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Seminário discute potencialidades do bambu no Juruá

Produtores rurais, técnicos de instituições de fomento à produção, pesquisadores, empresários e gestores públicos participaram do Seminário “Potencial da cadeia do bambu na região do Juruá”, em Cruzeiro do sul, no dia 28 de setembro.  Realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Embrapa, prefeitura e outras instituições, o evento debateu a gestão compartilhada deste recurso natural e alternativas de negócio sustentável para a região e proporcionou conhecimentos tecnológicos, mercadológicos e ambientais sobre a cultura.

A atividade faz parte do projeto “Taboca: o bambu do Acre”, executado pelo Sebrae, que tem como finalidade apoiar iniciativas voltadas para o uso do bambu como matéria prima ou complementar na produção comercial, objetivando promover e disseminar conhecimentos sobre essa cadeia produtiva. Além de resultados de pesquisas sobre a produção de mudas e tratamento de bambu no Acre, a programação contou com relatos de experiências locais com a planta e informações gerais sobre o bambu no Brasil e no mundo, um mercado que não pára de crescer, envolve mais de quatro mil produtos e movimenta cerca de 60 bilhões de dólares ao ano, conforme dados da Rede Internacional de Bambu e Rattã (Inbar).

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Bambu de (Aprobambu), Guilherme Korte, um dos participantes do Seminário, no Juruá existem cerca de 500 mil hectares de floresta com a presença de bambus nativos. Devido às condições locais de clima e solo, a planta apresenta desenvolvimento superior ao obtido em outras localidades do Brasil, podendo crescer até 40 centímetros por dia. “Esse recurso natural pode ser manejado de forma sustentável e gerar emprego e renda de forma contínua para famílias rurais da região. O Juruá tem potencial para atender diferentes demandas, incluindo a produção de carvão ativado, um dos segmentos que mais cresce em torno do bambu, comercializado a 200 euros o quilo no mercado internacional”, ressalta.

Alternativas de produção

No Brasil existem cultivos comerciais de bambu no Maranhão, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Paraná destinados ao atendimento de demandas dos setores energético e industrial, indústria de celulose e de papel, construção civil e setor alimentício. No Acre, as poucas iniciativas de produção com bambu são restritas ao uso de bambu nativo e envolvem a confecção de laminados e cosméticos, em pequena escala, capitaneada pela Fundação de Tecnologias do Acre (Funtac), por meio do Centro de Vocação Tecnológica do Bambu (VCT Bambu), órgão implantado com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Segundo o Chefe-geral da Embrapa Acre, Eufran Amaral, que abordou as potencialidades do bambu no estado e suas múltiplas possibilidades de uso, durante palestra realizada no Seminário, apesar das imensas reservas naturais de bambu existentes na Amazônia, esse produto não aprece nas estatísticas da produção extrativista brasileira. No Acre existem quatro milhões e meio de hectares de florestas com a presença da planta, mas esse recurso natural ainda é pouco utilizado.

“Uma das alternativas para desenvolver essa cultura é investir em pequenos empreendimentos locais para atender diferentes mercados, principalmente a construção civil, com a produção de colmos. Com apoio de instituições de fomento, é possível instalar pequenas indústrias para processamento de bambu. O agricultor familiar pode ser fornecedor dessa matéria prima”, afirma Amaral.

A analista do Sebrae, Ellen Aquino, coordenadora do projeto, destaca o interesse crescente pelo bambu na região e a necessidade de criar estratégias conjuntas para vencer os desafios para desenvolvimento dessa cadeia produtiva.  “Temos oferta, pessoas e instituições que desejam investir na cultura, no Acre, mas o fortalecimento desse mercado requer, entre outras ações, políticas públicas voltadas para a cultura. É possível, por exemplo, incluir o bambu no Programa de Intensificação de Cadeias Produtivas Prioritárias para a região do Juruá. A articulação entre produtores e gestores públicos é fundamental nesse processo”, explica.

Cultivo comercial

O segmento empresarial do Juruá está despertando para o potencial do bambu e buscando apoio tecnológico para investir no cultivo comercial da planta.  Pioneiro na cultura, o empresário Jairo Correa, proprietário de uma indústria de cerâmica, se prepara para implantar o primeiro cultivo comercial de bambu na região. Com apoio da Aprobambu, ele adquiriu quatro mil mudas de uma empresa de São Paulo e aguarda a chegada desse material em Cruzeiro do Sul, para o final deste mês. O plantio deverá acontecer em novembro, no início do período das chuvas.

“Realizamos testes energéticos com bambus do gênero Guadua e os resultados comprovaram o potencial calorífico dessa madeira. Inicialmente serão implantados 20 hectares com a planta, mas a meta é dobrar a área de cultivo, com foco na produção de biomassa para geração de energia destinada à produção de cerâmica. Em cinco anos, nosso processo industrial será 100% baseado no uso de energia produzida a partir de biomassa de bambu, em substituição à madeira tradicional”, diz.

De acordo com Nilton Cosson, gerente do setor de agronegócio do Sebrae no Acre, o Juruá poderá se tornar um importante polo de desenvolvimento do bambu. Além de contar com esse recurso em abundância, congrega cinco municípios que podem se unir em iniciativas para fortalecimento da cultura. “Apoiamos o fortalecimento dessa cadeia produtiva, viabilizando conhecimentos tecnológicos sobre o manejo da cultura e informações técnicas sobre o custo de produção. Estamos produzindo uma série de seis cartilhas que orientam sobre a produção de mudas e sobre o uso do bambu em diferentes setores da economia”.

