O grupo de trabalho para a construção do Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN) foi oficializado na manhã desta sexta-feira, 17, em Belém-PA. O plano, que faz parte do Programa Amazônia Agora, do governo estadual, tem como meta restaurar 5.4 milhões de hectares no estado do Pará até 2030. A Embrapa Amazônia Oriental é uma das instituições com participação efetiva no grupo de trabalho (GT). Na cerimônia de apresentação do GT, o secretário adjunto de Meio Ambiente do Estado do Pará Raul Protázio afirmou que a construção conjunta do plano de restauração é fundamentada em três grandes eixos: ciência de dados e monitoramento, a cadeia de restauração com práticas e tecnologias e o subsídio às políticas públicas de mudanças climáticas e bioeconomia no Pará. “Com esse processo de feito de forma coletiva pelas instituições de pesquisa, setor produtivo, sociedade civil, representantes de povos tradicionais e por outras esferas de governo, a gente vai ter um plano mais conectado com a realidade e bem melhor implementado”, afirmou o gestor estadual. O chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental Walkymário Lemos ressaltou que a presença da ciência no desafio da restauração na Amazônia é fundamental, pois é um problema complexo e que exige soluções complexas a serem construídas coletivamente. “A Embrapa Amazônia Oriental já é parceira do governo estadual nas agendas das mudanças climáticas, da bioeconomia e dos territórios sustentáveis, agendas estas que estão fortemente ligadas à restauração florestal no Pará”, acrescentou. Ele citou ainda a necessidade de trabalhar de forma coordenada e alinhada com a agenda federal, como o Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC+), Plano Nacional de Vegetação Nativa (Planaveg) e Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). Para Raul Protázio, o papel da Embrapa na construção do plano é de liderança, especialmente quanto à restauração produtiva e os sistemas de produção para a agricultura familiar. “Grande parte da nossa meta de restauração será cumprida com restauração produtiva, que passa por melhores sementes, melhores práticas e sistemas integrados de produção, e a Embrapa tem trajetória de grande contribuição ao setor agropecuário no estado”, finalizou. As pesquisadoras Joice Ferreira e Michelliny Bentes, da Embrapa Amazônia Oriental, fazem parte do Grupo de Trabalho. Para Joice Ferreira, “a restauração de florestas deve estar alinhada diretamente ao combate ao desmatamento e, sobretudo, à degradação de florestas”. Ela ressaltou também a capacidade técnica e institucional local para apoiar a construção do plano estadual. Restauração integrada ao combate à degradação florestal Em evento realizado essa semana (de 13 a 15/03) no Museu Paraense Emílio Goeldi, cientistas, gestores públicos, representantes de povos e comunidades tradicionais, produtores rurais e profissionais de diferentes áreas debateram o problema da degradação florestal na Amazônia em busca de soluções. Recente estudo realizado por instituições nacionais e internacionais mostrou que a degradação atinge mais de um terço (cerca de 38%) de toda a área de floresta ainda presente na Amazônia. Os fatores de degradação são o fogo, a extração ilegal de madeira, o efeito de borda da agricultura e secas severas. Para Joice Ferreira “não tem sentido fazer restauração enquanto estamos perdendo áreas prioritárias de biodiversidade em larga escala na Amazônia para o fogo e a extração ilegal de madeira. É necessário, portanto, uma abordagem integrada de restauração com a redução da degradação florestal”, afirmou a pesquisadora durante o evento. Assista aqui aos painéis do evento “Degradação das florestas amazônicas: um diálogo entre ciência e sociedade em busca de soluções” . Grupo de Trabalho A portaria que instituiu o GT do Plano Estadual de Restauração da Vegetação Nativa, publicada em Diário Oficial do Estado (Nº 391, de 13/03/2023), é liderada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e tem representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (SEPLAD), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-BIO), Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), Banco do Estado do Pará (BANPARÁ), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), World Resources Institute (WRI Brasil), Aliança pela Restauração da Amazônia, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), Ilha do Toyó, ABC Agropecuária Brasil Norte S.A. Produção e Exportação, METACONSUL, Physys Gestão e Consultoria Ambiental, STCP Engenharia de Projetos LTDA, Green Forest Consultoria Ambiental LTDA, Norte Energia S.A., Mombak Consultoria E Participações LTDA, Suzano S.A., Unifloresta – Consultoria em Gestão Ambiental LTDA, Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA/SENAR), Instituto Ambient (IA), Instituto Escolhas, Instituto Peabiru, Associação Profissional de Geólogos da Amazônia (APGAM), Instituto Socioambiental, Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta), Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Agrárias do Estado do Pará, Associação de Afro Envolvimento Casa Preta, Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu), Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA), Instituto Indígena Botiê Xikrin, Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Associação dos Moradores da Reserva Mapuá (AMOREMA), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Pará (FETAGRI-PA), Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB-IFPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque “Professor Eidorfe Moreira” (Funbosque), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Mãd’oka – Biosoluções.
