O azevém é a principal planta daninha que infesta as lavouras de trigo na Região Sul. Estratégias de controle desde a pré-semeadura até a pós-emergência das plantas, evitando casos de resistência do azevém aos herbicidas, serão apresentadas no webinar “Manejo de azevém em cereais de inverno”, promovido pela Embrapa Trigo, no dia 23/06, às 19h. O controle inadequado das plantas daninhas (espécie vegetal que se desenvolve onde não é desejada) é um dos principais fatores relacionados à baixa produtividade de grãos em trigo. As perdas causadas pela interferência das plantas daninhas na cultura podem ser devidas à competição, quando qualquer fator do ambiente (água, luz, nutrientes etc.) é dividido entre a cultura e as plantas daninhas, em suprimento escasso, tomando limitante a obtenção do potencial de produtividade. O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma espécie anual, de inverno, utilizada principalmente como forrageira e para fornecimento de palhada para o sistema plantio direto. É uma espécie de fácil dispersão e, por isso, está presente em praticamente todas as lavouras de inverno e em pomares da região sul do Brasil. A redução mais acentuada da produtividade de trigo ocorre quando a competição acontece nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura. A presença de plantas daninhas produz reduções variáveis na produtividade do trigo. Para populações de azevém entre 130 e 750 plantas m2 até a maturação do trigo, a redução da produtividade de grãos em cultivar de porte alto fica entre 4 e 22% e, naqueles de porte baixo, entre 18 e 56%. O uso repetido do herbicida glifosato tem causado a seleção dos biótipos de azevém resistentes. O primeiro caso de resistência de azevém ao glifosato foi identificado em Vacaria, no Rio Grande do Sul, em 2003. Atualmente, os herbicidas disponíveis para controle do azevém em trigo são inibidores da enzima ALS (iodosulfuron e o pyroxsulam) e inibidor da ACCase (clodinafop), para os quais existem biótipos resistentes. Contudo, não existe relato de resistência aos dois mecanismos na mesma planta de azevém. Assim, deve-se usar inibidor da ALS ou da ACCase, de acordo com a resistência do azevém. O controle de azevém na pré-semeadura é uma estratégia indicada pela pesquisa, com a dessecação da área entre 20 a 30 dias após a colheita de verão, tempo necessário para que as plantas daninhas desenvolvam área foliar suficiente para absorver o herbicida. “Recomenda-se que a aplicação dos herbicidas ocorra com antecedência de 15 a 30 dias da semeadura de inverno. Se houver ‘escape’ de plantas da primeira aplicação, ainda é possível fazer uma segunda aplicação dois dias antes da semeadura”, orienta o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas, lembrando que, sob chuva intensa logo após a aplicação, principalmente em solos de textura arenosa e com níveis de matéria orgânica abaixo de 2%, alguns herbicidas podem causar fitotoxicidade às culturas de inverno. Ainda, o controle de plantas daninhas resistentes deve contar com herbicidas com diferentes mecanismos de ação ou mesmo capina manual. O controle do azevém em pré-emergência pode ser realizado com os herbicidas pendimetalim ou com o piroxasulfone, em sistema aplica e planta ou planta e aplica. Por se tratar de um herbicida pré-emergente, necessita de chuva de aproximadamente 15 mm após a aplicação, para ser incorporado na camada superficial do solo e desencadear a ativação do herbicida. Já na pós-emergência, o controle deve ser realizado quando o trigo estiver no perfilhamento e o azevém com 3-4 folhas e não perfilhado. Os herbicidas disponíveis para controle do azevém em pós-emergência do trigo são os inibidores da enzima ALS (iodosulfuron e o pyroxsulam) e inibidor da ACCase (clodinafop). Importante destacar que deve-se adicionar o adjuvante indicado pelo fabricante e aplicar em condições favoráveis de clima, evitando dias nublados, com temperatura abaixo de 15º C e vento acima de 5 km/h. Webinar Manejo de azevém em cereais de inverno Dia 23 de junho de 2021 – 19h Canal da Embrapa no Youtube em https://www.youtube.com/embrapa
O azevém é a principal planta daninha que infesta as lavouras de trigo na Região Sul. Estratégias de controle desde a pré-semeadura até a pós-emergência das plantas, evitando casos de resistência do azevém aos herbicidas, serão apresentadas no webinar “Manejo de azevém em cereais de inverno”, promovido pela Embrapa Trigo, no dia 23/06, às 19h.
