmeira, encontrada em uma larga extensão territorial e que no Cerrado está presente junto aos corpos de água– foi visitada uma região produtora e verificado o pré-beneficiamento dos frutos com obtenção de raspas desidratadas. “Orientações sobre o manejo sustentável das veredas fazem parte dos princípios da cooperativa. Dessa forma, as sementes dos frutos são deixadas no campo permitindo a manutenção dos buritizais”, afirma Rodrigo Paranhos, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Segundo ele, na comunidade visitada no município de Brasília de Minas, as atividades são conduzidas por um grupo de mulheres. A renda obtida com a venda da raspa desidratada da polpa do fruto, pronto para ser prensado e gerar óleo pela cooperativa, vem contribuindo para o aumento da renda de muitas famílias na região.

O óleo de buriti é considerado uma fonte natural rica  em beta caroteno, um  importante antioxidante, conhecido como pró vitamina A, por sua capacidade dese converter em vitamina A no organismo. Atualmente, a maior parte do óleo de buriti produzido pela Cooperativa Grande Sertão é comercializado para indústrias de cosméticos. Mas, a equipe do projeto quer mais. “Já iniciamos as análises químicas das amostras de óleos para avaliar sua qualidade e estabilidade, a fim de propor a diversificação de seu uso”, afirma Renata Borguini, pesquisadora do Laboratório de Cromatografia, da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Também será avaliado o coproduto (resíduo agroindustrial) da produção de óleo de buriti, com vistas ao seu reaproveitamento e, consequentemente, incremento de renda para as comunidades locais.

Além disso, a equipe do Agregabio irá trabalhar com óleo de pequi, polpas e sucos de frutas, produzidos pela Cooperativa Grande Sertão, dentro de uma perspectiva de inovação social, gerando valor e riqueza através da agricultura familiar e extrativismo sustentável, desenvolvendo capacidades locais para enfrentamento da condição de vulnerabilidade social, com a finalidade de promover melhoria na qualidade de vida da população que reside no meio rural.

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