O grupo de trabalho para a construção do Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN) foi oficializado na manhã desta sexta-feira, 17, em Belém-PA. O plano, que faz parte do Programa Amazônia Agora, do governo estadual, tem como meta restaurar 5.4 milhões de hectares no estado do Pará até 2030. A Embrapa Amazônia Oriental é uma das instituições com participação efetiva no grupo de trabalho (GT).
Na cerimônia de apresentação do GT, o secretário adjunto de Meio Ambiente do Estado do Pará Raul Protázio afirmou que a construção conjunta do plano de restauração é fundamentada em três grandes eixos: ciência de dados e monitoramento, a cadeia de restauração com práticas e tecnologias e o subsídio às políticas públicas de mudanças climáticas e bioeconomia no Pará. “Com esse processo de feito de forma coletiva pelas instituições de pesquisa, setor produtivo, sociedade civil, representantes de povos tradicionais e por outras esferas de governo, a gente vai ter um plano mais conectado com a realidade e bem melhor implementado”, afirmou o gestor estadual.
O chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental Walkymário Lemos ressaltou que a presença da ciência no desafio da restauração na Amazônia é fundamental, pois é um problema complexo e que exige soluções complexas a serem construídas coletivamente. “A Embrapa Amazônia Oriental já é parceira do governo estadual nas agendas das mudanças climáticas, da bioeconomia e dos territórios sustentáveis, agendas estas que estão fortemente ligadas à restauração florestal no Pará”, acrescentou. Ele citou ainda a necessidade de trabalhar de forma coordenada e alinhada com a agenda federal, como o Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC+), Plano Nacional de Vegetação Nativa (Planaveg) e Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Para Raul Protázio, o papel da Embrapa na construção do plano é de liderança, especialmente quanto à restauração produtiva e os sistemas de produção para a agricultura familiar. “Grande parte da nossa meta de restauração será cumprida com restauração produtiva, que passa por melhores sementes, melhores práticas e sistemas integrados de produção, e a Embrapa tem trajetória de grande contribuição ao setor agropecuário no estado”, finalizou.
As pesquisadoras Joice Ferreira e Michelliny Bentes, da Embrapa Amazônia Oriental, fazem parte do Grupo de Trabalho. Para Joice Ferreira, “a restauração de florestas deve estar alinhada diretamente ao combate ao desmatamento e, sobretudo, à degradação de florestas”. Ela ressaltou também a capacidade técnica e institucional local para apoiar a construção do plano estadual.
Restauração integrada ao combate à degradação florestal
Em evento realizado essa semana (de 13 a 15/03) no Museu Paraense Emílio Goeldi, cientistas, gestores públicos, representantes de povos e comunidades tradicionais, produtores rurais e profissionais de diferentes áreas debateram o problema da degradação florestal na Amazônia em busca de soluções. Recente estudo realizado por instituições nacionais e internacionais mostrou que a degradação atinge mais de um terço (cerca de 38%) de toda a área de floresta ainda presente na Amazônia. Os fatores de degradação são o fogo, a extração ilegal de madeira, o efeito de borda da agricultura e secas severas.
Para Joice Ferreira “não tem sentido fazer restauração enquanto estamos perdendo áreas prioritárias de biodiversidade em larga escala na Amazônia para o fogo e a extração ilegal de madeira. É necessário, portanto, uma abordagem integrada de restauração com a redução da degradação florestal”, afirmou a pesquisadora durante o evento.
Assista aqui aos painéis do evento “Degradação das florestas amazônicas: um diálogo entre ciência e sociedade em busca de soluções” .
Grupo de Trabalho
A portaria que instituiu o GT do Plano Estadual de Restauração da Vegetação Nativa, publicada em Diário Oficial do Estado (Nº 391, de 13/03/2023), é liderada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e tem representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (SEPLAD), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-BIO), Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), Banco do Estado do Pará (BANPARÁ), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), World Resources Institute (WRI Brasil), Aliança pela Restauração da Amazônia, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Alepa, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), Ilha do Toyó, ABC Agropecuária Brasil Norte S.A. Produção e Exportação, METACONSUL, Physys Gestão e Consultoria Ambiental, STCP Engenharia de Projetos LTDA, Green Forest Consultoria Ambiental LTDA, Norte Energia S.A., Mombak Consultoria E Participações LTDA, Suzano S.A., Unifloresta – Consultoria em Gestão Ambiental LTDA, Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA/SENAR), Instituto Ambient (IA), Instituto Escolhas, Instituto Peabiru, Associação Profissional de Geólogos da Amazônia (APGAM), Instituto Socioambiental, Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta), Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Agrárias do Estado do Pará, Associação de Afro Envolvimento Casa Preta, Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu), Federação dos Povos Indígenas do Pará (FEPIPA), Instituto Indígena Botiê Xikrin, Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Associação dos Moradores da Reserva Mapuá (AMOREMA), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Pará (FETAGRI-PA), Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB-IFPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Fundação Centro de Referência em Educação Ambiental Escola Bosque “Professor Eidorfe Moreira” (Funbosque), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Mãd’oka – Biosoluções.
Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental
Contatos para a imprensa
amazonia-oriental.imprensa@embrapa.br
Telefone: (91) 3204-1060 / 99110-5115
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/