Produtores rurais, técnicos de instituições de fomento à produção, pesquisadores, empresários e gestores públicos participaram do Seminário “Potencial da cadeia do bambu na região do Juruá”, em Cruzeiro do sul, no dia 28 de setembro.  Realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a Embrapa, prefeitura e outras instituições, o evento debateu a gestão compartilhada deste recurso natural e alternativas de negócio sustentável para a região e proporcionou conhecimentos tecnológicos, mercadológicos e ambientais sobre a cultura.

A atividade faz parte do projeto “Taboca: o bambu do Acre”, executado pelo Sebrae, que tem como finalidade apoiar iniciativas voltadas para o uso do bambu como matéria prima ou complementar na produção comercial, objetivando promover e disseminar conhecimentos sobre essa cadeia produtiva. Além de resultados de pesquisas sobre a produção de mudas e tratamento de bambu no Acre, a programação contou com relatos de experiências locais com a planta e informações gerais sobre o bambu no Brasil e no mundo, um mercado que não pára de crescer, envolve mais de quatro mil produtos e movimenta cerca de 60 bilhões de dólares ao ano, conforme dados da Rede Internacional de Bambu e Rattã (Inbar).

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Bambu de (Aprobambu), Guilherme Korte, um dos participantes do Seminário, no Juruá existem cerca de 500 mil hectares de floresta com a presença de bambus nativos. Devido às condições locais de clima e solo, a planta apresenta desenvolvimento superior ao obtido em outras localidades do Brasil, podendo crescer até 40 centímetros por dia. “Esse recurso natural pode ser manejado de forma sustentável e gerar emprego e renda de forma contínua para famílias rurais da região. O Juruá tem potencial para atender diferentes demandas, incluindo a produção de carvão ativado, um dos segmentos que mais cresce em torno do bambu, comercializado a 200 euros o quilo no mercado internacional”, ressalta.

Alternativas de produção

No Brasil existem cultivos comerciais de bambu no Maranhão, Paraíba, Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Paraná destinados ao atendimento de demandas dos setores energético e industrial, indústria de celulose e de papel, construção civil e setor alimentício. No Acre, as poucas iniciativas de produção com bambu são restritas ao uso de bambu nativo e envolvem a confecção de laminados e cosméticos, em pequena escala, capitaneada pela Fundação de Tecnologias do Acre (Funtac), por meio do Centro de Vocação Tecnológica do Bambu (VCT Bambu), órgão implantado com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Segundo o Chefe-geral da Embrapa Acre, Eufran Amaral, que abordou as potencialidades do bambu no estado e suas múltiplas possibilidades de uso, durante palestra realizada no Seminário, apesar das imensas reservas naturais de bambu existentes na Amazônia, esse produto não aprece nas estatísticas da produção extrativista brasileira. No Acre existem quatro milhões e meio de hectares de florestas com a presença da planta, mas esse recurso natural ainda é pouco utilizado.

“Uma das alternativas para desenvolver essa cultura é investir em pequenos empreendimentos locais para atender diferentes mercados, principalmente a construção civil, com a produção de colmos. Com apoio de instituições de fomento, é possível instalar pequenas indústrias para processamento de bambu. O agricultor familiar pode ser fornecedor dessa matéria prima”, afirma Amaral.

A analista do Sebrae, Ellen Aquino, coordenadora do projeto, destaca o interesse crescente pelo bambu na região e a necessidade de criar estratégias conjuntas para vencer os desafios para desenvolvimento dessa cadeia produtiva.  “Temos oferta, pessoas e instituições que desejam investir na cultura, no Acre, mas o fortalecimento desse mercado requer, entre outras ações, políticas públicas voltadas para a cultura. É possível, por exemplo, incluir o bambu no Programa de Intensificação de Cadeias Produtivas Prioritárias para a região do Juruá. A articulação entre produtores e gestores públicos é fundamental nesse processo”, explica.

Cultivo comercial

O segmento empresarial do Juruá está despertando para o potencial do bambu e buscando apoio tecnológico para investir no cultivo comercial da planta.  Pioneiro na cultura, o empresário Jairo Correa, proprietário de uma indústria de cerâmica, se prepara para implantar o primeiro cultivo comercial de bambu na região. Com apoio da Aprobambu, ele adquiriu quatro mil mudas de uma empresa de São Paulo e aguarda a chegada desse material em Cruzeiro do Sul, para o final deste mês. O plantio deverá acontecer em novembro, no início do período das chuvas.

“Realizamos testes energéticos com bambus do gênero Guadua e os resultados comprovaram o potencial calorífico dessa madeira. Inicialmente serão implantados 20 hectares com a planta, mas a meta é dobrar a área de cultivo, com foco na produção de biomassa para geração de energia destinada à produção de cerâmica. Em cinco anos, nosso processo industrial será 100% baseado no uso de energia produzida a partir de biomassa de bambu, em substituição à madeira tradicional”, diz.

De acordo com Nilton Cosson, gerente do setor de agronegócio do Sebrae no Acre, o Juruá poderá se tornar um importante polo de desenvolvimento do bambu. Além de contar com esse recurso em abundância, congrega cinco municípios que podem se unir em iniciativas para fortalecimento da cultura. “Apoiamos o fortalecimento dessa cadeia produtiva, viabilizando conhecimentos tecnológicos sobre o manejo da cultura e informações técnicas sobre o custo de produção. Estamos produzindo uma série de seis cartilhas que orientam sobre a produção de mudas e sobre o uso do bambu em diferentes setores da economia”.

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