O controle inadequado das plantas daninhas (espécie vegetal que se desenvolve onde não é desejada) é um dos principais fatores relacionados à baixa produtividade de grãos em trigo. As perdas causadas pela interferência das plantas daninhas na cultura podem ser devidas à competição, quando qualquer fator do ambiente (água, luz, nutrientes etc.) é dividido entre a cultura e as plantas daninhas, em suprimento escasso, tomando limitante a obtenção do potencial de produtividade.
O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma espécie anual, de inverno, utilizada principalmente como forrageira e para fornecimento de palhada para o sistema plantio direto. É uma espécie de fácil dispersão e, por isso, está presente em praticamente todas as lavouras de inverno e em pomares da região sul do Brasil.
A redução mais acentuada da produtividade de trigo ocorre quando a competição acontece nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura. A presença de plantas daninhas produz reduções variáveis na produtividade do trigo. Para populações de azevém entre 130 e 750 plantas m2 até a maturação do trigo, a redução da produtividade de grãos em cultivar de porte alto fica entre 4 e 22% e, naqueles de porte baixo, entre 18 e 56%.
O uso repetido do herbicida glifosato tem causado a seleção dos biótipos de azevém resistentes. O primeiro caso de resistência de azevém ao glifosato foi identificado em Vacaria, no Rio Grande do Sul, em 2003. Atualmente, os herbicidas disponíveis para controle do azevém em trigo são inibidores da enzima ALS (iodosulfuron e o pyroxsulam) e inibidor da ACCase (clodinafop), para os quais existem biótipos resistentes. Contudo, não existe relato de resistência aos dois mecanismos na mesma planta de azevém. Assim, deve-se usar inibidor da ALS ou da ACCase, de acordo com a resistência do azevém.
O controle de azevém na pré-semeadura é uma estratégia indicada pela pesquisa, com a dessecação da área entre 20 a 30 dias após a colheita de verão, tempo necessário para que as plantas daninhas desenvolvam área foliar suficiente para absorver o herbicida. “Recomenda-se que a aplicação dos herbicidas ocorra com antecedência de 15 a 30 dias da semeadura de inverno. Se houver ‘escape’ de plantas da primeira aplicação, ainda é possível fazer uma segunda aplicação dois dias antes da semeadura”, orienta o pesquisador da Embrapa Trigo, Leandro Vargas, lembrando que, sob chuva intensa logo após a aplicação, principalmente em solos de textura arenosa e com níveis de matéria orgânica abaixo de 2%, alguns herbicidas podem causar fitotoxicidade às culturas de inverno. Ainda, o controle de plantas daninhas resistentes deve contar com herbicidas com diferentes mecanismos de ação ou mesmo capina manual.
O controle do azevém em pré-emergência pode ser realizado com os herbicidas pendimetalim ou com o piroxasulfone, em sistema aplica e planta ou planta e aplica. Por se tratar de um herbicida pré-emergente, necessita de chuva de aproximadamente 15 mm após a aplicação, para ser incorporado na camada superficial do solo e desencadear a ativação do herbicida.
Já na pós-emergência, o controle deve ser realizado quando o trigo estiver no perfilhamento e o azevém com 3-4 folhas e não perfilhado. Os herbicidas disponíveis para controle do azevém em pós-emergência do trigo são os inibidores da enzima ALS (iodosulfuron e o pyroxsulam) e inibidor da ACCase (clodinafop). Importante destacar que deve-se adicionar o adjuvante indicado pelo fabricante e aplicar em condições favoráveis de clima, evitando dias nublados, com temperatura abaixo de 15º C e vento acima de 5 km/h.